domingo, 31 de maio de 2009

Domingo cinzento

Acordei hoje desanimada e, sinceramente, sem saber o que pensar sobre a vida. Confesso que não sei ... Quando a gente está bem vê motivo de alegria em tudo, no simples fato de estarmos vivos e respirarmos, mas quando a gente está deprimida, pensa: pra quê?
Tá, estou fragilizada porque passei por uma cirurgia e percebi o quanto a gente é frágil. Eu poderia não estar aqui agora. Olho para mim e sei que sou importante para boa parte da minha família e sei que essa importância toda tem que partir de mim e não dos outros. Isso me leva a pensar se estou satisfeita com a minha vida. A resposta é não. O que pretendo fazer para mudá-la? Não sei. Sei que estou me sentindo superficial e como se toda minha importância social residisse no fato de cumprir meu trabalho, pagar minhas contas (mal e mal) e conduzir minhas filhas até um ponto em que possam caminhar sozinhas. E meus sonhos? E meus desejos, onde estão? Serão adiados até quando?
Por que sempre essa insatisfação?
Ontem, assistindo ao Jornal Nacional chorei muito, por aquela tragédia no Piauí, pelo rapaz que ia ser pai e foi atropelado de uma maneira bruta por um motorista imbecil. por minha filha que tinha acabado de ir para uma festa em busca de diversão (já voltou). Qual o sentido de tudo isso?
Tenho vontade de proteger minhas filhas desses motoristas imbecis, dessas pessoas que matam e maltratam por tão pouco, mas reconheço que não posso impedi-las de viver, de buscar um amor, uma profissão, formar uma família e chegar até aonde estou e se perguntar: pra quê?
PS. Tenho consciência de que se não fosse pela cirurgia provavelmente eu também estaria partindo em busca de diversão num sábado à noite, não veria o Jornal Nacional, não choraria pelas vítimas da tragédia do Piauí, pelo rapaz atropelado e, talvez, não me perguntaria: pra quê? por que?

sábado, 30 de maio de 2009

Kalypso

Quero contar uma parte (tragi)cômica da minha cirurgia. Quando cheguei no centro cirúrgico do Hospital Santa Rosa, um dos maiores de Cuiabá, foi recebida pelo instrumentador Jean e pelo anestesista, um rapaz que me pareceu muito jovem (lembrem-se de que eu estava sem lentes de contato) e muito gentil. Mas o que mais me chamou atenção foi a música ambiente: estava tocando Kalypso! Na mesma hora, eu me senti à vontade para expor minha opinião. Eu não ia viver momentos tão decisivos da minha vida com esse som horroroso! O médico disse que eu mandava e só lamentou não saber trocar a estação (acho que era uma rádio interna, sei lá). Mas, depois o Jean veio e conseguiu colocar numa estação de MPB: tocou Jobim, Chico Buarque. Aquilo me fez muito bem e me ajudou a aguardar a chegada do meu médico, minutos que pareceram intermináveis ali deitada no centro cirúrgico prestes a entregar minha vida às mãos de outras pessoas.
Detalhe: como o médico demorou, mudou o plantão do anestesista e o rapaz simpático que tinha servido na Marinha em Ladário e conhecia minha cidade natal, Corumbá, me abandonou. Veio um outro que também parecia legal e fez as perguntas de praxe: "você é alérgica a algum medicamento? etc, etc" até que ... apaguei.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Eu quero minha mãe!

