sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Papo de tiete

Neste final de tarde/início de noite de sexta-feira, vou deixar que a música tome conta de mim e nada mais. Sem espaço para lamentações ou reclamações.
Esta semana assisti ao show do cantor e compositor Zé Renato no bar Choros & Serestas (Chorinho). Foi lindo! Conheço Zé Renato desde o início dos anos 80 quando ele ainda cantava no grupo Cantares, ao lado de seu parceiro Juca Filho. Éramos todos muito jovens.
Mais tarde, foi um dos fundadores do quarteto Boca Livre ao lado de Cláudio Nucci, David Tygel e Maurício Maestro e eu estava lá, acompanhando todos os shows do quarteto, saboreando cada novo disco independente.
O Boca Livre continuou sua carreira, se separou, voltou a se reunir; o Cláudio Nucci saiu, entrou Lourenço Baeta, eu vim para Mato Grosso e continuei acompanhando a carreira de Zé Renato de longe.
Comprei seu disco "Natural do Rio de Janeiro" em homenagem ao compositor e sambista Zé Kéti, que me foi roubado em 2007 (os ladrões arrombaram meu carro e levaram o aparelho de som, CDs e outras coisitas que estavam no porta-luvas).
Alguns anos depois, assisti a uma apresentação de Zé, ao lado da cantora Mariana Leporace, no Projeto Pixinguinha. Mais algum tempo, nos reencontramos na praia de Ipanema logo após um show dele num palco montado sobre a areia, ao pôr do sol.
Para mim, ouvir e ver Zé Renato é sempre um prazer. Na quarta-feira, não foi diferente. O show foi quase um recital, só voz e violão, e que voz! Ele interpretou vários sambas de Zé Kéti, que amo de paixão, de Noel Rosa, Chico Buarque, João Bosco, Dorival Caymmi, etc. Mas o que mais me emocionou foi (re)ouvir alguns clássicos do Boca Livre na voz de Zé, especialmente, "Diana" de Toninho Horta.
Amanhã, tem Festival de Jazz na Chapada dos Guimarães ( a terceira edição do Chapada in Jazz), e lá vamos nós - minha irmã Jane e minha filha mais velha, Diana. Vou ver mais uma apresentação de Zé Renato, desta vez ao lado de Renato Braz. Acho que vai ser lindo! Também vou assistir ao show do norte-americano Paul Lieberman. Antes do festival, vou assistir a uma mostra de música instrumental no Circo Pirathiny, da qual participará o violonista Leonardo Boabaid Yule.
Acredito que será um fim de semana especial e no domingo, no programa "The Voice", vai ter apresentação da jovem cantora Ana Rafaela Oliveira, um talento genuinamente cuiabano que conheci há três anos numa roda de samba no Chorinho e por quem torço muito.
 
 

