sábado, 31 de maio de 2008

Sustentabilidade

Estive fora do ar! Na realidade, nunca estive tão ligada. Nos últimos quatro dias trabalhei bastante apurando e escrevendo as últimas matérias para a edição de junho da revista Produtor Rural. Na noite do dia 28 e nos dias 29 e 30, acompanhei a abertura do Encontro Internacional de Negócios da Pecuária (Enipec), no Centro de Eventos do Pantanal. Vocês não têm idéia da quantidade de palestras, opiniões que ouvi, quase todas com o tema sustentabilidade!
Minha conclusão? Infelizmente muita gente ainda não entendeu que sustentabilidade não pode ser mais um desses conceitos cheios de significado, mas que acabam banalizados na boca e no discursos de gente sem o menor compromisso com nada. Com isso não quero dizer que produtor rural não sabe o que é ser sustentável e ambientalista sabe. Faz tempo que já não acredito em histórias da carrochinha, porém acho que há alguns aspectos importantes nessa discussão:
1- Se não houver preocupação com a sustentabilidade econômica, social e ambiental, não há futuro para a humanidade.
2- Muita gente pode ganhar dinheiro com a sustentabilidade e até aí tudo bem, desde que se faça alguma coisa de concreto em prol da sustentabilidade. E nesse caso, sustentabilidade pode ser um bom negócio.
3-Sustentabilidade pressupõe compaixão, preocupação com o outro (não quero dizer o próximo, para não parecer piegas) e isso é meio ilusório num mundo tão capitalista como o nosso.
4- Conhecimento e tecnologia são fundamentais para que haja sustentabilidade.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Civilizados?

Há muitos anos, quando ainda era adolescente, ouvi uma pessoa muito próxima da minha família dizer com orgulho que tinha dado um tapa na cara de um moça num incidente de trânsito. Esse relato encheu-me de horror e indignação diante da covardia desse homem. De vez em quando eu me lembro do epísódio e ele me ajuda a me controlar quando tenho vontade de xingar algum motorista atrevido, daqueles que não respeitam sinal, nem pedestre.
Talvez isso tenha evitado que eu fosse vítima num episódio ocorrido há uns dois anos em Cuiabá, quando um motorista de um carro de luxo prateado deu um soco na porta traseira direita do meu velho Paglio porque eu "encostei" na traseira do seu possante e não parei. Na verdade, não fiz isso de propósito, eu nem tinha percebido o que tinha acontecido. Mas percebi a raiva dele e fiquei me sentindo super mal por não ter parado o carro mais adiante para tomar satisfação, embora soubesse por dentro que minha atitude "covarde" tinha sido a mais prudente.
Pois bem, estou contando tudo isso por causa dos últimos epísódios envolvendo acidentes de trânsito. Um rapaz cuiabano de 18 anos morreu em São Paulo, com um tiro na nuca, por causa de um acidente banal e o agressor foi alguém provavelmente do mesmo quilate do meu agressor. Um homem de pouco mais de 40 anos está em coma num hospital do Rio porque ousou reclamar de um imbecil que furou o sinal e o atropelou. Detalhe: o cara tinha sido diagnosticado como esquizofrénico e, segundo autoridades, não poderia estar dirigindo.
Paz no trânsito? Educação no trânsito? Isso tudo é balela diante de tantos loucos espalhados por aí.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Viva a música instrumental!

Não tenho como iniciar esta segundona de uma semana intensa de trabalho sem fazer referência a um show maravilhoso (e inesperado) ao qual assisti na noite de domingo. Foi o Tributo a Tom Jobim, que faz parte das comemorações dos 50 anos da Bossa Nova. O show, de música instrumental, reúne o grande Paulo Moura com seu sopro limpo e impecável, Armandinho (aquele do grupo A Cor do Som e filho do Dodô ou do Osmar, um dos criadores do trio elétrico), o violonista Gabriel Improta (maravilhoso) e mais um time de percussionistas e um batera fantásticos.
Fora o atraso de mais de duras horas (por questões técnicas não muito bem explicadas), o espetáculo foi um arraso. Pena que tenha sido assistido por tão pouca gente. No final, por volta de 22h, havia uns poucos gatos pingados no amplo espaço da Praça das Bandeiras. Na minha opinião, houve pouquíssima divulgação. Eu mesma fiquei sabendo através de um amigo. Temos que considerar também que muita gente em Cuiabá não conhece Paulo Moura e outros devem achar que o Armandinho é aquele cantor chatinho que tem aquele hit ("Quando Deus te desenhou ...). E com isso muitos jovens deixam de conhecer o melhor da música instrumental brasileira.
A abertura ficou a cargo do ótimo Tocandira (um trio de música instrumental da capital) e convidados, entre os quais, o destaque foi o sempre o cantor, compositor e instrumentista Paulo Monarco, de quem sou fâ de carteirinha.
Saí do show de alma lavada e pronta para começar a semana. Para mim, não existe nada melhor do que música instrumental de qualidade!

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Saneamento básico - o x do problema

Descobri ontem outra utilidade para este blog: registrar dados úteis que geralmente não tenho onde guardar. O telejornal da noite da afiliada da Rede Globo em Cuiabá, a TV Centro América, destacou ontem os resultados de uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas que colocam a capital mato-grossense na nada honrosa posição de 17º lugar entre outras capitais no quesito saneamento básico. Apenas 12,4% dos moradores têm acesso à rede de esgotos.
Isso significa que a capital do agronegócio, do estado maior produtor de soja e detentor do maior rebanho bovino está muito mal em termos de direitos básicos do cidadão.
A reportagem mostrou esgotos correndo a céu aberto nesta temperatura que quase sempre beira 40º. Imaginem só o cheiro!
Enquanto adultos e crianças são obrigados a conviver com esgoto e todas as suas conseqüências (mosquitos, baratas, ratos, doenças, etc), muita gente se preocupa em salvar o meio ambiente. Nada contra os bens intencionados, mas para mim saneamento básico é condição indispensável para se ter um meio ambiente sadio. Quantas internações hospitalares não poderiam ser evitadas se os administradores das cidades se preocupassem mais com esse tipo de obras que, segundo o folclore político, não dá voto porque ninguém vê. Nesse ponto a própria população é culpada por omissão. Enquanto isso, gastam-se milhares ou milhões de reais em muitas reuniões de políticos, representantes das comunidades, ongs, etc, para se discutir saneamento básico.
Vale aqui um registro ao longa-metragem de Jorge Furtado, "Saneamento básico - o filme", que é muito divertido e instrutivo. Ele registra a luta de uma comunidade do Rio Grande do Sul para resolver o problema de saneamento básico. O grupo não consegue verbas para resolver o problema, mas descobre que existem recursos na Prefeitura local para fazer um documentário sobre o tema. O filme é muito engraçado e deveria ser exibido em todas as comunidades porque retrata bem o nosso país.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Divagações no início de um feriadão

É feriado, o dia está lindo e eu estou aqui sentada diante do meu computador no prédio da Famato me preparando psicologicamente para retomar a redação de minhas matérias para a revista de junho. Estou com um pouco de dor nas costas e tento descobrir qual cadeira é mais confortável: a minha antiga ou uma nova com rodinhas mais apropriada para o uso do computador.
Dei uma olhada nos jornais de Cuiabá, no portal Terra e nos blogs dos meus amigos (é sério: blog vicia!): o do Sérgio, http://www.blogdoagronegocio.blogspot.com/; o do Glauco, http://www.jornalistanaitalia.blogspot.com/ e do Elton, http://www.tendenciasa.blogspot.com/ São estilos bem diferentes, mas todos bastante interessante na medida em que trazem impressões, observações, reflexos e relatos desses três jornalistas.
Das notícias que li nos jornais, a que mais me entristeceu foi a de um menino de 13 anos que comandou um assalto em Cuiabá. Fico pensando: será que a polícia bateu muito nele? Como será esse menino? Qual é sua história de vida? Que futuro terá? Ele ainda tem saída?
Nessas horas gostaria de trabalhar num jornal diário e poder humanizar um pouco essas matérias. Fazer o perfil de vítimas e/ou criminosos, sendo que muitas vezes os dois papéis se confundem. Vocês podem pensar o que quiser, mas acho muito difícil um menino ou uma menina criado num casebre, numa família desestruturada, com esgoto passando na porta, no meio da poeira e da lama (dependendo da estação do ano), sem escola, ouvindo esses programas sensacionalistas na TV, com a pressão dos "amigos" traficantes e ladrões, conseguir furar esse cerco e mudar de vida. Alguns conseguem, mas são poucos.
Sempre achei que no mínimo todas as crianças deveriam ter as mesmas condições de vida: comida na mesa, roupas, educação e saúde de qualidade. Depois cada um escolheria o caminho que preferisse trilhar.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Sobre sinais ou semáforos

Antes de retomar a minha matéria da revista, vou fazer uma postagem bem rapidinha (contrariando o meu estilo). Acabei de ir ao banco descendo a Avenida do CPA (o nome certo é Av. Historiador Rubens de Mendonça), uma das mais movimentadas da capital mato-grossense, e não posso deixar de registrar uma das coisas que mais me irrita em Cuiabá: ninguém respeita os sinais, mesmo durante o dia. Enquanto eu e outros carros estávamos parados num sinal (o local não é de cruzamento, mas tem movimento de pedestres e veículos que fazem o retorno), três motociclistas passaram direto.
Resumo da ópera: quando paro num sinal (ou semáforo, como preferem dizer por aqui), eu me preocupo com o veículo que vem atrás de mim (dependendo da velocidade e da proximidade dele, é mais prudente não parar) e também com os pedestres que atravessam a rua. Nem todos estão ligados nos motociclistas e motoristas que simplesmente não param. Como não há guardas de trânsito, nem qualquer forma de punição, esse hábito vai ficando cada vez mais arraigado. Por isso, acho que a educação no trânsito - tão falada na propaganda oficial-, devia ensinar as crianças a atravessaram as ruas na faixa com um olho no semáforo e o outro nos carros.
É preciso estar muito atento para prevenir acidentes.
Será que é assim mesmo em todas as outras capitais brasileiras?

terça-feira, 20 de maio de 2008

Lembranças boas de Floripa


Antes de terminar o capítulo Floripa, gostaria de registrar algumas boas lembranças de Floripa, como o almoço em frente à Lagoa da Conceição.
A foto foi tirada, a meu pedido, pela garçonete do restaurante simpático onde comi uma deliciosa seqüência de camarão. Estava muito gostoso, mas infelizmente não pude saboreá-la como "il faut" - devagar e acompanhada de uma cerveja bem gelada -, porque precisava voltar logo para o local do evento que estava cobrindo.
De qualquer maneira foi agradável meu almoço solitário à beira da lagoa, com um vento tão forte que a garçonete teve que fechar um pouco as janelas para impedir que os temperos continuassem caindo na mesa.
Aliás, o pessoal do restaurante era muito gentil e a moça até riu do meu "bafão". Saí rápido para esperar o ônibus que passaria por volta das 13h e acabei levando o pano branco que envolvia o encosto da cadeira junto com o meu casaco. A moça saiu correndo e a tempo de resgatar esse souvenir indesejável. Aproveitei para lhe pedir que tirasse essa foto.
Além disso, adorei caminhar pelas ruas do Centro (em companhia do amigo, o jornalista Nélson Moreira, de Porto Alegre, que ia contando fatos interessantes da história da cidade). Pena que tenha faltado tempo para conhecer as praias maravilhosas de Floripa. Quero voltar, mas, com certeza, fora da temporada de verão. Dizem que o trânsito fica insuportável.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

A pata e a galinha

Em matéria de marketing pessoal estou mais para pata do que galinha. Eu explico: volta e meia ouço em palestras a história de que o ovo da galinha só é mais popular do que o da pata porque a primeira cacareja quando bota. Ou seja, tudo é uma questão de marketing. Para ser sincera, não sei se essa história tem fundamento porque ainda não provei o ovo da pata.
Estou dizendo isso para justificar a minha hesitação em comunicar neste espaço que sou finalista do Prêmio Massey Ferguson de Jornalismo 2008. É claro que estou feliz. Além da possibilidade de ganhar o prêmio propriamente dito, ser finalista é estar numa espécie de vitrine nacional. A final será em São Paulo em junho próximo, em data ainda não definida.
Achei muito legal a iniciativa dos organizadores de criar um blog e publicar as matérias e fotos finalistas. Por enquanto só foram veiculados os trabalhos dos finalistas da categoria Fotografia e Jornal.
Para conferir é preciso ir no endereço http://www.massey.com.br/premiojornalismo/index.asp

sábado, 17 de maio de 2008

Uma lembrança ruim de Floripa

Na minha última noite em Florianópolis aconteceu um fato muito desagradável. Pegamos um táxi - eu e outros três jornalistas - para voltar aos respectivos hotéis depois de um show do Renato Teixeira. O motorista, muito falastrão, metido a engraçadinho, começou a falar de um episódio ocorrido na véspera ou no dia anterior. Ele foi assaltado e, ao perceber que o bandido estava com uma arma de brinquedo, atracou-se com ele. Segundo o motorista, ele colocou o assaltante no porta-mala de seu carro e o levou para a delegacia antes que fosse linchado. Ou seja, ele ainda foi "bonzinho". Mas pediu para a polícia dá um "trato legal" no cara (como se precisasse pedir). A outra moça que estava no carro perguntou se ele não tinha medo do cara querer se vingar quando saísse da cadeia. O motorista respondeu que não porque o cara ia mofar muito tempo na prisão e acrescentou, orgulhoso, que tinha quebrado todos os seus dentes.
Fui para o hotel remoendo suas palavras e por mais que tentasse não conseguia tirar a cena da cabeça. Tentei me acalmar imaginando que o motorista pudesse ter exagerado para se vangloriar (tem homem que adora se mostrar valentão) e pensando que quando um ladrão sai pro crime sabe que pode se dar mal. Mas, não sei por que o pensamento dele sendo espancado e preso num porta-mala a caminho da delegacia me agoniava muito. Até hoje penso no fato. Será que isso é normal?
Por que as pessoas tem tanta necessidade de violência, adoram ver as pessoas se esmurrando, tirando sangue das outras? Por que algumas pessoas até buscam isso? Imagino que haja pessoas bacanas que se dedicam ao boxe ou a outras lutas marciais, mas é uma coisa que definitivamente não consigo entender e é uma coisa que me assusta muito.
Sei lá, se é verdade esse papo de vidas passadas, provavelmente eu fui uma pessoa muito violenta ou vivi perto de pessoas muito violentas. Só isso explica essa minha aversão a tudo que envolve sangue, dor e sofrimento.

