segunda-feira, 10 de março de 2008

Violência

A violência é uma coisa que me confunde. Desde pequena tenho verdadeiro horror a sangue. Odeio filmes excessivamente violentos e tudo que diz respeito ao assunto, mas ao mesmo tempo sinto um certo fascínio pelo tema. Saber que pessoas se mutilam, autoflagelam ou mesmo gostam de se envolver em brigas, seja por motivos religiosos ou por absoluta falta de motivos, é uma coisa que me intriga. Não consigo entender como alguém pode pagar para assistir a lutas de qualquer tipo.
Uma vez, um lutador de jiu-jitsu que conheci, tentou me convencer que havia um certo propósito (ou beleza) naquilo. Não fiquei convencida. Entendo que o ser humano tenha um instinto primitivo básico que faz com reaja de uma forma irracional a certos estímulos, mas na minha visão ceder a esse instinto (o desejo de machucar o outro pura e simplesmente, sem outro objetivo que não seja a sobrevivência) é uma confissão de que não evoluímos tanto como raça. Em outras palavras, quando reagimos com violência ou partimos para a violência, estamos nos igualando a qualquer animal. Talvez seja isso mesmo: não somos melhores do que a maioria dos animais, já que nem sempre usamos a razão e outros atributos ditos humanos, como a compaixão.
Esse assunto me veio à mente hoje por causa de uma notícia que vi na internet: um cara em São Paulo espancou um zelador com uma barra de ferro por causa de um problema qualquer com carro. Vi as imagens do agressor sendo preso, dizendo com a cara mais cínica do mundo "que estava arrependido" e que era "um cara do bem". O agredido estava no hospital com traumatismo craniano. Se "um cara do bem" agride outro com uma barra de ferro por motivos fúteis, o que sobra para "um cara do mal" fazer?

Nenhum comentário: