sábado, 31 de março de 2012

Privacidade ???

Acabo de ler no portal Terra que um casal ganhou uma grana com o vídeo do filho mordendo o dedo. Nem quis saber detalhes: não sei onde foi, nem a idade do bebê ou se ele sofreu muito com a mordida.
Vivemos num mundo muito louco em que a privacidade (ou a noção de privacidade) acabou. Sei que esse assunto é controverso, mas, particularmente, acho excessiva essa coisa de tudo parar na net. Uma cena doméstica acaba virando um hit no YouTube e pessoas veem e reveem pequenos vídeos caseiros que, há algumas décadas, serviriam apenas para divertir a família quando todos se reunissem para assistir àqueles filmes Super 8 divertidos e super artesanais.
Hoje, tudo tem que ser visto e compartilhado por todos.
Sabe aquelas cenas de videocassetadas exibidas em programas de TV? Não consigo entender ... Se aconteceu uma cena inusitada num casamento ou um desfile, é natural que alguém esteja filmando, mas a vovó pega o patinete do neto, se esborracha no chão e isso tudo é filmado por alguém e exibido em TVs do mundo inteiro?
Eu me lembro de um vídeo compartilhado por um amigo em que um gurizinho levava uma bofetada de um adulto porque dizia que era de um determinado clube. A ideia de quem compartilhou era fazer graça, mas eu achei aquilo tão triste!  
Acho que devo ser meio boba mesmo.



quarta-feira, 28 de março de 2012

Dever cumprido

Hoje, apesar das loucuradas desse mundo que nos cerca (imagine que os policias envolvidos no tiroteio mencionado no post de ontem sequer foram afastados e vão apenas sofrer um processo de sindicância interna; que belo exemplo para nossos jovens!), estou feliz, pacificada (embora morrendo de sono).
Acabei de vir do INSS onde entreguei o documento que faltava (a carteira de trabalho mais recente). Agora, segundo a minha fiel atendente (ela até foi simpática hoje), devo esperar 15 dias e ligar para saber a resposta ao meu pedido de aposentadoria por tempo de contribuição. Não tenho grandes expectativas, mas seria ótimo poder contar com uma renda fixa e segura.
Ontem, fiz exames de rotina (mamografia, ultrassonografia) e aparentemente tudo está bem. É curioso: antes quando eu fazia esses exames, achava um porre;  agora, quando saio de lá com o comentário tranquilizador dos profissionais responsáveis fico aliviada. Tenho visto casos de câncer de mama mais próximos e estou mais do que consciente de que prevenir é simplesmente fundamental.
Hoje, o dia amanheceu estranhamente brusco em Cuiabá, com garoa e ventos fortes. Minha vontade de ficar na cama foi imensa, mas como eu estava determinada a ir ao INSS (meu prazo terminava depois de amanhã), venci a preguiça e fui. Ainda bem. Menos uma coisa para fazer.
Depois de uma semana puxada, esta semana está um pouco mais leve. A alma também.

terça-feira, 27 de março de 2012

Cenas urbanas

Faz tempo que não comento um fato ocorrido em Cuiabá no meu blog, mas esse foi demais. Dois caras trocaram tiros na avenida do CPA por volta de 8h, na noite de segunda-feira. Todos os sites de Mato Grosso noticiaram o fato hoje (se quiserem saber mais detalhes, confiram, por exemplo, www.olhardireto.com.br
Para dar uma ideia para quem não mora em Cuiabá, é como se duas pessoas trocassem tiros na avenida Nossa Senhora de Copacabana no Rio de Janeiro ou na avenida Paulista em São Paulo. Não sei se a comparação é esdrúxula, mas  o que quero dizer que a avenida do CPA (ou Rubens de Mendonça) é super movimentada e caminho para todos que vão do Centro em direção ao Centro Político Administrativo (o CPA) ou bairros adjacentes.
Eu mesma passo praticamente todo dia em algum ponto dessa avenida.
Pelo que li um policial federal (Walter Sebastião Piovan Júnior) e um papiloscopista (Fabrício Francisco Costa Leite) envolveram-se numa briga de trânsito e o policial já desceu atirando no segundo, que revidou.  Foram muitas cápsulas deflagradas, mas incrivelmente ninguém se feriu com gravidade (ainda bem). As reportagens mostram Fabrício com a camisa suja de sangue de ferimentos provocados por estilhaços de vidro.
Pelo que sei, até agora, ele foi indiciado por porte ilegal de arma. Legal!
Os dois envolvidos no "incidente" de trânsito pagaram fiança de pouco mais de R$ 600 e foram liberdados.
Em que cidade vivemos? Duas pessoas, dois policiais, saem disparando suas armas em pleno trânsito como loucos? Ninguém é preso, fica tudo por isso mesmo.
Por essas e outras que eu dizia outro dia a uma das minhas filhas que sou de uma geração que mais teme a polícia do que se sente protegida por ela. É uma pena que bons policiais paguem pelos outros, mas o fato é que há armas e poder demais nas mãos de pessoas que se mostram totalmente despreparadas para enfrentar os mais simples conflitos do dia a dia, como um incidente de trânsito.
Não gosto de denegrir a imagem do meu estado e da cidade onde moro, mas é duro aguentar outras pessoas dizendo que o Rio de Janeiro é perigoso diante de acontecimentos como esse ou como o do "segurança do banco" que matou um cliente (o dono do restaurante Adriano) há alguns meses e que se livrou tranquilamente do flagrante.
A expressão é batida, mas não dá para fugir dela: é bem Mato Grosso!