Ainda a violência

Às vezes me pergunto em que mundo vivemos. Acabei de despachar minhas filhas e duas amigas para o show da Ivete Sangalo e Banda Eva. Fico com o coração apertadinho, mas sei que não posso impedi-las de viver a vida, embora eu deteste cada vez mais lugares onde se reúnem multidões.
Enquanto aguardo minha amiga e o namorado dela que foram levá-las, assisto a um pouco de TV para me distrair. Na novela das "sete", aquela supostamente leve, a heroína esbofeteia a vilã, que mais uma vez tentou sabotá-la. Intervalo. Começa a novela das "oito" e duas das personagens principais se pegam.
Sempre detestei qualquer tipo de violência física e fico me perguntando: será que sou ingênua demais para viver nesse mundo? Será que todo mundo - mulheres de todas as classes sociais, sejam elas de boa ou má índole, vivem se pegando pelos cabelos, brigando por homens como nas novelas? Se for assim, estou fora. Prefiro viver sozinha.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Saudades

Já estava com saudades de escrever para este blog da intimidade da minha casa. Na verdade, hoje estou meio confusa como costumo ficar depois de uma viagem muito rápida a um lugar bem diferente. Esses três dias em Florianópolis me tiraram do eixo. Viajar de avião é muito pirante para mim, que comecei minha vida aérea nos velhos aviões da Cruzeiro do Sul, viajando de Corumbá para o Rio e sempre vomitando muito. Talvez eu tenha feito outras viagens antes, mas não tenho lembranças delas.
Mas nunca me esquecerei da história tantas vezes contada por minha mãe sobre meu pai, um homem forte e corpulento irrompendo pela janela de um hidroavião que, em vez de fazer o que se esperava de um avião, afundou no rio no momento da decolagem. Segundo ela, as pessoas que acompanhavam a partida na margem do rio já não contavam com a sobrevivência do meu pai, quando ele apareceu nadando. Essa história só reforçava a aura de herói do meu pai, que já conheci "velhinho" (embora só tivesse 62 anos quando nasci) e com ares de avô.
Por todo esse passado, pai-herói, mãe que morria de medo de viajar de avião, eu pequena passando mal, viajar de avião é sempre uma coisa fascinante. Nunca passei mal depois de adulta. Gosto especialmente dos momentos da decolagem e da aterrisagem e das luzinhas da asa brilhando. Sempre me lembro de um episódio de um antigo seriado de terror/suspense em que seres fantasmagóricos apareciam encarapitados na asa de um avião para o horror do protagonista.
Apesar de todas essas lembranças, consigo ler no avião, como tudo que me é oferecido e adoro conversar. Se a pessoa for boa de prosa, converso até a hora do desembarque. É uma sensação boa: a gente se sente tão próxima de alguém que talvez nunca mais vá ver, mas no fundo é confortante saber que tem alguém "amigo" ao seu lado para o caso de alguma emergência. Alguém pra quem você vai poder dar a mão numa hora de medo.
É sempre assim, começo a escrever e minha mente acaba me levando a lugares inesperados.
Na verdade eu pretendia falar da saída da ministra Marina Silva e de outras coisitas mais. Fica para o próximo.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Ainda em Floripa

Mais um dia de trabalho em Florianópolis. Ontem, depois do expediente, dei uma volta pelo Centro da cidade com um amigo jornalista de Porto Alegre. A gente encontrou uma amiga dele, também gaúcha que mora em Floripa há 20 anos, e nos sentamos num bar muito legal, o Empório Bocaiúva. Hoje, esse mesmo amigo conseguiu um convite para o show do Renato Teixeira e do Almir Sater, que será patrocinado por uma multinacional do setor de suinocultura e avicultura. Nunca assisti a um show do Renato Teixeira, mas é sempre muito bom ouvir o Almir Sater. Os dois juntos devem dar uma mistura bem legal!
Amanhã, vai ser o último dia da AveSui e preciso fechar minhas matérias, coletar mais informações. Às 17h30m pego o avião para Cuiabá! Como tudo na vida, isso tem seu lado positivo e o negativo. Tirem suas conclusões.
Ah, o céu estava incrivelmente azul o dia inteiro. Cheguei a sentir calor...

terça-feira, 13 de maio de 2008

Na AveSui

Para quem não sabe AveSui é o nome de um dos maiores eventos de suinocultura e avicultura da América Latina. Hoje passei o dia inteiro no CentroSul, o Centro de Convençoes de Florianópolis. Assisti a palestras no painel da manhã, almocei por aqui mesmo e a tarde voou em meio a visitas aos estandes da Feira, que ocupa uma área de 10 mil metros quadrados. Duzentos e cinqüenta empresas do setor estão expondo. Para quem está mais acostumada a eventos de Mato Grosso, é fascinante!
O que mais me chamou atenção foram os estandes da delegação chinesa, com representantes de 25 empresas em busca de parceiros para comercializar seus produtos não só no Brasil, como em toda América Latina, o que é uma prova inequívoca do dinamismo do setor.
Hoje de manhã, o palestrante Ricardo Amorim, economista e diretor de Estratégia de Investimentos de um banco alemão, disse que o eixo da economia mundial mudou, diante do que chamou de "inundação" do mundo com produtos e serviços baratos por China e Índia. Quando a gente estuda história aprende que nenhum império dura para sempre. Será que estamos assistindo a mais uma dessas grandes mudanças?

