segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Um filme singular

Uma coisa leva a outra. Há alguns dias foram divulgados os nomes dos indicados ao Oscar 2011 e me chamou atenção o nome do ator britânico Colin Firth, indicado pelo filme "O discurso do rei", que, aliás, parece interessantíssimo.
Firth é daqueles atores soberbos que transformam qualquer papel numa preciosidade, porém não é uma estrela do tipo que arrasta multidões ao cinema. Pesquisei sobre sua filmografia e descobri algumas pérolas, entre eles, o filme "A single man", de 2009, que no Brasil ganhou um título ridículo, "Direito de amar", que parece nome de novela mexicana.
Esse filme me tinha sido recomendado por Mônica, uma amiga de Cuiabá com quem compartilho filmes e livros, e ontem - graças ao incrível milagre do autoconserto do meu DVD - resolvi vê-lo.
Para minha surpresa, o filme marca a estreia na direção do estilista texano Tom Ford, que escreveu também o roteiro. O filme é lindo, daqueles que impressionam pela história, pelas imagens, pelos atores e deixam a vontade de ver de novo.
A história, baseada no romance homônimo de Christopher Isherwood, fala de amor, da falta de sentido na vida após a perda do companheiro.
É interessante ver os comentários de dois personagens mais jovens que cruzam o caminho do professor interpretado por Firth. Para eles, George Falconer não deveria ter problemas: tem um emprego estável, uma casa maravilhosa num lugar privilegiado de Los Angeles. Mas eles - principalmente o aluno - percebem a imensa tristeza de George, provocada pela morte trágica do companheiro de muitos anos e que ele tenta disfarçar na América dos anos 60.
O final é surpreendente.
Vale a pena conferir a estreia de Ford no cinema, a atuação de Firth e de Julianne Moore, sua amiga e vizinha - e uma história de amor singular, de um homem singular.
A propósito, o adjetivo "single" em inglês tem vários sentidos: solitário, isolado, singular, único, solteiro, simples, sincero, genuíno.
Qualquer um deles se aplica ao filme.  

sábado, 29 de janeiro de 2011

Aprendendo a jogar

Especialistas estão sempre falando sobre a importância de alguns jogos e brincadeiras no desenvolvimento das crianças e na capacidade de os adultos manterem seus neurônios exercitados.
Pois bem, eu - como muitas pessoas, acredito - adoro alguns joguinhos de computador e penso que eles me ajudam a me concentrar, desde que eu não fique jogando o dia todo...
Um deles, o Free Cell, por mais simples que seja, me ajuda a persistir. Às vezes não dá certo - ou seja, não alcanço meu objetivo no jogo indo por um lado - e é preciso recomeçar indo por outro caminho. Pensando nas consequências antes de fazer os movimentos.
Claro que na vida não é assim já que você nunca pode ter certeza absoluta sobre qual será o movimento do outro (que não é uma carta de baralho estática), mas fico imaginando que se eu levasse para minha vida o meu aprendizado do jogo poderia ser bastante útil.
Para isso preciso ter claro o meu objetivo, traçar estratégias para chegar lá e, se não der certo, não esmorecer. Tentar outros caminhos sempre tendo o objetivo em mente.
Para ver se dar certo, preciso primeiro ter claro meu objetivo e não ter medo de encarar o jogo.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Somos todos bipolares?

De uns anos para cá, vez em quando ouço dizer: "Fulano é bipolar".
Pois bem, cheguei à conclusão que também sou bipolar, embora não tenha um diagnóstico de um profissional.
Será que não somos todos bipolares?
Não quero aqui discutir profundamente o que caracteriza a bipolaridade e até onde ela pode levar alguém, apenas fiquei pensando: há momentos em que me sinto tão animada, tão capaz de vencer qualquer obstáculo em minha trajetória de vida. Fico quase eufórica, sem que isso para isso tenha que beber ou tomar qualquer tipo de droga, ilícita ou não. Olho para trás e me orgulho da minha história, acertos e equívocos que fizeram de mim o que sou.
Em outros, sem mais nem menos, eu me sinto tão desesperançosa, olho em minha volta e só vejo corrupção, falta de ética, de compromisso, de verdade. Olho para trás e fico com vergonha de algumas atitudes (humanas) que tive, e penso que o mundo não seria melhor nem pior sem a minha presença.
Esses pensamentos contraditórios não fazem com que eu tome atitudes extremadas contra mim, nem contra outras pessoas, mas é claro que me colocam em risco de me envolver em conflitos, acidentes ou mesmo de ficar doente.
Por isso, mesmo sem diagnóstico ou ajuda profissional, vou procurando me equilibrar e me manter equilibrada. Às vezes, como nestes últimos dias, eu me sinto estranhamente feliz e, por incrível que pareça, eu me sinto culpada. Como a gente é complicada, né?

