segunda-feira, 31 de maio de 2010

Ópera do Malandro

Sempre quis fazer deste blog um espaço para divulgação de bons espetáculos em Mato Grosso. Nem sempre consigo, mas hoje quero divulgar um musical que despertou minha curiosidade:  "Ópera do Malandro - Cabaré", que será apresentado de 3 a 6, e de 10 a 13 de junho (ou seja, de quinta a domingo) no Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso (na rua Barão de Melgaço, esquina com rua Sete de Setembro), no Centro de Cuiabá.
Adoro a "Ópera de Malandro" -  musical de Chico Buarque de Hollanda, baseado na "Ópera dos mendigos" (1728),de John Gay e na "Ópera dos três vinténs" (1928), de Bertold Brecht e Kurt Weill. A primeira encenação de "Ópera do Malandro" no Rio de Janeiro, em 1978, à qual tive o prazer de assistir, marcou época com Elba Ramalho e Marieta Severo nos principais papéis femininos, e o ator Emiliano Queirós no papel de Geni, talvez a personagem mais forte,  centro da antológica canção "Geni e o  Zepelim".  A direção era de Luiz Antônio Martinez Corrêa.
Estou curiosa para ver a montagem mato-grossense, uma adaptação de Maira Jeannyse, que tem no elenco uma turma que é muita boa na música: Anselmo Parabá (vocalista do Mandala Soul) como Max Overseas,  o guitarrista Danilo Bareiro (também do Mandala), o contrabaixista Samuel Smith (que toca com um mundo de gente) e o percussionista Raul Fortes. Não conheço os demais integrantes do elenco. 
A propósito, ontem no aniversário de uma amiga, minha xará, ela cantou a pedido a música "Geni e o Zepelim". Marta é famosa por sua memória para letras de música, mas ontem tive que tirar o chapéu para ela. Amo Chico, mas não me arriscaria a cantar  de cor a quilométrica "Geni", que aliás, é lindíssima. É impressionante como a história vai passando na nossa mente enquanto escutamos a canção com todo seu lirismo e força dramática.  



sexta-feira, 28 de maio de 2010

Cantar

Nos últimos tempos aprendi a apreciar uma música de Caetano Veloso  -"Desde que o samba é samba " - que sintetiza bem o que a música - e especialmente o samba - representa para mim.  Tem uma parte que diz assim: "O samba é pai do prazer/ O samba é filho da dor/ O grande poder transformador". O autor sintetiza: o espírito da coisa: "Cantando eu mando a tristeza embora". Acho tudo isso lindo porque inclui a dor e o prazer, menciona "o poder transformador" e a capacidade de mandar "a tristeza embora".
É claro que muitas vezes quando as pessoas cantam esse e outros sambas já estão tão alcoolizadas que no dia seguinte tocam a rotina normalmente e aposentam (pelo menos até a noite seguinte) seus sonhos transformadores. 
Não tenho a pretensão aqui de iniciar (e concluir) uma discussão sobre o papel transformador da arte, embora seja um tema interessantíssimo. Só sei que quando canto eu me sinto mais feliz, como se uma chama reacendesse dentro de mim.
Na noite de quarta-feira, fui ao Chorinho já meio tarde (depois de outro compromisso musical) e me integrei ao grupo formado em volta do grande Marinho do violão de sete cordas. Aos poucos, foi se formando uma espécie de irmandade em que cada um ia mostrando o seu jeito de cantar. Comecei meio tímida, mas no final, estimulada por um senhor (cujo nome não sei) que tinha um vozeirão e cantava muito, acabei me soltando mais e buscando sentir a música. 
Não basta ser técnico e não incomodar o ouvido alheio com a falta de afinação ou cadência, é preciso sensibilizar o outro para fazer a diferença. 
Aprendi isso lá e voltei para casa feliz.





quinta-feira, 27 de maio de 2010

Soltura anunciada

Hoje queria escrever sobre coisas leves, boas, mas não tem como não registrar a notícia da soltura das 64 pessoas detidas na Operação Jurupari da Polícia Federal, que investiga práticas ilegais envolvendo proprietários rurais, funcionários da Sema-MT e engenheiros florestais em fraudes relacionadas a planos de manejo em Mato Grosso.
Na verdade, como todo mundo já esperava, o desembargador Tourinho Neto do Tribunal Regional Federal (TRF) concedeu liberdade aos 91 presos (aos que estavam efetivamente presos e os considerados foragidos).
Longe de mim querer entrar no mérito das prisões, o que quero comentar é sobre o sentimento que esse tipo de situação vem despertando na população em geral. Eu, por exemplo, vejo tudo com desconfiança. Quem mora em Mato Grosso e acompanha o dia a dia do setor ambiental sabe que onde há fumaça, há fogo. Ou seja, o setor está longe de ser aquele mar de tranquilidade e lisura cuja imagem a atual administração tenta passar.
Porém estou cansada dessas operações cinematográficas em que um monte de figurão é preso, passa uns dias na cadeia e depois é solto. E tudo continua como dantes no quartel de Abrantes. Há motivação política por trás das prisões? Há motivação, digamos, econômica por trás da soltura dos presos?
Enfim, sabemos que muita gente pequena fica presa, passa apertos na prisão porque não dispõe de bons advogados e de prestígio político. Enquanto isso tem parlamentar acusado num montão de processos (por exemplo, Pedro Henry, federal por Mato Grosso) que continua na ativa, por força de liminares. 
É difícil entender este país e separar o joio do trigo. Dizem que a democracia é uma eterna evolução. Tomara.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Estupidez