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Em Floripa

Estou em Floripa, mas por enquanto estou decepcionada. A viagem de avião foi ótima, super tranqüila e ainda encontrei uma amiga de Cáceres que também vinha pra Florianópolis para um evento do InMetro.
Chegando aqui, uma primeira decepção: como uma moça que conheci na sala de embarque em Cuiabá me disse que não precisava me precoupar com os motoristas de táxi de Florianópolis ("eles são honestíssimos"), baixei a guarda e quase entrei numa fria. É engraçado, quando chego no Rio fico super ligada e esperta e aqui acabei pegando um "táxi" que quis me c obrar R$ 60 por uma corrida que valia no máximo R$ 45. Ainda bem que eu tinha me informado no aeroporto, aí me recusei a pagar o "preço" e perguntei ao recepcionista do hotel quanto valia aquela corrida. Moral da história: em Florianópolis também tem motorista malandro. Não é só no Rio não!
O hotel é simpático, mas longe do Centro. Estou aqui atualizando o meu blog do computador da recepção do hotel. Cortesia do recepcionista, que é muito gentil. Ele acab ou de entrar na salinha pra pegar sua mochila. Eu disse: "Já estou terminando". Ele respondeu: "Pode ficar à vontade".
Agora, de barriguinha cheia (acabei de colocar alguma coisa decente no estômago depois daqueles sanduíches ridículos da TAM) , vou ver um pouco de TV e dormir.
Espero que amanhã o dia seja mais animado.

domingo, 11 de maio de 2008

De malas (quase) prontas

Vou viajar amanhã cedo para Florianópolis. Estou adorando a idéia! É claro que fico preocupada com as coisas: a casa, as meninas, mas adoro viajar! Mesmo que seja a trabalho, como é o caso. É sempre excitante conhecer uma cidade nova, ver caras novas, idéias novas. Enfim, viva o novo! Abaixo a rotina!
Não sei se vou ter acesso fácil à internet enquanto estiver lá (ainda não tenho notebook, mas chego lá), por isso não sei se conseguirei atualizar meu blog.
Caso não consiga, terei muitas novidades na volta.
A propósito, meu fim de semana foi muito bom!
Até a vista!

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Paulo Monarco é o cara!

Estou tão cansada agora que só consigo falar de amenidades. Cuiabá é uma cidade surpreendente. Ontem à noite, apesar do cansaço, resolvi seguir a orientação do meu ortopedista e fui dançar um pouco. Fiquei sabendo no fim da tarde que ia ter um show do Paulo Monarco no Choros & Serestas ( o Chorinho para os mais íntimos). O Paulo deve ter por volta de 21 anos, foi criado (segundo me contaram) no bar do pai (o extinto Cantoria) bebendo na fonte da MPB. Além de ser muito simpático, ele toca muito e tem um repertório fantástico. Ontem, por exemplo, começou com "Estação derradeira" de Chico Buarque (aquela que diz "São Sebastião crivado/ Nublai minha visão/ Na noite da grande/ Fogueira desvairada ...) e emendou no maior sucesso de Maria Rita, "Cara valente" (autoria de Marcelo Camelo).
Muito bom! Foram mais de duas horas ininterruptas de música (não fiquei para o segundo bloco) por um couvert artístico de R$ 6,00! O público (o Chorinho estava lotado) era formado por pessoas muito jovens (na faixa de 20 anos) e a maioria dançou muito. Vale ressaltar aqui a participação fundamental do baixista Samuel Smith que, apesar de uma tendinite, foi como sempre uma presença fortíssima no palco, com seu baixo meio funqueiro e balanço genial.
Enfim, valeu a pena seguir a recomendação do Dr. Benedito. Posso ter acordado um pouco mais cansada, porém bem mais feliz!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Cenas fortes

Hoje me enrolei no trabalho e quase não achei tempo para escrever, mas como não quero decepcionar meus poucos e fiéis leitores, gostaria de comentar dois assuntos diferentes que me chamaram muita atenção (aliás, de todo país) ontem.
O primeiro foi o depoimento da ministra Dilma Roussef no Senado. Uau! Quando eu crescer quero ser igual à Dilma! Como ela demonstrou autocontrole para responder à provocação do senador Agripino Maia. A sua resposta foi emocionada, porém firme. Quando o senador questiona a sua capacidade de dizer a verdade sob o argumento de que ela reconheceu ter mentido sob tortura numa entrevista, a ministra encarna por alguns instante todo o heroísmo dos jovens de esquerda torturados no regime militar. Ela ressalta que mentir naquele momento era proteger os companheiros. E emenda dizendo que hoje os tempos são outros e que esta ali para responder, para esclarecer. Touché!
Outra coisa igualmente forte foi a interrupção da programação normal e os flashes no Jornal Nacional para mostrar a saída dos pai e da madrasta da menina Isabella. Que loucura! O que mais me chocou foi ver tantas pessoas deixando de fazer seus afazeres, de ficar em casa cuidando de seus filhos, para quê? Vingar a morte da menina ou para fazer mais uma encenação do velho espetáculo romano do circo? Outra coisa: quanto a polícia não gastou naquela operação? Quantos criminosos não se aproveitaram daquele momento para cometer seus roubos, agressões, etc? Minha filha me perguntou por quê outros crimes (esta semana mesmo uma mãe confessou ter matado o filho de 3 anos em Cuiabá) não têm a mesma repercussão. Na minha humilde opinião, o caso de Isabella mobiliza mais a opinião pública porque envolve pessoas de classe média e a vítima é uma menininha bonita com um belo futuro pela frente. No fundo, ninguém - nem os mais pobres, nem os mais ricos - espera que pessoas com uma certa posição social ajam como criminosos.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Cenas urbanas 2