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Dúvida global

Tenho que confessar: sou fã das telenovelas das 7 da Rede Globo. Sempre que posso gosto de assistir a elas. São inconsequentes, divertidas e servem como uma luva para relaxar um pouco no final do dia.
A novela atual, "Ti ti ti", é especialmente agradável, embora tenha personagens e tramas meio "malas" e por demais surreais.
Tudo isso é um "nariz de cera" para entrar no meu tema de hoje. Anteontem (ontem não vi a novela) ouvi uma personagem dizendo ao filho para acreditar que Deus tem um plano maior para ele e confiar nele. Tenho ouvido frases semelhantes na boca de alguns interlocutores.
Às vezes sou tentada a acreditar nisso. Seria tão gostoso conseguir acreditar nisso. Não se trata de ficar parada esperando as coisas acontecerem conforme "o plano de Deus" e sim acreditar que existe algum sentido, alguma ordem no caos que é o mundo.
Há alguns dias entrevistei uma pessoa muito legal que mora a alguns passos de mim há dois, três anos, mas com quem eu nunca tinha trocado mais que cumprimentos formais. Ela é psicopedagoga, acabou de perder dois irmãos em circunstâncias "normais" (não foi acidente)  e me pareceu tão serena. Conversamos um pouco sobre minha situação profissional e ela me disse:
- Você tem que se perguntar: onde sou útil?
Venho me perguntando isso desde então. Tem uma questão prática, que é ter dinheiro para pagar as contas e sobreviver com dignidade sem depender de outras pessoas (por mais queridas que sejam), porém tem uma questão quase filosófica: onde posso ser útil, considerando que eu tenha um papel de relevância (todos temos, não?) neste universo.
É claro que ainda não tenho respostas, mas essa pergunta de alguma forma me apazigou. É como se ela dissesse para mim: você não precisa se sentir uma inútil porque não ganha rios de dinheiro ou não é um sucesso global.
Posso continuar assistindo à minha novela das sete sem culpa e empregar meu tempo e energia em outras coisas que considero importantes.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

É o cara!

É impressionante a quantidade de coisas neste país que ainda nos choca.
A bola da vez é a questão da aposentadoria dos ex-governadores.
De repente, todo mundo se manifesta contra: a mídia, o Ministério Público, a OAB.
Antes tarde do que nunca!
O caso mais "singelo" em Mato Grosso é o do ex-deputado e conselheiro do Tribunal de Contas, Humberto Bosaipo, que andava esquecido da mídia, embora tenha estado envolvido em outros escândalos politicos. O cara nasceu virado pra lua!
Enquanto muita gente tem que juntar papel, correr atrás de uma aposentadoria básica pelo INSS depois de décadas de serviço pesado, ele simplesmente recebe do estado R$ 75.273,05 por mês, segundo reportagem do Diário de Cuiabá http://www.diariodecuiaba.com.br/.
Bosaipo tem seu salário como conselheiro do TCE (cargo que ocupa como "prêmio pelos serviços prestados" a MT), de R$ 22.111,25, mais aposentadoria vitalícia como ex-governador (cargo que ocupou por alguns dias na qualidade de presidente da Assembleia Legislativa), mais as aposentadorias como deputado estadual e servidor da Assembleia.
Segundo a matéria da repórter Ana Rosa Fagundes, o MPE entrou com ação civil pública contra essa situação.
O jeito agora é ficar de olho para ver se o cara vai parar de receber tanta grana do estado - tudo bem que ele receba uma aposentadoria, mais três é o fim da picada - e devolver o que recebeu indevidamente, o que acho impossível.
Como sempre se diz: não falta dinheiro no governo, falta vergonha na cara, ética, menos corporativismo!
Fico imaginando um ladrão lendo sobre as aposentadorias dos ex-governadores na cadeia. Ele deve se sentir um idiota pensando que há formas bem mais legais (no duplo sentido) de ganhar dinheiro.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Agressões cotidianas

Acabo de ler uma notícia no jornal O Globo sobre a agressão a um funcionário público num supermercado de Taguatinga (DF). Ele reclamou da falta de uma promocão anunciada e, segundo a matéria, foi agredido (tem foto dele com a boca e o nariz sangrando) até com choque elétrico por um segurança do mercado.
Primeiro questionamento: por que a notícia não traz o nome do agressor e do local onde aconteceu a agressão? '
É impressionante como essas agressões cotidianas ficam impunes e parecem não ter importância.
Ontem vi uma matéria no Jornal Nacional sobre a repressão policial a um protesto de moradores de um pequeno município na periferia de Brasília. Foi impressionante - e comovedor - ver o pároco local abrindo a igreja para abrigar os manifestantes. "Ninguém bate no meu povo", disse.
As pessoas são desrespeitadas diariamente, vivem na periferia da capital do poder - onde milhões e milhões de reais vão para o ralo ou para o bolso de politicos e funcionários corruptos - e não têm acesso aos serviços mais básicos! Quando chegam a protestar, levam porrada!
Em Cuiabá tivemos em 2009 um caso célebre de um vendedor ambulante (o caso Reginaldo) espancado até a morte por seguranças privados de um shopping (Goiabeiras). Como o caso chocou muito pela gratuidade da violência, os acusados foram presos e condenados (alguns foram absolvidos porque ajudaram a condenar os principais agressores). Do jeito que as coisas  são (a justiça), nem sei se ainda estão presos e se vão cumprir a pena até o fim.
De qualquer maneira, casos como esse e o de Taguatinga não podem ficar impunes. É preciso combater a cultura da violência.


