terça-feira, 31 de maio de 2011

Oficina com Simone Guimarães

Hoje a correria também foi intensa: aula de yoga de manhã para estar livre no final da tarde, trabalho no Diário de Cuiabá, almoço com a filha Diana, encontro com uma pessoa que me ofereceu um frila novo, entrevista para matéria da revista Corpo e Arte.
No meio de tudo isso, checar e responder emails e, finalmente, atualizar o blog antes de ir para a oficina de técnica vocal de Simone Guimarães no Sesc Arsenal.
Eu não conhecia Simone Guimarães, confesso, até semana passada.
Mas aí Rejane De Musis veio me falar extasiada que ela estaria em Cuiabá esta semana para uma oficina de técnica vocal e um show no sábado. Três dias depois foi a vez de Taubaté, regente do Madrigal do Avesso, nos falar eloquentemente sobre o talento de Simone e por que era tão importante participarmos da oficina.
Chego em casa e Lorenzo, editor do Ilustrado do Diário de Cuiabá e meu chefe, me liga sugerindo uma matéria com a Simone para o jornal de domingo. E eu estava chegando em casa com a mesma intenção.
Fiz a matéria, publicada no domingo (http://www.diariodecuiaba.com.br/) com as informações que consegui e agora vou descobrir de fato quem é Simone Guimarães.
Aliás, terei uma overdose de Simone esta semana: pretendo fazer a oficina e já sei que vou encontrá-la no show de lançamento do CD "Cirandando" de Vera Capilé no Teatro da UFMT, na sexta. Simone é autora de uma das músicas do disco (em parceria com a ministra Ana de Hollanda) e fará uma participação especial no show, segundo me contou hoje a própria Vera, tema de minha matéria de amanhã.
No sábado, pretendo assistir ao show "Sangue latino" no Jardim do Sesc.
O Brasil tem coisas estranhas: mesmo a gente que se acha bem informada acaba desconhecendo pessoas que parecem tão talentosas. Por isso, digo e repito, não podemos ficar reféns da grande mídia. Corremos o risco de emburrecer.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Feijoada completa

As batidas continuam no apartamento do lado, mas hoje estou conseguindo trabalhar em casa. Já fiz minha resenha sobre o show do Djavan (leiam amanhã em http://www.diariodecuiaba.com.br/ ) e acabo de tirar uma foto para a revista Única, que vai publicar uma crônica minha na edição de junho.
Antes de me dedicar totalmente às matérias para a revista Corpo e Arte, resolvi atualizar o blog - o penúltimo posto do penúltimo mês deste semestre. É impressionante como o tempo está voando! Daqui a pouco acaba junho, minha filha caçula chega para as férias de julho e pronto, estamos no segundo semestre. Daí para chegar nas festas de fim de ano é um pulo.
Calma, tem muita coisa para acontecer este ano. Coisas boas, espero, inclusive, nosso "primeiro gran encontro" da família Baptista em Campo Grande (MS) em novembro, fruto de uma aproximação maior e intensa que rolou a partir do facebook.
É claro que muitos de nós já mantínhamos uma relação próxima e intensa independentemente do face, mas com a criação de um grupo da família (iniciativa desta blogueira, diga-se de passagem) foi possível reaproximar pessoas que estavam afastadas da família e agora quem estiver a fim consegue acompanhar os demais através de fotos e publicações.
É muito divertido. A gente fica sabendo quem se operou, quem viajou, quem chegou, quem se formou, quem torceu o pé, quem está deprimido ou está super feliz por alguma conquista, e consegue também compartilhar recordações. Há poucos dias houve uma enxurrada de fotos e lembranças de um lugar que é muito caro a todos nós da família, a fazenda Santa Blanca, que pertenceu a meu pai e, depois, a meu irmão Zezinho (ambos já falecidos).
Enfim, de publicação em publicação, a gente vai se curtindo cada vez mais e até meu blog ficou mais pop, já que muitas pessoas da família que sequer sabiam de sua existência passaram a acompanhá-lo.
É isso que dá sabor à vida: esses encontros e desencontros. A propósito, ontem dediquei meu dia a um encontro pra lá de especial: o da Confraria do Choro, à qual tenho orgulho de pertencer. O almoço (uma feijoada) foi bom demais: Renata e Marquinhos foram grandes anfitriões (o bolo de cenoura estava maravilhoso) e o Marinho, sempre sisudo no Chorinho, estava muito engraçado e até cantou.
Um domingo muito gostoso, depois de um sábado também muito interessante com direito a um café da manhã recheado de informações no prédio do outro lado da rua, uma visita agradável a uma amiga que ganhou bebê há pouco mais de um mês e ao show "Ária" com Djavan e três músicos maravilhosos: Torcuato Mariano, André Vasconcelos e Marcos Suzano - o Maquinhos que tocava no grupo Aquarela Carioca, fundado por Paulo Steinberg Zin, que acompanhei tão de perto, no início dos anos 80.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Silêncio de ouro

Ando meio em falta com meu blog. Em parte, a culpa é da obra do apartamento do lado. Que loucura! Trabalho em casa também e o meu tempo não está rendendo desde anteontem. O barulho é infernal e vai tomando conta da casa. Deixa a gente irritada e inoperante.
Anteontem, só consegui escrever um artigo encomendado depois das 6 da tarde, quando o barulho parou. Ontem, tentei trabalhar em casa pela manhã e o resultado foi sofrível. Hoje, só consegui escrever quando os pedreiros pararam para almoçar. Segundo o zelador, eles estão quebrando o banheiro de serviço para mudar os azulejos, mas a impressão que tenho é que estão derrubando o apartamento inteiro.
Sou muito avessa a barulho. Aliás, sou muito sensível a qualquer tipo de ruído. Uma das coisas que me fez trocar a academia convencional pela prática da yoga foi poder fugir do som exageradamente alto das aulas de ginástica ou da sala de aparelhos. Parece que a ideia é deixar a pessoa meio zonza para ela se desligar da monotonia dos abdominais ou outros exercícios repetitivos.
Não consigo conversar em bares com música alta e fujo daqueles que optam por um repertório que não é do meu gosto.
Detesto o barulho do trânsito: o som dos motores, freios e buzinas de automóveis, ônibus e motocicletas.
Adoro o silêncio! Sabe aquela sensação que dá quando você está num lugar onde só ouve praticamente o som de sua voz, de seus passos ou até mesmo de sua respiração. Por isso gosto tanto do Parque Mãe Bonifácia quando tem pouca gente caminhando e dá para ouvir o canto dos pássaros e até as árvores se mexendo em dias de mais vento.
Infelizmente a insegurança dos dias de hoje faz com que a gente tema ficar num lugar muito silencioso e solitário. É uma pena! Sinto muitas saudades de finais de semana passados em Visconde de Mauá e Búzios nos anos 80, no Rio de Janeiro, numa época em que nos aventurávamos - às vezes apenas eu e um(a) amigo(a) - por trilhas intermináveis.
Sinto saudades também dos passeios a cavalo no Pantanal, onde o silêncio chegava a pesar junto com o calor. Muitas vezes voltávamos do campo e era gostoso ouvir a conversa animada dos peões num linguajar que me era quase incompreensível. Tenho saudades também de minhas caminhadas solitárias na pista, interrompidas ocasionalmente por uma cobra ou algum animal pastando.
É, por alguns minutos, consegui me esquecer do barulho da rua e me confortei com o silêncio do passado. Estou precisando passar um fim de semana fora de Cuiabá ...
Enquanto não rola, vou me confortar com alguns sons urbanos bem agradáveis neste fim de semana: o canto de Djavan amanhã à noite e a algazarra gostosa dos amigos da Confraria do Choro no domingo.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Você tem medo de quê?

