quinta-feira, 28 de junho de 2012

Reencontro



Praia do Leme, em plena terça-feira, clima ameno, um encontro delicioso. É claro que não deu para botar todas as conversas em dia (afinal, foram quase 30 anos de intervalo!), mas acho que é para isso que os encontros servem: para deixar um gosto de quero mais, para acionar o gatilho da saudade.
Saudade dos tempos em que eu começava uma carreira profissional numa grande redação do Rio de Janeiro, o JB dos sonhos de qualquer jornalista recém formado nos anos 70/80. Saudade de pessoas bacanas com quem convivi no pouco tempo de vida do Caderno de TV.
O projeto na época era fazer um Caderno de TV diferente, que mostrasse o que acontecia nas outras emissoras e não se resumisse a cobrir os eventos  das Organizações Globo. A ideia era ganhar novos leitores para o JB aos domingos quando o nosso Caderno era veiculado. O projeto durou pouco mais de um ano e acabou em consequência de mudanças na direção da Redação.
Nesse período conheci artistas maravilhosos, como Grande Othelo, Jardel Filho (já falecidos) e outros profissionais que atuavam nos bastidores, como Augusto César Vanucci e João Loredo, irmão do humorista Jorge Loredo (o Zé Bonitinho).
Entrevistei artistas que ainda estão em atividade como Lucélia Santos, José Wilker, Jô Soares e José Mayer, um ator que estreava na TV no início dos anos 80 e se tornaria um dos grandes astros globais.
Foi divertido e de tudo isso ficou um afeto por nossos companheiros de trabalho do qual eu sequer me dava conta.  Acho que é isso que conta no final das contas. Obrigada a todos por esse reencontro!

quarta-feira, 27 de junho de 2012

De volta

Depois de passar dias sumida, retomo o blog. Saudades? Sim, geral. Da família que ficou no Rio de Janeiro, do clima ameno da cidade, daquela paisagem que me fascina.
Há uma semana eu vivia a expectativa da ida. Já fui e voltei. Foi muito bom: o reencontro com vários membros da família Baptista por conta de um casamento, o encontro com antigos colegas do Colégio Santo Inácio e o almoço com ex-colegas do Caderno de TV do Jornal do Brasil.
Cada um desses eventos merece um post especial (de preferência, com foto), que não será escrito agora, que ainda estou meio zonza do voo. Preciso de um banho frio e de uma boa noite de sono para estar apta a encarar a rotina de volta. Diga-se de passagem que minha rotina não é assim tão rotineira, mas amanhã quero começar o dia cedo com muito alongamento na aula de yoga, um pouco de esteira para queimar as gordurinhas acumuladas nas últimas semanas (começou com o meu aniversário).
Depois tenho uma entrevista marcada e preciso retomar para valer as matérias para a revista Corpo e Arte.
Tenho ainda que preparar a casa para receber a filha caçula e um convidado muito especial que vem com ela do interior de São Paulo.
Portanto, nada de tristeza ou arrependimentos. A vida segue e merece ser vivida intensamente.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Rumo ao Rio de Janeiro