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A música como hobby

Hoje estou morrendo de sono ... Tive insônia ontem e acordei bem cedo para abrir a porta para a nova/velha diarista - uma profissional que trabalhou comigo muito tempo num passado recente e voltou para substituir a outra que me deixou na mão de repente.
Tentei dormir mais meia hora, mas não consegui e precisei tocar a vida adiante: entrevistas, complementação de dados por email para matérias, etc. Foi um dia intenso, mas proveitoso.
Mas estou morrendo de sono às 7 horas da noite. Não penso em ir dormir agora, mas quero tomar um banho e poder relaxar um pouco. Preciso disso.
No fim de semana mesclei trabalho (entrevistas e redação de matérias) com lazer (caminhada no parque, ida ao Chorinho e a um bar na sexta-feira para ouvir uma banda de rock, Sixtons, que conheço há anos).
Foi legal. A apresentação dos Sixtons, com o velho e bom rock and roll, foi revigorante e tive a sorte de ouvir uma canja do vocalista Samir Júnior, que está deixando a banda porque vai se mudar de Cuiabá. O cara é médico e canta muito. É muito interessante ver alguém cantando rock pra valer, é uma coisa muito visceral, exige entrega, muito suor. A voz vem lá de dentro mesmo. Haja garganta e energia!
No sábado conversando com uma médica para uma matéria sobre corrida, ela me disse que a corrida é seu hobby e por isso prefere não participar de competições. Pois bem, a música - especialmente o canto - é o meu hobby.
Em outra entrevista, uma psicopedagoga me disse que nossos neurônios não envelhecem, mas precisam ser estimulados. Por isso recomenda-se tanto às pessoas mais velhas, que se aposentam, que façam palavras cruzadas e outros passatempos do gênero para que exercitem a memória.
Pois bem, a música é o meu exercício para memória. Estou constantemente memorizando letras novas para apresentar no Chorinho (embora nem sempre consiga fazê-lo, já que é mais cômodo e seguro cantar as de sempre).
Faço isso por prazer. É estimulante poder cantar sambas novos em vez de ficar sempre repetindo as mesmas canções.
Mesmo nesses dias, de trabalho intenso, não deixo de me dedicar ao meu hobby. Um hobby barato, diga-se de passagem.

PS. Ontem memorizei a letra de "Cara valente", de Marcelo Camelo, uma música que adoro e pretendo apresentar assim que tiver uma chance.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Mais um dia

Estou terminando mais um dia de trabalho nessa profissão louca que escolhi. Ou foi ela que me escolheu?
Bem que me avisaram para procurar uma profissão mais estável e rentosa...
Mas eu era idealista, queria escrever, contar histórias sobre as pessoas que não eram do meu círculo social, conhecer outra gente, outras cidades, estados, países.
Fiz um pouco disso tudo. Eu me desviei um pouco da rota: virei esposa em tempo integral, mãe, dona de casa e professora de líteratura de língua inglesa, de inglês e francês, por um certo tempo.
Retomei a profissão, voltei a acreditar nela, a contar histórias sobre outra gente e conhecer outras cidades, estados e até países.
Foi bom, mas eu me dou conta de que cada vez se valoriza menos minha profissão. Num mundo de tantas novas mídias, com tanta profusão de informação, a impressão que tenho é a de que cada vez se lê menos e se guarda menos o que se lê.
A imagem vale cada vez mais.
É preciso me adaptar aos novos tempos.
É isso ou morrer (não no sentido literal, gente!)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Isso pode?

Hoje uma amiga brasileira que mora nos EUA me perguntou sobre as enchentes no Estado do Rio. Ela tem acompanhado o assunto por meio do site da Folha e disse que hoje pouco espaço foi dado ao assunto. Seu temor é que o assunto já tenha caído no esquecimento.
Tranquilizei-a por um lado - a Globo continua falando bastante nas consequências da tragédia -, mas por outro compartilhei minha preocupação no sentido de que aos poucos o desabamento e as mortes irão deixando de causar comoção e se tornarão mais uma tragédia - a maior, por enquanto - ao lado de outras tantas como as de Santa Catarina, Niterói, Alagoas, Pernambuco, etc.
Será que teremos fôlego para impedir outras tragédias como essas ou pelo menos minimizarmos suas consequências com algumas medidas preventivas?
Há pouco conversávamos na sala de nosso apartamento num bairro nobre de Cuiabá quando passou uma moto sem escapamento fazendo um barulho ensurdecedor.
- Isso pode? - perguntou meu cunhado que acabara de chegar de Cáceres.
Não pode - respondi - assim como não pode furar sinal de trânsito, estacionar o carro sobre as calçadas e passeios públicos, andar armado, etc.
Pode político que assumiu o governo por alguns dias receber pensão vitalícia como governador? Ah, isso pode! Pode deputado envolvido em escândalo ganhar uma baba para cumprir um mandato de verão? Pode.
A gente deixa e, enquanto isso, rala, rala, para sobreviver.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Chove chuva