Ontem estreei na página de Opinião do jornal Diário de Cuiabá, na seção onde se revezam editores e repórteres do jornal.
Acho que vale a pena publicar aqui o meu texto, que talvez se enquadre no gênero crônica.
Uma coisa que percebi ao escrevê-lo: não sei se por força do hábito de alimentar o blog, estou escrevendo com muita facilidade e me habituei a escrever textos mais enxutos, o que é ótimo para uma pessoa prolixa como eu.
Ah, a inspiração do texto é real e a pergunta me foi feita pelo médico homeopata Luiz Augusto Cavallini Menechino, que consultei pela primeira vez no dia 3 passado.
Segue o texto:
- Do que você tem medo?
A pergunta feita de forma inesperada numa consulta com um médico homeopata me desconcertou.
Consegui me lembrar do meu medo mais concreto:
- Tenho medo de barata!
É verdade. Por mais que tente me convencer de que elas são menores do que eu e, portanto, tecnicamente fáceis de serem abatidas, as baratas me aterrorizam desde que me entendo por gente. Ratos, cobras, morcegos não me provocam tanto pavor quanto esses insetos domésticos, principalmente se forem do tipo voadoras.
Mas esse não é o meu tema. A pergunta continuou martelando na minha cabeça: “Do que você tem medo?”
Ora, tenho medo de assalto, de ser vítima de agressão - esses medos que afetam quase todas as pessoas que moram numa capital violenta e insegura.
Mas a resposta mais profunda e dolorida foi chegando aos poucos. Eu tenho medo de envelhecer, de morrer.
Muitos de nós carregamos esse apego à juventude, que é sinônimo de saúde, alegria, esperança. Pelo menos é isso que a mídia, o cinema, a literatura, tentam nos passar. Jovens são belos, felizes e sonhadores.
Ué, por que então quando eu era jovem tinha tantas inseguranças, tanto medo de não agradar, de não ser aceita, de não encontrar a profissão certa, de não ser bem sucedida na vida, de não casar, de não ter filhos, etc, etc?
Por que vemos tantos jovens hoje perdidos, desorientados, alguns muito angustiados e outros tentando de toda maneira encontrar essa tal felicidade em prazeres fugidios ou escusos, que muitas vezes deixam maior a sensação do vazio?
Que conclusão tiro de tudo isso? O medo é inerente ao ser humano, em qualquer fase da vida. Uns têm mais, outros, menos; uns confessam seus medos – principalmente, nós, mulheres, que temos permissão para nos mostrarmos mais frágeis.
Dizem que a maior coragem é superar o medo. Bobagem é tentar negá-lo ou fazer dele uma barreira intransponível, algo que nos impede de tentar novos caminhos. Bom mesmo é poder compartilhar nossos medos, poder falar deles sem medo de parecer ridícula e, eventualmente, até rir deles.
Do que tenho medo? De perder o bom humor e a fé na vida. Quanto ao resto, não há certezas. Tudo é uma questão de fé.



terça-feira, 24 de maio de 2011

Sem culpa

Hoje acordei mais cedo que de costume para levar minha filha mais velha à faculdade. (Ela disse que sou "um anjo em sua vida". Será?)
Aproveitei para caminhar antes de começar a trabalhar. Durante a caminhada matinal, que prometi a mim mesma repetir amanhã e depois de amanhã, tentei não pensar. Impossível!
Tentei pelo menos pensar em coisas boas e acabei fazendo uma espécie de autoanálise que vou me arriscar a compartilhar neste espaço.
Sou muito reclamenta, como alguns de vocês, leitores, já devem ter notado. Estou lendo um livro que me caiu nas mãos - "Deixe os homens aos seus pés" de Marie Forleo - que tem miuio blá-blá-blá  e um monte de lugares-comuns, porém a autora bate na tecla de que é impossível ser "irresistível" se você for do tipo que reclama demais. Ninguém - homens, mulheres - gosta de alguém que vive reclamando.
Concordo, mas sinto que esse comportamento é meio insistente em mim. Por que? É aí que veio o meu insight: por alguma razão neurótica, fui levada a acreditar que conseguiria a atenção de minha mãe, minhas irmãs e outras pessoas, ao longo da vida, através de queixas, doenças.
O mecanismo é mais ou menos o seguinte: se você está bem não precisa atenção, que será desviada para quem precisa mais, está frágil, doente. Eu me lembro sempre de minha mãe dizendo que precisava visitar uma parente muito próxima e querida dela porque  era carente, sozinha, tinha problemas. Em outras palavras, minha mãe não ia visitá-la porque era um prazer e sim porque era necessário, uma caridade como dizia.
Minha mãe era uma pessoa muito boa, amiga dos amigos, mas ela sempre teve um senso de obrigação social, de dever muito forte. Na minha cabeça infantil, ora, a melhor forma de ter sua atenção integral era não estando bem. Quando eu ficava doente - aquelas doenças bobas de criança - ela fazia vitamina para mim, dava macã raspadinha com colher. Era muito bom!
Não quero dizer com isso que minha mãe só se ocupava de mim quando eu estava doente, obviamente, mas o carinho nessas ocasiões era especial.
Criei então esse mecanismo. Se eu disser para minhas irmãs que estou feliz, tudo está bem, é como se eu contrariasse uma crença interna, de que preciso não estar bem para ser nutrida, acaraciada.
Só que esse tipo de comportamento enche o saco e é muito infantil. Por isso, estou tentando fazer um exercício: parar de reclamar. Como disse no post anterior sempre haverá motivos para reclamar, para não se estar feliz, mas reclamar não ajuda muito, certo? Melhor é procurar uma forma de mudar o que é possível e seguir em frente. Sem culpa.


segunda-feira, 23 de maio de 2011

Sem queixas, pelo menos por hoje!