Na segunda-feira passada, por volta de 1850m, fui para meu ensaio de coral na Igreja do Bom Despacho, no centro de Cuiabá. Para chegar lá tenho que descer uma das avenidas principais da capital, a Isaac Póvoas. Era horário do rush, mas mesmo assim fiquei chocada com a quantidade de gente nos pontos de ônibus. Pena que eu não tenho uma máquina digital para postar a foto no blog (eu chego lá!)
Minha filha mais velha agora pega ônibus para ir à universidade (UFMT). Ela tem aulas diárias pela manhã e duas vezes por semana à noite. È o que chamo de um horário "racional". Por isso acaba pegando ônibus nos horários de maior movimento. Segundo ela, que é novata em termos de transporte coletivo, o pior não é o ônibus cheio e sim o jeito nervoso dos motoristas dirigirem, sempre acelerando, freando bruscamente, dando trancos.
Sempre senti uma certa simpatia pelos motoristas e cobradores de ônibus (mesmo quando usava o transporte coletivo no Rio). Eles dizem que são super explorados pelos patrões, não têm tempo nem pra ir ao banheiro entre uma viagem e outra, são descontados em caso de assaltos e ainda sofrem (os motoristas) com o calor do motor. Nunca me esqueci que uma vez li numa reportagem que os pelos das pernas do motorista chegam a cair por causa do calor.
Até aí, ok, mas eles também não podem descontar sua raiva e nervosismo nos passageiros e nos outros motoristas!
Agora o que me dá raiva mesmo é ver a propaganda oficial da Prefeitura (paga com o nosso dinheiro) dizendo que o transporte coletivo em Cuiabá está uma beleza! Taí, por que o prefeito Wilson Santos, que é todo populista e é candidato à reeleição, não dá uma incerta na hora do rush? Ele podia chegar no ponto de ônibus de uma forma natural e pegar um ônibus como qualquer cidadão para checar se realmente o transporte melhorou. Estou delirando, ?

Cenas urbanas

No domingo passado uma mulher (que não pode ser identificada) sofreu uma tentativa de estupro no Parque Mãe Bonifácia, em Cuiabá. Horário: 10h30m. Segundo relato da vítima, o agressor estava de roupa de corrida e a surpreendeu com uma faca. Ela lutou com ele, gritou e conseguiu escapar, mas ninguém passou no local na hora para socorrê-la.
Hoje de manhã, enquanto pagava a mensalidade do colégio de minha filha na tesouraria da escola entreouvi a história que uma secretária contava à colega. Ela foi assaltada no ponto de ônibus. Segundo ela, o local estava vazio e só havia ela e mais dois rapazes que também pareciam passageiros à espera do coletivo. Um deles, assim que ela chegou, perguntou que ônibus ela queria pegar e, ao saber a resposta, lhe disse que ia demorar porque um veículo daquela linha tinha acabado de passar. Ela se sentou e ele imediatamente mandou que abrisse sua bolsa no mesmo tom de voz. A moça ficou na dúvida até que ele lhe mostrou uma arma na cintura que ela nem sabe se era de verdade. Ela lhe entregou R$ 84,00 e o assaltante perguntou: "Só isso?" Ela ainda argumentou que era tudo que tinha e o cara comentou: "Não tem problema. Você trabalha e ganha mais". A moça contou às colegas que ficou muito nervosa e chegou em casa chorando. "Não é pelo dinheiro. Ele tem razão: eu trabalho e ganho mais. É pelo susto".
A funcionária que me atendia e que também entreouvia a conversa comentou: "É, Cuiabá está ficando muito violenta".

terça-feira, 6 de maio de 2008

Pobre Mianmar!

Há alguns anos ganhei um livro de uma sobrinha/amiga que mora nos EUA, cujo título não me recordo, embora tenha adorado a história. Gostei tanto que emprestei o livro para uma grande amiga que mora no Rio ( ele não está incluido no rol dos livros roubados, já que tem endereço conhecido). De qualquer maneira, o livro foi escrito por uma canadense que trabalhou voluntariamente como professora em Mianmar, antiga Birmânia. Na época eu nem conseguia entender direito onde ficava esse pequeno país asiático, mas não pude deixar de ficar comovida com a pobreza, a humildade, a fé e a resignação dos alunos da autora canadense.
Tudo isso é para dizer que fico consternada lendo as notícias sobre o ciclone que atingiu Mianmar, considerado um dos países mais fechados do mundo. Fala-se em 22 mil mortos num pais com uma população estimada em cerca de 49 milhões de pessoas (Wikipédia). Mianmar é governado por uma junta militar desde 1962 e a primeira-dama dos EUA, Laura Bush, deu uma entrevista ao jornal "The Guardian" exortando o governo do país asiático a aceitar ajuda internacional para enfrentar a tragédia (informações do boletim eletrônico "O Filtro"). Decididamente não consigo entender porque certos povos são condenados a tanto sofrimento. É como Bangladesh, situado a noroeste de Mianmar. O ex-Beatles, George Harrison, fez até uma música para o país nos anos 70, promoveu-se um concerto para ajudar o povo de Bangladesh, mas até onde sei a situação no país não mudou.