Num país onde o secretário de Justiça (agora afastado), Tuma Jr, é flagrado em conversas telefônicas negociando vantagens com um chinês apontado pela Polícia Federal como chefe da máfia chinesa no Brasil o que mais pode ser chocante?
Eu não perco a capacidade de me chocar e hoje estou especialmente indignada com as informações acerca da morte do soldado alagoano Abinoão Soares de Oliveira, ocorrida em 24 de abril passado, no lago do Manso (próximo a Cuiabá), durante um treinamento do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) da PM para novos tripulantes de helicóptero. 
A delegada Ana Cristina Feldner indiciou dois tenentes do Bope por homicídio triplamente qualificado e outros três policiais militares por tentativa de homicídio já que outras três pessoas quase morreram também em consequência do tal treinamento. Com base em depoimentos de testemunhas ela disse que as vítimas foram submetidas seguidamente a "caldos" de cinco minutos de duração, tempo bem superior ao recomendado, entre outras formas de violência.
Fica ainda mais chocada de ver os comentários sobre a notícia sobre o caso veiculada no Diário de Cuiabá: metade critica a delegada de forma agressiva e defende o tipo de "treinamento".  Se esses policiais fazem isso com um colega imagine o que não fazem com cidadãos suspeitos? E quem ninguém venha dizer que a violência resolve o problema da (in) segurança pública: se fosse assim Cuiabá, Mato Grosso e o resto do Brasil seriam um paraíso de tranquilidade. Não são.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Novidades da política

Evito falar de política diretamente aqui neste espaço. É claro que falo da política como uma coisa maior, que permeia as relações humanas e a vida na sociedade. Mas hoje vou fugir à regra. 
Há dois dias, conversando por telefone com uma amiga que morou muitos anos em Mato Grosso e estava curiosa para saber as últimas notícias sobre as próximas eleições, eu me dei conta de que não tinha falado aqui sobre o fato novo mais interessante do pleito na minha modesta opinião: a candidatura ao Senado do ex-procurador da República, Pedro Taques. 
Não acredito mais em Papai Noel, nem em fadas-madrinhas, porém acredito que haja homens de fibra que podem dar um gás novo à nossa desacreditada política partidária. A candidatura de Pedro Taques pelo PDT é um bom exemplo. Ele se destacou como o "cara" responsável pela prisão de Arcanjo, o "comendador", homem forte do crime organizado que, graças ao dinheiro farto, tinha (?) grande penetração na política e na sociedade mato-grossense.
Nunca tinha encontrado Taques pessoalmente. Encontrei-o rapidamente nos corredores da Famato, onde trabalho, e ele foi simpático (todos os políticos em campanha são, é claro), mas demonstrou bom humor (isso é mais raro) quando comentei que só teria meu voto se não se unisse ao PP - partido que tem como caciques locais o deputado estadual José Riva e o deputado federal Pedro Henry (ambos dispensam comentários). Taques respondeu: "Minha mãe disse a mesma coisa". 
Não sei se ele vai se eleger (está atrás dos favoritos na corrida do Senado nas pesquisas), mas acho significativo o fato dele abrir mão de seu cargo para abraçar uma disputa eleitoral. Estou com ele e não abro. 
Taques faz parte do Movimento Mato Grosso Muito Mais, que tem como pré-candidato ao governo o empresário Mauro Mendes (PSB), que está anunciando um projeto intitulado "Tolerância Zero" para a área de segurança pública. Curiosamente, foi este o título do meu post anterior. Juro que foi coincidência.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Tolerância zero

Estava há pouco aguardando o elevador num prédio público e, sem querer, ouvia um senhor falando sobre a importância de ter alguma religião com um rapaz. Estava até achando bacana a conversa quando ele solta a seguinte pérola: "Tudo bem bater de vez em quando na mulher, mas não precisava matar". Devo ter feito uma cara muito assustada porque ele se virou para mim e quis dar algum tipo de explicação. Respondi: "Faz de conta que não estou ouvindo". E quando vi que ele estava se aproximando de mim para conversar, optei pela escada.
Tenho tolerância zero para esse tipo de conversa: bater no filho para ensinar, bater na mulher para ... Para quê mesmo? Bater no bandido para "confessar" o crime. 
Nesse aspecto sou adepta de Gandhi: violência gera violência. Não sou nenhum anjo, mas me arrependo terrivelmente de todo gesto de violência física que fiz em relação às minhas filhas. Acredito que haja outras formas de ensinar.
Ontem vi uma reportagem muito boa no "Fantástico" sobre a questão da violência contra menores. O programa mostrou a entrevista com aquela louca acusada de torturar uma criança que pretendia adotar e depois mostrou o trabalho do Conselho Tutelar, divulgando um número (100) para denúncias de casos de violência. Em seguida, concentrou-se no caso de duas adolescentes maltratadas pela mãe, que inclusive cortou o braço de uma delas com uma pá (as meninas agora estão na casa de uma madrinha, após a denúncia).
Que tipo de pessoa faz isso contra seu próprio filho? Só de pensar em quantas crianças e adolescentes passam diariamente por isso fico indignada. 
Para terminar este post, não posso deixar de me referir a uma notícia que acabei de ler em O Globo  e que me chocou: a denúncia sobre desvio de verba na Suipa, a sociedade que supostamente deveria proteger os animais. 
Fica complicado assim: em quem confiar? Se a denúncia procede, deveria haver uma punição exemplar para quem tira dinheiro de cidadãos de boa fé e judia de quem deveria proteger.







domingo, 23 de maio de 2010

Relaxa!