Vou tentar fazer um resumo dos últimos dias. Estou fazendo um trabalho que adoro - na verdade, realizando um sonho de mais de 20 anos. Estou trabalhando como repórter para o caderno de cultura de um jornal local (Diário de Cuiabá). É bom demais!
Tenho que estar ligada numa coisa que adoro: música, literatura, cinema, teatro, cultura! Ontem, à noite, por exemplo, eu trabalhei. Vocês tinham que ver a cara de "tristeza" com que fui trabalhar à noite. O resultado do trabalho estará nas páginas do Diário de Cuiabá amanhã.
No sábado, à noite, assisti ao show "De volta Noel Rosa" com o grupo infanto-juvenil Praticutucá, que tinha sido objeto de matéria veiculada nesse dia. Foi lindo!
Estou apenas começando no jornal, mas a rotina tem sido muito gostosa. Só não estou no céu porque persistem meus problemas financeiros. Ok, ninguém se mantém em Mato Grosso (ou quiçá em lugar algum) trabalhando como repórter (especialmente de Cultura) para um diário.
Continuo fazendo meus frilas e dando aula de francês, mas ainda é pouco. Preciso outro trabalho fixo que me dê uma grana mais legal ou um frila fixo melhor remunerado.
Há alguns dias, assisti a trechos de uma matéria na TV (acho que foi no programa "Mais você" da Ana Maria Braga), em que se falava sobre os problemas que uma mulher teve como consequência de ter passado pela experiência de perder o emprego. Pensei: até que não estou me saindo tão mal!
Devo a isso a vários fatores, mas talvez os mais significativos - que realmente me impediram de ficar muito deprimida - foram o apoio incondicional da minha família, a minha ligação com a música (o cantar no Madrigal do Avesso, no Chorinho) e a yoga, onde expio parte das minhas tristezas e recarrego minhas baterias. Minha amiga Mônica acrescentou ontem outro item: este blog, onde volta e meia desabafo. Já que ela me ajudou a engrossar a lista, acrescento outro item: alguns amigos fiéis.
Acho que não posso reclamar da vida, não é mesmo? Pelo menos, por hoje.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Cartão postal

Cheguei em casa feliz hoje (motivos sempre temos para estar feliz ou infeliz) e fiquei mais contente quando encontrei debaixo da porta não uma conta ou algum impresso idiota. Tinha um postal de Barcelona na minha porta!
O remetente é um amigo que está visitando a Europa pela primeira vez e o meu cartão foi enviado de Barcelona, na Espanha . Antes de viajar ele me pediu meu endereço postal, mas não botei fé que receberia alguma coisa.
Já recebi notícias desse amigo via email junto com uma foto tirada na viagem. Fiquei contente de vê-lo sorridente e bem. Receber um postal nessa altura do campeonato é uma surpresa e tanto, e mostra o quanto a gente é importante na vida do remetente, eu acredito.
Num tempo em que a maior parte da comunicação é rápida, feita pela internet, vocês hão de convir que é raro alguém comprar um postal, preenchê-lo a caneta com uma mensagem significativa e gastar tempo e alguns euros para postar.
Esse meu amigo nem mora aqui em Cuiabá, ele mora no Rio de Janeiro e é uma pessoa muito querida. Nossa amizade está ligada a Cáceres, onde ele nasceu e eu vivi por quase 15 anos.
Eu me lembrei agora de um post de Dete http://www.piassa-braziliansoul.blogspot.com/, sobrinha e amiga, sobre o prazer de enviar e receber cartões de Natal.
 Há quanto tempo, leitor(a) amigo(a), você não recebe uma carta daquelas que a gente guarda numa caixinha para sempre?
Tenho postais, cartas e cartões de Natal guardados do tempo do onça. A mais antiga foi escrita por meu pai. Detalhe: ele morreu em dezembro de 1962. Faz parte do meu tesouro.
Continuo desejando uma grande viagem ao meu amigo e espero poder encontrá-lo em breve para saber mais detalhes sobre seu passeio e ver as fotos. Ele é um ótimo fotógrafo e um grande gaitista, embora não ganhe dinheiro (que eu saiba) com nenhuma dessas atividades.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Meu vício

Acabei de responder ao email de uma amiga que me pediu informações sobre o lugar onde pratico yoga. Disse a ela que vai se viciar como eu.
Estou viciada em praticar yoga. Às vezes, diante das dificuldades de grana, penso em dar um tempo, mas não tenho coragem. Pago R$ 100 por duas aulas semanais e acho que vale mais a pena abrir mão de outras coisas (como uma roupa nova, uma refeição mais cara, etc).
Conheci a yoga aos 17 anos, no Rio de Janeiro, e me apaixonei. Minha primeira professora dava aulas no clube Fluminense. Não me recordo seu nome, mas me lembro com prazer do meu primeiro contato com as posturas. Depois comecei a frequentar a academia do mestre De Rose, que, na época, funcionava numas salinhas no Centro Comercial de Copacabana. Era tão gostoso! Eu saia super relaxada, comprava um pão integral quentinho numa loja macrô que tinha no prédio e ia para casa, no Flamengo, super feliz mordiscando meu pão quentinho no ônibus.
O ano seguinte foi de pré-vestibular e acabei saindo do De Rose, que se tornaria famoso nas décadas seguintes. Nunca mais fiquei sem fazer algum tipo de exercício: fiz natação, ginástica, jazz, outros tipo de dança, etc, dependendo do que tinha disponível e do meu estado de espírito.
Em 2008, voltei a praticar yoga e me sinto muito bem. De vez em quando penso em substituir a prática por aulas de ginástica numa academia convencional (o  ideal seria fazer os dois, mas a grana é curta), mas não consigo.
Realmente, eu me viciei na prática. É tão prazeroso chegar no lugar onde  tenho aulas, Yoga Clássico, no Bosque da Saúde! Parece que a gente está fora desse mundo. O ambiente é calmo, perfumado, todo mundo é gentil, a sala de aula é meio escurinha, tem sempre uma música suave de fundo. Grande parte da prática é feita de olhos fechados, mas quando abro os olhos para fazer as posturas de equilíbrio ou para ver alguma instrução da Viviane ou do Juliano, sou sempre surpreendida pela beleza do local. Tem uma espécie de jardim de inverno onde os professores acendem umas luminárias com velas. Fica muito bonito.
É claro que muitos pensamentos me ocorrem durante a prática. É difícil abandonar totalmente as preocupações e os compromissos de fora, mas esse é o objetivo: se ligar apenas no aqui e agora, manter a mente serena. Tem dias que choro durante a prática, silenciosamente as lágrimas escorrem no meu rosto, mas acho que ninguém chega a perceber. Tem dias que sorrio discretamente.
Praticar yoga é uma espécie de terapia, de oração. Não faz mal a ninguém e só me faz bem. Hoje tenho prática e isso já é um motivo de felicidade para mim. Não consigo imaginar minha vida sem a yoga hoje. Os instrutores dizem para a gente praticar em casa. Até faço algumas posturas e respirações sozinha (principalmente quando estou viajando), mas não é a mesma coisa. É difícil tirar uma hora sem qualquer interrupção do mundo exterior. Controlar a ansiedade não é uma tarefa fácil.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Sentimental

