quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Um mundo melhor

Acabei de assistir a um vídeo muito interessante, compartilhado no Facebook por Alan Dubner, um especialista em mídias sociais que entrevistei recentemente para uma matéria de Comportamento da revista Corpo e Arte. O vídeo está disponível na plataforma www.ted.com, à qual fui apresentada recentemente por Dubner.
É incrível como tem coisas fantásticas no mundo que a gente desconhece. No TED, pessoas do mundo inteiro têm 18 minutos para apresentar uma ideia que valha a pena. Ainda não me dediquei suficientemente ao site, mas o pouco que vi foi muito legal.
Na palestra assistida há pouco, Peter Diamandis, apresentado como chairman da Fundação XPrize e da Singularity University, fala sobre sua visão muito otimista do futuro.  "Abundance is our future" é o título da apresentação de Diamandis, que demonstra uma confiança absoluta no poder das novas tecnologias, da democratização da comunicação e da educação. Ele não nega os problemas do mundo, mas diz que somos capazes de buscar soluções para eles - e estamos buscando.
Preciso assistir mais uma vez ao vídeo (em inglês) para entender alguns trechos, como quando ele fala sobre a tendência do ser humano a sempre prestar mais atenção nas notícias ruins, o que também acaba pautando o comportamento da mídia. É aquela velha história de que notícia boa não vende jornal.
Eu entendo a importância do jornalismo denunciar a violência, as desgraças do mundo, mas sempre me ressenti do sensacionalismo, da forma meio canibalesca com que a mídia se joga às tragédias, que são rapidamente esquecidas ou substituídas por outras num eterno festival de horrores.
Às vezes leio as notícias do dia nos sites e portais e fico deprimida. Chego à conclusão de que ler esse tipo de notícia não vai me tornar uma pessoa mais consciente ou melhor. Ou seja, não vai mudar nada.
Retornando ao início, adorei ouvir o Sr Diamandis, embora não esteja totalmente convencida de sua tese, porém realmente quero acreditar que o mundo está ficando melhor e que posso contribuir - e estou contribuindo - de alguma forma para isso.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Nostalgia

Ainda não aterrissei totalmente em Cuiabá depois de minha rápida ida ao Rio. Já estou em plena atividade, trabalhando bastante e com pouco tempo disponível, mas mesmo assim estou com uma sensação estranha, como se tivesse vivido um sonho por alguns dias: o de viver numa cidade que me encanta apesar dos pesares.
Tenho que tomar um certo cuidado com as palavras já que moro em Cuiabá e não quero ferir suscetibilidade, mas confesso que ando me sentindo meio sem chão e sem tesão de correr atrás das coisas.
Estou com preguiça de falar, de escrever, de me expressar ... Até de cantar.
O que mais me encanta no Rio? O clima, a brisa, a descontração e a diversidade das pessoas, as árvores das ruas e avenidas - e suas sombras, os prédios antigos, os monumentos que evocam tantas lembranças em mim, meus sonhos, meus ideais que foram sendo perdidos pelo caminho.
Vir para Mato Grosso me possibilitou o encontro de um grande amor - já perdido pelo caminho - e o nascimento de dois grandes amores, que ainda estão comigo (minhas filhas).
Uma ladeira ligando a Lapa à Santa Teresa, decorada com azulejos do artista Selarón:
 uma descoberta e tanto numa tarde de carnaval no Rio
Às vezes me pergunto como seria minha vida se tivesse permanecido no Rio. Sei que é um exercício tolo e sem sentido, mas tem um lado reconfortante: eu não abriria mão de ter vivido nada do que vivi em Mato Grosso (a grande paixão, anos de um amor que parecia eterno, a maternidade). Provavelmente eu me tornei uma pessoa menos preconceituosa e mais flexível, mas às vezes sinto saudades de mim mesma ... Da Martha colorida, jovem, idealista, de posições firmes, que sonhava com revoluções e acreditava que era possível mudar o mundo.
Amadureci, endureci. 
Como manter a chama acesa dentro de mim?
Como reabrir meu coração para o amor?



quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Tempo pra (quase) tudo

Meu carnaval foi lindo e absolutamente inesperado. Há um mês eu nem sabia que iria passá-lo no Rio, mas, graças a uma confluëncia de acontecimentos (entre eles, uma promoção da Gol), acabei indo.
Parece que foi um sonho e ainda estou meio no ar, tentando botar a cabeça para funcionar e juntando informações que comecei a coletar na senana passada para um novo trabalho.
Hoje eu precisava acordar às 6h, mas não consegui mais dormir depois das 5h e o resultado foi aquela sensação de corpo e cabeça pesados o dia inteiro, amenizada com muitos goles de café. O samba da Mangueira, acreditem, teimava em martelar na minha cabeça como se eu tivesse acabado de voltar da Marquës de Sapucaí.
"Vem festejar na palma da mão
Eu sou o samba, a voz do morro
Não dá para conter tamanha emoção
Cacique e Mangueira num só coração".
O clima no Rio estava maravilhoso e tudo deu certo. As pessoas da minha família (quase nem tive tempo para procurar os amigos) foram muito carinhosas. É disso que sinto falta aqui: dessa convivência com pessoas de várias idades, dessa cumplicidade que prevalece apesar de tudo. Minha família é realmente muito especial.
Sinto muita falta das caminhadas, que no Rio são quase sempre muito agradáveis porque as ruas são sombreadas (pelo menos em Ipanema).
A foto não foi tirada na luz ideal, mas olhe a beleza das orquídeas cultivadas por Severino,
o gentil porteiro do prédio deã minha irmã Jane
A gente caminhou muito pelo Centro da cidade atrás de blocos. Passamos pela Cinelândia, Praça XV, Praça Tiradentes e por belas ladeiras na Lapa. Passamos até pelo lugar onde os três prédios caíram na rua Senador Dantas,



Carnaval no Rio é assun: tem tempo para a alegria e para o lamento, principalmente para a alegria.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Meninos, eu vi!

Começo este post com uma imagem que fiz do mais impressionante carro da Unidos da Tijuca, campeã do Grupo Especial das escolas de samba do Rio em 2012. Foi de arrepiar!
Eu tenho muito a contar sobre o meu carnaval no Rio que foi maravilhoso, mas não posso perder o gancho da apuração para falar que assistimos (minha irmã Jane e eu) ao desfile da campeã e da vice, Salgueiro. E olhe que pelos comentários que vimos antes da apuração achamos que não tínhamos assistido ao desfile de nenhuma das prováveis campeãs!
Não vou entrar no mérito se a vitória de Unidos da Tijuca e Salgueiro foi justa. Deixo isso para os especialistas de plantão que assistiram ao desfile de domingo e segunda em situação mais privilegiada do que a nossa.
O que posso dizer é que estou muito feliz não só pela vitória das escolas cujo desfile assisti, mas também pelo fato da Unidos de São Clemente não ter sido umas das rebaixadas. Curti muito o desfile da escola de Botafoto que abriu a noite de segunda-feira.
Nossa aventura no Sambódromo foi perfeita. A gente curtiu muito das 20h às 5h da manhã. Não arredamos o pé até que passasse a turma da Comlurb após a última ala da Grande Rio, que não fez um desfile impecável (achei muito longo e meio corrido, às vezes), mas foi muito bacana.
Aliás adorei todas as escolas: São Clemente com seu enredo sobre musicais, União da Ilha com sua comissão de frente que misturava a Rainha Elizabeth com o gari Sorriso, o Salgueiro com seu cordel encantado, a Mangueira com seu samba maravilhoso que cantei o tempo todo e sua "paradona" contagiante, a Unidos da Tijuca com a coroação de Luiz Gonzaga como rei do sertão e Grande Rio com exemplos de superação. Vale dizer que sou apaixonada desde garotinha pelo bloco Cacique de Ramos, o homenageado da Mangueira.


No final, a gente também se superou indo a pé até depois da Central do Brasil para fugir da fila quilomêtrica para pegar um táxi junto ao Sambódromo. Acabamos pegando nosso táxi na avenida Presidente Vargas quase esquina com a Senhor dos Passos, quando o dia já estava totalmente claro. Como foi bom chegar em casa, tirar as sandálias, tomar um banho e dormir sem hora para acordar!
Na terça-feira de carnaval, pegamos um cineminha (o filme "O artista", maravilhoso!) e depois almoçamos/jantamos um belo buffet italiano num restaurante de Ipanema.
Hoje, estou de volta a Cuiabá e amanhã encaro o trabalho pra valer, mas pretendo contar mais sobre o carnaval no Rio em futuros posts.

Pena que o relógio da Central não saiu na foto ...

