sábado, 17 de julho de 2021

Lixo e falta de educação




Ontem falei do lado bom de sair pelas ruas de Cuiabá com meu cachorro Juca, mas hoje quero falar de um aspecto bem feio da cidade: como a capital de Mato Grosso está suja!

Gostaria de ter várias imagens para comprovar o que digo, porém a agitação de Juca não me permite tirar as fotos que gostaria. Hoje, por sorte, consegui fazer um registro na Praça Oito de Abril, por volta de 7h da manhã! 

Adquiri o hábito de sair com Juca de manhã e no final da tarde. A gente varia o itinerário, mas temos alguns pontos fixos, como algumas praças próximas ao meu prédio, situado no bairro Popular. 

Em praticamente todas sempre encontro muito lixo acumulado: sacos plásticos, embalagens vazias (de quentinhas, sanduíches), sacolas de papel, caixas de papelão (ou isopor) e muitas garrafas de vidro (as populares long necks) e de plástico. 

Também encontro muitos varredores de rua, que trabalham para a Prefeitura. 

Em algumas praças, como a Praça Popular, onde estão situados vários bares, e na Oito de Abril (também conhecida como Praça do Choppão), há muitas lixeiras. Ninguém pode alegar falta de um local adequado para jogar seu lixo. Mas as pessoas parecem que fazem questão de deixar seus restos jogados como se fossem cães marcando território. Alguns chegam ao cúmulo de jogar o lixo no meio de um canteiro para dificultar o trabalho de quem recolhe a sujeira deles. É revoltante!

A gente tem ido muito a uma pracinha (Manoel Miráglia), que fica na esquina da Avenida das Flores com a Rua General Ramiro Noronha, no bairro Jardim Cuiabá, e lá não há lixeiras. Para piorar a situação, ela se transformou num ponto de apoio de entregadores por aplicativo, que também acumulam muito lixo.

Resumo da ópera: a Prefeitura podia instalar mais lixeiras em alguns locais, porém muitas pessoas parecem estar se lixando para esse tipo de recipiente. Ou seja, faltam educação e senso de civilidade. Sabe aquele habito de colocar qualquer pedaço de papel no bolso ou na bolsa? Pois é, eu sou assim e não vejo mérito algum nisso. Se tive algum mérito foi passar isso para minhas filhas, que também são incapazes de jogar uma lata (ou uma garrafa) na rua. 

Eu nem falei da situação de ruas e calçadas (quando existem) ... A quantidade de lixo e mato mesmo em ruas centrais é impressionante!

Fica aqui o meu registro. Talvez não adiante de nada, mas peço a quem me ler que ponha a mão na consciência e pense: que tipo de cidade estamos construindo e deixando para nossos filhos/netos/bisnetos? Como podemos mudar essa situação?

Aproveito a postagem, lançada ao vento, para fazer um apelo à Prefeitura de Cuiabá: por favor, aproveite os espaços vazios em alguma das praças dos bairros Goiabeira, Popular ou Jardim Cuiabá, para criar um "parcão", uma área exclusiva para cães, a exemplo das que já existem no Jardim das Américas e na Morada de Ouro.  Além das praças mencionadas acima, temos como opção a Praça Santos Dumont, que está super abandonada, e a Praça Clovis Cardoso. 


sexta-feira, 16 de julho de 2021

Apaixonados

 




Já passou da hora de escrever um novo post sobre Juca. Afinal são mais de quatro meses de intensa convivência. 

Há quem diga que só publico fotos de Juca, que só falo de Juca. Não sei se devo me preocupar com isso. O fato é que sempre fui razoavelmente discreta em relação à minha vida social e pessoal. Minhas filhas estão longe; não vou ficar publicando postagens sobre o meu trabalho, portanto, nada mais natural que Juca seja o modelo da vez.

É interessante como os animais aproximam as pessoas. Numa mesma saída sou capaz de conversar com um trabalhador braçal da Prefeitura de Cuiabá que está tirando o mato de um canteiro na praça e com pessoas que estão passeando com seus cachorros. Dou bom dia para cães presos em casas, que latem desesperadamente quando Juca desfila na sua porta; para a faxineira que limpa a calçada em frente ao prédio e me vê passar diariamente, e para qualquer pessoa que olhe para nós, por empatia ou medo. Respondo delicadamente quando perguntam: "Ele morde?" Entendo que alguns evitam a aproximação por traumas de infância e há também quem faça cara feia porque não gosta mesmo de cachorro. Não sabe o que está perdendo.