Estou ficando sentimental. Hoje, fui cobrir a manhã/tarde de autógrafos do livro "Ágape" (Editora Globo), do padre Marcelo Rossi na livraria Janina, no Pantanal Shopping.
Não ia nem rolar entrevista porque tinha gente demais na fila, porém acabamos tendo acesso ao padre - a repórter da Folha do Estado e eu, pelo Diário de Cuiabá - numa pausa que ele tirou para se refrescar. 
Estava combinado que faríamos apenas uma pergunta, porém ele foi tão simpático que acabamos fazendo várias e não é que o danado me cativou. Ele é daquelas pessoas que não responde exatamente à pergunta feita pelo repórter e acaba contando uma história enorme. Em outras palavras, não é nada objetivo, mas gosto de pessoas não objetivas.
Achei o máximo quando comentei que infelizmente não tinha um livro para que ele autografasse. A minha colega tinha comprado um exemplar de "Ágape" e pediu para ele autografar para a avó. Eu disse: "Puxa,  queria ter comprado um livro para minha irmã". Na verdade, eu tinha esperança de ganhar um exemplar. Ele perguntou, acho, onde morava minha irmã. Eu tenho um monte, mas na hora me lembrei de July, minha irmã de Barra Mansa, que é super, mega, ultra católica. Disse que ela iria "me matar" quando soubesse que eu tinha estado com o padre Marcelo Rossi e não tinha conseguido um livro autografado.
Ele falou: "Liga para ela".
- Como? - perguntei.
-Liga pro celular dela que eu falo com ela.
Fiquei tão surpresa porque tinha dezenas de pessoas esperando por ele do lado de fora, mas eu não tinha o celular da minha irmã para ligar. Acho que ela nem tem celular, mas teria sido muito divetido ver sua surpresa recebendo um telefonema do padre Marcelo Rossi de Cuiabá.
Pensei em ligar para outra irmã, mas a única que eu poderia contatar por celular naquele momento (não tenho o número das outras no meu celular) era Jane, a mais nova,  que fala demais no telefone e não é exatamente uma fã do padre Marcelo.
Enfim, perdi a oportunidade de agradar uma das minhas irmãs mais católicas.
Sabe que fiquei até curiosa para ler o livro. Afinal, ele vendeu 3,3 milhões de exemplares em oito meses!

domingo, 15 de maio de 2011

O primeiro concurso público a gente não esquece

Esta nova etapa da minha vida está me ensinando coisas novas, até a fazer concurso público.
Confesso que fiquei com de vergonha de contar que ia fazer o concurso do TRT e receber cobranças. Ou então entrar naquele papo de "não estudei nada". Sempre critiquei quem faz isso, mas nada como um dia depois do outro, mesmo?
Gostei da minha primeira experiência de concurso, apesar de ter me causado dissabores (como não poder ir a Cáceres ver o Festival Internacional de Pesca Esportiva ou recusar um convite para sair no sábado à noite).
Encarei tudo na maior esportiva: o estudo de ontem (o único dia que tirei para estudar) e a prova. Tinha muita gente (não sei quantos candidatos fizeram a prova na Unic) e, para não encarar o engarrafamento muito tempo deixei o carro bem longe. Por incrível que pareça não tive que dar dinheiro para guardador.
No caminho fui conversando com uma moça que estava fazendo o concurso como treinamento já que ainda não concluiu seu curso superior. Chegando à universidade, encontrei três amigos da área de Comunicação e constatei que minha sala era no primeiro bloco. Enfrentei uma filona para o banheiro sem muita necessidade porque depois descobri que a gente pode ir durante a prova (tomo muito água e saí duas vezes para ir ao toalete acompanhada da fiscal).
Na hora de entrar na sala, tive que tirar as coisas da bolsa para que fosse ensacada e lacrada. Acabei esquecendo de tirar algumas coisas importantes como meus óculos para perto e minha balinha Tic-Tac. Mais tarde, quando recebei o material de prova, tive que pedir ao fiscal para pegar meus óculos. Ele foi legal e anunciou solenemente: "Pessoal, estou abrindo a bolsa desta senhora para pegar seus óculos".
Na sala, muita tensão. Ninguém falava, ninguém se mexia até começar a distribuição das provas. Quando começaram a distribuir a folha de resposta, uma moça questionou por que elas não estavam num envelope lacrado. Tensão geral. Os dois fiscais questionados resolveram apelar para a coordenação e, enquanto a responsável não vinha, houve controvérsia na sala. A maioria estava injuriada e queria que a prova começasse logo e só mais uma pessoa se colocou a favor da xará questionadora.
Resolvido o impasse (a coordenadora disse que só o que vem no envelope lacrado é a prova e uma das moças disse que iria enviar uma reclamação; chegou a rolar um clima de discussão entre ela e outra candidata), a distribuição começou.
Descobri ene combinações com o nome Marta e fiquei tensa porque a minha vez nunca chegava. Veio Marta Regina, Martha não sei o que com vê, e nada de Martha Rita. Fui praticamente a última a receber a folha de resposta e a última a receber a prova. Ou todas as outras Martas não tinham h no nome ou a distribuição é feita também pelo critério de carreira escolhida. Sei lá.
Quanto à prova propriamente dita, a de língua portuguesa foi legal: três textos, sendo dois longos e um curto; o primeiro era sobre a obra de Sérgio Buarque de Hollanda, o segundo um texto do próprio Sérgio e o terceiro de Voltaire. Consegui responder tudo com certa facilidade e bastante convicção na maioria das questões.
Na segunda parte começou meu suplício. Não fui exatamente bem em Gestão Pública, embora não tenha achado difícil a prova para quem estudou e domina mais o tema, e fui bastante ruim na matéria específica. Sou péssima em teorias da comunicação, ruim em legislação e muito ruim em temas que não dizem respeito à prática do jornalismo impresso. Em outras palavras, sei fazer o trabalho de jornalista na prática graças ao que aprendi em jornal e revista, e ponto final.
O que ficou de tudo? Foi uma experiência legal e, se eu fizer outro concurso semelhante, vou estudar Comunicação (pelo menos as teorias). Aprendi também que a gente não deve marcar o gabarito com caneta de cara porque às vezes a gente se arrepende da resposta e não tem como voltar atrás.
Mas valeu! Agora é esperar o gabarito.
Uma observação, com todo aquela multidão para prestar concurso não vi um agente de trânsito ou um policial militar nas imediações da Unic.