Estou em contagem regressiva para viajar ao Rio.  Depois de amanhã, pego o avião rumo à cidade que é dona de boa parte do meu coração. Não foi lá que nasci, mas foi lá que vivi boa parte da minha vida, ou pelo menos, uma parcela fundamental dela: infância, adolescência, início da vida profissional e afetiva. 
É lá que vivem muitas pessoas da minha família e, como no sábado haverá um casamento da filha de meu único irmão (já falecido),  teremos um grande encontro da família Baptista. Não será tão concorrido quanto o do ano passado (o encontro "oficial", realizado em Campo Grande),  porém será bastante significativo já que estarão presentes seis das sete irmãs (inclusive, a mais velha) e  muitos sobrinhos, sobrinhos netos e bisnetos, incluindo Maitê, o membro mais jovem da família, e sua jovem avó Tetê, que não pode ir ao encontro de Campo Grande.
Além do casamento e outros eventos do entorno, terei dois encontros com amigos que não vejo há décadas: um deles com ex-colegas do Colégio Santo Inácio na noite de segunda-feira e outro com ex-colegas do Caderno de TV do Jornal do Brasil no almoço de terça-feira, no bairro do Leme, que tem cheiro de infância para mim (foi lá que peguei algumas das primeiras praias da minha vida, em companhia de minhas irmãs).
Well, estou mega feliz e me segurando para controlar a ansiedade diante da perspectiva de (re) ver "o meu Rio de Janeiro antes que um aventureiro lance mão" (Samba de Orly, de Chico Buarque e Francis Hime).
Fico meio preocupada com as coisas de trabalho que deixarei no ar em Cuiabá e estou tentando adiantar o máximo, mas o calor não ajuda, as lentes de contatos não ajudam, as fontes nem sempre ajudam, o trânsito não ajuda  ...
Mas está tudo caminhando bem e acho que mereço esse break, que tentarei aproveitar ao máximo. Vou deixar de aproveitar algumas coisas em Cuiabá (São João no Chorinho, show de Luth Peixoto no jardim do Sesc Arsenal, aniversário de um companheiro do Madrigal do Avesso), o que é bom para eu partir com sentimentos bons em relação à capital onde escolhi viver nos últimos nove anos (o tempo passa!) e que, de vez em quando, me tira do sério.
Quanto à Rio+20, já estará terminando, independentemente da minha presença na cidade maravilhosa, mas espero ver alguns ecos desse megaencontro.

sábado, 16 de junho de 2012

Celso Viáfora no jardim do Sesc Arsenal

Celso Viáfora durante show no jardim de Sesc Arsenal, by Rosylene Pinto

Você conhece Celso Viáfora, ou melhor, você já ouviu as composições de Celso Viáfora?
Pois eu, que me considerava uma razoável conhecedora de MPB, não conheço. Aliás, conheci ontem à noite depois de conhecer o próprio pessoalmente. Fiquei tão embaraçada com a minha ignorância que resolvi pesquisar sobre Viáfora (viva a internet!).
Ouvi algumas de suas composições, como "Boa nova", uma das inúmeras parcerias com o compositor Ivan Lins,  "Não vou sair" (esta interpretada com Nílson Chaves) e uma música deliciosa, "Feliz pra cachorro", interpretada com a rapaziada do grupo Cinco a Seco, que tem Pedro Viáfora (filho de Celso) como integrante.
Descobri que Celso Viáfora é queridíssimo da crítica especializada e tem algumas décadas de estrada, o que só aumentou minha sensação de ignorância. Mas pera aí! Na verdade, todos os textos que li falam exatamente sobre isso: Celso é um grande compositor (especialmente letrista), arranjador, etc, tem vários CDs gravados elogiadíssimos pela crítica e  canções gravadas por intérpretes consagrados (como Fafá de Belém, Ney Matogrosso, Jane Duboc, Nana Caymmi e Ivan Lins, entre outros), porém é ignorado pela mídia (TV, rádio, etc) e com isso acaba sendo pouco conhecido do grande público.
Infelizmente, por estar morando há mais de 20 anos em Mato Grosso, acabo fazendo parte do chamado "grande público". Como conhecer compositores/artistas como Celso Viáfora morando em Cuiabá, onde só consigo escutar a Rádio Senado (quando não está reproduzindo as sessões do Senado)? Enfim, a gente vive no mundo da mesmice e nem sempre consigo me atualizar.
Ainda bem que existe o Sesc Arsenal (né, Carol Barros?) que traz alguns nomes como Celso Viáfora de vez em quando. Foi assim que conheci o trabalho de Euterpe e Eliakin Rufino (de Roraima), de Simone Guimarães, Alysson Menezes e de outros compositores cujas apresentações tive o prazer de assistir.
Hoje, Viáfora apresenta-se no jardim do Sesc Arsenal, às 20h, de graça. Advinha o que vou fazer esta noite?
Quem quiser conhecer mais sobre o paulista Viáfora, siga o link:http://veja.abril.com.br/blog/passarela/figuracas/celso-viafora/