Acabei de receber esse conselho - Relaxa! - de uma pessoa que furou comigo há poucos dias. Será que ela tem razão? 
Por que levo as coisas tão a ferro e fogo? Por que sempre a sensação de que estou "devendo" alguma coisa ao mundo, aliada à sensação de não saber que rumo quero tomar, que me imobiliza?
Ontem estava conversando com uma pessoa muito jovem (não tem 30 anos) e me encantava com o seu conhecimento sobre filosofia e sua aparente serenidade. De repente eu me senti tão vazia, tão perdida e sem rumo!
Gostaria de "relaxar" no convívio social e me permitir dar e receber amor, carinho, afeto, conhecimento de uma forma mais natural. Mas, confesso, que às vezes isso parece extremamente difícil.
De novo, estou de volta à pergunta (que só eu posso responder) que me persegue há algum tempo: o que pode me ajudar a encontrar as respostas que busco? A religião, a filosofia, a medicina, nenhuma das respostas anteriores ou todas elas juntas?

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O hábito faz o monge?

Por alguns instantes não sabia sobre o que escrever hoje e, de repente, numa saída da sala para escovar os dentes, eu me dei conta do motivo de parte do meu "mau" humor. Vou ter que usar uniforme de novo no trabalho!
Pode parecer besteira para muita gente, mas isso me incomoda tanto! Este ano a direção da Famato informou que não exigiria o uso do uniforme em função dos problemas ocorridos em 2009 (muitas reclamações quanto ao modelo escolhido, etc). Fiquei aliviada! Porém, a turma que gosta de andar uniformizada andou fazendo um movimento e passou de sala em sala fazendo uma enquete para ver quantos eram favoráveis à exigência do uniforme. Venceu a uniformidade e eu tive que aceitar a decisão da maioria. 
Teve todo o ritual de experimentar calça, paletó e blusa no banheiro para definir tamanho e esta semana, finalmente, os uniformes começaram a chegar com a orientação de que seu uso será exigido a partir da próxima segunda-feira. Como pensei que ia viajar a semana inteira, não me importei, porém como minha viagem foi pro beleléu, tive que encarar a ideia de que a partir de segunda estarei vestida igual a todas. Como o uniforme escolhido é um terno preto com blusa branca, acho vai ficar uma sem graceira só.
Fiquei irritada porque os chefes de setor podem optar pelo não uso do uniforme. Como não sou chefe não tenho essa prerrogativa, porém acho que eu devia ter me rebelado e ter argumentado com a diretoria de que jornalistas merecem ter essa liberalidade. Já pensou ter que sair para uma entrevista de terninho preto e blusa branca, faça sol ou faça chuva? Não poder usa uma blusa de cor "maravilha" (segundo minhas colegas de revista) como a que estou usando hoje, para dar um pouco de cor ao seu dia?
Enfim (suspiro), eu me sinto como uma noviça (rebelde) obrigada a entrar num convento e usar o hábito das madres superiores. Não quero fazer disso uma tempestade, porém no meu humor instável, pressinto que botar todo dia o mesmo uniforme (considerando que chego a ficar 12 horas no trabalho) vai ser um osso duro de roer.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Bandido

Vou começar hoje com a notícia boa: a aprovação do Projeto Ficha Limpa pelo Senado por unanimidade. Sei que isso não é novidade, mas vale a pena ressaltar o fato, lembrando que ainda não está garantido que a nova legislação vá valer nas próximas eleições. Portanto, olho vivo!
A notícia ruim, ou melhor, as notícias ruins, têm a ver com a violência. Hoje, enquanto aguardava minha filha mais velha fazer coleta de sangue para exames, fiquei vendo as imagens de um telejornal (acho que da Band). Mal dava para ouvir o som, mas de qualquer maneira fiquei assustada com o tanto de notícias envolvendo violência, na maioria das vezes, com policiais no meio. Falaram do motoboy que morreu em consequência de espancamento na frente da mãe (segundo a notícia, ele estava sendo perseguido pela polícia por causa da motocicleta recém comprada e sem documento); do menino atingido por uma bala em frente de casa (de acordo com testemunhas, não houve troca de tiros entre policiais e bandidos, já que estes estariam algemados no momento do disparo); do jovem acusado do roubo da motocicleta de um amigo de um policial que já foi espancado mais de uma vez, embora tenha sido absolvido pela justiça; e finalmente do caso absurdo de um morador do Andaraí, no Rio de Janeiro, morto por um policial do Bope que confundiu sua furadeira com uma metralhadora. 
Eu sempre penso no sofrimento de todas essas pessoas envolvidas em episódios como esses (a vítima, se sobreviver, parentes, amigos) que, em geral, ainda são ameaçados para que não mantenham suas acusações.  Não se pode crucificar o integrante do Bope por seu engano, mas como conviver numa sociedade em que o nível de paranoia (e impunidade) chega a esse nível? Os outros casos são meros exemplos de abuso de poder e consequência da política de impunidade e violência que impera no país, que defende o espancamento e execução de todo bandido ou suspeito, e cuja máxima é "bandido bom é bandido morto".
Voltando ao início do post, resta saber: "quem é bandido?" Os que estão nas ruas (de qualquer lado da linha) ou os que estão em seus escritórios e gabinetes dando as ordens, manipulando e muitas vezes posando de mocinho?