sábado, 14 de maio de 2011

Passeio no bairro

Hoje, de manhã, saí a pé para resolver umas coisas no meu bairro. O que poderia ser um passeio prazeroso deixou de sê-lo por alguns motivos. Encontrei tanto lixo pelo caminho!
 Moro num dos bairros mais "charmosos" de Cuiabá, o Goiabeiras, que em alguns lugares se confunde com o Popular. Vivo numa crise de identidade: não sei se moro no bairro Popular ou no Goiabeiras.
Meu prédio é o mais simples do meu quarteirão, onde só tem edifício de bacana. Mesmo assim a rua Estevão de Mendonça - e suas imediações - está muito suja. Tem muito papel de propaganda no chão junto ao meio-fio e outros tipos de sujeira jogados por gente sem educação e que não é recolhido.
Meu primeiro objetivo era ir à locadora de vídeo, uma das poucas que restou após a assalto dos piratas. Devolvi os três DVDs que paguei antecipados na quarta-feira (dia de promoção) e  informei à moça que um estava com problemas. Ela disse que sabia.  Indaguei por que a locadora deixava na prateleira um produto danificado. A resposta dela foi tão sem nexo que nem vou perder tempo de reproduzir. Comentei: é por essas e outras que as pessoas estão deixando de pegar DVD na locadora e esse tipo de negócio está falindo.
Fiquei irritada e fui comprar minha "ração" em outra loja do bairro.  Desde que minha filha mais velha comprou essa ração, provou e não gostou, eu me viciei nesse tipo de alimento. Ele pode não emagrecer (que seria o objetivo inicial), mas faz muito bem para os meus intestinos e substitui o pão do café da manhã com vantagens.
Pois bem, a moça informou que a loja estava sem colágeno, um dos ingredientes da ração. Retruquei que ela já estava sem colágeno da última vez que comprei há uns três meses. Reclamei com o dono e ele deu uma resposta sem sentido que não vale a pena reproduzir. Comprei os demais ingredientes e brinquei que teria que "importar" o colágeno do Rio de Janeiro. Ele, então, me sugeriu comprar o ingrediente numa loja no bairro do Porto. Achei gentil da parte dele me indicar outro lugar, mas o problema é que se eu for lá e constatar que a loja tem todos os ingredientes posso optar por comprar tudo lá na próxima vez, já que o dono da loja do meu bairro não demonstrou qualquer intenção de providenciar o colágeno tão desejado.
Depois disso voltei para casa pensando que os empresários do meu bairro têm muito que aprender no sentido de cativar os clientes, a menos que eles não estejam muito interessados na clientela.
Sabe aquele papo de que o freguês sempre tem razão? Acho que aqui em Cuiabá isso nem sempre cola.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Preparativos para a Copa de 2014

Várzea Grande, o município disputadíssimo pelas "lideranças" políticas mato-grossenses (ou seria o município sem prefeito?), surpreende novamente.
Ontem assisti à reportagem no jornal do meio dia da TVCA falando sobre o fim dos cobradores de ônibus na cidade que é portal de entrada para Mato Grosso, já que abriga o aeroporto internacional.
Segundo a matéria, a medida está sendo implantada aos poucos com a concordância do sindicato da categoria e desaprovação dos usuários.
Além de dirigir, encarar todo o estresse do trânsito, cuidar da entrada e saída de passageiros, o motorista agora recebe o dinheiro da passagem. Dá para acreditar?
Entreouvi na reportagem que isso já é uma medida preparatória para a Copa de 2014.  Então está explicado ...
Quando a gente acha que já viu e ouviu de tudo, vem uma coisa nova para nos alertar que a cara de pau das pessoas não tem limite.
O município é um caos, vive trocando de prefeito, é cheio de buracos, de mato, não tem segurança pública, mas adotou uma medida digna das cidades mais organizadas do primeiro mundo.
Eu não me lembro se foi em Londres ou em uma capital norte-americana (acho que foi em Chicago, no final dos anos 1990), mas já entrei em ônibus onde o passageiro deixa o dinheiro da passagem num local apropriado ao lado do motorista (está me fugindo o nome correto do recepiente). Como passageiro, você é obrigado a ter o dinheiro contado para a passagem e se presume que ninguém vai querer passar a perna na empresa.
Agora essa história de dar dinheiro para o motorista e ele ter que parar de dirigir para contar e, eventualmente, dar o troco, é surrealista.
Os ladrões devem ter adorado porque agora fica mais fácil para eles roubarem, já que haverá apenas um funcionário da empresa no ônibus. Enfim, achei uma loucura total. Vamos ver o que mais vem por aí em nome da Copa do Mundo.
Meu amigo Lorenzo comentou do alto de seu bom humor costumeiro que do jeito que o trânsito anda lento, o motorista não terá muito problema para receber e contar o dinheiro. Ele deve saber das coisas já que anda sempre de ônibus em Cuiabá.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Abaixo o preconceito!