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Tempos modernos

Com todo respeito aos que me enviaram mensagens de aniversário via Facebook, gostaria de comentar um aspecto destacado ontem por Bernadete, amiga de longa data e blogueira.
Poucas pessoas hoje em dia usam outros meios para felicitar alguém que não seja a rede social. É bem verdade que se não fosse pelo Face muitas pessoas não se lembrariam de nosso aniversário (o Face faz esse papel) e outras, mesmo que se lembrassem, talvez não tivessem condições de enviar algum tipo de cumprimento por causa da distância ou da falta de tempo.
Eu mesma já estou nessa. Chega aniversário de alguém e a gente se esforça para ser criativo na mensagem do Face: algumas variações em torno de "Tudo de bom", "Parabéns", "Felicidades", "Muito amor, paz, sucesso, etc".
Hoje a gente conta nos dedos os amigos que moram na sua cidade e telefonam para desejar um feliz aniversário.  É tão mais fácil mandar uma mensagem via celular ou Face!
Conto nos dedos quantos me ligaram ontem ou mandaram uma mensagem um pouco mais personalizada.
A verdade é que estamos todos correndo demais, mecânicos demais para nos alongarmos em qualquer forma de contato.
Antes, quando eu era menina, ou melhor, até o final dos anos 80, a comunicação era feita por cartas e eu ainda conservo algumas que recebi de amigos (inclusive, de Dete) e uma carta muito especial: a primeira e única que recebi de meu pai (ele morreu quando eu tinha 5 anos e meio). Muitas cartas eram deliciosas e sorvidas com prazer entre minhas idas e vindas do Pantanal. Eu também gostava de enviar cartas quilométricas.
Nos anos 90, a internet chegou a Cáceres (MT) e a comunicação passou a ser feita prioritariamente por email. Eu trocava longos emails com meus amigos e ficava numa ansiedade imensa tentando guardá-los como fazia com as cartas em papel, mas, no final, acabava deletando tudo. Isso quando o próprio computador não resolvia o "problema" do armazenamento por mim, apagando tudo.
Não adianta, sou muito apegada a lembranças: fotos antigas, cartas, bilhetes. Quando tem aquelas reportagens sobre enchentes devastadoras, sempre fico me imaginando no lugar daquelas pessoas que, de  uma hora para outra, se veem desprovidas de abrigo, roupas, documentos e lembranças. Deve doer muito!


