terça-feira, 17 de agosto de 2010

Livro no ponto

Todas as iniciativas de incentivo à leitura são bem-vindas. Por isso quero saudar o projeto Livro no ponto, do historiador e produtor cultural Clóvis Matos, que se propõe  a levar opções de leitura para quem está parado no ponto de ônibus. 
O projeto piloto foi lançado hoje em três pontos no campus da UFMT, em Cuiabá, e faz parte de um projeto maior de Inclusão Literária. 
Em release enviado, o idealizador diz contar com a solidariedade da população no sentido de manusear e ler os livros enquanto aguarda o ônibus e devolvê-los. Clóvis espera ainda que as pessoas contribuam com novos materiais, que poderão ser deixados nos "bolsões". 
Só fico me perguntando como funciona na prática: se você começa a ler uma história super interessante e seu ônibus chegar de repente, perde o ônibus e chega atrasado ao compromisso, leva o livro para casa (e o devolve quando acabar de ler), contrariando a norma; ou simplesmente larga o enredo no meio e vai embora frustrado?
Sei que há projetos semelhantes e muito interessantes em outras cidades. Há pouco tempo li sobre isso no site agonia: http://portugues.agonia.net/index.php
Pelo que me lembro, nesse caso, o livro podia ser levado e abandonado em outro ponto da cidade.
Quando eu era mais jovem - no tempo em que não havia caixas eletrônicos - sempre frequentei muito filas de bancos e nunca deixava de levar uma revista ou um livro na bolsa para passar o tempo. Achava estranhíssimo ver que muitas pessoas ficavam simplesmente olhando as paredes enquanto aguardavam horas na fila (naquela época não tinha celular para as pessoas passarem o tempo na fila e pertubarem a paz de quem não quer ouvir a conversa alheia). Nunca pensei em ler em ponto de ônibus, talvez porque minha espera fosse pequena e porque sempre fui meio atrapalhada na hora de entrar e sair de coletivos.
Ler é um hábito que deve ser estimulado e conservado. Não sei muito bem como se cria esse hábito porque sempre li muito e uma das minhas filhas raramente lê. Não foi por falta de livros (ela sempre teve  acesso a muitos), nem de estímulo em casa ou na escola. Será que a genética influi?
O livro é um companheiro e tanto (não trai, está sempre à nossa espera, não reclama quando a gente o abandona)   e só quem conhece o prazer de ler um bom livro entende o que estou dizendo. Nem todo mundo tem essa chance, por isso acho louvável a ideia do Clóvis. Tomara que dê certo e se propague. 
A propósito, gostaria de contribuir com a doação de alguns livros meus. 



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