Estou em casa trabalhando: mandando emails, ligando para as fontes e buscando informações para as inúmeras matérias que estou fazendo - tudo misturado e com uma gama muito variada de assuntos. Ia ser até engraçado se eu pirasse e fizesse uma espécie de "samba do crioulo doido", misturando cozinhas chiques com perspectivas para o agronegócio mato-grossense, lazer para crianças com pecuária, etc, etc.
De repente, desaba um temporal. Vejo a chuva escorrendo pela vidraça e procuro enxergar beleza, mas só consigo pensar nas pessoas que estão na rua - voltando para casa ou indo para qualquer lugar - e provavelmente ficarão muito molhadas ou, o que é pior, presas no trânsito das ruas que, em poucos minutos, ficam absolutamente alagadas em Cuiabá e quase todas as cidades brasileiras.
Penso nas pessoas que estão em casa, porém menos protegidas que eu.
Depois de ver a imagem de uma casa sendo tragada pela enxurrada na região serrana do Rio hoje, no Jornal Nacional, eu que sou adulta fiquei apavorada! Imagine o que significam imagens como essa para uma criança!
Mais uma vez, falou-se muito hoje no noticiário sobre falta de planejamento. Isso significa que haverá planejamento quando chegar o período de seca ou chuvas menos brandas?
Depende muito do nível de pressão da sociedade.
Fico bastante cética. Vejam um exemplo: a cidade de Várzea Grande, contígua à Cuiabá, é sempre visada pela mídia estadual por causa do abandono e da quantidade de buracos imensos, exaustivamente mostrados na tela de TV. Pois bem. O prefeito da cidade,  Murilo Domingos, envolvido em mil escândalos, foi reeleito no último pleito. Como se explica? Se ele não foi um bom administrador, por que deveria ser reeleito? Quando pergunto isso para algum várzea-grandense recebo a resposta "ah, não votei nele" ou então "os outros candidatos eram piores".
Nossos administradores foram escolhidos por voto direto e são reflexos de nós, eleitores, embora seja muito desconfortável reconhecer isso.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Onde a dor não tem razão

Estou trabalhando desde de manhã hoje, com um breve intervalo para almoço, e resolvi me dar um "pequeno recreio" antes de continuar.
Sempre falo sobre meu amor pela música e, em especial, o samba. Cada vez que ouço e conheço mais, mais me apaixono.
Minha última paixão é uma música de Paulinho da Viola e Elton Medeiros, que fez sucesso recente na voz da cantora Tereza Cristina. É linda! Eu ouvia o povo cantar no Chorinho, mas não sabia o nome e nem tinha a dimensão da beleza da letra que se casa como luva à melodia.
Fiz questão de aprender a letra e me tornei também uma intérprete de "Onde a dor não tem razão" nas minhas idas ao Chorinho (bar Choros & Serestas), onde (quase) todos podem cantar.

Canto
Pra dizer que no meu coração
Já não mais se agitam as ondas de uma paixão
Ele não é mais abrigo de amores perdidos
É um lago mais tranquilo
Onde a dor não tem razão
Nele a semente de um novo amor nasceu
Livre de todo rancor, em flor se abriu
Venho reabrir as janelas da vida
E cantar como jamais cantei
Esta felicidade ainda

Quem esperou, como eu, por um novo carinho
E viveu tão sozinho
Tem que agradecer
Quando consegue do peito tirar um espinho
É que a velha esperança
Já não pode morrer


Quanto mais repito os versos, mais me apaixono e me identifico com eles. Às vezes estou no carro sozinha e começo a cantar, como uma espécie de mantra ou oração. Essa música me acalma e me dá esperança.
Quem quiser ouvir, é só ir no youtube e procurar. Tem uma versão linda com Paulinho da Viola.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Por que só me interesso por homens complicados?

Às vezes me pergunto por que sempre me interesso por homens complicados.
Será que é porque também sou complicada?
Por algum tempo achei que tinha me curado dessa patologia. Finalmente, tinha encontrado um homem simples (meu primeiro ex-marido). Ele não complicava as coisas, mas eu complicava. Ele foi muito paciente comigo, admito, porém acabamos nos separando em busca de outras aventuras (não apenas amorosas).
Pouco tempo depois encontrei outro homem que parecia simples e decidi que era o companheiro certo para me casar, ter filhos e ser feliz para sempre. Só que meu homem simples não queria que eu trabalhasse fora, não gostava que eu conversasse com outros homens que não eram de seu círculo de amizade, nem que viajasse sozinha (mesmo que a trabalho), etc. Ele exigia atenção integral.
Mais uma vez eu me vi sozinha e desde então venho conhecendo vários homens - alguns simples, outros nem tanto. Geralmente esses últimos me parecem mais interessantes e acabam me magoando mais.
Fazer o quê? É difícil viver sem a possibilidade de um romance. Tenho uma amiga, da minha idade, separada e com filhos já crescidos, que garante não esperar mais por um novo amor (estou falando de homens). Quando a gente se fala por telefone, ela me deseja boa sorte. Não sei se ela diz a verdade quanto a não ter mais expectativas. Acho que ela apenas se defende de novas decepções.
Eu tenho buscado outros amores (como a música, o canto), mas nem por isso deixo de sonhar com um cara bacana, sensível, sincero, inteligente, bem humorado, charmoso, bonito, que goste de algumas coisas de que gosto e não me impeça de curtir outras coisas de que gosto e das quais ele por ventura não goste.
A dona Lily não encontrou um grande amor - o empresário Roberto Marinho - aos 67 anos? Por que eu não posso?

domingo, 16 de janeiro de 2011

Oi!

