domingo, 1 de agosto de 2010

A segunda vez dói menos?

Acabei de deixar minha filha mais nova no aeroporto e provavelmente neste momento ela está voando para São José do Rio Preto, onde encontrará uma colega de república que lhe dará carona para Jaboticabal (SP).
Consegui não chorar desta vez. Será que a segunda vez dói menos?
O aeroporto estava cheio e encontrei outras mães passando por experiências semelhantes. Uma delas - veterana e com dois filhos fazendo faculdade fora - me disse: "Com o tempo você se acostuma".
É possível. Porém a sensação de um certo vazio e de aperto no coração persiste, assim como o medo do desconhecido. Se já é tão difícil cuidar delas perto de mim, imagine a centenas de quilômetros de distância!
Ontem Marina me perguntou se eu gostaria de que ela ainda estivesse fazendo o ensino médio no Colégio Maxi, a algumas quadras de casa. Respondi que não: estar lá significaria que ela ainda não teria superado uma etapa da vida (a do vestibular). Foi bom enquanto durou.
Fico feliz porque ela está feliz e tem um futuro bacana pela frente. Pode conhecer outras pessoas, outras realidades e decidir mais à frente o que quer de sua vida. Permanecer num centro urbano maior (acho difícil) ou retornar para sua cidade natal (Cáceres). Só o tempo vai dizer. Sei que é uma menina linda, risonha e bastante aberta. Eu me orgulho dela.
Também ontem, no almoço, minhas duas filhas comentavam sobre colegas e amigos que demonstram muita autoconfiança e parecem estar muito seguros de tudo que dizem e falam. Elas disseram que queriam ser como essas pessoas. Por um instante, pensei: "Onde errei e por que não consegui torná-las mais seguras?" Mas, eu me recolhi à minha insignificância: "Eu também queria ser mais segura". Somos inseguras e, muitas vezes, subvalorizamos e subaproveitamos nosso potencial. Fazer o quê?
O jeito é tocar pra frente e tentar fazer um pouco diferente. Mas, no cômputo geral, acho que estamos bem na fita.

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