segunda-feira, 26 de março de 2012

Acidentes

Hoje eu queria falar de coisas desimportantes (dá licença, Manoel de Barros), mas aí li sobre a morte de uma moça no Rio, Priscila Boliveira, durante um voo de parapente. Achei tão triste! Ela irmã de um ator, Fabrício Boliveira, mas o que importa mesmo é o desespero dessa moça ao sentir que estava caindo durante um voo que era para ser de deslumbramento, talvez a realização de um sonho ou a superação de um medo.
Li a informação de que ela estava relutante em voar. Se isso é verdade, que louco! Alguma coisa, de repente, dizia que ela não deveria voar, mas mesmo assim ela foi. Em entrevista, o presidente do Clube São Conrado de Voo Livre, Vinícius Cordeiro, disse que nunca teve um acidente desse tipo no Rio. Acredito que seja verdade. Eu, pelo menos, não me lembro.
Sempre tive uma pontinha de inveja das pessoas que experimentam a sensação de voar (em voo duplo), seja de asa delta ou parapente, mas acho que mesmo se eu tivesse muito dinheiro não me arriscaria. Acho que tem outras formas mais tranquilas de admirar a beleza da paisagem.
Uma frustração que trouxe da mocidade passada no Rio foi o fato de nunca ter subido a Pedra da Gávea, feito realizado por vários de meus amigos e acho que até por uma sobrinha.
Sou aventureira, adoro caminhadas e amava nossas idas a Visconde de Mauá nos anos 1980, quando nos embrenhávamos em longas e deliciosas caminhadas pelo mato que sempre desembocavam num refrescante banho de cachoeira.
Mas, já estou aqui com minhas reminiscências a partir da morte dessa moça, tão jovem e ainda com tanta vida pela frente! Lamento por ela e sua família, os que ficaram com a dor tão inesperada. É como a história, já meio esquecida, da adolescente Gabriella Nichimura, que morreu há um mês no brinquedo La Tour Eiffel, no Hopi Hari, em São Paulo. Mesmo que nesse caso tenha ficado  evidente a falha de quem deveria zelar pelo parque, por que aconteceu com ela, que estava passeando no Brasil com seus pais, vinda do Japão?
Fatos como essse desafiam mais a minha compreensão.
Tive um conhecido (marido de uma colega de trabalho) que saltava de parapente e morreu há pouco meses num acidente de carro. A vida é realmente cheia de surpresas ...

sábado, 24 de março de 2012

Adeus às novelas das 9h

Hoje prometi a mim mesma que não vou assistir à próxima novela das 9 da Rede Globo. Muitos de meus amigos provavelmente dirão: "Já não era tempo".
Gente, eu sou noveleira, tenho que admitir. Comecei a assistir a telenovelas ainda menina na época de "Véu de noiva", "Beto Rockfeller" e "Assim na Terra como no céu", sem falar nas novelas de Gloria Magadan, que eram deliciosas ...
Nos anos 80, trabalhei no Caderno de TV do Jornal do Brasil (de curta existência) e acompanhei os bastidores de várias telenovelas. Graças a esse trabalho acabei entrando na sucursal da Veja para substituir a repórter que cobria TV. Não me dei muito bem e rapidamente mostrei que era versátil suficientemente para dar conta de outras editorias. Nunca gostei muito de ser setorista.
Mas, enfim, por gosto ou dever de ofício, sou quase uma especialista em telenovelas. Ultimamente, tenho me irritado muito com as novelas das 9h e preferido as bobagens do horário das 7 (o das 6, que tem tido bons produtos, quase nunca dá para ver). Como as últimas novelas das 7 estão muito chatas (a última que gostei foi "Ti ti ti"), acabou sobrando o horário das 9h.
Tem dia que você trabalha o dia inteiro e quando chega em casa dá uma vontade danada de relaxar um pouco diante da TV. Mas, ai vem um monte de anúncios e tanta xaropeira que enche o saco.
Não gostei de "Fina Estampa" desde o início, embora curta muito o trabalho do Aguinaldo Silva, mas aos poucos fui me interessando pela trama e alguns personagens. Curti muito o trabalho de Marcelo Serrado, como Crô, apesar de alguns exageros (vai ser fiel assim a uma megera na pqp). Acho que a relação dele com o Baltazar (outro ótimo ator, cujo nome esqueci) também foi muito interessante.
Eu teria um monte de coisas para comentar aqui, porém vou ficar no ponto central. De uns tempos para cá cada autor de novela esforça-se para criar uma vilã mais tchan, que rivalize com a "mocinha" em termos de prestígio e até de torcida. As telenovelas do antigo horário das 8h se consolidaram pelo realismo, a verossimilhança, acompanhando situações e problemas da vida real.
Isso foi uma das coisas que me irritou em "Fina Estampa": por um lado, pitadas de verossimilhança; de outro, histeria total. A Tereza Cristina da atriz Christiane Torloni parecia uma bruxa ou uma megera de desenho animado, tipo Cruela Cruel. Personagens assim merecem um castigo exemplar ao final, certo? Aonda está a catarse do telespectador?
Ah, mas isso (a punição exemplar dos vilões) não acontece na vida real.Será que existe alguém na vida real que não faz nada de produtivo e fica o dia inteiro maquinando maldades contra os outros? Que se delicia tanto com a possibilidade de sofrimento do outro? Quantas vezes a Tereza Cristina repetiu que queria ver sua arqui-inimiga Griselda torrando até morrer? Isso é sadismo demais. A Griselda escapou e ela nem pareceu chateada com isso. Aquela cena do barco foi ridícula e mais ridículo ainda foi ver a Tereza Cristina saindo do nada e tripudiando em cima da Griselda na cena final.
Pena que eu não me levantei do sofá logo depois da cena do discurso da Griselda, em que ela enfatizou a importância do caráter, do trabalho.
Trabalhar para quê? Ter caráter para quê?
Well, as pessoas mais inescrupulosas estão se dando bem nas novelas e talvez seja assim mesmo na vida. Eu é que sou besta de ficar assistindo a tanta bobagem. Vou arrumar algo melhor para fazer nesse horário, nem que seja estudar inglês.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Meu encontro com Chico Anysio

