Fiquei meio na dúvida se deveria escrever alguma coisa sobre pais. Afinal o que sei sobre ser pai? Muito e pouco, ao mesmo tempo. Tive muitos pais ao longo da vida.
O primeiro foi meu pai biológico, que me deu seus genes, um lar e uma herança cultural da qual não me afastei totalmente. Convivemos relativamente pouco (cinco anos e meio) numa época em que ele mais se parecia um avô e eu me esforçava para me diferenciar de seus netos.
Depois vieram os substitutos: vários cunhados que ocuparam em algum momento de minha vida essa posição. Todos muitos queridos a seu tempo e intensidade variada. Por ordem de chegada: Norberto, Luiz, Delcídio, Manoel, César e Ivo. Teve também meu irmão mais velho, Zezinho, que nunca ocupou o papel de pai, mas sempre foi um irmão querido.
Curiosamente, não busquei em meus maridos (ou busquei?) pais substitutos. Eles eram muito jovens e imaturos para sê-lo.
Acabei me tornando "pai" de minhas filhas de alguma forma, embora não desejasse (e não desejo) tomar o lugar do verdadeiro pai.
Bom e daí? Sinto falta de um pai (quem não sente?) É tão bom ter a sensação de alguém que cuide da gente e nos proteja dos perigos dessa vida!
Sinto uma pontinha de inveja daqueles que realmente acreditam na proteção de um Pai celestial. Quem sabe um dia chego lá ...
Mas hoje desejo um Feliz Dia dos Pais a todos que já são pais. É uma data comercial, mas não dá para ignorá-la.
Pais, sejam pais, amem seus filhos, não os abandonem. Talvez vocês precisem mais de proteção e carinho do que seus próprios filhos, mas o amor é um caminho de mão dupla: é preciso dar para receber. Não sufoquem seus filhos, não os protejam demais a ponto de torná-los eternamente dependentes, mas também não exijam demais deles enquanto são pequenos para não endurecê-los antes do tempo.
Aos pais que me acolheram ao longo da vida (a maioria deles não está mais aqui), meu muito obrigada.
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