A quem estranhou meu silêncio de tantos dias, finalmente, uma explicação: tive uma apendicite e fui operada na terça-feira à noite. Estou bem, embora um pouco nauseada e desanimada. Nem sei se poderia estar aqui escrevendo, mas meu médico disse que só não posso dirigir ...
Desse episódio todo a maior lição para mim é aquela que a gente vive observando na vida dos outros, mas quando vê é capaz de fazer a mesma besteira: a gente vai empurrando com a barriga a questão da saúde e fica mais preocupada em resolver problemas de trabalho, dos filhos, etc.
Eu comecei a sentir dores na terça-feira da semana passada, mas achei que era cansaço, falta das aulas de yoga. Na quarta, senti dores muito fortes quando fui pegar minha filha na aula de inglês e até pensei em ir a um pronto atendimento, mas não fui. À noite rezava para não sentir dores mais fortes e ter que encarar um PA de madrugada. Na quinta, finalmente, fui ao médico, mas ele achou que eu estava com a tal da Síndrome do Intestino Irritável, me deu um remédio e me mandou pra casa. Ainda levantei a possibilidade de apêndice e ele disse que a dor de apêndice não pára. Ok. Falou pra mim que era bom caminhar. Tentei caminhar no final da tarde e fiquei paralisada de dor. Mesmo assim continuei acreditando no diagnóstico do médico. Na sexta liguei pra ele e relatei as dores. Ele me mandou tomar outro remédio e procurá-lo no sábado caso não melhorasse. Trabalhei normalmente, embora com dores, irritada e à noite ainda fui a um show. Eu estava melhor!
No sábado, pensei em ir ao consultório, mas havia tanto a fazer: compras no supermercado, minha filha tinha um casamento e precisava de mim. Enfim, não parei o dia inteiro, sempre com dor, uma dorzinha lá no fundo. Domingo, fui no churrasco do Cantorum e jurei que iria ao médico no dia seguinte (se sobrevivesse até lá....) Na segunda, procurei meu médico e ele pediu uma colonoscopia. Nessa hora chorei bastante porque me senti tão desamparada e não queria incomodar minha amiga que teria que ir comigo ao exame no dia seguinte. Mas, como comecei a sentir febre, liguei pra ele que pediu um outro tipo de exame: uma tomografia e exame de sangue. Dormi mais uma noite assustada já que só pude fazer a tomografia no dia seguinte porque tinha que tomar um contraste. Na terça fiz o exame e o técnico disse que o resultado só sairia na quinta. Como assim? E se eu estiver com um problema grave?
-Ah, nesse caso a gente avisa seu médico.
Mas ele deu a entender que não havia esse risco.
Na saída da clínica peguei o resultado do exame de sangue e me assustei. Parecia bastante alterado. Liguei pro médico e ele também se assustou: disse que eu estava com um quadro infeccioso e falou para eu ir vê-lo às 16h30m para um exame clínico. Talvez dali eu já fosse para a sala de cirurgia. Foi o que aconteceu: ele constatou (?) a apendicite no exame (disse que era do tipo atípica) e contou que a tomografia confirmou o problema. Fui direto para o hospital onde fui operada.
É claro que fiquei com muito medo. Afinal, quantas pessoas morrem de maneira besta, de septicemia e coisas assim? Acho também que posterguei demais o problema. Eu tinha que ter sido mais incisiva desde a primeira consulta. Talvez teria evitado tantos dias de sofrimento e um risco maior na cirurgia. Dessa eu escapei. Tive que parar na marra e as coisas continuam independentemente de mim.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Cine teatro

Acabei de chegar do Cine teatro Cuiabá. Ele foi reinaugurado ontem com pompa e circunstância e a partir de hoje até o dia 28 de junho terá apresentações praticamente toda noite. Tudo com entrada franca: shows, peças teatrais, espetáculos de dança, programação bem variada e bacana.
Os cuiabanos mais antigos são apaixonados por esse cine teatro que fechou em 97 já em decadência. Agora ele foi totalmente reformado pelo governo do estado e entregue ao público com uma bela casa de espetáculos.
O show hoje foi ótimo, pena que o ar condicionado estivesse tão gelado! Ebinho Cardoso, aquele baixista que adoro, e Paulo Monarco, o cantor/compositor que também adoro. Dois estilos diferentes, mas ambos muito bons. Músicos de responsa que não fariam feio em qualquer lugar do Brasil. Valeu a pena ver e ouvir!
Quanto à solenidade de reinauguração (à qual não fui porque não estava me sentindo bem e tinha medo de ouvir muito discurso) dizem que foi à la Hollywood, com direito a tapete vermelho e fogos de artifício. Só que as estrelas, parece-me, eram os políticos, já que não temos tantos artistas assim, digamos, tão populares.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Síndrome do intestino irritável