Nunca tive muita simpatia por Chico Anysio, mas hoje não posso deixar de prestar minha homenagem a ele. Não curtia muitos de seus personagens, porém acho que ele era um gênio na arte da transformação. Um mestre na criação de personagens tão diferentes. Talvez hoje eu não me lembre de muitos nomes entre tantos personagens de Chico: Santelmo, Salomé, Painho, Baiano e os novos Caetanos, Alberto Roberto, professor Raimundo ...
Eu me lembro de uma época, nos anos 1970 e 1980, que Chico e Jô lideravam a programação humorística da Globo. Os dois eram engraçadíssimos, mas eu sempre curti mais o Jõ, embora reconhecesse o talento ímpar de Chico na arte de criar personagens.
Logo no início da minha temporada na revista Veja (acho que foi no inicio de 1984), tive a oportunidade de entrevistar os dois para uma matéria sobre a nova temporada de seus programas (Chico Anysio Show e Viva o Gordo!, acredito). O Jô me recebeu no Teatro Fênix entre a gravação de cenas da personagem Norminha, que contracenava com a então estreante Cláudia Rainha numa academia de ginástica ("Vamos malhar?" - era o bordão).
Chico também me recebeu em meio à gravação de seu programa. O Jô foi muito simpático comigo, cativante mesmo; Chico foi seco, quase antipático. Embora eu não fosse uma "foca", era muito tímida diante de personalidades e me lembro de ter me sentido embaraçada diante dele.
Uma pena ... Talvez ele estivesse num mau dia, não sei .... Isso não impediu que eu continuasse a admirar suas criações. Acho que de todas a que mais me marcou foi a Salomé com seu diálogos alucinantes com o então poderoso presidente da República, João Batista Figueiredo, o último dos presidentes do governo militar e de uma época em que humoristas não tinham tanta liberdade para fazer humor com os chefes de Estado como hoje.
O humor mudou muito e acho que humoristas como Jô (que virou apresentador de talk show e escritor) e Chico perderam espaço. Uma pena! Na minha opinião, ninguém se compara a eles no cenário atual. Talvez o que mais se aproximou em termos de carisma foi o Bussunda, que morreu tão jovem. Ou então fui eu que perdi a minha capacidade de rir.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Faça o que eu digo ...