sábado, 22 de setembro de 2012

Ipês e mangas

Eu me tornei uma blogueira semanal. Não posso dizer que isso é culpa do trabalho. Já houve períodos em que trabalhei mais e mesmo assim conseguia atualizar o blog com mais frequência.  Uma crise bloqueira? Pode ser.
O problema de escrever uma vez por semana é encontrar o foco certo. Falar sobre o quê quando tem tanta coisa acontecendo externa e internamente?
Hoje estou na expectativa feliz da chegada de uma de minhas irmãs a Cuiabá. Como boa leitora de "O Pequeno Príncipe" de Antoine de Saint Exupéry, eu me lembro da sensação que antecede a chegada de alguém de quem se gosta.
A espera faz parte do pacote e tem que ser curtida como um bom vinho ou uma cerveja gostosa.
E por falar em cerveja, isso me lembra calor e me lembra Cuiabá. O calor foi embora! Hoje o tempo está nublado e sujeito a chuvas. Bom para quem precisa trabalhar ou não quer ou não pode sair de casa. Ruim para mim que pretendia levar minha visita para um banho no rio Mutuca. Mas a gente vai esperar o tempo firmar para ir lá ...
Enquanto o tempo não melhora, vamos encontrar outros programas gostosos em Cuiabá ... Como ir ao Chorinho, ao Sesc Arsenal, comer um peixe gostoso em algum lugar ...
Bom mesmo é estar em boa companhia. Só vou sentir muito a falta de minha filha caçula, que estuda em Jaboticabal (SP).
Mas e quanto ao resto do mundo? Continua uma loucura! Os mulçumanos extremistas continuam morrendo nos protestos contra o filme e as charges que ironizam o profeta Maomé.
Ex-marido manda matar ex-mulher no ABC paulista; menino de 13 anos que foi estuprado e espancado por sobrinho e padrastro, respectivamente, e estuprou e espancou dois irmãos, pode ser condenado à prisão perpétua na Flórida.
É tanta história triste, tanta barbaridade que a gente vê/ouve no noticiário.
Essa história do garoto me tocou muito. Segundo o telejornal da Record, a mãe do menino não buscou socorro para o irmão espancado (de 2 anos) e ele morreu. O irmão mais velho, de 13 anos, está preso e vai a julgamento. A mãe também está sendo julgada e pode ser condenada, mas não por homicídio. Caramba, esse menino é tão vítima quanto seus irmãos! Vítima do abandono, de maus tratos, da violência doméstica que, infelizmente, é tão comum na nação mais rica do Planeta. O que aconteceu com o outro irmão dele (o estuprado)? Com esse padrasto, com o sobrinho, tio ou primo que estuprou o garoto de 13 anos?
Eu acho que a violência é uma espiral e sou tentada a aceitar que alguma coisa espiritual faz com que algumas pessoas sofram tanto, como esse menino ou a moça barbaramente assassinada a mando do ex-marido, alguém que ela provavelmente amou algum dia.
Histórias tristes, como tantas outras que nem sempre se tornam públicas, já que em geral elas só se tornam públicas quando há um desfecho mortal.
Mas deixemos essas histórias tristes de lado. Aqui em Cuiabá a eleição continua morna, na minha opinião. Parece que vamos ter segundo turno e certamente a disputa se tornará  bem mais acirrada, com mais acusações e um tiroteio verbal que me deixará mais zonza.
Em termos de trabalho a semana foi bacana, com o lançamento da 10ª edição da revista Corpo e Arte - a quarta em que faço todos os textos jornalísticos - e a festa dos 15 anos da Ampa (Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão) na Casa Cor MT 2012, no anexo do Hospital de Câncer de Mato Grosso.
Ah! Antes que eu me esqueça, os ipês estão floridos, Lindos! E tem muita manga no chão. Estou com um saco de mangas à espera de minha visita (graças a uma colega de trabalho que pegou para levar para casa e acabou não podendo fazer isso).
 
Rua de Cuiabá após a chuva em foto do site Olhar Direto


domingo, 16 de setembro de 2012

Pra não dizer que não falei de flores

 
Foto de Augusto César Areal, tirada de um ipê que plantou em Brasília e publicada no Facebook
 