Acabei de ligar para Oi/Brasil Telecom mais uma vez para resolver, ou melhor, buscar solução para um problema de conta telefônica de meu plano empresarial.
Depois daquela espera habitual ...
 - Só mais um momentinho, por favor - diz a atendente.
- Fazer o quê? Eu tenho outra alternativa? - penso.
- Obrigada por ter aguardado - diz ela ao final de vários e intermináveis minutos.
- Realmente fui obrigada a aguardar - tenho vontade de responder.
Ganhei um número de protocolo, devidamente anotado, e a promessa de uma nova conta em cinco dias úteis.
Ok, o jeito é aguardar para ver.
Em outubro passado fiz a besteira (pelo menos estou convencida disso até agora) de migrar de plano da Brasil Telecom para Oi. O representante de uma empresa de Cuiabá (T4 Net) veio ao meu prédio e,  num segundo de bobeira, autorizei sua subida. Ele me convenceu das vantagens da mudança, mas obviamente não me falou dos transtornos que enfrentaria. 
Vou poupar meus leitores dos detalhes cansativos. Mas é claro que tive uma dificuldade imensa de falar com ele sempre que precisei (embora ele tivesse me garantido o contrário). Esperneei, xinguei, mas diante do temor de ficar sem nenhuma comunicação via celular num momento crítico, eu me acomodei, mas com a esperança de pular fora desse plano empresarial sem multa num belo dia de dezembro próximo (está anotado na minha agenda), segundo me informou uma atendente da Oi/Brasil Telecom num dos meus inúmeros telefonemas para o 0800 ...
Moral da história: desconfie sempre quando a esmola é grande. As empresas de telefonia se engolem num processo de autofagia empresarial e a gente, consumidor, só se ferra.
Mas, vamos dar uma de Polliana: eu tenho um teto e uma linha de telefone funcionando para ligar à operadora reclamando, enquanto centenas de pessoas na região serrana do Rio de Janeiro estão incomunicáveis, muitas sem ter o que comer, beber ...

sábado, 15 de janeiro de 2011

Cada dia mais tarde

Nos últimos dias tenho atualizado meu blog cada vez mais tarde.
Os dias têm sido tão corridos que não tenho conseguido tempo e tranquilidade para escrever meus posts em outro horário.
Não me esqueci - seria impossível - da tragédia na região serrana do Estado do Rio, mas hoje quero comentar sobre outro assunto.
Gostei muito da microssérie "Amor em 4 atos", exibida pela Globo. Pena que tenha ido ao ar tão tarde. Gostei bastante dos dois últimos episódios ("Folhetim" e "Vitrines"), protagonizados por Vladimir Brichta e Alinne Moraes, gostei mais ou menos do episódio protagonizado por Danton Vigh e Carolina Ferraz e adorei o primeiro da série, "Ela faz cinema", com Marjorie Estiano e Malvino Salvador. Bonito, romântico, divertido, surpreendente ...
Adorei a forma como a história foi contada com duas histórias de amor acontecendo paralelamente - a do casal protagonista e a do dono do trailler de salgados e a dona da "voz" da estação do trem.
Fazia tempo que não via um programa na Globo me fizesse tão bem.
Por outro lado, hoje assisti - confesso - ao último capítulo da novela "Passione". Não gostei da novela, que achei desigual e exagerada em muitas coisas (principalmente na maldade de alguns personagens), mas tenho um fraco por telenovelas e gosto de acompanhá-las de vez em quando. Gosto muito de ver final de novela. O de "Passione" achei meio arrastado. Deu-se muito tempo e atenção a algumas cenas (como a do encontro do personagem de Toni Ramos com seu novo amor) e quase nenhum à resolução de outros personagens importantes como o do "viúvo" Mauro (Rodrigo Lombardi). Sinceramente não gostei de ver a Clara (Mariana Ximenes) se safando e dando um nó em todo mundo, mas pensando bem não deixa de ser surpreendente que a vilã se dê bem no final de uma novela das oito. Não é assim que acontece na vida real?
Mas onde fica a tal da catarse?

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Sob temporal

Sempre tive horror a temporais. É inegável que há alguma beleza no cair da chuva, no barulho dos trovões e na luz dos relâmpagos, porém o limite entre um temporal sem maiores consequências e outro com consequências devastadoras para uma comunidade é muito pequeno.
Agora, por exemplo, está se armando um temporal em Cuiabá. Ouço os trovões e vejo os relâmpagos, e logo me lembro das cenas terríveis a que todos nós assistimos nos últimos dias.
Foi muito impressionante o salvamento daquela senhora, Ivair, numa cidadezinha perto de Teresópolis (não consigo gravar o nome). Ela estava numa casa ilhada, com dois cachorros, e as paredes iam simplesmente desabando até que alguém de um prédio próximo jogou uma corda que ela amarrou ao corpo. Ela foi muito corajosa ao se jogar na enxurrada, sempre com um cachorrinho nos braços. Porém ele logo rodou e ela foi içada pelos vizinhos numa altura de 10 metros sem que aquela corda improvisada se rompesse.
Achei tão triste vê-la no noticiário da noite perambulando pelas ruas enlameadas ainda com a roupa do momento do resgate e tão sozinha.
Muito triste. Acho louvável nesse momento o trabalho dos repórteres, que precisam ser muito corajosos e fortes para ir até lugares tão desolados, colher depoimentos de pessoas que perderam tudo e não desabar em pranto.
Hoje eu estava até feliz de estar trabalhando bastante, entrevistando pessoas tão diferentes para matérias tão diferentes e pensando no quanto gosto disso. Mas depois de assistir às notícias sobre a catástrofe da região serrana do Estado do Rio eu me senti bem pequenininha.
Ah, hoje, mais uma vez, um especialista da UnB falou da falta de vontade política para realizar as politicas públicas necessárias para se evitar tragédias como essas. Falou-se também sobre quanto o governo federal deixou de gastar em medidas de prevenção e se comparou a quantidade de chuvas na Austrália, Portugal e nas cidades serranas do Estado do Rio, e o número de mortes provocadas em cada lugar. O Brasil ganhou de goleada no mau sentido.
As catástofres são naturais, mas a falta de planejamento, de controle e investimentos em saneamento básico, obras de infraestrutura e educação ambiental nas cidades brasileiras não é natural.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Modismos de verão