Nesse meio tempo, estabelecemos - Juca e eu - uma rotina draconiana. Acordamos (ou melhor, ele me acorda) por volta de 6h30 e saímos para o passeio matinal o mais rápido que eu conseguir. Em geral, Juca me espera deitado na porta da casa alternando momentos de compreensão com a minha lerdeza com outros de impaciência. Nossos passeios, que começam com a parada para o longo xixi, têm itinerários variados e duram aproximadamente uma hora - o tempo necessário para outros xixis, cocô e a exploração do caminho sempre na esperança de encontrar algo para comer.

Não! Juca não passa fome em casa, mas percebo que é do seu instinto fuçar a grama, o mato, o lixo, em busca de "tesouros". Às vezes, consigo impedir que o "tesouro" seja devorado (já peguei ele com um ratinho e um passarinho morto na boca), mas em muitos casos, não dou conta. 

De uma hora para outra, minha casa deixou de ser um campo minado de xixi. Faz um bom tempo que Juca não faz suas necessidades em casa. Somente na rua, nos passeios matinal e vespertino. 

No fim da tarde, volta e meia, a gente dá um passeio maior: vai até o pet park do Shopping Estação ou de algum espaço público. É bem gostoso. Só não vou todos os dias porque é preciso pegar carro e nem sempre estou a fim de enfrentar o trânsito. 

A propósito, na sexta-feira passada, no caminho para o Shopping Estação, Juca quase me matou de susto: no percurso até o Trevo do Santa Rosa, de trânsito invariavelmente lento, ele simplesmente pulou pela janela traseira. Puxei o freio de mão, abri a porta e me deparei com um cachorro pendurado pelo peitoral e a guia que estava presa no cinto de segurança do carro. Joguei-o pela janela de volta pro banco traseiro e fechei os vidros por medo de outra tentativa de fuga. Coitadinho! Acho que ele estava morrendo de vontade de fazer xixi e cocô, e estressado de ficar dentro do carro.

Já percebi que ele não gosta muito de andar de carro, por isso evito os passeios motorizados.


No mais, Juca é um amigo querido, que me olha de uma forma absolutamente arrebatadora. Às vezes, ele é teimoso, chato, e sei que não sou a melhor "educadora" do mundo. Aliás, não faço o menor esforço para adestrá-lo. Mas fico encantada com a sua memória, inteligência e empatia.

Há alguns dias nos deparamos com um vizinho caído na calçada e Juca parecia estar participando da situação. Quando tentei "me livrar" dele, atendendo à sugestão de uma moça que tínhamos acabado de conhecer de levá-lo para o pet shop da rua junto com seu cachorrinho, ele se recusou a ir com ela. Tive que eu mesma levá-lo para poder retornar no intuito de ajudar o senhor acidentado.

Ontem, assim que saímos de casa, fomos recepcionados por dois cães (uma fêmea vira-lata e um macho pequeno, de raça), que não pareciam ser moradores de rua. Logo desconfiei que eles pertenciam a uma casa vizinha ao prédio e, após alguns minutos, consegui chamar a atenção da dona de casa, que contou que os dois tinham fugido e ela não tinha conseguido alcançá-los. Juca e eu fomos então atrás dos dois, que já estavam se afastando novamente, e conseguimos atrai-los de volta para a alegria de sua tutora, que até nos convidou para entrar em sua casa. 

Juca é um cachorro ativo e muito inteligente. Imagino como seria sua vida num sítio ou numa fazenda, onde tivesse toda a liberdade de correr, caçar, comer o que quisesse... Mas, quis o destino, que ele viesse morar comigo num apartamento e por isso procuro oferecer o melhor que posso. Ontem, no final do passeio, descobrimos uma sorveteria no bairro Jardim Cuiabá que vende picolé para pets - o PETcolé. Ele adorou, chupou o picolé de melancia como se tivesse tomado picolé a vida inteira. Fofo!


Este é um resumo de nossa vida nestes últimos meses. Minha intenção é fazer um registro a cada três/quatro meses para mostrar as diferentes etapas da vida do meu Juca.  Esqueci de dizer que adoro o jeito de Juca dormir e também que acho que ele está me tornando uma pessoa melhor.