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Rumo ao Sambódromo

Estou em pleno carnaval no Rio de Janeiro e hoje mal consigo segurar a ansiedade diante do programa noturno: vou retornar à Marquês de Sapucaí depois de 25 anos.
Fui uns quatro seguidos ao Sambódromo recém inaugurado nos anos 80, quando ainda morava no Rio e trabalhava como jornalista. Era bárbaro em todos os sentidos: dois dias trabalhando das 6h da tarde até de manhã, com poucas horas de sono e tendo que andar sem parar: da concentração aos camarotes, passando pela pista, em busca de notinhas interessantes para a coluna Gente da revista Veja e também de informações para outras matérias.
Na terça-feira, depois de horas a fio de desfile, era preciso juntar as últimas forças para ir à redação escrever. Sobrevivi a três coberturas pela Veja e achei que nunca mais iria querer pisar na Sapucaí, mas o tempo passa e a vontade voltou com gosto de coisa inatingível.
Mas este também é um desejo grande de minha irmã Jane e, de um encontro casual com um conhecido de Cáceres que contou sobre sua ida ao Sambódromo, nasceu o projeto de assistir ao desfile das escolas de samba do Grupo Especial.
E lá vamos nós ver Mangueira, Salgueiro, Unidos da Tijuca e outras mais. Maravilha!
No mais, o Rio continua lindo. Ontem e anteontem fizemos um tour pelos bairros da Glória, Lapa, Flamengo e Centro atrás de blocos. Vimos um mar de gente no Aterro, perto dos Arcos, na Praça XV e nenhum incidente. Nenhuma briga, roubo, nada. Pelo menos, perto da gente.
Muita gente fantasiada, muita gente jovem, gente mais velha também.Fiz algumas fotos, mas, marinheira de primeira viagem, não tenho como passá-las para o computador, mas sou uma pessoa das palavras, que guarda as imagens, os cheiros e os sons no coração,.
Li que a Mangueira vai homenagear o bloco Cacique de Ramos em seu enredo. São duas antigas paixões: Mangueira e Cacique. Diz que a bateria vai fazer alguns minutos de silêncio e se transformar numa roda de samba. Acho que vai ser lindo e vou me lembrar muito de meus amigos do Chorinho. Não prometo escrever  amanhã, que é praticamente o meu último dia no Rio, mas depois conto mais. Agora vou dar um mergulho no mar. É por isso que amo o Rio.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Rio

Hoje estou me sentindo uma perfeita alienada. Não vi o noticiário na internet durante o dia, nem assisti aos telejornais. Não deu tempo.
Acabei de chegar em casa, dei uma olhada nos emails para ver se tinha alguma coisa muito urgente e resolvi atualizar o blog pois não sei se amanhã terei tempo para escrever alguma coisa.
Minha rotina de trabalho mudou mais uma vez e isso se somou a outros fatores, tais como viagens das filhas e a minha viagem para o Rio na madrugada de quinta-feira.
Nem acredito que vou amanhecer na minha cidade maravilhosa na quinta-feira e que passarei alguns dias tomando chope e comendo pastel com minha irmã Jane, que vou rever minha irmã Jandira e o restante da família que mora no Rio. 
Se tiver sorte, darei um mergulho no mar; se não tiver, verei e ouvirei o mar, o que já é um grande privilégio. Não quero tomar sol, nem ficar bronzeada (não vai dar tempo), mas quero matar saudades do mar. E curtir uns blocos de carnaval, ir à Lapa e viver a muvuca carioca, descansar alguns dias da muvuca cuiabana.
Por alguns dias, não quero pensar em trabalho, mas quando eu voltar retomarei a rotina com gosto.
Ontem ajudei minha filha mais a velha a arrumar a mala, daqui a pouco vou ajudar a caçula a arrumar a sua e aproveito o ensejo para deixar a minha arrumada, logo eu que nunca arrumo minha mala com antecedência. Acho que é a vontade de ir ...

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Quem ama não mata

O noticiário sobre o julgamento de Lindemberg, que matou a jovem Eloá,  em 2008, depois de mantê-la prisioneira por mais de 100 horas, me lembrou outro caso notório: o do assassinato da socialite Ângela Diniz por Doca Street, em Búzios, nos anos 70.
O crime provocou muita discussão e comoção à época, e acabou gerando o célebre slogan "Quem ama não mata" para jogar por terra a tese da defesa (que parece que vai ser usada novamente pela advogada de Lindemberg) de que o assassino agiu movido pelo amor, pela paixão, etc.
Pobre Ângela, pobre Eloá e pobres mulheres vítimas de homens "bonzinhos" que não aceitam o fim de um relacionamento e não conseguem lidar com o seu orgulho ferido, sua baixa-estima e sua solidão.
O mundo está repleto de casos assim. Claro que tenho pena de um cara como Lindemberg, que não soube controlar sua paixão, que se transformou em ódio e destruiu a vida de Eloá e quase destruiu também a de Nayara e outros colegas das duas meninas. Mas nem por isso acho que ele não tem que ser condenado e pagar pelo crime cometido.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Virou moda?