terça-feira, 12 de junho de 2012

Quase aniversário




Hoje deveria ter começado a comemoração do meu aniversário, de uma forma singela. Faço yoga na academia Golfinho Azul e tenho frequentado a turma de yoga de 7h da manhã. Uma aluna percebeu que tinha várias aniversariantes em junho e ficou combinado na semana passada que levaríamos alguns petiscos para comemorar nesta terça-feira. Achei a iniciativa legal e ontem passei numa padaria para comprar salgadinhos, a parte que me coube. 
Para minha frustração, vi na hora de dormir que havia uma mensagem da minha professora dizendo que a "festa" tinha sido adiada para quinta-feira. Fiquei sabendo hoje que a mudança se deu pelo fato de uma das aniversariantes estar viajando.
Como salgadinhos são sempre uma tentação, minha filha mais velha e eu já começamos a comê-los hoje no café da manhã, o que significa que terei que comprar mais salgadinhos para quinta-feira. Mas já avisei (desde o início) que não sei se vou conseguir ir à aula na quinta porque pretendo comemorar meu aniversário (13 de junho) amanhã no Chorinho, sem fazer alarde, de uma forma suave. Eu nem ia levar bolo, mas duas amigas (Sílvia e Luana) me convenceram a fazê-lo. Espero que apareçam por lá para compartilharem o bolo (de Sonho de Valsa).
Apesar de uma certa estranheza causada pela mudança do Chorinho de lugar, o bar Choros & Serestas continua sendo meu lugar preferido em Cuiabá para sair à noite. Onde mais posso cantar acompanhada do violão 7 cordas de Marinho (e ainda receber cumprimentos de pessoas que nem conheço)? Onde mais posso conhecer gente nova, dançar, paquerar, me divertir?
Estava meio desanimada com esse meu aniversário, mas me dei conta de que fazer anos não deve ser encarado com uma coisa ruim, a ser escondida. Bom mesmo é chegar aos 56 anos (é um belo número, não?) com saúde e a sensação de ter percorrido um lindo caminho, mesmo que nem sempre eu fique satisfeita com o lugar onde estou neste exato momento. Quando falo em lugar não estou me referindo à uma mera questão geográfica, de cidade, e sim a tudo: posição social, financeira, afetiva, profissional, etc.
Outro dia foi engraçado: eu conversava com três caras de gerações diferentes no Chorinho e o assunto era futebol por causa do amistoso da Seleção Brasileira contra a Argentina. Aí eu comentei que para mim, que tinha assistido aos jogos da Seleção de 70, era meio estranho falar de uma seleção como a atual. A Seleção Canarinho impunha respeito aos adversários e  a gente jamais terminaria um jogo aliviada por tomar apenas três gols de Messi. Um dos rapazes ficou admirado: "Ah, você não viu a Seleção de Pelé jogando!?!" Talvez ele quisesse apenas fazer a corte, mas o fato é que eu vi e foi muito bom.
Assim como assisti aos festivais da canção nos tempos áureos, assisti ao início e ao fim da ditadura militar, à "volta do irmão do Henfil e tanta gente que partiu". Enfim, vivi o medo, a esperança, a decepção, muitas emoções, tristezas e alegrias. Tudo isso faz parte de mim, da minha história. É a minha bagagem, que não precisa ser pesada, mas também não pode ser ignorada.

domingo, 10 de junho de 2012

Itinerário




Sempre soube que os ônibus de Cuiabá tinham itinerários loucos, mas nunca imaginei que seria tanto.
Ontem, precisei pegar um ônibus que passasse na Rodoviária para buscar meu carro na oficina. Pouco depois das 13h, fui ao ponto que fica no início da avenida Isaac Póvoas e, para variar, pedi informação às pessoas sobre qual ônibus deveria pegar.
Meu primeiro interlocutor disse que não era de Cuiabá e o segundo me mandou pegar o ônibus 205 (Residencial Paiaguás-Centro) que estava encostando no ponto. Subi no coletivo e, pela primeira vez em Cuiabá, peguei um ônibus sem cobrador. Sorte que eu tinha R$ 2,70 trocados e não precisei abusar da paciência do motorista.
Seguimos em direção ao Centro e eu me distraía tentando advinhar o itinerário até a Rodoviária. O ônibus entrou na rua Barão de Melgaço, passou em frente à Unimed, quebrou à esquerda e desceu até a 13 de Junho. E eu ia pensando: "Puxa, esse ônibus me serve para ir a vários lugares num dia em que eu estiver sem carro: salão da Kátia, Unimed, Sesc Arsenal".
Ele foi direto até a Prainha e eu continuava me perguntando como chegaria à Rodoviária porque estávamos longe demais de qualquer caminho que eu faria de carro. Para minha surpresa, subimos a avenida Getúlio Vargas e eu pensei: 'Ele vai virar na Marechal Floriano". Não virou. "Agora ele vai virar na rua São Sebastião". Não virou. Meu Deus, será que peguei o ônibus certo?
De repente, estávamos novamente na rua Estevão de Mendonça, a minha rua! Ou seja, voltamos ao ponto de partida? Não exatamente. Ele pegou a Estevão um quarteirão depois do lugar onde eu estava. Enfim, eu poderia ter me poupado de toda essa andança se tivesse andado alguns metros apenas. Mas, como eu saberia a utilidade dessa linha se não tivesse passado por tudo isso? Ainda bem que era sábado, não havia muito trânsito e o ônibus estava vazio.
Para quem mora no Rio de Janeiro, por exemplo, é como se alguém pegasse um ônibus na avenida Nossa Senhora de Copacabana na esquina com a rua Figueiredo Magalhães, desse uma volta no Centro, e de repente se visse na mesma Figueiredo um quarteirão acima.
Para variar, entrou um louco em algum ponto que falou sozinho (alto) o tempo todo.
Uma vez no rumo certo, relaxei. Cheguei ao ponto em frente à Rodoviária depois das 13h30m e peguei meu carro correndo porque tinha um compromisso às 14h, que descobri ser às 13h. Cheguei atrasada, mas deu para fazer quase tudo que era preciso.
Quase não pego ônibus em Cuiabá, mas quando pego é sempre uma aventura! Eu me sinto quase uma estrangeira na cidade onde moro há nove anos.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Tarde no Centro