Nada como um dia depois do outro ... Anteontem eu estava empolgada, animada, feliz. Hoje, estou desanimada, deprimida, infeliz ...
Antes que minhas irmãs leitoras morram de preocupação, alerto que provavelmente amanhã estarei novamente empolgada, animada, feliz ...
O que está me deixando down hoje? Não posso contar tudo aqui, mas basicamente é a dor que venho sentindo desde o final de semana do concurso do Senado. Uma dor chatinha provocada por excesso de tensão, trabalho, essas coisas da vida de (quase) todo mundo e que a gente tem que aprender a encarar.
Há uns três domingos, eu conversava com uma vizinha na piscina do prédio e estava me achando porque discorria com propriedade sobre a importância de se fazer exercícios físicos como uma rotina de vida. Ela se queixava de insônia, dores no corpo e falta de tempo para frequentar uma academia.
Eu disse que a vida tinha me ensinado que isso (a prática de exercícios) era fundamental para o meu bem-estar. Falei sobre fibromialgia e outros problemas decorrentes da falta de exercícios, e das possíveis soluções.
Pois bem ... Quase não nadei nas últimas semanas. Cada manhã é uma coisa: tenho que ir ao supermercado, ao aeroporto, ao dentista, ao INSS, apurar informações e enviá-las a seus destinos.
Como tenho ficado muito tempo diante do computador, a postura não é das melhores e isso teria que ser compensado com alongamentos, ioga, natação. Para complicar tive dois finais de semana meio tensos e corridos por motivos diversos.
Pronto, veio a dor, que não passou e só foi aumentando. Pensei em ir a  um Pronto Atendimento no final da semana passada, mas a hora nunca parecia boa até que hoje, depois de mais uma noite mal dormida, parei algumas horas na Clínica Genus, especializada em problemas ortopédicos.
O que eu tenho? Patologia osteomioarticular em dois ou mais membros, segundo o pedido de fisioterapia feito pelo médico. Pelo que entendi a partir das radiografias, há dois pontos na minha coluna cervical e na lombar onde há menos espaço entre as vértebras do que deveria. Por isso a solução a médio e longo prazo é fazer Pilates, de acordo com o médico.
Ele não me proibiu de nadar, nem de caminhar, mas disse que a minha dor será o limite. Receitou uma fórmula (que ainda não tive tempo de fazer) para alivar a tensão e a dor, e duas injeções que tomei lá mesmo na clínica (uma na veia e outra no bumbum).
Há uns cinco anos, quando voltei para a academia de ginástica (antes de fazer yoga), tive uma ou duas crises de coluna bem parecidas. Dá um mal estar generalizado, uma dor meio espalhada pela perna, ombos e a região da cintura. Consultei outro ortopedista na Clínica Genus e o diagnóstico foi bem parecido.
Parei com a ginástica (Pump) e retomei a yoga da minha adolescência. Foi ótimo! Há nove meses, por causa da mudança de itinerário e outros motivos, mudei para a natação e várias vezes relatei aqui minha felicidade ao nadar. Pretendia também continuar com a yoga na nova academia, mas não me adaptei aos horários, preferi investir meu tempo na natação, etc.
Agora, bom, agora, vou me adaptar aos horários da yoga e também aos das aulas de Pilates, também oferecidas na Golfinho Azul. Mas vou ver se reservo pelo menos um dia para minha natação.
Tenho que acordar mais cedo, dormir mais cedo, ser mais rápida para conciliar a ida à academia com os trabalhos de freelancer. Preciso colocar na prática os "meus" ensinamentos.

terça-feira, 20 de março de 2012

Roda viva

Hoje foi um dia intenso, tão intenso que até resolvi escrever um pouco.
Comecei o dia correndo atrás de informações para um especial da revista Globo Rural sobre infraestrutura logística. Fiz uma entrevista com um diretor da CNA responsável pelo tema e, assim que terminei, corri para a Multicópias para resolver um problema urgente: o envio de um documento para São Paulo imprescindível para eu receber pelo segundo frila que fiz para a Globo Rural (o dinheiro só vai chegar no final de abril, mas a burocracia tinha que rolar até hoje, ao meio dia)
Depois corri para o salão porque hoje tinha lançamento da revista Corpo e Arte e minhas unhas estavam horrorosas. Voltei para casa, almocei rapidão e fui para a sede do Grupo André Maggi, onde estou fazendo um frila fixo.
Saí de lá pouco antes das 18h e corri para uma entrevista fundamental com o coordenador do Movimento Pró-Logística. O assunto é complexo e cheio de dados, mas o meu interlocutor, Edeon, é tão bacana que acabou sendo até gostoso.
Depois da entrevista, fui em casa, me arrumei rapidamente e fui ao lançamento da revista Corpo e Arte no espaço La Provence. Estava muito cheio e só fiz uma social mesmo. A revista, pelo que vi, ficou maravilhosa.  É a minha terceira edição como jornalista e acho que estou me saindo cada vez melhor, modéstia à parte.
Saímos de lá ( minhas filhas e eu), comemos um temaki no bar da frente e finalmente viemos para casa. Um dia cheio, não?
Eu me lembrei um pouco dos "bons tempos" da revista Veja, quando acontecia de começar o dia na academia às 7h, fazer uma matéria numa favela do Rio de Janeiro e terminar numa Noite de Gala no Teatro Municipal (com a mesma roupa). Uma das coisas mais desafiadoras de trabalhar na sucursal era exatamente isso: lidar com os assuntos mais diferentes do mundo, tudo ao mesmo tempo. A gente entrevista político, socialite, artista, escritor, músico, psicólogo. Sempre fui muito versátil como repórter e é disso que mais gosto (felizmente ou não): entender um pouco de tudo.
Para o dia de hoje ficar completo, só faltou ter ido nadar.
Amanhã o dia vai ser agitado também, mas não vai dar para nadar, infelizmente.

segunda-feira, 19 de março de 2012

No piloto automático

Manter um blog é como fazer ginástica e se você não faz um dia e não faz no outro acaba ficando meio destreinada. É assim que estou me sentindo.
Sobre o que falar? Sobre minha vida? Minhas filhas? Meu trabalho? Minhas pequenas alegrias e frustrações?
Confesso que comecei a semana meio desanimada depois dos acontecimentos do fim de semana. Bateu uma sensação de cansaço, inutilidade.
Não pude ir nadar porque tinha um compromisso de trabalho cedo e senti no corpo e na alma a falta do sol, de movimentar o corpo na piscina - uma coisa que me dá tanto prazer e me faz sentir viva.
Mas tenho que ser pragmática e ir tocando a vida, respondendo às demandas que aparecem, mesmo que seja meio que ligada no piloto automótico.
Agora cheguei num ponto interessante. Às vezes me questiono se estou vivendo de uma forma suficientemente intensa ou se estou apenas ligada no piloto automático.
Essa é uma pergunta que me faço com especial convicção depois de presenciar a morte de uma jovem de 20 anos. Já que sei que a única certeza que tenho no momento é a de que vou morrer um dia, será que realmente estou conseguindo valorizar o que deve ser valorizado? Ou será que estou me (pre) ocupando demais com coisas sem importância?
Sei que o amor é importante e a razão maior de nossas vidas, mas será que estou amando o bastante ou apenas de uma forma medíocre, limitada?
Será que estou fazendo o bastante para deixar minha pegada no mundo?
Acho que vou ter que dormir com essas e outras dúvidas.

sábado, 17 de março de 2012

Por que?

