Faz dias que estou para escrever sobre esse tema, que remete à minha infância e juventude. Sempre quis muito (como a maioria das crianças e adolescentes, diga-se de passagem) ser uma pessoa popular. Meu temperamento tímido, entretanto, e a postura de estudiosa (cdf mesmo) nunca permitiam que eu fizesse parte do time dos mais populares, a tal "turma do fundão" do titulo, aquela que parece estar sempre se divertindo e desafiando as autoridades de plantão.
Ao longo da vida, em alguns momentos, tive o gosto de me sentir acolhida e reconhecida não pela turma do fundão, mas pela turma dos menos comportados, aqueles que adoram viajar, seja na imaginação ou na prática mesmo. Mas nunca fui de riso muito fácil (era mais dada aos papos mais filosóficos e políticos) e só aos 30 anos, graças à terapia (biodança, análise transacional, etc), consegui me soltar um pouco mais e, finalmente, me sentir parte da galera mais animada.
Porém, veio a mudança para Mato Grosso (por causa do segundo casamento) e, mais tarde, vieram as filhas. Aos poucos, perdi um pouco da espontaneidade conquistada, a licença para ser feliz simplesmente, de curtir meu corpo e o que a vida tinha me dado de melhor.
Hoje, dizem que passo a imagem de séria, e alterno momentos de muita descontração (por causa da dança, da música, principalmente) com outros de grande concentração. Decididamente não tenho perfil de turma do fundão. Por isso, às vezes, sinto uma pontinha de orgulho (e de inveja) quando vejo minhas filhas com imensa facilidade para serem da turma do fundão.
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