Acabei de voltar de uma excursão ao Centro da cidade numa tarde atípica em Cuiabá. Como estou sem carro e precisava buscar o dinheiro da minha aposentadoria, resolvi ir à agência da CEF no Centro. Aproveitei que estava frio e fui a pé.
Estou sem relógio de pulso, mas calculo que gastei uns 20 minutos para chegar à agência e levei um susto com a multidão que estava lá dentro. Tinha uma fila enorme para pegar senha! A mulher da frente comentou com o marido: "Está um cheio de peixe". Realmente, a mistura de casacos guardados não deixava o ambiente muito cheiroso.  Peguei a senha número 604 e me sentei longe do burburinho, já que ainda estava na senha 500 e poucos.
Peguei meu livro para ler, "A paixão segundo GH", de Clarice Lispector, mas não consegui avançar muito na leitura, pois logo um moço começou a conversar com seu colega bem atrás de mim. Fui achando a conversa deles tão interessante que desisti do livro. Ambos trabalhavam numa construtora e ficaram conversando sobre coisas do trabalho. Fiquei sabendo, por exemplo, que um deles ( o mais falante) teve um sábado e um domingo descontados porque faltou ao serviço no sábado. Isso é legal?
Mas, aos poucos, a conversa foi ficando mais interessante. O moço que chegou depois (cujo rosto eu conseguia ver)  contou que era viciado (entendi que o vício era em crack), mas um dia, depois de uma conversa com a mãe, resolveu parar porque viu que estava gastando todo seu dinheiro (trabalhava como segurança na época) com drogas e birita.
Hoje, contou ele, já tem sua casa construída em cima da casa dos pais e vários bens: DVD, TV de plasma, fogão, geladeira. Na época da bagunça, quando ainda não dava valor para o dinheiro, chegou a gastar mais de R$ 4 mil numa noite em que fechou a zona. Fiquei tão envolvida na conversa que fiquei morrendo de vontade de meter também, perguntar mais, mas me contive.
Quando estava chegando perto do meu número, resolvi chegar mais perto dos caixas para não perder a vez. Já passavam de 4 horas da tarde. Acredita que fiquei com o número 606 na cabeça e quando olhei minha senha já tinha passado minha vez? Fiquei atordoada por um segundo, mas entrei na parte reservada aos caixas, abordei um funcionário do banco que contava dinheiro e ele se prontificou a me atender diante do meu relato. Enquanto me atendia, conversamos sobre o movimento do banco e ele me contou que hoje era pagamento de muitas construtoras, por isso tinha tanta gente na fila. Disse ainda que depois que acabasse de atender a clientela (a fila de espera estava grabde), o pessoal do caixa tinha muito serviço a fazer e sua previsão era de que não sairia do banco antes das 7h da noite.
É, vida de bancário, não é fácil!
Saí da CEF por volta de 16h30m, passei numa loja do Centro para comprar guaraná em pó, tomei um guaraná na faixa para provar o produto e retomei o caminho de volta, que foi um pouco mais árduo porque tive que encarar a subida na avenida Isaac Póvoas. Com o tempo nublado e fresco, foi até gostoso fazer essa caminhada!
Aproveitei para passar na loja onde minha filha mais velha comprou uma blusa que  se esgarçou após a primeira usada. Como mãe, queria dar uma prensa no pessoal da loja em busca de uma solução para o problema.  A dona disse que vai mandar a blusa para a costureira arrumar. Não sei se essa é a solução ideal, mas é melhor que nada. Eu já estava disposta a ir ao Procon.
O dia está comprido: começou por volta de 7h quando levei meu carro à oficina ( ele só vai ficar pronto amanhã) e, depois de um guaraná ralado às 5 horas da tarde, ainda estou pronta para outras aventuras.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Indecisão