Leio no Face de uma amiga que ela está triste pela morte de uma pessoa jovem, filha de um amigo, que só conheço de vista.
Hoje também estou triste pela proximidade da morte de outra pessoa jovem.
Por que há pessoas que morrem tão jovens? Devia ser proibido o filho ou a filha morrer antes do pai, da mãe ou de seus avós.
Se esse momento ensina alguma coisa ou resgata algo de vidas passadas - o que poderia tornar tudo mais aceitável - não sei ...
Hoje, mais cedo, assistindo ao sofrimento de uma pessoa jovem em estado de coma, o sofrimento de sua mãe e de seus amigos, sinceramente, não consegui ter certeza de nada.
Pensei em rezar, mas para quem, se não consigo acreditar na existência de Deus?
Como a gente consegue sair dali e ir almoçar, fazer contas, escrever blog normalmente?
Também não sei.
Fico muito angustiada por não ter certeza sobre o que acontece após a morte ou mesmo se existe vida pós morte ou apenas aquela pessoa se apaga e vira lembrança na memória de quem fica.
Aquela pessoa sorriu, trouxe amor, amou, foi amada, teve sonhos, lutou, batalhou para entrar numa universidade, conseguiu, deve ter sonhado com casamento, filhos, e para onde vai tudo isso?
Acho tudo complicado demais e não consigo sequer ter explicações mais plausíveis para dar às minhas filhas. Infelizmente.
Por isso vou ao supermercado agora, comprar alguns ingredientes para fazer uma mousse de chocolate para minha filha caçula que não deveria estar aqui, mas está por causa de sua amiga. Tenho que aproveitá-la ao máximo e lhe dar o melhor de mim.

PS. Não deu tempo para ir ao supermercado ... Ela (a amiga) se foi.

quinta-feira, 15 de março de 2012

O que é o que é

Querido blog,
Ando meio afastada, relapsa, mas não me esqueci de você e tampouco gosto menos de você.
Acontece que meu ritmo de vida mutou um pouco nas últimas semanas. Estou ficando a tarde inteira (das 13h até o início da noite) num lugar onde tenho acesso ao computador, porém não a você.
Quando chego em casa, depois de pegar um tráfego intenso, estou meio cansada e nem sempre consigo escrever. Gosto de escrever com muita luz, ou melhor, preciso de muita luz para escrever e este não é um quesito muito bom na minha casa (a iluminação).
Por outro lado, nem sempre consigo escrever de manhã. Está uma correria só ...
Você me perdoa?
Não posso me queixar da minha vida, apesar de alguns detalhes. Ih, nem dá para eu contar agora esses detalhes (só se este blog fosse guardado a sete chaves).
Neste momento, estou pesarosa. Uma  pessoa muito jovem que conheço desde que tinha três anos vem lutando bravamente contra uma doença implacável e neste momento, ao que tudo indica, está levando desvantagem.
Nem sei o que dizer diante disso e também não sei o que dizer à mãe dessa menina, com quem obviamente me identifico.
Acho tão injusto que uma pessoa tão jovem sofra tanto! Sei que milhares, milhões de pessoas, talvez, lutam diariamente contra doenças implacáveis e é muito bom quando a gente assiste a episódios de cura e vitória do doente sobre o mal, como está acontecendo com o ator Reinaldo Gianecchini.
Ao longo da minha vida, assisti de perto a casos em que o paciente venceu (e ainda está vencendo) o câncer e outros em que acabou vencido pela doença apesar de sua alegria e vontade de viver.
Tem gente que fala em cura espiritual, em força de vontade, do amor. Eu acho que se entregar não ajuda a cura, mas nem sempre a disposição de luta e a vontade de viver da pessoa são suficientes.
"Ninguém quer a morte/ Só saúde e sorte", como diz Gonzaguinha na bela "O que é o que é".
Há quem acredite em reencarnação, em karma, vidas passadas ... Eu ainda não consegui me desapegar totalmente do catolicismo da minha infância e adolescência para abraçar outras religiões que, de alguma forma, parecem mais consoladoras.
Só sei que que não sei e que, mais do que nunca, preciso viver o amor (por minhas filhas, minhas irmãs e demais parentes, amigos e quem mais desejar o meu amor) para preencher o vazio que nos ronda em momentos como esse.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Concurso