Preconceito é coisa feia da qual a gente (eu, pelo menos) se envergonha.
Pois bem, anteontem, escrevendo minha resenha sobre o show do Diogo Nogueira para o jornal Diário de Cuiabá (http://www.diariodecuiaba.com.br/), eu me dei conta de quanto fui preconceituosa em termos musicais. Acredito que hoje estou bem mais aberta nesse quesito.
Eu me toquei de quanto tinha preconceito em relação a sambistas como João Nogueira (pai do Diogo), Agepê, Almir Guineto, Roberto Ribeiro. Isso me levava a um desconhecimento enorme sobre a obra desses autores. Hoje, como frequentadora do Chorinho (o bar Choros & Serestas em Cuiabá), eu me emociono com sambas como "Espelho" e "Poder da criação", duas composições de João Nogueira (a última em parceria com Paulo César Pinheiro).
Por que o preconceito? Do que eu gostava nessa época (anos 70/80)?
Eu gostava de Chico Buarque (sou louca por Chico desde que eu tinha 10 anos), Mílton Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil, MPB em geral; música instrumental (Gismonti, Hermeto), jazz, música erudita (influência dos meus estudos na Pró-Arte), etc. Mas no meu toca-disco tinha pouco espaço para o samba, essa é a verdade.
Parte da minha geração foi muito influenciada por Chico e outros ícones da esquerda. De certo modo a gente torcia um pouco o nariz para o que era mais popular, o que caía no gosto do povo. Em outras palavras, "éramos a elite" (?)  cultural do país e, com isso, só abríamos espaço para o samba de raiz, que geralmente vinha trazido pelas mãos de um intelectual. Nessa estante, cabiam Carola, Nélson Cavaquinho, Noel Rosa - o pessoal mais antigo e/ou ligado ao morro.
Sambistas de classe média, que tinham um trabalho maravilhoso, como João Nogueira, não eram bem vistos no meu meio cultural, muito influenciado também pelo rock.
Durante minha pesquisa sobre João Nogueira, li que um de seus sambas ("Das duzentas para lá") defendia a ampliação do mar territorial do Brasil para 200 milhas, uma das bandeiras de luta do governo militar e, por isso, segundo o site wikipedia http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Nogueira, o compositor acabou sendo vítima de patrulha ideológica.
Eu não me lembro disso, mas talvez isso explique parte do meu preconceito em relação a Nogueira e um certo ostracismo que ele viveu até sua morte em 2000 aos 58 anos.
Hoje, conhecendo melhor a obra de Nogueira (graças a seu filho Diogo), eu lamento essa injustiça e quero aproveitar esse episódio para evitar cometer outros erros semelhantes.
Preconceito em termos culturais é uma atitude burra e avaliar a arte de acordo com a ideologia política do artista (não é o caso do João, ressalto) é sempre perigoso.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Mudando de ramo?

Acabei de ligar para o dono de uma escola de línguas em Cuiabá oferecendo meus serviços como professora. Ele, que se lembrava de mim como professora da francês, ficou surpreso ao saber que estou habilitada a dar aulas de inglês e me prometeu trabalho para o próximo semestre.
Na verdade, a gente se encontrou no final do semestre passado num restaurante e ele me deu seu número de celular para que eu entrasse em contato. Na época identifiquei esse encontro como um sinal de que ficaria bem apesar de ter sido dispensada da revista Produtor Rural da Famato, mas acabei não ligando por vários motivos.
Há poucos dias, numa reunião de pauta da revista com a qual estou colaborando, a dona da empresa responsável pela publicação disse que estava fazendo aulas  de inglês como aluna vip nessa escola de idioma e me lembrei do contato do dono da franquia
Paga-se pouco a um professor de língua estrangeira nessas escolas de idioma e, erradamente, os empresários do ramo não fazem grande distinção entre os professores. Ou seja, em geral, querem um professor que cative a clientela, porém investem pouco no profissional, mas, pelo menos, no caso dessa escola, nunca tive problema para receber. Pelo contrário, fui super bem tratada nos dois semestres que dei aulas de francês lá. Como a escola prosperou muito nesse período, acredito que a situação não mudou nesse aspecto.
É triste, mas é verdade: eu, jornalista veterana, premiada, com especialização em ensino e aprendizagem de língua estrangeira, que já dei aulas em duas universidades de Cuiabá e numa de Cáceres, e trabalhei nos melhores órgãos de comunicação do país, estou com dificuldades para arrumar trabalho. Faz oito meses que saí da Famato! Fiz - e ainda estou fazendo - excelentes frilas, que abriram meus horizontes e garantiram alguma renda, mas preciso ganhar melhor - e de alguma coisa fixa, mensal, com uma remuneração compensadora e que seja efetivamente paga.
Ontem estava lendo o Código de Ética dos jornalistas e diz umas coisas bem legais, entre elas, que o jornalista não deve trabalhar por uma remuneração que lhe pareça aviltante. 
Às vezes eu acho que uma pessoa muito importante na minha infância deve estar rindo de mim onde quer que esteja, afinal, ele recomendou tanto que eu não estudasse jornalismo.
Minha intenção hoje não é me autodepreciar ou me jogar para baixo, apenas estou registrando mais uma vez o panorama maluco do mercado de trabalho: quem tem competência e quer receber uma remuneração justa muitas vezes fica de fora, enquanto outras pessoas ganham muito dinheiro sem sequer trabalhar (estou me lembrando da matéria de ontem do Jornal Nacional sobre funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa do Pará).
O importante é o seguinte: tenho que arregaçar as mangas e aproveitar (ou caçar) as oportunidades.
Outro dia brinquei com minha filha mais velha que ia me oferecer para trabalhar como porteira no meu prédio. Os dois porteiros do dia estavam saindo (um deles já saiu) e sendo substituídos por rapazes que parecem bem menos preparados.
Comentei com ela: é um trabalho bom, dá para ler nos intervalos, almoçar em casa e não vou precisar encarar o trânsito para trabalhar. Ficamos imaginando a cara da síndica se eu me oferecesse para o trabalho e dos outros moradores quando me vissem na portaria ...
Se as coisas continuaram assim, quem sabe me candidato quando surgir uma nova vaga?

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Só para desabafar

Li no Diário de Cuiabá de ontem que a possibilidade de ser assassinada em Cuiabá é cinco vezes maior do que em São Paulo. Achei a notícia tão ruim que preferi nem comentá-la no dia das Mães.
É curioso, quando eu morava em Cáceres (até o início de 2003) morria de medo de morar em Cuiabá por causa das notícias que me chegavam pela mídia e achava graça quando os cacerenses falavam da violência do Rio de Janeiro, onde morei até 1988. Em outras palavras, a violência nos espreita em todo lugar e a  sensação de estar desprotegida na maioria das cidades brasileiras é imensa.
O que mais me irrita é ouvir as "autoridades" enchendo a boca para falar dos investimentos em segurança pública que são pífios diante dos problemas a serem enfrentados. Acabei de ler no blog do Mello http://blogdomello.blogspot.com/ (muito bom por sinal) um post interessante falando sobre a ilusão causada pelas UPPs no Rio. Ele não diz que elas são ruins, porém alerta para outros problemas, como a corrupção policial e o crescimento das milícias mesmo em conjuntos habitacionais recém criados. Em que mundo vivemos?
Enquanto me angustio com os problemas da sociedade como um todo, vou tentando descascar meus pequenos abacaxis. Os encanadores voltaram, identificaram que o problema é mesmo na saída do esgoto do vaso sanitáiro, estão quase terminando o conserto, mas a má notícia é que, segundo o zelador, a conta não é do condomínio e sim do morador porque não é na prumada, etc, etc. Ainda não sei qual será meu prejuízo.
O outro abacaxi é meu carrinho velho que está no estaleiro. O dono da oficina acabou de me ligar explicando tintim por tintim. Perguntei quanto vai custar? Por enquanto a conta está em R$ 375 e o carro será devolvido são e salvo amanhã no final da tarde ou mais tardar na manhã de quarta-feira.
Não sei se sou idiota ou ingênua, mas acredito que eles estão fazendo o melhor e me cobrando o menor preço possível. O sr Jair e seu filho Marcos são super gentis comigo, assim como o Edivaldo - o encanador que já chamei de Aristides e Edinaldo.
Eu tenho que acreditar que eles são justos e honestos comigo. Tenho outra saída? Se eu não acreditar em alguém nesse mundo onde polícia, governo, políticos são tão pouco confiáveis, só me resta chorar.
Apesar dos pesares, estou super alto astral hoje. Vai entender ...