Hoje entrevistei um instrutor de mergulho e fiquei achando que mergulhar deve ser a melhor coisa do mundo.
Ando assim ultimamente: entrevisto um professor de Muay Thai e fico com vontade de praticar Muay Thai; entrevisto um instrutor de mergulho e fico imaginando como deve ser maravilhoso conhecer a parte menos visível de rios, mares e oceanos.
Queria ter 20 anos para poder escolher outra profissão, outros caminhos, ganhar dinheiro, independência financeira. Mas se eu tivesse 20 anos não teria vivido a minha vida, que foi maravilhosa, mesmo que eu tenha feito algumas escolhas erradas e não tenha hoje a sonhada independência financeira.
É estranho isso: tem horas em que me sinto cansada e só consigo enxergar problemas e dificuldades, e me cobro pra caramba por não ter realizado as coisas que esperava já ter realizado na minha idade (como ter uma situação financeira estável). Em outros momentos, eu me sinto cheia de gás e com disposição para trabalhar e ganhar dinheiro para fazer Muay Thai, mergulhar e viajar mundo afora, poder planejar fins de semanas divertidos em lugares e cidades diferentes. E amar novamente.
Será que sou capaz de dar uma guinada na minha vida? Ou vou ficar eternamente me lamentando pelas coisas que não fiz, os lugares que não conheci, etc, etc.?

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Sucesso total


Essa notícia deveria  sair nas manchetes dos jornais de Cuiabá se fossem eles feitos de outra matéria. 482 pessoas lotaram o teatro do Sesc Arsenal no último fim de semana para assistir aos concertos do Grupo de Percussão do Departamento de Artes da UFMT (GPDA). 
Foram duas apresentações, com repertórios diferentes, no sábado e domingo, e teve gente que compareceu nos dois dias. A entrada era franca, o que não é garantia de casa cheia quando se trata de apresentação de música instrumental no Brasil.
Eu optei por ir ontem e me sentei ao lado de dois garotinhos (com idade por volta de 10 anos), que se comportaram muito bem, diga-se de passagem.. Perguntei ao que estava mais próximo se conhecia alguém do grupo e ele respondeu que era "cunhado do Alex".
Alex é o professor Alex Teixeira, percussionista resposável pelo grupo, que venho acompanhado há mais de ano. Ontem, ao final do concerto, ele estava muito emocionado com a acolhida do público. Não deve ser fácil manter um grupo formado por estudantes do curso de Música da UFMT e alguns membros da comunidade, que se propõe a fazer música de concerto com percussão, tendo que transportar toneladas de instrumentos.
O repertório de ontem foi requintado: duas peças de Dimitri Cervo e peças de Marlos Nobre, Lorenzo Fernandes, Ryan L. Raney e  Paul Creston. As peças de Nobre (com três movimentos) e Creston foram regidas por Roberto Victorio, também compositor de música contemporânea.
Algumas peças foram bastante difíceis (como "Rythmetron" de Marlos Nobre) e exigiram grande esforço dos músicos e da plateia que, mesmo aplaudindo na hora errada por impulso, parece ter adorado as apresentações.
Eu me deliciei particularmente com a "Toccata Amazônica" de Dimitri Cervo - uma composição mnimalista lindíssima, daquelas que dá vontade de ouvir de olhos fechados. Foi a segunda vez que a ouvi (sempre interpretada pelo GPDA) e estou até agora com a melodia na cabeça.
 Depois do concerto, o pianista Jhon Stuart, que faz parte do grupo, me contou que Cervo é um compositor gaúcho radicado no Rio de Janeiro, jovem e acessível, que está compondo uma peça especialmente para o Grupo de Percussão da UFMT.
Lamentei ter perdido o concerto de sábado, mais eclético, que mesclou compositores populares, como Djavan e Ivan Lins, com eruditos, como Dimitri Cervo, Roberto Victorio e Claudio Santoro.
Não posso terminar este post sem mencionar os nomes dos músicos integrantes do Grupo, começando por Alex Teixeira, Tarcísio Sobreira (meu querido ex-aluno no curso de Jornalismo da UFMT, que nem chegou a exercer a profissão para seguir sua verdadeira vocação, que é a música), Estela Ceregati (compositora, cantora e instrumentista de talento), Juliane Grisólia,  Wender Couto, Ricardo Kalan, Francisval Costa, Anderson Cardoso, Karolini Martins, Everton Figueiredo, Kellen Oliveira e Jhon Stuart.
Uma bela safra de músicos mato-grossenses!