Ontem passei por minha segunda experiência de concurso público depois de ... digamos ... adulta.
Foi extenuante! Tão extenuante que não tinha forças para nada quando cheguei em casa.
Fiz o concurso para o Senado. Não fiz muita publicidade sobre o fato para não alimentar falsas expectativas nas pessoas que me conhecem, mas não consigo deixar de comentar a experiência neste meu confessionário.
Ontem, de manhã, li algumas matérias sobre o concurso em que entrevistados diziam que estavam se preparando para esse concurso há três anos. É claro que isso me deu um frio na barriga, mas segui em frente, afinal, eu não tinha como me preparar devidamente no pouco tempo transcorrido entre a minha decisão de fazer o concurso e a prova propriamente dita.
Bem ... A prova foi difícil. Usando uma expressão em voga no BBB, foi quase uma prova de resistência.
Tivemos cinco horas e meia para responder 80 questões objetivas (Língua Portuguesa, Conhecimentos Gerais, Inglês e Conhecimentos Específicos), fazer uma redação de 30 linhas e uma texto de resposta a uma questão discursiva (30 linhas também).
Considerando que era recomendável chegar ao local com uma hora de antecedência (a gente nunca sabe o que tem pela frente no trânsito de Cuiabá), foram quase sete horas de função (entre sair de casa e retornar sã e salva). Ou melhor, quase "sã": eu cheguei com tanta dor no pescoço e na parte superior das costas que achei que não iria me mexer hoje. Mas sobrevivi graças aos alongamentos aprendidos na yoga.
Voltando às provas, em alguns momentos eu me senti uma idiota, em outros eu me perguntei "o que estou fazendo aqui?", porém, apesar de todos esses pensamentos imobilizantes, segui em frente. Passei por todas as questões objetivas (imensas, com textos enormes e complexos), respondi o que achava que sabia, fiz a redação e a questão discursiva, e retornei às questões objetivas. Fui uma das três últimas pessoas a deixar a sala e não consegui responder com consciência todas as questões.
Sinceramente, não sei qual será o meu desempenho, mas é quase certo que estará abaixo do necessário para conquistar a "única" vaga para jornalista. Acho que fiz uma ótima redação. Infelizmente o regulamento diz que só serão corrigidas as questões discursivas de quem tiver um mínimo de acerto (cujo valor não me lembro) nas questões objetivas.
É uma pena ...  Mas acho que valeu a pena ter tentado. Li um livro e meio sobre teorias de Comunicação (estou quase aprendendo uma coisa que nunca soube na minha vida de jornalista) e vi que meu conhecimento geral, meu português e meu inglês estão meio precários.
Descobri também que telenovela também é cultura: tenho quase certeza de que acertei uma questão que dizia respeito às novelas de Dias Gomes. Não sei em que isso me credencia para ser jornalista no Senado, mas jogo é jogo ...

quinta-feira, 8 de março de 2012

Marina, morena, Marina

Se eu pudesse gritaria aos quatro ventos que hoje é seu aniversário!
Aniversário da minha filha caçula que completa 20 anos neste 8 de março. Não estou nem aí pro Dia da Mulher, embora tenha amado ganhar bombons no meu novo trabalho. Já comi um monte.
Para mim, dia 8 de março é seu dia, Marina.
Em março de 1992, quando meu querido Dr Nestor, quis marcar a data da cesariana (como Diana, minha primeira filha, tinha nascido de cesárea  - contra minha vontade - e eu já estava com mais de 30 anos, a chance de ter um parto normal era pequena, segundo o obstetra), eu logo escolhi o dia 8. Achei bonito ter um filho (eu ainda não sabia o sexo do bebê, por opção) no dia 8. Sempre gostei mais dos números pares, principalmente do 4 e do 8, embora tenha nascido num dia 13.
E chegou Marina, na hora marcada, sem maiores surpresas a não ser pelo fato de ser mais uma menina na nossa pequena prole.
Era morena e de cabelos escuros, ao contrário da irmã, que era loirinha e nasceu com poucos cabelos.
Deu algum trabalho quando bebê porque teve bronquiolite antes de completar um mês e muitos problemas de bronquite, além de gritar de dor no ouvido de vez em quando.
Mesmo assim foi um bebê muito sorridente, amistoso e gordinho.
Quando cresceu um pouquinho, pasmem, o cabelo foi clareando. Marina é uma daquelas crianças que mudam muito: a fisionomia, o cabelo, o temperamento.
Aos dois anos, era muito independente e de gênio um pouco difícil, mas aos três, quando começou a frequentar a escola, revelou-se uma menina de fácil convivência e de muitos amigos. Ela conserva alguns desses amigos até hoje.
Fico feliz: fazer amizade e conservar os amigos é um dom!
Não vou contar a vida inteira da Marina aqui porque ela pode não gostar. O importante é que ela está bem, embora continue muito alérgica, mas não sofre de asma, como a mãe.
Contiua com facilidade para fazer amigos e hoje, neste momento, está cercada deles em Jaboticabal, a centenas de quilômetros de Cuiabá.
É claro que estou um pouquinho triste. Gostaria de poder abraçá-la, beijá-la e não ter que cumprimentá-la a distância. Fazer o que? Esse foi sua opção: estudar e morar fora de casa e eu a apoiei, e continuo apoiando.
Seja feliz, minha filha! É só esse meu desejo hoje. E sempre.