Acabei de voltar do médico depois de ficar com muitas dores no abdomen desde ontem. Consegui marcar uma consulta com meu gastro e ele disse que estou atacada de Síndrome do Intestino Irritável (SII). A doença não é nova para mim, mas fazia tempo que eu não tinha uma crise.
Além de muitas dores no abdomen, fico enjoada, com uma sensação de empachamento e sem energia. Ele me passou um remédio novo no mercado (Mentaliv), que me custou quase R$ 60 e contribuiu para piorar meu estado num primeiro momento. Como comecei a tomar há menos de uma hora ainda não sei se o investimento vai valer a pena.
Meu médico disse também que essa doença acomete mais mulheres (que delícia!) que trabalham, e vivem sob estresse e passam horas sentadas. Isso tudo me soa tão familiar! A boa notícia - meus médicos são sempre bem humorados - é que ela não mata! Ah bão!
Bom, pelo menos não estou com uma crise de rim ou coisa parecida. Ontem, no final da tarde, eu sentia dores na barriga, nas costas, até nas pernas. Segundo meu médico, é assim mesmo.
Para terminar este post medicinal, quero contar que fui na segunda a outro oftalmologista em Cuiabá, que me foi bem recomendado, e ele me disse que estou em boas mãos e que não adianta eu ir a outros centros oftalmológicos em outras cidades que o diagnóstico e o tratamento do ceratocone não vão mudar. Não sei se fiquei feliz (por saber que estou em boas mãos) ou triste (por saber que não há muita esperança para mim). Uma coisa é certa, fiquei desapontada.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Fora do ar

Hoje estou sem energia. Estou cansada ... Nem deveria escrever, mas como uso esse blog para expressar meus sentimentos e humores talvez me faça bem refletir um pouco.
Depois de alguns dias viajando, voltei para casa e tenho muito trabalho para fazer. Essa coisa de muito trabalho é relativo. Talvez não seja tanto para alguns, mas, para mim, neste momento, me parece excessivo.
Vejo minha mente como se fosse um computador, meio velho que nem o da minha casa, que de vez em quando precisa de reparos. O técnico diz que é preciso comprar um novo. Certo, mas tenho outras prioridades.
No caso da minha mente, vou armazenando um montão de informação, a maioria proveniente das pessoas que entrevisto. Tem também informações que a gente vê na TV, lê, recebe dos outros e mais as demandas diárias: contas para pagar, filhos para buscar, etc. Ah, e ainda tem o livro pra escrever, cujo prazo está se esgotando!
É muita pressão! Ontem, depois de um longo dia de trabalho à frente do computador para desovar uma das matérias que tenho para escrever, eu me senti esgotada, como se meu circuito interno estivesse pifando. Como recarregar as baterias? Ontem fui ao ensaio do coral. Foi legal, mas um pouco monótono e nada desafiante, já que o resto do grupo atual é bem devagar para aprender as músicas.
Minhas costas doem, minha barriga dói e tive vontade hoje de ir caminhar no parque de manhã. Antes tivesse ido. A obrigação falou mais alto e vim para a revista trabalhar. Vou ver se caminho à noite, mas não se compara o prazer de caminhar de manhã com a luz do sol com uma caminhada noturna.
Queria poder deixar minha máquina fora do ar por alguns dias ... Difícil, ?

terça-feira, 19 de maio de 2009

Vale a pena ver de novo?

Hoje me deu vontade de escrever logo cedo, talvez para buscar dentro de mim a energia para trabalhar que está me faltando.
Estava lendo no meu perfil que inclui entre meus filmes preferidos "O enigma de Kaspar Hauser" (1975), do diretor alemão Werner Herzog. Eu poderia ter colocado tantos outros ... Talvez esse tenha me marcado especialmente.
Mas o engraçado da história é que consegui rever esse filme há poucos meses e fiquei decepcionada. Achei a história sem pé nem cabeça (afinal, trata-se de um "enigma") e fiquei incomodada com o ritmo excessivamente lento. Na verdade, segundo a sinopse, o filme é baseado em registros históricos sobre um jovem encontrado perdido numa praça em 1828 depois de passar anos trancado num porão.
Em suma, preferia ter ficado com a impressão que a primeira exibição do filme me causou. Pensando bem, o filme é muito interessante e tem cenas muito tocantes como uma em que Kaspar, visto pela elite da época como um bicho exótico, questiona se estava mais feliz agora que sabia tocar música e conversar do que no tempo em que vivia trancado e sozinho, longe da curiosidade alheia.
É uma boa questão: o que é felicidade? É uma ideia tão vaga e sujeita a interpretações subjetivas. Para mim, no momento, felicidade é estar com meu coração confortado, estar em paz. Mas daqui a pouco pode ser ... Ich, é difícil de responder.
E para vocês?

