sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Até a vista ...

Aos meus leitores, que acompanharam este blog assidua ou esporadicamente ao longo de 2009, meu muito obrigada. De coração!
Este blog tornou-se muito importante para mim e é sempre com carinho que lhe dedico alguns minutos do meu dia. Ele me ajuda a me entender no mundo e a lidar melhor com a sensação de perplexidade, medo e solidão que está sempre à espreita.
Este post não é necessariamente uma despedida, mas saio de férias amanhã e preciso me permitir um descanso da telinha e do teclado do computador.
Se der vontade, posso escrever um dia ou outro, mas só ser der vontade ...
Desejo a todos vocês um Natal bacana. Nós, que fazemos parte da parcela da população mundial que come bem diariamente, tem um teto e até se preocupa em dar e receber presentes, temos que nos empenhar em manter a harmonia e, se possível, estender um pouco dessa nossa felicidade a quem tem menos - em todos os sentidos. É claro que a felicidade não se mede pela posse de bens materiais, mas é duro pensar em "festas" de fim de ano com a casa derrubada ou inundada pelas chuvas e sem comida na mesa.
2010 pode ser um ano igual a qualquer outro ou melhor. Existe um componente - que uns chamam de destino, outros de Deus - que interfere na nossa vida e que ainda não consigo entender. Mas quero acreditar que se a gente pensar e planejar coisas boas algo de bom virá. Se não vier pelo menos a gente não sofreu por antecipação, não é mesmo?
Portanto, um ótimo 2010 para todos!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Concentração

Hoje tenho que usar todo meu poder de concentração para não pensar nas pessoas queridas - e desconhecidas - que me mandam mensagens de fim de ano; não me ligar em tantas coisas boas que poderão acontecer comigo a partir do dia 1º de janeiro; não ficar pensando em tudo de bom - e de não tão bom - que me aconteceu em 2009; e principalmente não pensar que minha filha caçula viaja à noite para Ribeirão Preto (segunda fase do vestibular da Unesp) e que a gente só vai se rever na véspera do Réveillon.
Ainda tenho uns textos para escrever e rever e preciso manter meu pensamento voltado para o agronegócio que paga minhas contas e mantém minha família alimentada.
Há alguns dias falei de uma menina (de 14/15 anos no máximo) que fez um discurso lindo como oradora na formatura de sua turma (8ª série - fim do 1º Grau). Hoje quero falar de outra grata surpresa: ontem, no Chorinho, conheci uma menina de 15 anos que canta samba lindamente, toca tamborim e é super simpática. Não sei detalhes, mas parece que é neta e filha de gente que gosta de samba, mas conversando com sua mãe descobri que a menina (Ana Rafaela) canta no Praticutucar - um trabalho com crianças maravilhoso da Rejane De Musis - e tem aulas de violão com Pio Toledo - um velho conhecido de Corumbá, que hoje mora e trabalha com música em Cuiabá.
Fiquei feliz. A gente se liga muito nos jovens sem limites e esperanças, mas às vezes não percebe quantos meninos e meninas bacanas estão surgindo por aí, que apreciam música de raiz, literatura de qualidade, que têm informações para decidir o que querem. Nesse sentido, é muito importante o trabalho de pessoas como Rejane e Pio.
Modestamente também dei minha pequena contribuição - e quero continuar dando - quando estive professora em Cáceres e Cuiabá. Volta e meia reencontro ex-alunos pela noite (ontem mesmo encontrei uma ex-aluna da Unic) e, em geral, sinto que de alguma maneira transmiti algo de bom para eles.
Entre as mensagens de Natal que recebi a que mais gostei foi a da fábula dos dois cavalos, enviada por minha sobrinha, Bel. Um era cego e mais velho, e o outro enxergava e tinha um sino. Por sabedoria do dono, ambos permaneciam juntos e se ajudavam. Na maior parte do tempo, o cavalo cego se guiava pelo sino do mais jovem, que aprendia com a experiência do mais velho.
A vida é assim, nem sempre idade é sinônimo de sabedoria e a gente está sempre aprendendo , com bichos, bebês, crianças e até com gente mais velha. O importante é estar sempre aberto ao conhecimento e a novas amizades.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Viajando com o blog