domingo, 8 de maio de 2011

O meu Dia das Mães

Sinceramente, não sou muito ligada nessa história de Dia das Mães, Dia dos Pais, etc, mas é claro que é impossível ficar imune a essas comemorações. Acho que tenho um pouco de trauma  por causa do Dia dos Pais: por ter perdido meu pai aos 5 anos sempre temi a data por ser fonte de embaraço e tristeza. Para quem eu deveria destinar a lembrancinha preparada na escola? Quem convidar para a apresentação escolar?
Hoje, por exemplo, sei que minha filha caçula está triste por estar longe de mim, mas para mim é apenas mais um domingo que passamos afastadas por um bom motivo (ela faz o curso que escolheu em Jabotical, no interior de São Paulo).
Seja como for, o Dia das Mães acaba sendo motivo para manifestação de carinho de amigos (fiquei feliz por ter recebido uma mensagem de uma amiga muito querida que se mudou para Rondonópolis) e pretexto para um almoço um pouco mais especial.
Comemos peixe, muito peixe, no Bonsucesso - uma localidade em Várzea Grande, à beira do rio Cuiabá, que reúne várias peixarias. Fomos eu, minha filha Diana, um casal de amigos e seus filhos. 
Na volta, para compensar a culpa de ter comido tanto, dei duas voltas completas no Parque Mãe Bonifácia com Diana (sempre à frente, graças às pernas mais longas) e outra amiga.
Lá, enquanto caminhávamos, vi uma cena que me deixou triste: uma mãe jovem puxava pelo braço e dava palmadas no filho pequeno. Não sou xiita em relação a palmadas (já dei algumas nas minhas filhas), mas sempre me parece tão injusto ver um adulto batendo numa criança. Essa coisa de puxar pelo braço já é uma agressão porque crianças são seres frágeis.
Outro dia fiquei irritada com duas cenas que vi na rua, Na primeira, um menino pequeno se esfregava no chão do elevador de um hospital sob o olhar indiferente de seus pais; na segunda, um menino corria e também se jogava no chão de uma farmácia sob o olhar indiferente da mãe.
Educar é difícil: vejo pais que parecem ignorar a tarefa de educar seus filhos e outros que parecem se exceder nessa tarefa. Não é preciso recorrer à força e a à violência para educar. 
Ao chegar em casa hoje li uma matéria original e comovente no jornal Diário de Cuiabá: o depoimento de um adolescente à jornalista Alecy Alves sobre a felicidade de comemorar o Dia das Mães ao lado de sua mãe, que foi viciada em crack.
Foram dois momentos marcantes neste Dia das Mães de 2011: a cena flagrada no Parque Mãe Bonifácia e a reportagem do Diário de Cuiabá.
Com certeza tenho muitos defeitos como mãe, mas uma coisa eu posso garantir: ser mãe é muito bom e, a partir do momento que minhas filhas entraram na minha vida, ela nunca mais foi igual. Acredito que a gente vem construindo uma relação de amor, uma parceria, que nunca irá se romper.
É muito gostoso ter filhos. É difícil, mas é gostoso demais. Nunca fui daquelas meninas que sonha ter filhos, mas hoje não consigo imaginar minha vida sem minhas duas meninas.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Socorro!

Hoje foi "minha vez" de fazer barulho. Tem dois homens fechados no meu banheiro quebrando parede, chão, em busca de um vazamento que afeta o apartamento de baixo.
Eles abriram a porta há pouco tempo e saiu um montão de poeira. Coitados ... Deve ser duro ficar lá trancado respirando esse pó fino.
E o pior é que eles ainda não identificaram a origem do vazamento ...
(Suspiro)
Eu estou na sala, tentando me concentrar no meu trabalho, mas está difícil porque fico pensando no prejuízo que esse conserto vai me dar.
(Pausa)
Os caras acabaram de sair. Como não poderei ficar aqui à tarde, eles vão continuar amanhã ou na segunda. Não conseguiram mesmo identificar a origem do vazamento. Há suspeitas de que seja no vaso sanitário e tenha a ver com a saída de esgotos, o que teria suas vantagens porque ai a "conta" passaria a ser do condomínio. Tudo bem que o condomínio somos nós, mas pelo menos eu não teria que arcar sozinha com a despesa.
Os moços deixaram a porta fechada com a recomendação de não usar o banheiro. Resolvi dar uma olhada depois que saíram e levei um susto. Parece que teve uma guerra lá dentro: terra, buracos, muito sujeira! Socorro! Realmente vou esquecer que tenho esse banheiro até segunda.
Perguntei ao chefe se não tem risco de entrar barata pelo buraco (meu grande pavor) e ele disse que não. Não sei se devo confiar nele. Na dúvida, deixei duas toalhas que já estavam sujas na fresta da porta.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Doentes