A foto foi tirada há exatamente um ano, na terça-feira de carnaval, no rio de Janeiro

quarta-feira, 7 de março de 2012

Concerto de violão

Leonardo Yule (à direira) e alguns de seus alunos num concerto do ano passado
No breve tempo em que trabalhei no Ilustrado do Diário de Cuiabá conheci alguns artistas muito interessantes. Um deles foi o violonista Leonardo Yule.
Quando morava no Rio de Janeiro conheci grandes insttumentistas e posso garantir que Leo é um músico muito talentoso e especial.
Na época da reportagem, ele me contou sobre seus estudos em São Paulo e a vida de violonista virtuose que provavelmente teria se tivesse continuado num grande centro.
Ele preferiu voltar para Mato Grosso e morar em Chapada dos Guimarães. Disse que sentia falta da terra, de ficar de pés no chão.
Muita gente talvez não compreenda a decisão de Leo.
Eu entendo. A vida de violonista, de músico erudito, é muito dura e solitária, e exige horas a fio de uma dedicação quase exclusiva.
Sorte nossa que ele voltou para cá. Leo continua tocando e ainda forma novos violonistas. De vez em quando ele e seus pupilos apresentam-se em Cuiabá.
Neste fim de semana, eles estarão no palco do teatro do Sesc Arsenal, no sábado e domingo, às 19h30m. Ainda bem que recebi um  convite, via Facebook e email, para o concerto do Dhyan Trio. Não gostaria de perdê-lo e adoraria ver o teatro do Sesc Arsenal cheio, o que não deverá acontecer porque pouca gente ainda se dispõe a sair de casa para assistir a um trio de violões. É uma pena.
O repertório terá peças de Vivaldi, Haendel, Teleman, Piazola, Brower, Granados, Garoto e Tom Jobim. Mais variado, impossível.
Sou fã do cubano Leo Brower desde os tempos em que aprendia violão com outro Leo, o Soares, na Pró-Arte do Rio de Janeiro. Bons tempos! Adoro Piazola, Garoto, Jobim e os espanhóis, como Granados.
Esse fim de semana será meio complicado, mas não pretendo perder o concerto do Dhyan Concerto, formado por Leo Yule e os irmãos João Pedro e Gabriela do Valle.

PS. Acabei de saber que o grande baixista Fidel Fiori também vai participar do concerto.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Últimos capítulos

Não quero cansar meus leitores com a novela do INSS, mas não posso deixar de registrar minha alegria diante de um fato ocorrido hoje: consegui pegar minha carteira de Trabalho no Diário de Cuiabá e assinar toda a papelada relativa à minha saída da empresa em novembro passado.
Agora já posso levá-la ao INSS para concluir o processo do pedido de aposentadoria por tempo de serviço. Tudo está caminhando melhor do que eu esperava.
É claro que existe uma certa contradição entre o desejo de conseguir minha aposentadoria e o meu momento atual. Estou muito produtiva e animada com o trabalho como há muito tempo não ficava, mas não vejo mal em garantir uma renda certa num momento ainda tão crivado de incertezas.
Ando trabalhando bastante  e tenho recebido muitos elogios ao meu trabalho de pessoas diferentes, porém não tenho emprego fixo e nem sei se ainda terei algum na vida. O importante, sinceramente, é ter saúde e disposição para seguir em frente, pelo menos até minhas filhas terminarem a faculdade.
Graças à minha psicóloga (da Unimed) estou aprendendo finalmente a afastar os pensamentos ruins que me vêm à cabeça frequentemanete, em geral, condenando-me por escolhas feitas no passado que hoje me parecem erradas. Erradas por que? Porque não tenho um mega emprego, não fui aprovada num concurso público e apostei, inicialmente, na minha capacidade intelectual e disposição para o trabalho, e, num segundo momento, no amor.
Há alguns dias, quando estava no Rio, conversei muito por telefone com uma jornalista contemporânea. Somos da mesma idade e do mesmo mês, nunca estudamos juntas, nem fomos amigas, mas sempre estivemos meio próximas e vivemos uma situação parecida: a experiência de estar sem um emprego fixo depois de ter sido mandada embora de uma revista.
Entre outras coisas, conversamos sobre o pensamento dominante quando éramos jovens e recém formadas no final dos anos 1970: ninguém pensava em fazer concurso público. Essa possibilidade parecia tão estranha! A gente queria fazer jornalismo e via uma avenida de oportunidade diante de nós.
Isso tanto é verdade que quando saí do Rio de Janeiro, em 1988, eu tinha um ótimo emprego no Jornal do Brasil, depois de ter deixado para trás a sucursal da revista Veja e um convite para trabalhar na sede em São Paulo. Na época, pude escolher entre JB e o Globo e ainda desdenhei um convite para o jornal O Dia, que estava em ascensão.
Os tempos mudaram para quase todos.
É... Vamos deixar a sessão nostalgia de lado e voltar para o presente. Tenho coisas a fazer.
Se eu fosse mais jovem, acho que estudaria Engenharia ou faria algum curso técnico. Decididamente, jornalismo não é uma profissão de/do futuro.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Na fila do INSS 2