quarta-feira, 19 de maio de 2010

A turma do fundão

Faz dias que estou para escrever sobre esse tema, que remete à minha infância e juventude. Sempre quis muito (como a maioria das crianças e adolescentes, diga-se de passagem) ser uma pessoa popular. Meu temperamento tímido, entretanto, e a postura de estudiosa (cdf mesmo) nunca permitiam que eu fizesse parte do time dos mais populares, a tal "turma do fundão" do titulo, aquela que parece estar sempre se divertindo e desafiando as autoridades de plantão. 
Ao longo da vida, em alguns momentos, tive o gosto de me sentir acolhida e reconhecida não pela turma do fundão, mas pela turma dos menos comportados, aqueles que adoram viajar, seja na imaginação ou na prática mesmo. Mas nunca fui de riso muito fácil (era mais dada aos papos mais filosóficos e políticos) e só aos 30 anos, graças à terapia (biodança, análise transacional, etc), consegui me soltar um pouco mais e, finalmente, me sentir parte da galera mais animada. 
Porém, veio a mudança para Mato Grosso (por causa do segundo casamento) e, mais tarde, vieram as filhas. Aos poucos, perdi um pouco da espontaneidade conquistada, a licença para ser feliz simplesmente, de curtir meu corpo e o que a vida tinha me dado de melhor. 
Hoje, dizem que passo a imagem de séria, e alterno momentos de muita descontração (por causa da dança, da música, principalmente) com outros de grande concentração. Decididamente não tenho perfil de turma do fundão. Por isso, às vezes, sinto uma pontinha de orgulho (e de inveja) quando vejo minhas filhas com imensa facilidade para serem da turma do fundão.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Test drive

Hoje quando cheguei à Famato parei meu pagliozinho ao lado da Hilux de um produtor rural amigo. Aí me lembrei do test drive que fiz na Agrishow Ribeirão e contei para ele a história, que acabei não compartilhando com os leitores do meu blog. 
Um dos compromissos do pool de jornalistas foi  na Toyota e um colega (Randolpho, do Rio de Janeiro) sugeriu que eu fizesse o test drive numa pista toda acidentada que fazia parte do estande da empresa. "Nem morta", respondi, olhando a "ladeira" de terra, a ponte de madeira e outros acidentes do percurso. O colega insistiu: "Então você vai como minha carona".
Outro colega (Maurício, de Campo Grande) me disse que era tranquilo e que o carro fazia praticamente tudo sozinho. Subitamente eu me animei e fui a segunda do grupo a fazer o circuito. Fui apresentada a meu "guru", um rapaz forte que me pareceu muito seguro do que fazia. Perguntei se achava que eu ia dar conta e se não tinha medo de ir comigo. 
Feitas as apresentações iniciais, entramos no carro (que não era automático) e ele me deu as explicações básicas e essenciais. Não sei dizer quanto durou o "passeio", com algumas paradinhas necessárias para esperar pelo outros veículos, mas me pareceu uma eternidade. 
Foi muito legal! Fiquei super tensa, morrendo de medo de não dar conta, mas foi inacreditável. Não sei o que me deixou mais nervosa: a ponte? a subida da ladeira? a descida? ou andar numa inclinação de 42º? Quando desci a ladeira, fiz exatamente como o Marquinhos mandou: não botei o pé no freio, nem na embreagem e o carro foi freando sozinho. Acredite se quiser!
Sobrevivemos e saí de lá feliz e aliviada como alguém que acaba de sair de uma montanha-russa super radical. E com a certeza de que essa definitivamente não é minha praia.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Estante

Estava lendo há pouco em www.meupalco.com.br sobre um fim de semana movimentadíssimo. O meu foi calmíssimo, em termos. Trabalhei bastante e por isso quis me poupar, porém, surpreendentemente não foi chato ou triste.
Terminei a noite de sábado arrumando (e limpando) minha estante de livros. Se alguém me dissesse que eu faria isso pela manhã eu diria que essa pessoa estava delirando. Mas decidi ir a um evento da Nova Acrópole, uma escola de filosofia que funciona na minha rua. Houve uma palestra sobre o compositor Frédéric Chopin, com apresentações de alguns trechos de suas principais composições (em CD e DVD), e depois foi servido um agradável "chá com bolo". 
A palestrante Eloísa Limeira, uma das responsáveis pela escola, perguntou-me se não tinha livros para doar, já que a Nova Acrópole está montando uma biblioteca para os frequentadores.
Decidi dar uma ajeitada na minha estante para ver o que tinha e o que poderia ser doado, o que me tomou umas duas horas. No final, separei poucas coisas para doar e descobri que sou muito apegada a meus livros (e a outras coisas). 
Alguns não quero doar porque são minhas paixões, outros porque foram escritos e/ou dados por amigos e ainda há muitos que foram adquiridos ou obtidos na época em que dei aulas de inglês, literatura de língua inglesa, francês e jornalismo. Vai que preciso deles no futuro? 
Enfim, os livros quando saem da estante, são limpos e manuseados  se "assanham", como se ganhassem vida novamente. Eles me trazem recordações, guardam "tesouros" (às vezes, papéis amarelados e se desmanchando, que foram guardados por mim ou outros leitores em algum momento no passado) e alguns clamam por uma releitura. Às vezes, começo a fazê-la, porém em geral desisto do meu intento nas primeiras páginas. O que me leva à conclusão de que deveria ser mais generosa nas minhas doações ...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Ficha Limpa