Hoje sonhei que estava mergulhando no mar frio e delicioso da Barra da Tijuca. No sonho eu perdia uma vasilhinha de plástico (de brinquedo, sei lá) e ficava esperando que as ondas a trouxessem de volta. Até que ela era pega por algumas pessoas, mas mesmo assim eu conseguia resgatar minha vasilhinha.
Acredito que o sonho seja reflexo da saudade enorme que tenho do mar, da secura extrema em Cuiabá e de uma conversa que rolou ontem sobre praia na choperia do Sesc Arsenal. Um dos presentes dizia que detestava água do mar gelada e falava sobre sua praia favorita e fiquei pensando em quanto adoro a sensação de mergulhar no mar gelado. Também fiquei pensando qual era minha praia favorita: não sei,  adorei tantas praias que conheci ao longo da vida .... em Salvador, Natal, Porto Seguro, Búzios, Arraial do Cabo, Ubatuba, Guarapari, Rio de Janeiro  ... Acho que a melhor praia é aquela onde a gente está "aqui e agora".
Por esse papo dá para sentir que não estou curtindo minha praia agora. É muito difícil viver em Cuiabá nesta época do ano. O calor, o céu cizento, o ar opressivo não são nada estimulantes. Junte-se a isso uma campanha política que só me confunde, um clima político no país altamente venenoso e realmente a gente tem que fazer um esforço para não entregar os pontos.
Quase todo mundo em Cuiabá está reclamando de falta d'água (no meu prédio mesmo há um aviso nos elevadores alertando para esse risco). Reclama-se muito dos serviços da CAB Ambiental, a empresa que comprou há poucos meses o direito de explorar os serviços de água e esgotos na capital. Apenas quatro vereadores votaram contra a venda e se comenta que os demais e o prefeito teriam levado uma grana para aprovar a privatização da antiga Sanemat. Os serviços desta também deixavam a desejar, mas até agora não houve melhora e a empresa que brigou tanto para comprar a concessão já está querendo sair fora. Dá para entender?
Não, assim como não dá para entender o jogo político pesado que está por trás de tudo, seja o levante árabe pelo mundo, seja a reportagem da Veja sobre o mensalão (e Lula), seja a confusão da campanha para prefeito para Cuiabá, onde o candidato do PT, o médico Lúdio Cabral, está junto com Silval Barbosa, cujo governo vem privatizando tudo na saúde e entregando os serviços na bandeja às tais OSSs. Mas ele é o cara, dizem as pessoas; por outro lado temos o empresário Mauro Mendes, que não chega a convencer no seu personagem de empresário bem sucedido  e bonzinho que vai resolver todos os problemas de Cuiabá.  Continuo confusa.
Diante de tudo isso, fico com o exemplo de uma pessoa discreta que faz um trabalho lindo, sem alarde. Ela planta árvores em Brasília. Não só planta como cuida delas como se fossem verdadeiros filhos. Fico super orgulhosa de meu sobrinho e afilhado, Augusto César.
E por falar em árvores, flores, soube que amanhã vai ter um movimento bacana em Cuiabá: Não reclame do calor, plante uma flor. Será às 7h na praça Clóvis Cardoso. Estou querendo ir para ver qual é.
 
PS: Você, que vem a Cuiabá por alguns dias nesta época do ano, não desanime. É possível se divertir aqui e ser feliz, apesar do clima, principalmente quando se está perto das pessoas que a gente ama.
 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Doces lembranças

 
 
 
Estou atrasadíssima no meu blog. Há dias tenho um tema na cabeça, mas por várias razões não consegui escrever o post. Ontem cheguei em casa da caminhada ávida pelo blog e tive que lidar com a estranha sensação de ficar sem internet. Ainda bem que tudo voltou ao normal sem que fosse necessário pedir ajuda.
Na véspera desse fim de semana prolongado, confesso que me angustiei diante da falta de opções, de programas e até de amigos. Muitos viajaram para longe e fiquei sonhando com a possibilidade de fugir dessa calorenta e inóspita capital por alguns dias.
Até que meu final de semana foi gostoso, tranquilo, preguiçoso, mas regado a almoços em família, leituras, música, caminhadas, um pouco de trabalho e um delicioso filme francês para completar ("Uma doce mentira" com Audrey Tatou).
Mas o pensamento que embalou a véspera do feriado me trouxe à memória um lugar do meu passado que eu amava de paixão. Sei que hoje não é mais tudo isso, porém o que fica é lembrança boa. Ilha de Paquetá! Estava tão cansada de trânsito, barulho de motor, buzinas, que sonhei com a tranquilidade de Paquetá - uma ilha a cerca de 40 minutos (?) de barco do Rio de Janeiro, onde não entra carro. Lá os turistas e moradores andam a pé, de bicicleta ou charrete.
Ah, quanta saudades dessa Paquetá da minha infância: dos dias que passamos lá em família, andando de bicicleta, de pedalinho, fazendo piquenique na praia e nos sentindo como personagens do romance de José de Alencar  (acho que é "Senhora" que se passa lá).
As praias de Paquetá nunca foram boas, afinal, trata-se de um lado da Baía de Guanabara, mas há 40 anos as águas eram razoavelmente limpas e, por serem extremamente calmas, era muito gostoso para nós, crianças, tomarmos banho ali.
Sonhei, portanto, com essa Paquetá idílica e emoldurada nas minhas melhores lembranças da infância, embora também eu me recorde dos meus enjoos na travessia de barca quando era menor.
Mas é isso a vida: com o passar do tempo, as lembranças boas acabam se sobrepondo às ruins e a gente acaba ficando com a sensação de que sempre foi muito feliz e não se dava conta disso.
Apesar de ter ficado em Cuiabá, consegui curtir o Parque Mãe Bonifácia no sábado e no domingo e fiquei muito feliz de ter conseguido no sábado tomar uma água de coco fiada, já que nunca me lembro de levar dinheiro. Seu Manoel foi generoso (já paguei ontem as duas águas) e me proporcionou um momento sublime, daqueles que guardarei sem dúvida na memória: tomar água de coco gelada depois de uma caminhada no clima desértico de Cuiabá não tem preço!