Hoje pela manhã li a última postagem no blog do meu sobrinho, Júlio César, criado por ocasião de seu "ataque" ao cume do Cotopaxi, uma montanha gelada no Equador (maiores detalhes em http://juliocba.blogspot.com/). Para mim, que não tenho a menor intenção de me lançar numa aventura dessas, foi uma delícia acompanhar o planejamento, expectativas e o diário da viagem, e ficou mais emocionante ainda pelo fato de eu conhecer o autor da aventura desde pequeno (na verdade, não espalhem, eu o carreguei no colo).
Por incrível que pareça, não sei quem inventou o blog, mas eu a-do-rei! Além de permitir a troca de informações, emoções entre as pessoas, é um viva à diversidade. Encaro o blog como um diário, por isso, para mim ele é quase intimista, mas é claro que estou consciente que é uma intimidade bem relativa, do tipo "só estou contando para você e a torcida do Flamengo".
É como discursar para uma plateia bem grande. Para mim, é uma experiência mais palatável do que falar para um grupo de 10 pessoas, Ou seja, você se concentra em si mesmo e se joga no abismo sem medo de ser feliz.
Com Júlio César constata-se mais uma utilidade incrível do blog: é um diário de viagem online e compartilhado. Fico pensando se meu blog já existisse quando fiz minha primeira viagem à Europa aos 17 anos ... Será que eu me exporia da mesma forma que me expus no caderno guardado até hoje como tesouro?
Enfim
, os tempos mudam, mas a vontade de se comunicar, compartilhar e registrar para o futuro nossas descobertas e sensações não muda.
Torço para que Júlio (e outras pessoas da família que têm o hábito de viajar) coloque sempre suas experiências de viagem no ar.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Momento de devaneio: planejando as férias

Está cada dia mais difícil me concentrar a poucos dias do início das férias - o primeiro período de férias de verdade (com direito a 30 dias de descanso, com tudo que determina a lei). desde 2002 .É bem verdade que, por opção, vou voltar ao batente uns três dias antes por conta de uma viagem de trabalho (vale a pena o sacrifício, mas pretendo compensá-los - os dias trabalhados antes do fim das férias - mais à frente ...)
Não consigo deixar de pensar no que pretendo fazer no Rio e, entre os programas habituais (praia, idas à Lapa e aos quiosques da Lagoa), inclui a partir de hoje uma visita ao bairro da Urca por conta de uma reportagem lida numa revista da TAM encontrada na sala de espera do consultório do meu oftalmologista.
Sempre gostei da Urca (fiz meu curso de Comunicação perto do bairro, no campus da UFRJ da Praia Vermelha) e minha memória afetiva guarda visitas ao Pão de Açúcar (incluindo o Noites Cariocas, que funcionou lá nos anos 80), à Praia Vermelha propriamente dita (só pra olhar a paisagem) e uma excursão de colégio deliciosa ao Forte São João (com a turma do Santo Inácio). A Urca me lembra minha mãe, já falecida, talvez por causa do estúdio da extinta TV Tupi que funcionava lá no antigo Cassino da Urca. Agora quero percorrer a pista Cláudio Coutinho e já coloquei esse passeio na minha lista de prioridades.
Tem tanta coisa para ver no Rio, mas o tempo passa tão rápido quando estou lá. Minha programação deste ano inclui ida a oftalmologistas (para ver o lance do ceratocone), a um homeopata (para levar uma de minhas filhas) e um dia no Consulado norte-americano para tirar o visto. Inclui ainda uma ida a Barra Mansa, no interior do Estado do Rio, onde mora uma das minhas irmãs (para a festa do Natal), e a Sorocaba-SP ( para o casamento de uma sobrinha neta).
Ufa ... Tenho realmente que ficar esperta para fazer o tempo render, mas é férias... preciso descansar e relaxar.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O amanhã