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Mistérios

Acabei de ler uma matéria muito bonita no jornal Diário de Cuiabá sobre um rapaz que se tornou pastor e é filho de uma deficiente mental que foi estuprada por cinco homens diferentes. É aquela coisa, a vida vai nos tornando céticos, porém pelo que a reportagem da jornalista Alecy Alves diz o rapaz, de 37 anos, usa a sua história para pregar a vida. E tem mais: ele cuida de sua mãe, hoje com 57 anos.
O caso de Paulo Marcos de Barros nos faz refletir, mas ainda acho que a pessoa que foi estuprada deve ter garantido o direito ao aborto. Nessa história, os avós de Paulo queriam que a filha abortasse, mas não conseguiram porque só descobriram a gravidez da filha quando já estava no quinto mês de gestação.
São mistérios dessa nossa vida tão cheia de mistérios. Uns nascem em famílias super amorosas e crescem revoltados, pouco agradecidos a pais e mães; outros nascem em circunstâncias tão desfavoráveis e se tornam criaturas do bem.
A esse propósito, gostaria de comentar o artigo de outro jornalista de Cuiabá, Onofre Ribeiro, escrito por ocasião do Dia das Mães, onde ele atribui parte da violência do mundo atual ao fato de muitas mães terem deixado de ser mães em tempo integral por terem saído para o mercado de trabalho. Eu entendi o ponto de vista dele (repetido em outro artigo veiculado ontem), mas fiquei morrendo de vontade de escrever uma réplica chamando à responsabilidade os homens.
Tem muita mulher que não merece ser mãe, mas acho que, sem querer, meu amigo Onofre acaba reforçando o machismo de nossa sociedade. Pai não é apenas aquele que entra com a genética na hora do acasalamento; ele tem que participar, não é mesmo?
Quantas mulheres dão duro o dia inteiro na rua, botam dinheiro em casa e ainda têm que aguentar a violência e a ignorância de seus parceiros?
Então, vamos combinar: parte da violência atual é fruto da desagregação da família, porém família significa pais e mães companheiros e igualmente responsáveis pelo sustento da casa e a educação dos filhos.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Hora do almoço

Hoje, finalmente, voltei a uma certa rotina no trabalho, que me permite atualizar o blog no horário de almoço. Estou tão apaziguada que nem sei sobre o que escrever, embora tenha muitas coisas para contar. A principal: tive uma prova inequívoca de que minhas filhas me amam. Vocês provavelmente irão perguntar se eu tinha alguma dúvida a respeito disso. Gente, é muito bom "ouvir" das pessoas, ou melhor, saber - por meio de uma carta, por exemplo - que alguém te ama. É importante a gente se amar (eu diria até que é básico), mas é muito gostoso você ouvir suas filhas dizerem (ou melhor, escreverem) que você é "a melhor mãe do mundo" e que elas estarão sempre ao seu lado, assim como você procura estar ao lado delas.
Como eu adiantei num post anterior, reconheço que tenho um defeito grande: tenho uma tendência a reclamar das coisas e me sentir vítima, deixando de ver o quanto de bom a vida tem me trazido. Por alguma razão que não vem ao caso, sempre me senti meio culpada por me sentir feliz, sempre procurei minimizar o lado bom das coisas, das minhas conquistas. Com o passar dos anos, você vai se habituando com essa postura. É como se fosse meio feio sorrir demais, estar feliz, como se a minha felicidade fosse aumentar a infelicidade dos que estão ao meu redor ...
Com raríssimas exceções, tudo é relativo: a doença que é a morte pra uns pode ser apenas uma doença para outros, aasim como um pneu que fura pode ser um azar imenso para uns e para outros apenas um pneu furado (e há também pessoas para quem o pneu furado pode ser um motivo para rir, acredite se quiser).
Enfim (suspiro), não estou entendendo melhor a vida, continuo cheia de trabalho a fazer, porém não estou me lamentando por isso e vou procurar fazê-lo da melhor maneira possível, ou seja, com prazer.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Ainda em trânsito

Escrevo hoje de Brasília. Meus dias tem sido maravilhosos. Hoje, estou aqui na casa de minha irmã depois de um dia de trabalho muito produtivo no Cenargen (unidade da Embrapa que trabalha com recursos genéticos e biotecnologia) e no qual conheci muita gente legal.
Participei no fim de semana (desde quinta-feira) de uma espécie de retiro: o Projeto 100 anos de vida do Instituto Canopus. Não tenho tempo hábil agora para falar mais do evento (e nem posso), mas posso contar que foi uma experiência muito legal. Conheci pessoas muito bacanas - gente que talvez eu nunca mais veja e que guardarei com muito carinho no coração. Refleti bastante sobre minha vida e acho que saí renovada. Eu não diria "transformada". Só o tempo poderá dizer isso, mas acho que valeu.
Só o fato de conhecer tanta gente legal e bem intencionada faz a gente se sentir um pouco mais feliz e reconfortada. Espero sinceramente que esse encontro seja só o ponto de partida para uma mudança nas coisas com as quais não andava muito satisfeita.
Sei que preciso de muita energia para superar algumas dificuldades que vem pela frente, mas percebi que minha vida é bem melhor do que parece.
Hoje, estou ainda em trânsito. Na verdade, quero estar eternamente em trânsito, pois não quero jamais me sentir acomodada. Isso é coisa de velho ...