domingo, 2 de setembro de 2012

Setembro musical



Setembro é um mês difícil de aturar em Cuiabá e no Centro-Oeste em geral. Estamos há mais de 70 dias sem uma gota de chuva, vivendo num clima de deserto, numa capital onde sobra poeira e o céu vai ganhando um tom esbranquiçado que faz doer a alma.
Mas tenho notícias alvissareiras para alegrar o coração daqueles que amam a música como eu. Setembro será um mês recheado de bons programas.
A começar pelo show de Maurício Detoni, cantor da terra que vive hoje no Rio de Janeiro, e vai dar o ar de sua graça no jardim do Sesc Arsenal, esta semana, para fazer o pré lançamento de seu CD: "Canto pra Terra" é o nome do show que acontecerá na quarta e quinta-feira, às 20h30m, com entrada franca. Imperdível!
No dia 15, sábado, vai acontecer uma espécie de miniviradacultural no Sesc Arsenal. Acabo de receber mensagem do Grupo de Percussão do Departamento de Artes da UFMT, do professor Alex Teixeira e dos músicos Tarcísio Sobreira, Estela Ceregatti, Juliane Grisólia e outros, informando que o grupo vai se apresentar nesse evento às 17h (Concerto ao Pôr do Sol). O GPDA é apenas uma das atrações de um evento que acontecerá no jardim, também de graça. Dá para perder?
Em setembro, soube ontem de fonte quentíssima, teremos o prazer inenarrável de assistir a um show do cantor capixaba José Renato no bar Choros & Serestas (Chorinho). Será no dia 26. Sou mais que suspeita para falar de Zé Renato, cuja carreira acompanho desde ... faz tempo.  Somos da mesma idade e frequentávamos alguns lugares em comum nos anos 80. Fui muito próxima do quarteto vocal Boca Livre, que tem em Zé um de seus fundadores e destaques. Adoro sua voz, suas composições e seu talento para homenagear grandes compositores de um passado recente, como Zé Kéti, que amo de paixão.
Ah, no final de setembro, ainda teremos Festival de Jazz na Chapada ... Mas isso sim já é uma outra história. E eu, se tudo correr bem, receberei uma visita sempre muito especial. Portanto, vou tentar não me importar muito com o tempo lá fora e a propaganda política irritante.
Setembro pode ser sim um ótimo mês para se viver em Cuiabá.
Ia me esquecendo de dizer que hoje (domingo) tem show da banda Vanguart, na Praça Santos Dumont, às 20h. Pertinho da minha casa. Vou conferir.

PS. Teremos ainda este mês o grupo vocal Alma de Canto com seu repertório do rei Roberto Carlos e o lançamento do CD do grande trompetitsta Toni Maia.