Hoje vou continuar falando das tragédias que se abatem religiosamente sobre várias cidades brasileiras no verão.
O verão dos modismos, das musas, da alegria está se tornando cada vez mais o verão das tragédias anunciadas.
É muito triste ver as pessoas perdendo móveis e eletrodomésticos, o sono, o aconchego de um lar. É mais triste ainda ver as pessoas perdendo casas, sonhos de uma vida inteira, a vida.
Na hora do almoço pensei com preocupação numa irmã que tem uma casa bonita há décadas numa cidade do interior do Rio de Janeiro, na encosta de um morro. Há pouco ela me ligou para me cumprimentar pelo aniversário de minha filha e me tranquilizou, dizendo que lá tudo está bem, sem chuvas fortes e ameaças de desabamento.
Pensei em gente que conheço que tem casa em Teresópolis, na região serrana, e me lembrei dos inúmeros fins de semana, feriados e férias passados nessas cidades.
Ontem um especialista entrevistado pela Rede Globo disse que seria mais barato para o governo prevenir do que corrigir as tragédias provocadas pelas chuvas, porém a ação preventiva não dá muito ibope e sempre tem um custo social e político, pois exige remoções, etc.
Até quando vamos trocar os modismos, musas e a leveza do verão pelo noticiário sobre enxurradas, mortes, crateras se abrindo nas ruas, herois e vítimas anônimos?

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Falta de planejamento

Hoje acordei em Cáceres, segui de carona para Cuiabá, dirigi pela primeira vez uma caminhonete S10 cabine dupla (de um amigo que me deu carona e precisava de um "motorista" que conduzisse seu veículo do aeroporto até a garagem de outro amigo), cheguei em casa e mal tive tempo de me arrumar para um compromisso profissional que acabou furando. Aproveitei para ir ao supermercado comprar algumas coisas básicas para o dia a dia.
Tudo isso não tem a menor importância diante do que acabo de assistir no Jornal Nacional. Cenas horríveis das consequências das chuvas pelo Brasil. Casas cheias de água suja, pessoas colocando móveis e eletrodomésticos em cima de bujões de gás e cadeiras, casas e prédios desabando e soterrando as pessoas. O mais triste é que, segundo os especialistas, não há soluções fáceis: a cidade cresceu demais.
Fico pensando em cidades como Cuiabá que também está crescendo demais e de forma totalmente desordenada, sem deixar alternativas para que a água da chuva encontre espaço para se espalhar. É assim em Cáceres também. Os administradores canalizam os córregos e rios para permitir a urbanização e quando chove demais córregos e rios transbordam.
Como falta planejamento em nossas cidades!
Mas o pior veio depois com imagens de dois hospitais públicos em Porto Velho, onde o governador decretou estado de calamidade pública na saúde. Pessoas "internadas" à espera de cirurgias e tratamento em cadeiras, no chão; um preso acorrentado à maca, com duas pernas quebradas, à espera de uma cirurgia há 10 meses!
Talvez essa situação não seja muito diferente da que ocorre há meses nos prontos socorros de Várzea Grande e Cuiabá, e em outras cidades brasileiras.
Como falta planejamento em nossas cidades!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Temporal em Cáceres





Conforme anunciado, posto hoje algumas fotos de Cáceres que consegui fazer praticamente no Centro da cidade, durante o temporal de dentro do carro (uma Toyota), já que não tínhamos guarda-chuva.
Hoje fez um calor danado. Andei alguns bairros periféricos para fazer umas entrevistas e enchi minha sandália de barro para entrar numa casa no bairro Jardim Imperial.
Fica o registro de cenas que infelizmente deverão se repetir ao longo do período das chuvas a menos que ...