sexta-feira, 1 de junho de 2012

Reflexões de um final de tarde

Antes eu escrevia todo dia no blog, agora só estou conseguindo escrever uma vez a cada dois dias. Falta de assunto? Não, acho que não. Falta de tempo? Sim, mas isso é relativo. Talvez esteja me faltando "espaço": como estou envolvida na prospecção e realização de muitos trabalhos diferentes ao mesmo tempo, tem hora que falta cabeça, olhos, coração para atualizar o blog, cuja escrita não pode ser banal e sim sentida.
Também não quero perder este espaço de expressão, realização e convivência com pessoas que já conhecia pu que conheci através do blog, como meus amigos de Americana (SP), Chorik e Akira, sempre presentes por meio de seus comentários. Tem gente também de longe que não deixa comentário, porém seus comentários acabam chegando a meus ouvidos para meu deleite.
E assim vamos caminhando, comentando a vida, os filmes, os cursos e os fatos a que assistimos.
Hoje fiquei feliz. Fiz um trabalho para uma pessoa que conheci há uma semana e ousei descontruir totalmente um texto formal, protocolar e repetitivo para transformá-lo em matéria-prima para um material de divulgação a ser distribuído a um público amplo. Tanto ela podia amar quanto detestar meu trabalho. Felizmente, aconteceu a primeira opção. A reação de minha interlocutora chegou a me surpreender de tão entusiasmada.
Devo ter realmente um dom para escrever, mas sinto que ainda não faço o melhor uso dele. Ganho a vida com ele, porém falta alguma coisa.
Enquanto aguardava ser atendida, por falta do que fazer, andei relendo meu livro "Cantos de amor e saudade", que estava nas mãos já que resolvi oferecer um exemplar de presente à cliente.
Pode parecer ridículo, mas eu me emocionei relendo o epílogo do livro! Tive que enxugar lgumas lágrimas disfarçadamente. Passados tantos anos da elaboração da obra, é como se eu fosse uma estranha novamente e fiquei profundamente tocada com algumas passagens e com os ensinamentos, a delicadeza e a sensibilidade de dona Estella, minha protagonista.
Ontem, no final da tarde, entrevistei um mestre de Muay Thai, uma arte marcial tailandesa, para uma matéria que estou fazendo e fiquei encantada com as coisas que me contou. Fiquei até com vontade de praticar Muay Thai. Gosto muito disso na minha profissão:  a possibilidade de conhecer/ ouvir pessoas que não cruzariam meu caminho talvez.  É muito bacana você ver alguém realizando um trabalho com tanto amor e fé como o rapaz que entrevistei, Alex Paraná.
Eu percebi que alguma coisa em mim faz com que eu me perca, me amarre muito em aspectos menores da vida. Tem horas que levo a vida e as pessoas a sério demais e depois me decepciono. E se acontecer de alguém me decepcionar, tenho muita dificuldade para voltar a confiar naquela pessoa, superar a mágoa. Em outras palavras, sou muito exigente comigo e com as pessoas e isso torna a vida pesada demais.
Por isso preciso buscar as coisas, as pessoas que me fazem bem, que deixam meu espírito elevado, a alma lavada, como a gente costuma sem dizer. E preciso fazer isso, sem culpa, sem medo de ser feliz.