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Em trânsito

Já voltei pra Cuiabá, dormi uma noite na minha cama, passei uma manhã correndo atrás de várias coisas (pra casa e pro trabalho) e viajei novamente. Estou em Brasília!
Estou num momento de espera, por isso aproveitei para atualizar o blog e contar um pouco mais de minha viagem ao Triângulo Mineiro. Quero também fazer justiça às mulheres. Depois do meu último post conheci, ou melhor, entrevistei duas mulheres que não faziam parte da categoria enfeite. Uma delas é coordenadora do Pólo Genético de Uberaba, gente finíssima e muito interessante; a outra é veterinária e diretora administrativa de uma empresa de biotecnologia de Brasília que estava lançando um produto na ExpoZebu.
Passei a tarde do meu último dia em Minas em companhia de minha amiga Yêda, que é uma daqueles pessoas que não sabe o que fazer para deixar uma amiga feliz. Sorte minha!
Conheci um pouco mais Uberaba, fui ao mercado municipal comprar doces e queijos para trazer para amigos e família e alguns antiquários que a Yêda queria visitar. Depois fomos de carro para Uberlândia e só deu tempo de comer um petisco e tomar uma cerveja num restaurante que a Yêda queria muito que eu conhecesse.
Foi gostoso! Vamos ver o que Brasília me reserva ...
Ah, o voo de volta na Passaredo foi tranquilíssimo.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Enfeites

O dia está lindo aqui em Uberaba, depois de uma noite de chuva. Tenho comido bastante pão de queijo e caminhado bastante entre bovinos e humanos.
Hoje, de manhã, no hotel assisti horrorizado às imagens das cidades ilhadas no Piauí e Ceará e os depoimentos de pessoas que já têm tão pouco, vivem com tão pouco e ainda perdem tudo.
Aqui, em Uberaba, parece que vivemos num mundo de fantasia. Mesmo que de vez em quando surjam personagens do Brasil real, como o engraxate que entrou no estande onde eu fazia entrevistas (um rapaz mal vestido, com uma expressão triste de gente sofrida), o ambiente é estilo rural chic. A maior parte das mulheres presentes ou são do tipo enfeite (aquelas mocinhas bonitas que ficam desfilando ou recebendo os convidados na porta dos estande) ou são do tipo enfeite (aquelas peruas, bem produzidas, acompahando seus maridos, pecuaristas com cara de rico). Ah, tem também as jornalistas como eu e as varredoras de rua.
Mas, apesar do meu espírito crítico, está sendo legal trabalhar aqui. É tão bom passar uns dias sem sentir o calor de Cuiabá, embora, no fundo, esteja com saudades de casa!

domingo, 3 de maio de 2009

ExpoZebu

Estou em Uberaba para cobrir a 75ª edição da ExpoZebu. Estou procurando me animar com a perspectiva de enfrentar o Parque de Exposição amanhã e depois. Adoro boi (deve ter um gado bonito), mas não estou muito animada para enfrentar os homens que acompanham os bois, se é que vocês me entendem ...
Estou exausta depois de passar o dia inteiro viajando. Saí de casa às 10h30m, peguei um voo da TAM pra SP, fiquei horas no aeroporto de Guarulhos (passou até rápido porque fiquei trabalhando no notebook) e depois peguei o voo da Passsaredo (vulgo Passamedo) pra Uberlândia. Detalhe: a aeronava fez escala em Ribeirão Preto, Uberlândia e ainda ia fazer em Goiânia e Cuiabá, ou seja, se eu permanecesse a bordo retornaria ao meu ponto de partida.
O trecho até Ribeirão Preto foi meio tenebroso. Até fechei a janela por alguns instantes pra não entrar em pânico. A aeronave deu alguns solavancos e quando começou o movimento de descida parecia ir rápido demais. Tinha uma moça na minha frente apavorada e um senhor do meu lado, que parecia ter bastante experiência nesse tipo de voo, tentando acalmá-la. O trecho de Ribeirão pra Uberlândia foi mais tranquilo.
Em Uberlândia reencontrei minha amiga Yêda por alguns minutos (vamos nos ver novamente na terça-feira em Uberaba) e peguei o vôo da Trip para Uberaba. Foi mamão com açúcar: só 20 minutos. O hotel de Uberaba é lindinho! Chama-se Tamareiras e o prédio original é de 1938. O quarto é gostoso, em tom bege e branco. Parece que estou na Europa até por que não precisei ligar o ar condicionado.
Amanhã vou encarar os bichos ...
Ia me esquecendo de contar a parte mais gostosa da viagem: durante o vôo da TAM li umas matérias ótimas na revista de bordo sobre lugares bonitos e pessoas interessantes (gosto muito da revista da TAM), enquanto ouvia a rádio. Optei pelo canal de música clássica que só tocou composições utilisadas em desenhos animados (Tom & Jerry, Pernalonga, Mickey, Fantasia). Foi muito gostoso! Teve um momento em que cheguei a ficar com olhos cheios de lágrimas ao ouvir composições que marcaram minha infância como a Rapsódia Húngara nº 2, de Lizst, que eu tocava no piano (uma versão facilitada). Ai que saudades ...