domingo, 9 de janeiro de 2011

Quase segunda-feira

Faltam 15 minutos para o dia 10 de janeiro. Estou em Cáceres novamente. Vim de carona e pegamos um pouco de chuva no caminho. Chegamos por volta de 16h e logo depois caiu um temporal daqueles na cidade.
A rua encheu e meu cunhado nos convidou para dar uma volta na cidade para ver o estrago da chuva. Fomos de Toyota e atravessamos verdadeiros rios. Tirei algumas fotos e prometo postar uma amanhã.
Enquanto isso rolava a festa de aniversário de minha filha mais velha, que ainda não acabou. A turma está jantando agora (arroz com carne, banana frita e um pernil que apareceu não sei de onde) e daqui a pouco vamos cantar parabéns.
Ela está completando 21 anos! Significativo...
Vou aproveitar o dia de amanhã para fazer algumas entrevistas em Cáceres para os meus frilas e na terça, de manhã, retornarei a Cuiabá. Pelo menos é esse meu plano.
O que posso desejar à minha filha aniversariante? Que seja feliz, sabendo que a felicidade não é um estado permanente, imutável. Que seja plena, que seja leal, que ame muito e seja amada, que continue linda e sensível, que tenha bons amigos, protetores e que eles a valorizem. Que não tenha medo de lutar por seus sonhos e que tenha sonhos.
Vou parar agora para estar com ela quando der meia-noite. Aliás, ela acabou de entrar aqui dizendo que esqueceu da vela (eu falei para que providenciasse a vela ontem). Vamos ter que improvisar o parabéns.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Contadora de histórias

Adoro ouvir histórias de vida, mesmo aquelas compridas que parecem não ter fim.
Mas a pessoa precisa ser boa contadora de história e a gente precisa ter tempo para ouvir.
Por incrível que pareça, a minha depiladora é uma grande contadora de histórias. Ela tem por volta de 60 anos e é uma senhora gentil, com jeito de fadinha da história da "Bela adormecida".
De vez em quando, ela fala demais de doenças e às vezes me cansa um pouco com seus relatos. Mas, algumas vezes ela me surpreende com histórias incríveis que garante serem absolutamente verdadeiras.
Enquanto ela vai narrando suas histórias e arrancando meus pelos, consigo imaginar a cena com perfeição, os personagens criam vida e parecem estar ali conosco, naquela salinha no segundo andar de um salão de uma movimentada avenida cuiabana. 
Ontem, ela estava inspirada e me contou duas histórias tão longas que ainda tive que ficar lá uns 15 minutos após o final do serviço.
Foram histórias do tempo em que ela morava com a família no Sul do país antes de vir para Mato Grosso.
Histórias incríveis com relatos de muita fé, coragem e dignidade.
Fiquei até com vontade de escrever um livro com as histórias da minha depiladora.
Eu me sinto honrada por ter a oportunidade de ouvi-las.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Duas histórias

Dou uma rápida lida nas notícias do dia e uma delas me chama atenção: é a história de um rapaz de quase 16 anos de Cuiabá, preso após um assalto a um casal no bairro Bosque da Saúde. Ele começou a roubar aos 9 anos, já teve várias passagens pela polícia e diz ser viciado em crack. Achei a história tão triste.
É claro que me coloco no lugar do casal que estava tranquilamente entregando convites, segundo o repórter Dhiego Maia do Diário de Cuiabá, e deve ter ficado muito assustado quando foi assaltado por esse garoto.
É complicado ... Penso muito nesses garotos perdidos (que me assustam também na rua) e no círculo vicioso que se forma.
Drogas, violência policial ( a polícia bate e de que isso adianta?), Pomeri (o lugar onde ele vai de novo cumprir medida socioeducativa e que chama de "creche do crime"), autoridades que volta e meia visitam esses lugares e se dizem horrorizadas (acho que, no fundo, elas só querem justificar seus salários e aplacar a consciência),  a sociedade que continua fabricando novos Pixotes e se sensibilizando quando a história deles é levada ao cinema (vale lembrar que o verdadeiro Pixote, o rapaz que viveu o personagem na vida real e no cinema, morreu em confronto com a polícia). Aonde tudo isso nos leva?
Ontem, conversei mais um pouco com um guardador de carros, cujo nome nem sei, mas que é muito gente boa. Ele me contou que largou o "emprego" numa famosa loja de móveis. Trabalhava como um condenado carregando e descarregando caminhões de mercadoria e o patrão era "ruim" de pagar.
"Sou negro, mas não sou escravo", disse o rapaz, que já me provou ser fonte de ótimas histórias.
Duas histórias diferentes, dois destinos diferentes? Só o tempo dirá.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Nosso rádio interior

Dizem que a mente é soberana e determina (quase) tudo em nossa vida.
Nossas atitudes mentais vão definir nosso poder de atração - pessoas, empregos, dinheiro, tudo pode vir ou não até nós dependendo da força de nossa mente.
Frequentei uma acupunturista em Cuiabá há uns três anos que dizia que nossa mente é como um rádio: a gente pode escolher o que sintonizar. Do lado de fora, ouço a Rádio Senado FM(quando não tem senador falando, gosto de frisar), que só toca músicas e artistas que me trazem bem-estar. Do lado de dentro, ich, é bem mais complicado sintonizar a melhor estação de rádio. Tem tanto ruído e interferência...
Considerando isso e percebendo algumas consequências concretas das posturas mentais na minha vida, tenho dito seguidamente à minha mente: seu foco agora é o trabalho. É preciso trabalhar para seguir em frente, ter dinheiro para pagar as contas e manter o padrão de vida da minha pequena família.
Às vezes funciona, mas tem dias que ela está tão preguiçosa!
Entregar os pontos, nem ficar se lamentando não adianta. Tento convencê-la de que teremos recompensas lá na frente se afastarmos as teias de aranha e os fantasmas do passado e nos concentrarmos no aqui e agora.
E assim vamos levando, um dia após o outro, como um alcóolico ou qualquer outro viciado anônimo. Meu vício?
Ih, não dá para entrar nesse assunto agora. Preciso trabalhar.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Vida de freelancer