Não posso deixar de falar do Projeto Ficha Limpa e dos progressos que vem fazendo no Congresso Nacional. 
Para mim, em nível nacional, é o fato novo mais interessante das próximas eleições (até agora). Aqui em Cuiabá tem até outdoor de deputado federal dizendo "Eu votei no Ficha Limpa", o que é sugestivo: agora que a a coisa está andando ninguém quer deixar de ter sua imagem associada a um projeto que transpira ética e honestidade. 
Mas, segundo o pessoal da Avaaz, uma rede de mobilização global http://www.avaaz.org/, para quem  o fato de o projeto ter sido aprovado na Câmara dos Deputados é "uma vitória histórica da mobilização popular no Brasil", é preciso continuar atento de modo a garantir que o projeto seja aprovado no Senado e  transformado em lei  a tempo de vigorar antes das eleições de outubro.
Meu temor é exatamente esse: que todo mundo faça firula em torno do projeto, pose de bom moço (ou boa moça) e, no final, continue tudo como dantes no quartel do Abrantes. Olho vivo, gente!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A atualidade de Noel Rosa

Prometi uma resenha sobre a apresentação do grupo Bionne e não posso decepcionar meus leitores. O show foi legal e o mais surpreendente foi o visual do público numa noite surpreendentemente fria em Cuiabá. Até minha amiga brasileira que mora na Alemanha estranhou o frio. As cores escuras imperavam, assim como os cachecóis.
A apresentação começou com poucos espectadores e a pista de dança vazia, mas aos poucos o público do Bionne (que se apresenta no Chorinho na segunda quarta-feira do mês) foi chegando e "esquentando' o show, que começou com o tributo a Noel Rosa - compositor carioca que morreu em 4 de maio de 1937 - e prosseguiu com sambas de outros compositores e outros ritmos, como o choro. 
Em relação ao Bionne,  grupo que acompanho há uns três anos, posso dizer que as meninas são ótimas e tem um repertório vasto. É muito legal ver moças tão jovens desfilando sambas de um compositor como Noel, que morreu há 73 anos e já  dizia nos idos dos anos 30: "E o povo já pergunta com maldade/ Onde está a honestidade?" . Mais atual, impossível! 
As moças do Bionne têm um carinho especial por Chiquinha Gonzaga, que inclusive empresta o nome de uma de suas composições ao grupo. Eu faria apenas uma crítica à vocalista, que é bastante eficiente em algumas canções, porém deixa a desejar em outras. Falta um pouco mais de intepretação, imprimir uma personalidade maior a cada número. Nada que não possa se aperfeiçoar com o tempo e algumas aulas de técnica vocal.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Bionne no Chorinho

Hoje, a partir de 21h30m, tem Bionne no Chorinho, fazendo uma homenagem a Noel Rosa.
Bionne é um grupo cuiabano formado apenas por mulheres, que cantam, tocam pandeiro, violão, cavaquinho, percussão e instrumentos de sopro. É bacana. Vou lá daqui a pouco e amanhã conto como foi.
Combinado?

terça-feira, 11 de maio de 2010

Olho vivo

Uma das coisas que mais me choca neste país é a falta de saneamento básico - e o uso político das condições precárias de vida de muitos brasileiros por candidatos em campanha, que prometem mundos e fundos, mas geralmente fazem nada ou muito pouco depois de eleitos.
Prova disso é o release que recebi do Instituto Trata Brasil, com os resultados de um estudo sobre as condições de saneamento básico. Em 81 cidades brasileiras observadas (com população acima de 300 mil habitantes), apenas 36% do esgoto gerado recebem algum tipo de tratamento. Isso significa que de 9,3 bilhões de litros de esgotos gerados pela população dessas cidades, 5,9 bilhões l não recebem tratamento!
O instituto faz um ranking das melhores e piores cidades em termos de saneamento básico (investimentos e redução de perdas de água, coleta e tratamento de esgotos) e o resultado é muito interessante. Entre as 10 melhores, cinco são de São Paulo (Jundiaí, Franca, Santos, Ribeirão Preto e Sorocaba), há apenas duas capitais (Brasília e Belo Horizonte), uma cidade fluminense (Niterói), mais uma de Minas Gerais (Uberlândia) e uma do Paraná (Maringá).
Na lanterninha da lista, quatro cidades da Baixada Fluminense (Duque de Caxias, São João de Meriti, Nova Iguaçu e Belford Roxo), três capitais (Belém, Rio Branco e Porto Velho), Canoas no Rio Grande do Sul, Jaboatão dos Guararapes em Pernambuco e Ananindeua no Pará.
Cuiabá piorou sua posição no ranking (está na 55ª posição), já que declarou tratar 29% dos esgotos em 2007 e apenas 14% em 2008.
Apesar dos resultados assustadores, o estudo conclui que houve avanços no setor de saneamento de 2003, "mas ainda em ritmo lento" e muito aquém das necessidades para que o país alcance a desejada universalização dos serviços. O estudo traz muito mais informações que podem ser acessadas no site www.tratabrasil.org.br