Fui escovar dentes e, nesse meio tempo, o tema do meu post de hoje mudou completamente. Estive conversando com uma moça que trabalha no Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), na Famato, e descobri que ela veio de São Paulo para morar em Cuiabá. É interessante como a gente conhece tão pouco as pessoas que trabalham na sala ao lado.
Perguntei a ela se se adaptou fácil a Cuiabá e a resposta foi afirmativa. Esse papo, o fato de minhas filhas estarem querendo ir estudar fora daqui e até meu próprio futuro me fazem pensar sobre essa capacidade - e desejo de migração - das pessoas. Tem gente que parece que tem bicho carpinteiro e não consegue se estabelecer em lugar algum; tem gente que parece ter nascido com o pé amarrado na cama e não consegue se afastar do seu rincão natal.
Eu me situo no meio termo. Tenho preguiça de me mudar, tenho medo de não me adaptar e sou apegada à família e a amigos, mas adoro novidade e tem um lado meu que sente a maior atração pela mudança: de ares, de trabalho, de cidade, até de estado. Nasci em Corumbá (MS), cresci no Rio de Janeiro, me mudei para Cáceres (MT) - uma cidade muito parecida com a minha Corumbá, onde vivi apenas dois anos - e depois para Cuiabá.

"O que será o amanhã?
Como vai ser o meu destino?" (samba enredo da escola de samba União da Ilha, em 1979)

Tem horas que sinto uma vontade imensa de voltar pro litoral, em outros momentos sinto-me definitivamente atraída por esse Mato Grosso - ainda selvagem, inexplorado e cheio de oportunidades.

"Como será o amanhã?
Responda quem puder"

Eu, por enquanto, não sei.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Ritos de passagem

Ontem foi a formatura da minha filha caçula. Ela terminou o terceiro ano do ensino médio. Foi uma bela festa apesar de chuva torrencial que caiu sobre Cuiabá. Bons discursos, significativos, sobretudo o do professor de literatura, paraninfo de uma parte dos formandos, o professor Leão, que demonstrou na solenidade de colação de grau ter uma ótima sintonia com os alunos, mencionou grandes poetas como Manoel de Barros, citou versos conhecidos de canções da MPB e falou sobre a importância da família estar unida na busca da felicidade.
Uma menina, oradora da turma do 9º ano do ensino fundamental, filha de um casal de jornalistas de Cuiabá, foi a grande revelação da noite, com um discurso original, comovente e provocante. Brinquei com sua mãe na saída: "Será que ela vai querer ser jornalista?" Tomara, precisamos de jornalistas com textos tão criativos e que, ao mesmo tempo, tenham algo a dizer.
Depois da colação de grau, muita alegria, dança, bebidas (ah, como essa moçada bebe ...)
Para mim, tudo foi muito significativo. Esta semana, no Rio de Janeiro, teve um jantar comemorativo dos 35 anos da minha formatura de ensino médio, no Colégio Santo Inácio (CSI). Mais uma vez não pude participar, trocar figurinhas com os colegas cinquentões e brincar de se reconhecer depois de tantos anos sem se encontrar.
Como disseram todos ontem a formatura é mais uma etapa que se fecha na nossa vida. Agora, muitos desses jovens - no caso dos colegas da minha filha - vão fazer faculdade fora de Cuiabá e, talvez, se revejam apenas ocasionalmente, mas as amizades feitas quando temos 15, 16, 17 anos são tão bonitas e marcadas pelas descobertas e, sobretudo por sonhos em comum, pela possibilidade do se fazer que, na verdade, não acaba.
Por tudo isso - pelas lembranças, pela alegria e a emoção - , dedico hoje essa postagem a Marina, a formanda da vez, linda, cheia de vida aos 17 anos; a três amigas que marcaram especialmente a minha fase inaciana: Cristina, Mila e Cynthia. e alguns amigos, Augusto, Saboya, Albuca, Velho, Ventura, Rodolfo, Brandão, entre outros, que foram meus primeiros amigos, de verdade, do sexo masculino. Explico: nunca tive irmãos da minha idade, minha família sempre foi mais feminina do que masculina e até então eu estudava em colégios de freiras e só de meninas.
Os três anos que passei no Colégio Santo Inácio foram grandiosos!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Deu certo!