Quem disse que vida de freelancer é facil?
Hoje eu pretendia falar sobre outros assuntos, porém o que está batendo mais forte é a sensação nova e difícil de administrar minha vida de freelancer.
Tenho conversado com outras pessoas que vivem situação semelhante e lido matérias a respeito para ver se me entendo melhor e aprendo a lidar de uma forma menos tensa com a minha nova situação.
É muito difícil trabalhar em casa! Tudo se mistura - emails pessoais e de trabalho, telefonemas pessoais e de trabalho. Como é difícil dizer ao outro se você está ocupada ou não e quanto aquela distração será bem-vinda ou não. Qual é o momento de parar? Ou ele não existe já que a cabeça continua funcionando o tempo todo? É lícito se pensar em um dia de pausa ou devo abolir fins de semana e feriados?
Ontem tive uma conversa séria com minha diarista a esse respeito. Acho que posso e devo manter seus serviços, porém ela é muito ruidosa e adora conversar. Eu lhe expliquei pacientemente que ela só deve falar comigo em caso de vida ou morte. Ela pode - e deve  - tomar pequenas decisões sem ter que compartilhá-las comigo. Eu entendo o lado dela, já que seu outro serviço no prédio é no apartamento de uma senhora aposentada com que ela trabalha há décadas. Imagine o quanto elas não conversam ao longo da jornada de trabalho!
Não é o meu caso. Quando estou sozinha em casa me sinto super bem, gosto de balbuciar meus textos e emails enquanto os escrevo (minhas filhas acham a maior graça), gosto de ouvir uma musiquinha suave ao fundo dependendo do tipo de trabalho que estou fazendo.
Esta noite perdi o sono. Não foi a primeira vez, nem será a última provavelmente. Peguei no sono às 6h15m e me levantei às 7h30m porque tinha um compromisso às 8h30m a uns 10 km de casa para o qual não podia me atrasar. Sorte que o trânsito em Cuiabá está uma maravilha - acho que metade da população cuiabana viajou e os outros 25% estão em casa. Adoro Cuiabá nesta época do ano!
Cheguei em cima da hora ao meu compromisso e ainda bem que não desmarquei (hipótese que cheguei a considerar durante a minha insônia). Foi muito legal, Voltei para casa e estou fazendo mil coisas ao mesmo tempo. Depois do almoço (que será em casa mesmo), pretendo dar uma deitadinha (não é meu hábito) para aguentar seguir em frente.
A gente sempre está aprendendo coisas novas. Eu estou aprendendo a trabalhar por conta própria e a fazer o meu marketing pessoal. Veremos se terei êxito. Espero que sim.

PS. Como tenho problemas de visão (miopia, estigmatismo, ceratocone, etc), sempre escrevo meus posts numa fonte maior e depois retorno ao tamanho original. Resolvi que vou facilitar minha vida em 2011: vou mudar a fonte do blog. Talvez o visual fique um pouco mais feio, porém a leitura ficará mais fácil para mim.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Hora de trabalhar

Há alguns anos minha rotina em janeiro tem sido meio preguiçosa. Geralmente, como não tinha férias na revista Produtor Rural no sentido estrito da palavra, o mês de janeiro era o momento de voltar, retomar devagar o ritmo de produção da edição de fevereiro, sabendo que seria meio difícil encontrar as fontes para as matérias.
No ano passado, foi diferente, tive férias oficialmente pela primeira vez e só retornei em meados de janeiro depois de três dias em Miami a convite de uma multinacional do setor do agronegócio. Foi muito legal ter conhecido Miami Beach e o congresso que cobrimos também foi muito interessante. Retornei ao batente com uma matéria já apurada e cheia de gás, sem imaginar o que aconteceria ao longo do ano.
Tudo está diferente. Antecipei minhas "férias" no Rio de Janeiro para novembro passado e me esforcei muito para entrar no ritmo de trabalho em dezembro. Agora não tem jeito: o jeito é entrar de uma vez por todas no ritmo. Tenho várias matérias a fazer para um frila, ou melhor, dois frilas, porque ontem recebi um telefonema do meu ex-chefe da Produtor Rural me chamando para fazer matérias para a edição online da revista que ele mantém desde dezembro passado após a Famato ter decretado a morte da valente publicação (que tinha completado 18 aninhos em agosto passado).
Então, mãos à obra. Que viva a Produtor Rural, ainda que num novo modelo (moderno, seguindo um caminho que já vem sendo percorrido por outras publicações ainda mais tradicionais, como o Jornal do Brasil)! Longa vida à revista Corpo e Arte com a qual estou colaborando!
Duas publicações com foco, pautas e linguagem bem diferentes. Quem disse que jornalista não é versátil? Para quem já fez matérias para praticamente todas as editorias da revista Veja no final dos anos 80 isso é café pequeno.