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Agradecer

Dizem que a gente tem que agradecer. Às vezes, eu me pergunto: a quem devo agradecer quando alguma coisa boa me acontece? 
Pois hoje resolvi agradecer. Pelo clima agradável que está fazendo em Cuiabá, pelo dia das mães, que foi sereno e gostoso (apesar da distância da minha filha caçula) e pela teia de carinho (e, às vezes, controle) da minha família. Neste final de semana, falei com quatro das minhas seis irmãs. Cumprimentamo-nos pelo dia das mães, falamos sobre filhos, trocamos novidades, recordações e informações sobre a família em geral, e reafirmamos nossos laços de afeto.
Geralmente não faço planos para esse dia. Acho a data comercial demais. Fazer o quê? O comércio precisa vender. Por alguns instantes até fiquei meio triste quando vi no shopping pais acompanhados de filhos com  jeito de estar procurando o presente de última hora. Me deu uma pontinha de inveja, mas depois relaxei. Passei o sábado inteirinho e boa parte do domingo com minha filha mais velha e ganhei um abraço muito gostoso dela. Valeu mais que mil presentes. Da outra, eu já tinha ganho muitos beijos e abraços no fim de semana anterior, passado em Jaboticabal, numa antecipação do dia das mães. 
Ontem, no elevador do prédio de uma amiga, que me convidou para almoçar, encontrei um político influente que me deu parabéns. Quase perguntei por que. Ainda bem que me lembrei a tempo a razão da deferência.
Sei que é lugar comum, mas dia das mães é todo dia, assim como dia dos pais, das crianças, do amigo, etc. Ser mãe é uma experiência fantástica, árdua e nem sempre gratificante. Mas se você conseguir estabelecer uma relação de confiança mútua com seu filho ou filha, é bom demais. E é para sempre.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Compartilhando o que aprendi

Ontem terminei a leitura de "Comer, rezar, amar" de Elizabeth Gilbert. Gostei muito. É o tipo de livro que adoraria escrever um dia.  Traz informações culturais interessantes sobre os países visitados e, ao mesmo tempo, dicas de autoajuda bem úteis. Ou seja, você lê um livro de autoajuda sem achar que está lendo um livro de autoajuda (sou meio aversa a esse tipo de leitura, em geral). 
Mas o que tirei  para mim dessas lições? A esperança e a certeza de que podemos ser nossos melhores amigos ou piores inimigos. A alegria e estar bem consigo mesma só proporcionam o bem a si mesma e aos que estão ao seu redor. É aquele velho princípio cristão, talvez a maior (ou única) lição que a religião católica me deu: "Ame o próximo como a si mesmo". Como amar o outro e querer que o outro me ame, se eu mesma não me amo? É complicado. 
Diante de tudo isso, estou me esforçando para afastar os pensamentos autodestruidores e negativos, do tipo "você é horrível, tudo que faz de bom não é mais que sua obrigação, você já recebeu da vida mais do que merece", etc, etc Estou tentando ocupar minha mente com pensamentos leves, positivos (embora não alienantes), que me ajudem a sonhar e ousar ir atrás dos meus sonhos, a tornar  menos deprimente o dia a dia, e a mudar o que não está satisfatório. Afinal, se eu não me preocupar comigo mesma e não procurar me proporcionar o melhor, serei uma fonte de preocupação e sofrimento para as pessoas que me amam e se preocupam comigo, e de desconforto para quem está ao meu redor.
Que a gente vai morrer um dia todo mundo sabe. Para onde vamos? O que vai acontecer? Há controvérsia. Mas é sempre reconfortante encontrar pessoas com uma visão menos limitante e castradora de Deus e do universo, como a autora do livro citado. 
Para variar, pensei em escrever uma coisa e mudei totalmente minha linha de pensamento. Isso é bom e aqui, neste espaço, posso me permitir essa liberdade.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

O tempo

Tenho a sensação de que esta semana o tempo voou ainda mais do que de costume!
Há exatos sete dias eu estava em Ribeirão Preto, acompanhando o Agrishow como integrante do "pool" de jornalistas. Passei três dias curtindo a tranquilidade de Jaboticabal ao lado de Marina, encarei um dia de viagem de volta para Cuiabá, acompanhei um pouco do Enipec e, pronto, hoje já está quase terminando a semana. 
A revista Produtor Rural de maio ainda está "fechando" e já me preocupo com o planejamento/produção/redação de matérias para a edição de junho, com duas viagens à vista. 
Quero ir ao médico, dentista, organizar minha casa e finanças, reatar o contato com o resto da família, mas cadê tempo?
Ontem, conversando com uma amiga baiana que mora em Porto Alegre  e conheci em outra empreitada que reúne jornalistas do setor agro de vários estados, ficamos espantadas ao constatar que somos amigas desde o Road Show de 2006, organizado pela Texto Assessoria. A gente se encontra praticamente uma vez por ano quando ela vem cobrir um dos eventos da Famato (Enipec e Bienal dos Negócios da Agricultura). Conversamos sobre filhos, amores, planos e trabalho por algumas horas. O tempo é pouco, mas suficiente para reafirmar nossos laços de amizade.
Na hora do almoço, vi quase por acaso um vídeo da dança final do filme "Dirty Dancing", com o ator Patrick Swayze, que morreu de câncer aos 57 anos, em setembro passado. Como ele está lindo e como a cena transmite sensualidade e empatia entre o ator e sua partner, a atriz Jennifer Gray! Eu não me lembrava dele ser tão jovem quando morreu. Depois de assistir a essa cena me deu vontade de sair correndo, me matricular numa ótima academia de dança e aprender a dançar de verdade, para me soltar e ser feliz. Só tem um detalhe: falta achar o partner ideal. 
Enquanto ele não aparece, tenho que ir me distraindo com os que topo pela frente volta e meia no Chorinho. Sem medo, nem culpa de ser feliz  por alguns instantes.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Porteiros da minha vida