De uma cuiabana apaixonada

Hoje estou cheia de assuntos que gostaria de comentar, mas vou me ater à resposta de uma ex-aluna minha (do curso de Jornalismo da UFMT), que se diz apaixonada por Cuiabá e lamenta que eu ainda não tenha me apaixonado por sua cidade. A moça em questão diz que tentou deixar um comentário no blog, mas seu email não foi aceito. Mesmo assim prefiro preservar seu nome.
Ela diz que já visitou várias capitais no Brasil (Campo Grande, Rio, Salvador, Brasília, João Pessoa) e argumenta que o trânsito em Cuiabá é "maravilhoso" comparado ao de São Paulo e Rio. (Concordo com ela, mas acho que se algumas providências não forem tomadas, logo logo estará igual ou pior)
Quanto à segurança e à possibilidade de andar nas ruas, comenta: "Sou policial e aqui é um dos poucos lugares do Brasil onde posso andar fardada sem temer um tiro de fuzil atravessando meu uniforme". (Não tenho o que comentar, afinal, nunca andei fardada, nem junto de alguém fardado)
Ela elogia a arborização da capital mato-grossense. "Não é à toa que Cuiabá tem o apelido de Cidade Verde", afirma. Acrescenta que a única capital entre as que já visitou que chega aos pés de Cuiabá em termos de arborização é Campo Grande, que, por outro lado, não tem parques no meio da cidade como o Mãe Bonifácia, o Massaro Okamura, etc. (Não conheço tão bem outras cidades, mas acho que a falta de arborização nas ruas é um problema do Brasil como um todo)
Finaliza dizendo que para cada 10 desvantagens desta "terra abençoada por Deus" pode encontrar 10 vantagens.
Legal, é bom poder ver uma mesma coisa sob o ponto de vista do outro.
A polêmica continua e adoraria receber outros comentários.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

País do faz de conta

Pelo menos 17 pessoas morreram no naufrágio ocorrido no rio Solimões neste fim de semana e dezenas ainda estão desaparecidas. Mais de 100 pessoas viajavam na embarcação Comandante Sales que afundou na madrugada de domingo no estado do Amazonas. Essas tragédias com embarcações nos rios da bacia Amazônica são mais ou menos como as rebeliões nos presídios ou os desabamentos nas áreas de risco das grandes cidades na temporada de chuvas. São tragédias anunciadas que podem acontecer a qualquer segundo. Os meios de comunicação registram, investigam as causas, denunciam o descaso das autoridades, mas logo, logo tudo é esquecido. Afinal, a própria Capitania dos Portos diz não ter condições de controlar as milhares de embarcações que circulam no Amazonas. O Comandante Sales sequer tinha licença da Capitania para navegar.
É, vivemos no país do faz de conta.

domingo, 4 de maio de 2008

Violência doméstica 2

Resolvi ler o jornal "Folha do Estado" e qual é a manchete? "Em três dias, 30 mulheres foram espancadas na capital". Isso porque temos Lei Maria da Penha, Delegacia Especializada da Mulher. Será que esses dados vêm a público justamente porque existem mecanismos coercitivos ou a violência doméstica está aumentando mesmo?
Não sei. Só sei que notícias como essas me deixam extremamente triste e sem fé na humanidade. Humanidade? Que humanidade?

Aumento da violência doméstica

Acabei de ler no site 24horasnews que a violência doméstica está crescendo em Cuiabá.
"O dado é preocupante. De janeiro do ano passado a março deste ano, foram registrados em Cuiabá 363 casos de violência contra crianças e adolescentes, número 18% maior que o mesmo período dos anos anteriores. Mais de 50% dos casos se referem à negligência familiar, que subiu de 70 denúncias, em 2006, para 100 no ano passado. Se somados os últimos três anos, chegam a 242 situações de violência sexual confirmadas, só este ano, foram 22 abusos e um caso de exploração." - afirma o repórter Hebert Almeida.
De um lado, a violência doméstica; de outro, a violência policial, das ruas. Como esperar que crianças e adolescentes abusados e vítimas da violência diária se tornem adultos saudáveis?
A menina Isabella e seus meio-irmãos são só a face mais visível de uma realidade cruel.
O que podemos fazer para mudar isso?

