Hoje queria escrever sobre coisas leves, boas, mas não tem como não registrar a notícia da soltura das 64 pessoas detidas na Operação Jurupari da Polícia Federal, que investiga práticas ilegais envolvendo proprietários rurais, funcionários da Sema-MT e engenheiros florestais em fraudes relacionadas a planos de manejo em Mato Grosso.
Na verdade, como todo mundo já esperava, o desembargador Tourinho Neto do Tribunal Regional Federal (TRF) concedeu liberdade aos 91 presos (aos que estavam efetivamente presos e os considerados foragidos).
Longe de mim querer entrar no mérito das prisões, o que quero comentar é sobre o sentimento que esse tipo de situação vem despertando na população em geral. Eu, por exemplo, vejo tudo com desconfiança. Quem mora em Mato Grosso e acompanha o dia a dia do setor ambiental sabe que onde há fumaça, há fogo. Ou seja, o setor está longe de ser aquele mar de tranquilidade e lisura cuja imagem a atual administração tenta passar.
Porém estou cansada dessas operações cinematográficas em que um monte de figurão é preso, passa uns dias na cadeia e depois é solto. E tudo continua como dantes no quartel de Abrantes. Há motivação política por trás das prisões? Há motivação, digamos, econômica por trás da soltura dos presos?
Enfim, sabemos que muita gente pequena fica presa, passa apertos na prisão porque não dispõe de bons advogados e de prestígio político. Enquanto isso tem parlamentar acusado num montão de processos (por exemplo, Pedro Henry, federal por Mato Grosso) que continua na ativa, por força de liminares.
É difícil entender este país e separar o joio do trigo. Dizem que a democracia é uma eterna evolução. Tomara.
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