Hoje quando vinha para a revista comecei a pensar num dos porteiros do meu prédio, o Weimar, que adora ler. Como quase nunca passo a pé pela portaria, fiquei sabendo que ele gostava de ler por causa da Cida, minha funcionária. Ele lhe pediu revistas. Comecei a lhe dar exemplares de revistas antigas e também de Produtor Rural.
Na véspera de viajar para Ribeirão Preto, resolvi lhe dar um exemplar do meu livro ("Cantos de amor e saudade") e aproveitei para lhe perguntar se conhecia alguma criança que gostasse de ler para dar uns livros infantis que ganhei de uma empresa. 
- Meu filho, de 8 anos. Ele adora ler! - respondeu prontamente, com sua gentileza habitual.
Adoro a ideia de ter um porteiro que gosta de ler e ainda tem um filho que também gosta de ler. Tenho duas filhas que foram criadas com literatura na mamadeira e uma delas, a mais velha, detesta ler; a caçula é melhorzinha, mas está longe de ser uma leitora voraz. Tenho grande simpatia por leitores. Fico com vontade de compartilhar livros com a pessoa, falar sobre o livro que estou lendo, etc. 
Se depender de mim, vou continuar alimentando o gosto por livros de Weimar e seu filhote. 
Esse pensamento fez com que eu me lembrasse de outros porteiros da minha vida. Só quem já morou em prédio sabe a importância que esse profissional tem na nossa vida. 
Eu me lembro com especial carinho do Batista, que trabalhava no Edifício Conde de Nassau, no bairro carioca de Flamengo, e uma vez me perguntou seriamente se não seríamos parentes (para quem não sabe, meu sobrenome é Baptista). 
Tenho um lugar reservado no meu coração para o porteiro do Edifício Brumas,  no Jardim Botânico, o terceiro da minha vida de poucas mudanças no Rio de Janeiro. Como o prédio era pequeno (três andares, sem elevador), ele era do tipo faz tudo: zelador, faxineiro, garagista e um ótimo papo. 
E finalmente tem o Severino, que há décadas trabalha no prédio da minha irmã Jane, em Ipanema. Como o prédio também é pequeno ( embora chique), ele também é pau pra toda obra. E do tipo gentil, sempre pronto a nos ajudar e tem um carinho especial pela família da dona Jane, que vive invadindo o apartamento da Nascimento Silva. 
Mas nenhum deles, que eu saiba, gosta de ler como o Weimar.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Ai de ti, Cuiabá! (licença, Rubem Braga)

De volta a Cuiabá, eu me sinto como se tivesse voltado da Lua ou de outro lugar distante. Exageros à parte, misturam-se na minha cabeça o que eu vivi de fato ao longo da minha semana de viagem com o que li  em revistas e no livro já citado aqui.
Os cuiabanos que me desculpem, mas hoje descobri o que me  chateia em Cuiabá: é  o fato de ser uma cidade sem meios-tons, sem muita sutileza. Ou chove, ou faz  muito sol! Hoje, por exemplo, acordei  de madrugada com o tamborilar da chuva na janela, o dia amanheceu chuvoso e aparentemente fresco. Quando chegou a hora do almoço já estava um sol de rachar. A gente fica numa sala com ar condicionado e sabe que quando sair vai morrer de calor.
Mas, apesar de sua falta de sutileza, você não vai se livrar de mim, Cuiabá. Estou contigo e não abro. Pelo menos, por enquanto. Estou morrendo de saudades do Chorinho, de caminhar no Parque Mãe Bonifácia  com a Mônica para botar as fofocas em dia,de bater papo com Sílvia e Roberto no Sabor Mil.,de cantar no Cantorum e de fazer aulas de yoga.  Vou continuar usando este espaço para humildemente fazer meus comentários, críticas e divulgar o que a cidade oferece de bom. 
A propósito, ontem fui à abertura do Enipec. Foi bacana! Todo mundo lá: lideranças políticas, do agronegócio, etc. Fiz questão de prestar atenção aos discursos até para saber o que o povo anda pensando. O ponto alto da noite ficou por conta do discurso do atual governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, que além de não fazer os plurais (coisa normal por aqui), não consegue  expor suas ideias com clareza (teve uma hora que minha colega comentou: "Não entendi o que ele quis dizer";  eu tentei traduzir para ela o que supus que ele quis dizer) e ainda se saiu com uma inacreditável "escoação" para falar sobre os problemas de logística do estado. Sem comentários.