Acabei de ouvir e ler uma notícia sobre o espancamento de uma moradora de rua no Rio por alguns jovens, entre eles, um médico. Reagi: "Um médico?" Minha filha mais velha estranhou minha surpresa como se não entendesse por que a gente considera o médico um ser tão especial.
É verdade. Médicos são seres humanos, sujeitos a atitudes boas e ruins, como jornalistas, advogados, faxineiros, policiais e motoristas. Não sei por que insisto em imaginar que médicos são incapazes de espancar uma moradora de rua apenas porque estudaram para curar e tratar das pessoas e não para machucá-las e agredi-las covardemente.
Como se eu não conhecesse médicos corruptos, insensíveis e déspotas! Temos um exemplo aqui em Mato Grosso, de um médico que virou político profissional e continua falando como se quisesse resolver os problemas da humanina. Será que ele ainda engana alguém?
Mas voltando ao tema do espancamento: de um lado um jovem que virou herói por ter tentado defender outro morador de rua de quatro ou cinco trogloditas que, em seguida, se voltaram contra ele. Agora o caso dessa moradora.
Tem que haver uma punição exemplar para esses casos. Não sei se cadeia resolve. Acho que esses espancadores de moradores de rua deveriam ser obrigados a trabalhar em serviços de assistência social ou albergues cuidando dessas pessoas para ver se seus corações amolecem.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Wando

Tenho ensaio do  madrigal daqui a pouco, mas não gostaria de deixar passar em branco a morte do cantor e compositor Wando. Não tenho especial apreço por sua obra, mas vivi um episódio curioso com ele, que acabou me aproximando de Wandor nos anos 80.
Eu trabalhava na sucursal da revista Veja no Rio e fui escalada para fazer uma matéria sobre Wando, que fazia muito sucesso na época com a música "Fogo e paixão", aquela de "Você é luz, é raio, estrela e luar ...".
Estive na casa dele na Barra da Tijuca ou Recreio dos Bandeirantes (não me lembro bem) e fui assistir ao show dele na casa noturna Asa Branca, na Lapa. Eu me diverti muito e ficava feliz por conhecer de perto o autor da música que tanto encantava minha sobrinha Juliana, que tinha uns 10 anos.
A Veja era - e ainda é - muito preconceituosa e a matéria tinha como mote o sucesso da música brega de Wando. Devo ter mencionado esse rótulo na entrevista e ele se revelou magoado com o fato de ser tachado de brega, que era um termos muito pejorativo naquela época, sinônimo de coisa ruim.
Olhando para trás, lamento que a revista Veja não deixasse espaço para surpresas em suas pautas/teses,  idealizadas por algum editor na matriz, em São Paulo. 
Críticas e remorsos à parte, eu me lembro que foi um prazer conhecer e conversar com Wando, mesmo que eu pessoalmente não gostasse de suas músicas. Mas curti bastante a pessoa por trás do artista que ficou famoso também pela quantidade de calcinhas que ganhava das fãs.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Dever cumprido?

Que loucura essa história de começar a cair prédio toda hora! E aquela história do rapaz espancado na Ilha do Governador,. no Rio, enquanto tentava defender um morador de rua de seus agressores!
Pessoas estão morrendo de frio na Europa Oriental e a gente está aqui reclamando do calor!
Hoje estou com uma sensação de dever cumprido. Trabalhei muito nos últimos dias, nas últimas semanas, praticamente de segunda à segunda e hoje - pelo menos, hoje - estou com aquela sensação de ter conseguido concluir aquilo a que me propus.
É claro que ainda há muita coisa a fazer: questões meio burocráticas, como abrir uma conta num banco como pessoa jurídica para poder receber pelo frila que fiz há algumas semanas; mais um montão de coisas que vai surgindo ao sabor do momento. Não dá para saber exatamente o que vai acontecer daqui a alguns minutos por mais que a gente queira controlar tudo.
Como eu queria ser simplesmente otimista e não ter a sensação de que algo ruim pode estar sempre à espreita.
Acabei de receber as respostas para uma entrevista que fiz com uma jornalista famosa para a revista Corpo e Arte. Ela é mais jovem que eu e muito bem sucedida. Diz que está muito feliz com sua vida pessoal e profissional. Tem um casamento de 10 anos de felicidade, criou duas empresas bem sucedidas e só deseja ter saúde para continuar trabalhando em novos projetos.
Por que não consigo ter uma relação tão saudável com o trabalho? Por que tenho a sensação de estar sempre correndo atrás do mínimo para pagar as contas do mês? Por que esse mínimo é tão alto?
Não vou cansar meus leitores/amigos com essas indagações que me faço a todo momento.
Só por hoje vou curtir a sensação de dever cumprido. Talvez seja nisso que reside o problema: por alguma razão neurótica, sempre achei que eu merecia pouco e devia muito. Não tracei metas, não planejei minha vida. E agora? Será que ainda dá tempo de mudar minha história de vida?