Hoje estive no posto do INSS de Cuiabá novamente para buscar o documento atestando a exigência de apresentação da Carteira de Trabalho com as últimas contratações e movimentações para dar continuidade ao processo.
Dei sorte. Quando cheguei lá tinha uma fila imensa para pegar senha, mas conversei com a pessoa da equipe de segurança e ela me orientou a conversar diretamente com uma pessoa do atendimento, já que achava que a funcionária responsável pelo meu caso tinha saído.
Fiquei sabendo através do funcionário que recebeu minhas fotocópias ontem que a tal funcionária estava só fazendo um lanche. Aguardei que ela retornasse à sua mesa (cinco minutos no máximo) e falei com ela antes que chamasse qualquer pessoa para iniciar um atendimento. Ela foi solícita, pegou meu processo, assinei a notificação de que preciso entregar a carteira de trabalho em 30 dias sob pena de ter meu pedido indeferido e fui embora satisfeita. A funcionária até sorriu para mim quando agradeci!
Agora estou nas mãos da responsável pelo RH do Diário de Cuiabá. "Hoje" ela não foi trabalhar, mas o moço que me atendeu depois de ligar três vezes ficou de me ajudar a resgatar a carteira. Achei melhor pegar o número de seu celular e vou ligar na segunda cedo para ver se consigo por as mãos na minha carteira - um item que se tornou imprescindível para conseguir a minha aposentadoria.
Aguardem novos capítulos da saga da aposentadoria.
PS. Coincidência ou não, hoje levei um livro para ler enquanto aguardava, mas nem precisei abri-lo. Parece que é sempre assim: quando a gente vai preparada para esperar, a espera é mínima.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Na fila do INSS

Hoje encarei a fila do INSS.  Assim que perdi meu emprego na revista Produtor Rural, no segundo semestre de 2010, fui à agência do INSS para levantar minha situação em termos de aposentadoria.
Fiquei encantada com o tratamento e a informação recebidos. Agendei minha consulta pela internet, o atendimento foi super rápido e fiquei sabendo que tinha exatos 29 anos, três meses e 14 dias. Como alguém me alertou que poderia dar problema pagar o carnê como contribuinte individual enquanto recebia o seguro desemprego, esperei passar esse período para completar meu tempo de serviço e poder entrar com o pedido de aposentadoria.
Acabei me enrolando para retomar o pagamento e, em junho, comecei a trabalhar no jornal Diário de Cuiabá, com carteira assinada. Fiquei feliz com a possibilidade de voltar a contribuir para a Previdência através do desconto na folha. Como essa parte trabalhista era meio confusa no jornal e ainda tinha a eterna insegurança quanto ao pagamento do salário, acabei pedindo demissão em novembro.
Em janeiro, voltei ao INSS para uma nova consulta e, mais uma vez, foi tudo ótimo: atendimento rápido e eficaz. O funcionário me informou que com apenas um mês como contribuinte individual eu poderia requisitar meu benefício, já que constava no sistema o pagamento do Diário por cinco meses.
Hoje, finalmente, fui ao INSS entrar com o pedido, munida de todos os documentos solicitados: as comprovações do tempo de serviço em órgãos públicos (Unemat, Prefeitura de Cáceres, UFMT e Seduc). Deu trabalho e levou tempo juntar tudo.
Para minha decepção, apesar de ter agendado o meu atendimento, demorou 40 minutos para eu ser atendida e mais uma hora para a funcionária verificar tudo, com uma fisionomia carrancuda. No final das contas, ela se enganou nas contas. Disse que não ia precisar comprovar o tempo no Diário (ainda não consegui retomar minha carteira de trabalho porque a única funcionária do RH nunca está la quando ligo) e me mandou tirar fotocópia da carteira antiga (que tem minha história profissional até a década de 1990).
Quando voltei lá para entregar as fotocópias, ela me disse que eu tinha que aguardar que finalizasse o atendimento. Esperei pacientemente por uns 40 minutos, aí fui falar com ela de novo: que precisava trabalhar, que estava com fome, que estava lá desde 7h15. Ela procurou alguém para receber as cópias, mas disse que todos estavam ocupados e me mandou esperar.
Obedientemente eu me sentei e esperei mais meia hora. Eu não tinha levado livro, revista, biscoito, nada, porque estava confiante na agilidade do atendimento. Fui ficando nervosa e acabei chamando um funcionário que parecia superior à moça e lhe perguntei se não podia só receber minhas cópias porque eu precisava muito ir embora, etc, etc. Ele recebeu. Saí de lá às 10h45m.
No período da tarde, alguém me ligou do INSS dizendo que meu tempo de contribuição não chegava a 30 anos (faltava ainda uns dois meses) e perguntou se eu queria me aposentar com o benefício proporcional. Eu disse que não e questionei a conta. Indaguei o nome da funcionária e era a tal que tinha me atendido de manhã. Eu perguntei sobre o tempo de serviço no Diário de Cuiabá e ela disse que não tinha sido computado porque eu não levei a carteira de trabalho atual. Respondi que, nesse caso, vou levar a carteira (já devidamente fotocopiada para não ter que aguardar duplamente). Ela me disse que tenho que passar lá amanhã para buscar "a exigência" do documento. Ou seja, ela vai dizer que meu processo não pode ser deferido porque falta um documento e eu terei que ir lá, aguardar sei lá quanto tempo para pegar sei lá o quê.
Vou ver se consigo antes localizar a funcionária do Diário de Cuiabá para resgatar minha bendita carteira e matar dois coelhos de uma cajadada só.
É, o atendimento do INSS melhorou, pero non mucho.