quinta-feira, 30 de setembro de 2021

"Simples Assim " reúne Vera Capilé, Jefferson Neves e Martha Baptista no Garden Pub



Nesta sexta-feira (1º de outubro), Vera Capilé, Jefferson Neves e Martha Baptista sobem ao palco do Garden Pub para fazer o que lhes dá muito prazer, em meio a mil e uma atividades: cantar.

Vera é psicóloga, cantora, compositora, atriz e escritora, entre outras facetas de sua personalidade destacada recentemente pelo projeto Mestres da Cultura, realizado com recursos da Lei Aldir Blanc. Natural de Dourados (MS), está muito feliz com a notícia de que receberá em breve o título de Cidadã Mato-grossense, outorgado pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso.


Foto Fred Gustavos
O cuiabano Jefferson Neves é compositor, arranjador, cantor, escritor, fundador de vários grupos vocais (como o Alma de Gato e Mesa pra 6) e dirige o Coro Experimental MT desde 2017.

Foto Dizão

Martha Baptista também vem da parte sul do antigo estado de Mato Grosso (de Corumbá), morou muitos anos no Rio de Janeiro, outros tantos em Cáceres, e trabalha em Cuiabá como jornalista e escritora.

Foto Dizão

Desde 2017 Vera, Jefferson e Martha têm um encontro semanal marcado no Coro Experimental MT. E foi lá, em meio a várias apresentações que descobriram outras afinidades transformadas em matéria-prima do show "Simples Assim", cuja estreia aconteceu em março de 2020, uma semana antes do início da pandemia deflagrada por uma nova espécie de coronavírus. 
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“Nossa proposta inicial foi cantar o que nos emocionava, evocava emoções passadas ou simplesmente nos renovava a energia vital”, comenta Martha Baptista.

Por conta da pandemia, não foi possível fazer novos shows presenciais, apesar da boa receptividade do público, mas este ano, em meio à retomada de algumas atividades culturais – cercada dos cuidados necessários -, Jefferson entendeu que era o momento de reunir o trio para mais uma edição de “Simples Assim”. O show, a ser apresentado nesta sexta-feira, é totalmente diferente do primeiro e ganhou a participação de novos músicos, porém a essência continua a mesma.

“Todos nós tivemos liberdade para propor canções, que serão apresentadas em duetos ou trios, e outras que serão interpretadas como solo. Com isso, o show ganha em diversidade, contando, inclusive, com um bloco internacional”, conta Vera.

A direção musical ficou a cargo de Jefferson Neves, que convidou os músicos Thiago Costa (bateria) e Samuel Ribeiro (baixo) para darem aquele molho especial, e Eduardo Santos para acompanhar os cantores no violão e na viola. Jefferson também atua como pianista em diversos momentos.

“Minha vida anda bem agitada, mas é um prazer enorme poder cantar o que gosto, do nosso jeito”, diz Jefferson, que sempre surpreende o público com sua ousadia na releitura de clássicos da MPB e da música internacional.

E é dessa forma, simples assim, que Jefferson, Vera e Martha vão se apresentar no agradável espaço do Garden Pub, interpretando canções de autores como Ivan Lins, Milton Nascimento, Edu Lobo, Vander Lee, Eduardo Gudin, Sérgio Bittencourt, e – como não poderia deixar de ser -  de Chico Buarque – uma paixão tão grande dos três cantores que até mereceu um bloco exclusivo.

Serviço
O que: Show “Simples Assim”
Onde: Garden Pub
Quando: 1º de outubro, às 20h
Informações: 65-98405.3085
Reservas: 65-99351.4532 (Johny)   

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Filhote desse lugar


No início da noite desta primeira quarta-feira de setembro, sob um calor enlouquecedor, corri para o Sesc Arsenal, no Centro de Cuiabá, onde por aproximadamente 50 m, relaxei, ri e me emocionei com o documentário “Filhote deste lugar”, dirigido por Juliana Capilé, que faz parte do Projeto Mestres da Cultura – Uma homenagem à Vera Capilé.

Tenho o prazer de conviver com Vera mais assiduamente desde 2017 quando nos tornamos colegas no Coro Experimental MT. Nesses últimos quatro anos a gente se aproximou muito e conheci a Vera avó, mãe, irmã, esposa, cozinheira, costureira, psicóloga, gerontóloga, que convive muito bem com a Vera cantora, coralista, compositora, atriz e escritora.  Que mulher danada!

Mesmo assim, eu me surpreendi com “Filhote deste lugar”, que é também o título de uma das composições de Vera Capilé.

Como resumir 60 anos de carreira e 72 anos de vida em cerca de 50 minutos? Pois Juliana Capilé e sua equipe conseguiram fazer isso com maestria! É o tipo do documentário que dá vontade de ver e rever e rever porque são tantos detalhes, é tanta informação, que se torna impossível registrar tudo de uma vez.

Mas o mais importante é perceber a grandeza de Vera. Ela é muito maior do que aparenta ser! A menina atrevida, travessa, que viveu intensamente sua infância em Dourados (MS) e a juventude numa Cuiabá provinciana e, ao mesmo tempo, cheia de vida, encontros, cultura, foi acumulando diversas experiências ao longo das décadas.

Participou do saudoso Projeto Pixinguinha, com o qual levou a cultura mato-grossense à Europa e a outros estados brasileiros; uniu-se a vários parceiros artísticos e acabou aterrissando no Coro Experimental MT para acrescentar uma vivência nova: a de ser coralista.

Disciplinada, generosa, abriu portas para novos artistas e sempre foi muito amiga dos amigos, como o ator Liu Arruda (1957-1999) – uma amizade que rendeu alguns dos momentos mais emocionantes do documentário.

Minha intenção aqui não é contar tudo. Não quero lhe tirar, caro(a) leitor(a), o prazer de assistir a “Filhote deste lugar”. Mas aproveito para destacar a qualidade técnica do documentário, com fotografia e som impecáveis, sem falar, é claro, da trilha sonora. Uma legião de artistas e amigos de Vera, de Mato Grosso e de outros estados (e até do exterior), desfila no documentário em depoimentos que se entrelaçam e se complementam com um único objetivo: contar um pouco da carreira de Vera Capilé e mostrar por que ela merece como poucos o título de Mestre da Cultura.

O documentário “Filhote deste lugar” foi produzido com recursos da Lei Aldir Blanc da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso (Secel-MT), graças ao projeto apresentado e coordenado por Tatiana Horevicht. Nessa quarta-feira foi distribuído ao público um livro como parte da homenagem à Vera Capilé e ele traz como inovação um QR Code, que permite o acesso ao álbum comemorativo “Vera Capilé – 60 anos de Carreira”.

Nessa mesma noite a homenageada autografou seu livro “De Matto-Grosso a Mato Grosso – Das fronteiras paraguaias ao centro geodésico da América do Sul: a trajetória de um caminhante” (Entrelinhas Editora – 2021), também publicado com recursos da Lei Aldir Blanc. Nesse livro, ela conta a história de seu pai Sinjão Capilé, que faleceu em 2015, aos 99 anos, e é até hoje sua grande inspiração.

É ou não é uma mulher danada?

PS. Fotos e arte do projeto são de autoria de Fred Gustavos.