sábado, 3 de maio de 2008

Ser popular

Sempre sonhei ser uma pessoa popular. Sempre quis ter uma turma, mas sempre fui tímida demais. Nos primeiros anos de escola tive amigas, muitas amigas, mas não chegava a ter uma turma propriamente. Nos tempos do Colegial no Colégio Santo Inácio, tive grupos de amigos com que saía, viajava, ia a shows, festas, porém não me sentia especialmente popular. Eu achava que popular era aquela garota irreverente, super transada, que atraía as atenções dos garotos. Eu até atraía, mas só vim a saber disso depois, muito depois.
Na faculdade também tínhamos uma turma boa, mas ainda assim eu não me sentia popular. Sabe aquele tipo de pessoa que se destaca no grupo, na festa, que atrai todas as atenções, organiza as saídas da turma? Eu me senti próxima disso no breve período de tempo em que freqüentei um grupo de análise transacional no Rio e depois um grupo de biodança. A gente saía, ia a festas maravilhosas, dançava muito e namorava.
Depois disso veio a fase cacerense, de mulher casada e, aos poucos, fui me autocensurando e aprendendo que não devia me destacar. Como uma criança com um pai severo que é capaz de fazê-la calar com um simples olhar. Já vão fazer oito anos que me separei e estou "livre" para ser o que quiser, para buscar e encontrar a minha turma, mas aí parece que perdi a espontaneidade, perdi o passo; tem horas que parece que envelheci. Mesmo quando estou em família, às vezes me acho tão desinteressante. Acho que nunca conseguirei ser popular. Acho que isso tem a ver com a minha dificuldade de compartilhar.

A menina que roubava livros

Estou lendo um livro maravilhoso: "A menina que roubava livros", de Markus Zusak. É comovente, tenso, denso e bastante original. Acabei de ler a parte em que Marx, o judeu escondido na casa do casal Hubermann escreve uma história ilustrada e a dá de presente à menina Liesel, a que roubava livros.
Como é gostoso ler! Hoje, como estou com dor e não posso sair, eu me permiti ler bastante, mas nem sempre é assim. Sinto quase sempre uma certa culpa ao ler como se alguém me perguntasse se não teria algo mais "útil" para fazer. É como se ler fosse um prazer estéril e que o tempo empregado na leitura não pudesse render frutos palpáveis como coisas para comer, sapatinhos de tricô ou colchas de crochê. Hoje, sei racionalmente que devo à leitura o fato de escrever com fluência e até bem (reconheço), qualidades fundamentais para o meu trabalho.
Nunca precisei roubar livros. Eles estavam na minha casa, nas bibliotecas as quais tinha acesso ou nas estantes de amigos e parentes. Quase nunca precisava comprá-los e lamento profundamente ter jogado fora na mudança para Mato Grosso a lista de todos os livros que li até 1988. É como se lá estivesse também escrita um pouco da minha história: as fases, emoções, os momentos de maior isolamento e solidão, os primeiros amores, as viagens, etc.
Nunca roubei livros, mas já tive livros roubados e lamento profundamente por eles. Não consigo perdoar as pessoas que me tomaram alguns de meus livros favoritos, como "Quarup" de Antonio Calado e "Ensaios" de Ralph Waldo Emerson. Na verdade, eu os emprestei e eles jamais foram devolvidos. Nunca mais consegui localizar as pessoas para as quais os emprestei, mas mesmo assim não aprendo a lição e continuo emprestando livros. Alguns voltam, outros não. Talvez isso faça parte do movimento da vida.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

O que eu gosto e o que não gosto em Cuiabá

Apesar da dor, eu me lembrei de uma idéia que tive outro dia. Meu amigo Roberto ficou indignado de eu dizer que estou fazendo o maior esforço para gostar de Cuiabá. Ele ama Cuiabá! Eu o entendo e agradeço seu esforço para me ajudar a me sentir à vontade em sua cidade. Mas, aí pensei: poderia pedir às pessoas que moram ou conhecem Cuiabá que dissessem quais as três coisas que mais gostam na cidade e quais as três de que menos gostam.
Eu vou começar:
Eu gosto: do Parque Mãe Bonifácia, do Sesc Arsenal, e do Chorinho e do Tom Chopin (empatados)
Eu não gosto: do trânsito, das calçadas (muito irregulares e traiçoeiras) e da impossibilidade de passear a pé nas ruas (por causa das calçadas, do calor, da falta de árvores, da insegurança).
Agora é com vocês.

Dor

Hoje vou escrever pouco porque estou com muita dor nas costas. Na quarta não tive um segundo sequer para escrever. O dia foi uma correria só e ontem o dia praticamente não existiu: só fiz dormir e sentir dor. É impressionante como tenho pouquíssima tolerância à dor. Fico mal! E o pior é que ainda fico pensando nas pessoas que sentem dor e não podem ir ao médico, tomar remédio, enfim buscar uma solução. Acho isso tão injusto! Eu penso também nas pessoas que sentiam dor numa época em que havia menos recursos. Fiquei muito impressionada com a história da pintora Frida Khalo. Assisti ao filme sobre sua vida há poucos meses e achei belíssimo! Até então sabia que ela era uma grande pintora, uma pessoa ousada e excêntrica, mas não sabia que ela tinha sofrido um acidente terrível na adolescência que marcaria para sempre a sua vida. Que pessoa forte! Eu me lembro dela no filme pintando mesmo deitada por causa das cirurgias a que foi submetida e pintando sempre, sempre! Eu me lembrei também muito de uma das minhas irmãs, que já sofreu muito com hérnia de disco e nunca se deixou abalar pela dor. Lembrei ainda de uma sobrinha que foi ao lançamento de um de seus livros deitada porque não agüentava de dor na coluna. Ufa! São pensamentos não muito reconfortantes porque me sinto muito pequena diante dessas mulheres fortes. Talvez essa dor queira me dizer alguma coisa... talvez.