Somos uma sociedade doente.
Pelo menos foi isso que concluí hoje enquanto aguardava numa farmácia da Unimed. Nunca fiquei tanto tempo esperando pelo atendimento. Só não fui embora porque realmente precisava de um dos remédios que fui comprar.
A farmácia (perto do Hospital Jardim Cuiabá) estava lotada por volta de 10h15m, o que me leva a pensar que tem muita gente precisando de remédios. Ou seja, muita gente doente.
Eu mesma ando irritada com a quantidade de remédios que me mandam tomar. Quem procura acha, certo? Fui no gastroenterologista e ele me passou uns quatro e ainda mandou aumentar a dose de um que a médica pneumologista me mandou tomar em fevereiro passado (é um medicamento contra refluxo).
Hoje fìz retorno com a ginecologista e está tudo ótimo, ainda bem, mas mesmo assim ela me passou dois medicamentos, que não comprei. Fui à farmácia comprar o remédio para asma, de uso constante, e dois outros indicados pelo gastro.
Mas, anteontem, fui a um homeopata, da corrente unicista, isto é, que tenta identificar "o remédio" que vai resolver o(s) problema(s) relatado(s), dentro de uma concepção de que a maioria das doenças é apenas sintoma de alguma coisa que vai mal lá dentro. Eu me considero curada de uma rinite alérgica irritante com a homeopatia  no Rio de Janeiro e fiquei com a asma sob controle enquanto me tratei com o médico Marcos Bicudo. Porém esse tipo de tratamento requer conversar longas, olho no olho, e ficou difícil dar continuidade depois que me mudei para Mato Grosso. 
Tenho esperanças de conseguir parar com o remédio da asma alopático (Seretide, que custa R$ 64,52 e dura dois meses) assim que começar a tomar o remédio homeopático, e também de me livrar dos sintomas ruins que os médicos alopatas identificam como refluxo.
A medicina certamente evoluiu muito, mas acho que a nossa sociedade faz exames demais e toma remédios demais. Todo mundo sabe que a indústria química farmacêutica é uma das mais poderosas e gera muitos lucros. Para que a roda continue a girar, é importante que as pessoas fiquem cada vez mais doentes e tomem  mais remédios.
A propósito, apenas 38% dos esgotos produzidos em Cuiabá são tratados. Essa informação foi discutida hoje no jornal do meio-dia da TV Centro América. Como ter pessoas saudáveis com esgotos correndo a céu aberto ou jogados in natura nos córregos e rios? Tem algo de podre em tudo isso.


quarta-feira, 4 de maio de 2011

Pesadelo sem fim

Tem muitas coisas deprimentes nesse mundo, mas poucas coisas me parecem tão deprimentes quanto a situação de Várzea Grande.
Para quem não conhece, Várzea Grande é a porta de entrada de Cuiabá, já que o município vizinho abriga o Aeroporto "Internacional" Marechal Rondon.
As duas cidades estão ligadas por várias pontes (algumas com problemas estruturais, uma delas, inclusive, esteve parcialmente interditada há algumas semanas) e vários problemas: violência, deficiência em transporte e falta de saneamento básico, entre outros.
Sempre que assisto a reportagens no telejornal da Globo local (TVCA) sobre o município, elas falam sobre a situação precária de Várzea Grande: as ruas são cheias de buracos, o pronto-socorro está sempre botando gente pelo ladrão, etc, etc.
Mas em meio a esse caos existe uma situação surrealista: há meses o prefeito (?) de lá, Murilo Domingos, vem sendo afastado e reconduzido ao cargo. Cada dia que a gente lê o notíciário há uma reviravolta no caso.
Domingos foi reeleito em 2008, mas até hoje - juro - nunca ouvi alguém defendê-lo. Quando pergunto às pessoas por que votaram nele, geralmente respondem que não votaram e acrescentam que os outros candidatos eram piores.
É estranho: quando Murilo "está" prefeito,  geralmente se afasta para cuidar da saúde.
Pobre Várzea Grande!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Ser ou não ser jornalista

Eu admito: andei num mau humor danado nas últimas semanas. Não me orgulho disso e nem vou tentar justificar meu mau humor, afinal, problemas todos temos, não é mesmo?
O importante é que de repente tudo mudou como num passe de mágica. (Menos, Martha, menos ...) Ok, reconheço, ainda tenho meus momentos de mau humor, mas estou mais leve e menos pessimista.
Ontem, por exemplo, trabalhei bastante num frila (para a revista Bio) e, à noite, quando escrevia um texto a pedido de um amigo fotógrafo (para um trabalho que não sei exatamente o que vai ser, mas que tem a ver com agronegócio), eu me dei conta de uma coisa muito legal: sou muito boa no que faço. O problema é que não se valoriza muito o trabalho de escritor/ jornalista. 
Eu me lembrei de outros textos/trabalhos que fiz nos últimos anos - alguns sequer levavam minha assinatura porque foram escritos como ghost writer. A maioria deles requereu grande poder de concisão, uma certa criatividade, elegância e capacidade para reproduzir em palavras ideias complexas. Nunca tive reclamação. Em geral, os clientes ficaram bastante satisfeitos.
Adoro pesquisar sobre o que vou escrever, buscar dados, informações precisas para embasar meu texto. Se tiver tempo, leio e releio o texto para torná-lo mais apurado, preciso, enxuto.
Foi isso que aprendi na minha "escola"de jornalismo: revistas da qualidade da "Realidade" e da "Veja" dos bons tempos; o velho "Jornal do Brasil", que abrigou uma geração de talentos, diante da qual eu me sentia uma formiguinha.
Infelizmente, vejo as pessoas com quem mais me sintonizo em termos de jornalismo em Cuiabá também desanimadas, migrando para outras profissões ou buscando segurança financeira em concursos públicos.
Há dias encontrei um dos meus alunos mais promissores no curso de Jornalismo da UFMT: ele passou recentemente num concurso público como jornalista, mas está fazendo curso de Direito à noite. Mais um que o jornalismo deve perder!
Voltando ao início, eu me dei conta de que não sou um fiasco ou uma idiota que faz escolha estúpidas como às vezes sou levada a pensar diante da situação que enfrento hoje. Eu sou muito boa no que faço e sou muito devotada ao que faço. Preciso apenas de descobrir uma forma de ganhar dinheiro com minhas qualidades. Não é possível que eu tenha que mudar de profissão para viver com dignidade!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Obama mata Osama

Meu título não tem a pretensão de ser original,  mas não consegui fugir à tentação.
Pena que o timing da Casa Branca não se afinou com o do programa "Fantástico" da Rede Globo. Já pensaram a loucura que ia ser ter que interromper a programação prevista para anunciar a morte de Bin Laden?
Não me atrevo a dar uma de comentarista internacional num assunto tão sério, mas gostaria de dizer três ou quatro coisas a respeito do assunto mais importante do noticiário atual:
1- Acho muito estranho que o corpo de Osama tenha sido jogado ao mar (e não acredito nisso).
2- A fortaleza onde ele morreu  - e as circunstâncias, ao lado de mulher, filhos - me fizeram lembrar do personagem quase homônimo criado no humorístico "Casseta & Planeta". O maior terrorista do Planeta não estava escondido numa bat caverna super secreta e sim numa casa de alvenaria, bem próximo de outras pessoas comuns.
3- Finalmente, não acredito que o mundo vá ficar mais tranquilo por causa da morte de Bin Laden.
4- É claro que essa morte será um trunfo enorme nas mãos de Obama, que ganha fôlego para mais um mandato na presidência dos EUA.
Já pensaram se a morte de Osama acontecesse no mesmo dia que o casamento do príncipe Williams? Ia dar um nó na cabeça dos editores dos telejornais.