Pessoal, consegui retomar minha curta vida de blogueira! Aleluia!
A turma da informática conseguiu permitir que eu gerencie meu blog do meu computador de trabalho. Por isso, por enquanto, só tenho que agradecer aos rapazes por sua compreensão e contribuição à continuidade de um projeto mais pessoal que profissional.
Continuarei podendo lançar meus textos ao vento sem saber quem vão atingir - e quando - na construção dessa nossa civilização tão sofisticada e, ao mesmo tempo, brutal, onde as mesmas ferramentas que aproximam podem distanciar, que promovem a solidariedade e o conhecimento podem incentivar o ódio, o preconceito e o desamor.
Agora tenho que retornar aos meus textos para a revista.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Vida de blogueira

É engraçado como às vezes a gente não se dá conta do prazer que sente em algumas coisas. Só agora percebo como me dava prazer poder compartilhar com meus leitores virtuais (alguns conhecidos, outros inesperados) as agruras e delícias do meu dia a dia. Comentar minhas alegrias, decepções, frustrações. Falar de música, política, violência, filhos, amor, vida e morte. Fazer novos contatos, ampliando a rede de amigos. Sentir-se um pouco menos sozinha nesse mundão, estivesse eu em Colniza, no extemo noroeste de Mato Grosso ou em Cuiabá.
Inesperadamente esse prazer meu de todo dia foi interrompido por uma política de controle da empresa onde trabalho. Falei com o rapaz responsável pelo serviço que preciso gerenciar meu blog. Faço isso no meu horário de almoço, juro que isso não atrapalha meu rendimento no serviço. Muito pelo contrário: me ajuda a manter a serenidade, tantas vezes ameaçada.
Minha vida de blogueira está por um fio, já que não sinto o mesmo prazer de escrever à noite - e ainda corro o risco de cometer mais erros de digitação, já que não enxergo muito bem a tela do computador.
Ele prometeu resolver meu problema. Mas essas coisas de controle interno da rede são complexas ... Não sei quando vai conseguir. Enquanto isso, vou tentar escrever o que me vem à cabeça para postar na hora que der, mas não é a mesma coisa. Gostoso é escrever e saber que o texto está flutuando no espaço, como uma folhinha de papel que o vento fosse levando não se sabe para onde.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Agonia

Geralmente mexo com o blog no meu horário de almoço, mas desde ontem à tarde não estou conseguindo postar nada por causa de um mecanismo maluco instalado no servidor da empresa. Há esperanças de que isso mude. mas enquanto a situação persiste, não sei o que fazer. Hoje cheguei em casa depois das 23h e não tenho condições físicas de postar mais nada.
Só quero contar que tem uma entrevista minha chiquérrima no site http://www.agonia.net/, um site internacional dedicado a assuntos literários. Se alguém se interessar em ver, entre no endereço já mencionado e clique na bandeirinha do Brasil. Vai encontrar textos - poemas, crônicas e contos - e notícias interessantíssimos.
Torçam para que esta minha agonia acabe logo.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Violência e coerência

Estou pensando seriamente em me dar férias no blog, embora ainda não esteja de férias na revista Produtor Rural. Mas não sei se consigo.. Como já disse anteriormente, eu me viciei no blog, portanto, amigos leitores, não esperem muita constância ou coerência da minha parte nos próximos dias.
Até por que a coerência não anda muito em alta no nosso mundo.
Hoje , por exemplo, estou perplexa com a fúria das pessoas pós-final do Brasileirão. Uns choram e brigam porque seus times foram rebaixados, outros porque foram campeões. Não consigo entender tanta paixão, tanta violência e tanto descontrole.
Realmente ser jogador de futebol, técnico ou árbitro virou uma profissão de risco, não dos riscos inerentes à profissão, provocados por quedas, encontrões ou até faltas maldosas, e sim do ódio de pessoas que está acima da minha compreensão. Não acredito que os torcedores do Coritiba destruíram um estádio, agrediram pessoas só por causa do amor pelo clube.
Apesar de tudo, iniciei a semana cheia de projetos para 2010 e cheia de esperança, embora saiba que tudo pode vir água abaixo (ainda mais com tanta chuva no país) num piscar de olhos. Mas a gente tem que acreditar e pensar e planejar e sonhar, senão perde a alegria de viver.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Água de beber