PS. Por curiosidade, olhei hoje o preço da pitaia no supermercado Big Lar: pouco mais de R$ 10, o quilo. Por curiosidade, pedi à funcionária para pesar uma fruta e deu mais de R$ 3. Agradeci. Já que falei em preço, fiquei boba com o preço da pizza que comi em Jaboticabal: a pizza inteira (com oito pedaços) custava R$ 20, preço de uma brotinho em Cuiabá. Pedimos uma meia, saímos satisfeitas (minha filha e eu) e ainda tomamos uma cerveja. Pagamos R$ 13,50 (eles não cobraram os 10%). A pizza estava uma delícia!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

De volta à terrinha

Acabei de chegar em casa depois de quase oito horas de viagem. Confesso que estou cansada e com vontade de dormir, porém vou à abertura do Enipec - o Encontro Internacional dos Negócios de Pecuária promovido pela Famato. Não estou indo porque sou obrigada e sim pelo prazer de prestigiar um evento que é bacana e acompanho faz tempo. 
Tenho mais um motivo para não perder a abertura: ver minha filha Diana em ação, já que ela vai trabalhar como recepcionista. Sabe aquelas mocinhas bonitas e chiques que ficam lá de pé recebendo as pessoas nesse tipo de evento? Ela saiu de casa assim que cheguei toda bonita e maquiada. Ainda vou tomar um banho e tentar melhorar minha cara de cansada.
A viagem de volta foi boa e tranquila. Saí de Jaboticabal no ônibus de 9h20m, cheguei em São José do Rio Preto pouco antes de meio dia e peguei um voo da Trip para Campo Grande às 13h30m e depois outro voo da Tam para Cuiabá.
Não conheci alguém especialmente interessante em todo trajeto e aproveitei para ler meu livro ("Comer, rezar, amar", já citado aqui). Estou quase terminando e me sinto dividida, como de hábito quando termino um livro que curti bastante. Por um lado, fico ávida para chegar ao fim da história, por outro, lamento perder a companhia de Elizabeth Gilbert com sua prosa gostosa e coloquial.
Por alguns momentos, sou tentada a acreditar que "Deus" existe e que é possível se livrar da culpa e de velhas angústias, orando e praticando meditação.
Li na revista da Trip uma declaração interessante de uma chef de cozinha badalada do Rio de Janeiro, Roberta (o sobrenome é complicadíssimo). Ela disse que num determinado momento de sua vida descobriu sua vocação para culinária: "Foi para isso que vim ao mundo", dizia numa reportagem sobre chefes do sexo feminino bem sucedidas.
Vou fazer 54 anos em junho próximo e ainda não descobri para quê vim ao mundo. Sei que gosto muito de contar histórias de pessoas, sei que adorei (e ainda adoro) criar minhas filhas, mas ainda falta alguma coisa. Sinto que ainda tenho uma missão (ou talvez várias) a cumprir.

sábado, 1 de maio de 2010

Família

Tenho uma família tão linda! Pena que ela esteja tão dispersa, espalhada pelo Brasil (regiões Sudeste, Norte e Centro-Oeste, se não me engano). Neste momento gostaria de dizer a todos da minha família (Baptista & agregados) o quanto eu me orgulho de pertencer a essa família. Seria fantástico se pudéssemos nos reunir todos em algum lugar, numa estância como a São Marcos, onde me hospedei esta semana, com acomodações confortáveis, piscina, sauna e caipirinha de pitaia ..
Mas sei que isso é quase impossível (Brodowski está longe de tudo para nós). Nosso sonho mais viável no momento é o carnaval de 2011 em Corumbá, terra natal de muitos de nós e um lugar viável para vários, acredito.
Até lá temos que matar as saudades por telefone e por meio de fotos veiculadas no orkut como as que acabei de ver e que me motivaram a escrever este post.

Coincidência

Acabei de ler no jornal Diário de Cuiabá que amanhã vai ter uma apresentação da banda brasiliense Móveis Coloniais de Acaju. Eu nem me importaria muito se não tivesse lido na revista da Gol segunda-feira (parece que faz um século) uma reportagem de capa sobre esse grupo, eclético, divertido e formado, pelo que parece, por ótimos instrumentistas.
A apresentação será na Casa Fora do Eixo, no Centro de Cuiabá, a partir de 20h e contará com convidados locais. Acho que vai ser muito bacana e lamento perdê-la, assim como lamento perder o almoço da Velha Guarda do Chorinho que vai acontecer na casa de uma amiga.
A vida é assim, cheia de perdas e ganhos. Seria ótimo se pudéssemos aproveitar sempre todas as oportunidades que aparecem. Às vezes isso é impossível por uma questão física (não tenho o dom da ubiquidade), porém às vezes fazemos corpo mole ou não percebemos o potencial daquela oportunidade.
Hoje estou em Jaboticabal, curtindo um clima gostoso, um dia de céu absurdamente azul e nenhum calor (pelo menos, para mim). A cidade está absolutamente parada e, por enquanto, nosso grande programa é aguardar o início dos preparativos para o almoço. Quero caminhar no final da tarde com minha filha e aproveitar cada minuto ao seu lado.
Vejo no noticiário de TV reportagens sobre as comemorações do Dia do Trabalho no mundo todo e muitas, muitas matérias policiais. Acabei de ler que a coisa está pegando fogo em Cuiabá por causa das investigações do Ministério Público Estadual sobre suposto superfaturamento na compra de maquinário pelo governo Blairo Maggi. 
Aqui eu me sinto totalmente apartada do mundo real, como se estivesse numa espécie de sonho.