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Questão de luxo

Acabei de escrever uma matéria sobre luxo. Não sei se o resultado vai agradar minhas "editoras", mas tentei fazer o melhor. Refletindo sobre o tema, eu me dei conta da relatividade do termo luxo.
O que é luxo para mim e o que é luxo para uma pessoa que tenha sido expulsa do Pinheirinho, em Sâo José dos Campos ou para alguém que está hoje na Síria, no Egito, no Afeganistão ou em qualquer país do mundo assolado pela fome? 
Em outra matéria que fiz, sobre conectividade, um amigo entrevistado, Marcos Bidart (o Marquinhos que se sentava perto de mim nas aulas da turma do Clássico no Colégio Santo Inácio), falava sobre a ilusão que as mídias sociais às vezes nos dão em relação à atuação no mundo. Sabemos de tudo que acontece em tempo quase real e somos levados a achar que estamos fazendo a nossa parte apenas por compartilharmos uma imagem ou um link de protesto. Falou também sobre a quantidade de causas disponíveis: quais vamos abraçar? Em qual delas vamos nos engajar se é que temos a intenção de mudar alguma coisa?
Na sexta-feira, assisti a uma palestra de Divaldo Franco, que dispensa apresentações. Sinceramente, fiquei decepcionada. De tudo que ele falou - e olha que prestei muita atenção - o que me ficou foi a ideia de que mais importante que ser amado é amar. Amar os outros pressupõe, pelo que entendi, que você já se ama e, portanto, deixa de importar se alguém te ama. As pessoas que precisam tanto ser amadas na verdade revelam insegurança, baixa autoestima, etc. Interessante.
É claro que ele falou muito sobre Jesus tendo como ponto de partida a criação da obra "Messias" de Haendel. Achei bacana a história, mas ela pressupõe um componente de fé - a certeza de que algo ou alguém superior vai nos enviar alguma coisa importante no momento certo - do qual, infelizmente, não disponho no momento. Por isso, prefiro exercitar a ideia do amor como razão de minha existência aqui na Terra. Quem sabe chego a uma consciência maior algum dia? Acho que esse seria o meu grande luxo no momento: ter fé, serenidade, paz e vivenciar plenamente o amor.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Roda viva

Como é difícil a vida de freelancer! Já li alguns artigos sobre isso, mas estou vivendo essa situação na carne. Tenho trabalhado tanto nos últimos dias que nem tive ânimo para atualizar o blog! Ontem à noite até cheguei a "rabiscar" algumas linhas, mas vi que nada de bom iria sair àquela altura do campeonato.
Hoje acordei cedo, abdiquei da natação que amo e botei a mão na massa. Agora, estou num momento de transição. Retomei o trabalho logo depois do almoço e daqui a pouco vou para a editora. Parei para tomar um fôlego, mas continuo de olho no computador (é aí que mora o problema).
O complicado é administrar todas as demandas ao mesmo tempo: pautas a cumprir, matérias a escrever (e, eventualmente, retificar), questões burocráticas para resolver (exigências de empresas novas no pedaço para efetuarem o pagamento), contas a pagar, prospecção de novos trabalhos, etc. Junte-se a isso demandas domésticas e familiares, como ir visitar um parente doente no hospital.
Como estou num momento Pollyana (sempre ela a me perseguir), consigo enxergar o lado positivo de tudo isso: estou em movimento e com saúde para atender a todas essas demandas, embora, de vez em quando, a cabeça dê sinais de curto circuito. Ontem foi até engraçado: vi de relance uma matéria na TV sobre os rigores do inverno do outro lado do mundo e por alguns minutos me deu um branco: eu não conseguia me lembrar em que mês estávamos. Quando a palavra fevereiro me veio à mente, respirei aliviada!
Corro contra o tempo para poder curtir o carnaval no Rio daqui a duas semanas. Ah, ainda bem que não estou na Europa sofrendo os rigores do inverno europeu.  E ainda bem que consegui almoçar decentemente, aliás, muito bem, graças à comidinha deliciosa feita por Cida, a diarista.