Preciso urgentemente de férias! Minha cabeça está a mil e não consigo sair de frente do computador para caminhar um pouco. É bem verdade que o tempo está chuvoso e pouco convidativo para uma caminhada.
Acabei de responder a uma entrevista por email. As respostas serão publicadas na versão em português do site www.agonia.net Gostei da experiência. É incrível como a gente descobre coisas sobre si mesma quando é entrevistada.
Ando me descobrindo nos últimos dias, ainda que timidamente. Há uma semana, no (re)lançamento do meu livro (Cantos de amor e seresta, ops, ato falho, o nome do livro é Cantos de amor e saudade) em Cáceres fiz uma fala de 14 minutos que minha filha Marina registrou em vídeo sem que eu pedisse. Foi muito gostoso me ouvir dois dias depois. Modéstia à parte, eu percebi uma vivacidade, uma emoção, uma alegria em mim que desconhecia.
No meio da semana, no evento de comemoração do Dia Nacional do Samba, no bar Choros & Serestas (o Chorinho), eu me descobri como cantora. Foi muito legal.
Hoje, ouvindo rádio em casa enquanto trabalhava, ouvi algumas músicas que adoro. Em uma delas, "Água de beber", o poeta Vinícius de Morais diz:
"Eu quis amar mas tive medo
E quis salvar meu coração
Mas o amor guarda um segredo
O medo pode matar o seu coração
...
Eu nunca fiz coisa mais certa
Entrei pra escola do perdão
A minha casa vive aberta
Eu abri todas as portas do meu coração"

É isso que eu quero. Ainda não consegui. Sei que "o medo pode matar o 'meu' coração" Estou fazendo tudo para abrir "todas as portas do meu coração", mesmo que isso me deixe apavorada.

PS. Sempre que menciono alguma música, costumo pesquisar a letra no Google para ver se eu não postei errado e não é que acabei de descobrir uma coisa incrível: "Água de beber" tem uma terceira estrofe que eu desconhecia, embora tenha cantando essa canção várias vezes num coral. Ela diz assim:
"Em sempre tive uma certeza
Que só me deu desilusão
É que o amor é uma tristeza
Muita mágoa demais para um coração"

Caramba! Vou ficar mesmo com as duas primeiras estrofes.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Quem bate para ensinar ensina a bater

Hoje, no horário de almoço, vi uma reportagem interessante no telejornal Hoje sobre a violência contra crianças, na verdade sobre o uso de castigos físicos pelos pais. A matéria falava sobre um movimento envolvendo crianças de vários países, inclusive o Brasil. O mais bacana foi ver algumas dessas crianças falando sobre o assunto com propriedade.
O slogan da campanha é: "Quem bate para ensinar ensina a bater".
Gostei de saber que pessoas estão se mobilizando em torno do assunto. Estou longe de ser santa, mas sempre detestei a violência. É claro que em alguns momentos já dei umas palmadinhas nas minhas filhas e não faço drama sobre isso. Mas sempre fui e sempre serei contra a violência, embora tenha conhecido pessoas aparentemente "normais" que me relataram ter sofrido castigos/surras cruéis de seus pais. Não posso assegurar se ter sido alvo ou não desse tipo de violência torna as pessoas mais bem sucedidas profissionalmente, ou responsáveis socialmente, ou simplesmente mais ou menos apegadas a seus pais, mas acho injusto alguém maior, que detém um poder sobre o outro (emocional, financeiro), lançar mão dessa situação para provocar dor e humilhação.
Penso também que violência gera violência. Sei que é típico do ser humano bater, agredir, porém, no meu ponto de vista, isso não nos torna maiores. Muito pelo contrário, isso só comprova o nosso lado bestial.
Acredito que pessoas criadas em meio a gritos, espancamentos, tendem a encarar esse comportamento como normal e repeti-lo ao longo da vida. Mas sei que o tema é controverso. Pelo menos está sendo discutido de forma mais autêntica e do ponto de vista de quem sé vítima da violência.