sábado, 2 de maio de 2009

Inferno astral

Ainda não viajei, Na verdade, estou enrolando pra arrumar a mala. Não parei o dia inteiro e estou morrendo de preguiça de arrumar a mala, embora sempre curta a ideia de viajar, mesmo que seja a trabalho.
Acabei de me despedir de minha filha caçula que foi pra um pagode com amigos. A outra foi pra um casamento mais cedo. Estou sempre me despedindo de minhas filhas. A vida é isso. Fico sempre com o coração apertado quando me despeço delas, mas sei que precisam viver como qualquer garota normal.
Outro dia li no blog de um colega (o Elton) que tinha começado seu inferno astral. Isso me serviu de alerta. Não sei qual fundamento tem essa história de inferno astral (o período de um mês antes de seu aniversário), mas foi só o mês de maio começar me bateu uma melancolia danada. Hoje, por volta de 20h, depois de um dia cheio e com momentos divertidos, eu me vi com lágrimas escorrendo pelo rosto sem motivo aparente. Deve ser o tal do inferno astral. A gente fica como se estivesse o tempo todo com TPM e com o coração apertado, um nó no peito e uma sensação muito grande de solidão.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Viagem

Outro dia Eugênio, amigo meu de faculdade que reapareceu na minha vida há poucos anos graças à internet, me perguntou num email se eu ficava decepcionada quando não tinha comentários neste blog. No começo eu até ficava, hoje eu fico feliz quando encontro um comentário como encontrei há pouco. Sei que a internet está coalhada de blogs interessantíssimos, apimentadíssimos e não tenho a pretensão de competir com eles pela atenção alheia.
O blog tornou-se para mim um amigo, um espaço em que eu converso comigo mesma (e com alguns amigos fiéis) numa conversa muitas vezes pautada pelo silêncio. Mas, sei por meio de seus comentários (feitos de outras forma, como emails) que essa "conversa" existe.
O blog serve para eu tirar de mim as tristezas que às vezes se instalam no nosso coração meio sem explicação ou então para contar minhas aventuras e desventuras pelo mundo profissional e sentimental. Gostaria de contar muito mais, mas nem sempre dá tempo.
Hoje, por exemplo, nem sei por que, estou meio desanimada, sem energia. Vou viajar no domingo para Uberaba para cobrir a ExpoZebu e confesso que estou um pouco com preguiça, talvez cansada. Acabei de assistir a uma reportagem no jornal Hoje mostrando Goiás Velho, Pirinópolis e me deu uma vontade enorme de viajar, relaxar, sem ter uma pauta para cobrir ou outras preocupações. Faz tempo que não faço isso. Estou curtindo a possibilidade de reencontrar minha amiga Yêda em Uberaba e, é claro, que a possibilidade de movimento sempre me agrada, mas fico apreensiva de deixar as meninas sozinhas (mesmo que estejam moças).
No final da semana que vem vou para Brasília participar de um encontro do Grupo Canopus (do Projeto 100 anos de vida) e vou rever parte da família que não vejo há mais de ano. Depois vou fazer reportagens no Cenargen, uma unidade de Embrapa que trabalha com recursos genéticos e me fascina.
Enfim (adoro essa palavra), a vida segue e vou procurar me animar e curtir o que ela pode me trazer de bom.