PS. O fato de eu ser contra a violência não significa que eu seja a favor de crianças mal educadas e sem limite. Nunca fui do tipo de mãe que muda a decoração da casa por causa dos filhos, nem que permite que suas crianças sejam execradas por seu comportamento durante visitas a casas de amigos/parentes ou a locais públicos. E tenho verdadeiro horror a pais omissos e/ou ausentes, do tipo que esquece filho na escola ou não faz o menor esforço para prestigiar o pimpolho na festinha da escola.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Dia Nacional do Samba

Hoje é Dia Nacional do Samba. Fiquei sabendo disso quando vi o telejornal Hoje. Sei que tem um monte de coisas gravíssimas acontecendo mundo afora: chuvas no Sul, explosão de corrupção em Brasília, conferência sobre mudanças climáticas pintando na parada. Aqui em Cuiabá continua fazendo um calor dos diabos. Junte-se a isso o trânsito cada dia pior e temos motivos suficientes para aquele clima estressado de final de ano.
Mas hoje é Dia Nacional do Samba. Então, vamos nos permitir relaxar um pouco à noite, sambar e cantar samba no bar Chorinho (Choros & Serestas) - o templo do samba em Cuiabá.
Ligo esse assunto a uma frase da escritora e apresentadora Fernanda Young, que li ontem. Não sou ligada nela, mas gostei muito do que falou em entrevista ao jornal O Globo numa crítica a obsessão das mulheres quarentonas pela juventude: "... ser jovial é bem mais fácil do que parecer jovial: basta manter vivacidade, o amor pela vida". Falou tudo!
É isso que tornava a minha biografada, Estella Ambrósio, tão jovial aos 90 anos, e é a falta disso que faz muita gente jovem parecer velha e sem sal.
O samba é a minha chave para a jovialidade, por isso "Viva o samba!", que expressa sentimentos em versos simples e tem a chave para acionar nossa alegria, vivacidade e amor pela vida.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

É dezembro!

Com o início de dezembro e a saída de férias a partir desta quinta-feira de três companheiros da revista Produtor Rural, estou me sentido em ritmo de férias. Mas preciso botar a cabeça no lugar (só terei férias a partir do dia 21 e ainda tenho muito o que fazer), mesmo que esta semana tenha começado com almoço de confraternização do Sebrae-MT e à noite também tenha sido de "festa" graças à posse da diretoria da Aprosoja-MT (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso). Na quinta-feira vai ter café da manhã para a imprensa na Famato e na sexta confraternização o dia inteiro para os funcionários da Famato (para quem não sabe a revista Produtor Rural é da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso - Famato).
Enfim, fica difícil não ganhar uns quilinhos a mais neste mês de dezembro ...
É um mês estranho: cheio de expectativas por causa do Natal, Ano Novo, e de pressão consumista por conta das festividades de fim de ano. Tempo de confraternizações, de balanços, de mensagens repetitivas com todo aquele blá-blá-blá característico da passagem de ano e em que os contrastes entre a sociedade estabelecida e os que estão simplesmente à margem ficam mais exarcebados.
Digo isso porque todo dia, no caminho de casa pro trabalho, passo de carro por um grupo de moradores de rua (um deles de cadeira de rodas) que se reúne num ponto qualquer da calçada. Penso nessas pessoas com preocupação: qual é a chance de saírem dessa vida? Será que querem realmente sair?
Também hoje passei por uma praça central do bairro Goiabeiras em Cuiabá. Guardadas as devidas proporções, ela me lembra a Praça General Osório em Ipanema. Vi várias pessoas daquele tipo que é um misto de flanelinha, bébado, morador de rua.
Ah, ontem, ao dar carona para uma colega do jornal Folha do Estado, passei por uma rua onde ela disse que se reúnem usuários de crack. Enfim, qualquer semelhança de Cuiabá com cidades como Rio de Janeiro e São Paulo não é mera coincidência.
Pensei na fartura de comida no almoço e no jantar aos quais fui ontem, no escândalo do último mensalão de Brasília, e senti um aperto no coração: o fosso social é cada vez maior e tenho minhas dúvidas se a sociedade se toca que enquanto não houver políticas públicas mais consistentes e duradouras, teremos cada vez mais gente à margem, drogada, disputando migalhas para sobreviver.
Enquanto isso, chovem reclamações sobre a violência urbana, sobra medo e a paranóia só cresce, ampliando ainda mais esse fosso entre as pessoas que, de uma forma ou de outra, vivem atrás de grades.