quinta-feira, 20 de maio de 2010

Bandido

Vou começar hoje com a notícia boa: a aprovação do Projeto Ficha Limpa pelo Senado por unanimidade. Sei que isso não é novidade, mas vale a pena ressaltar o fato, lembrando que ainda não está garantido que a nova legislação vá valer nas próximas eleições. Portanto, olho vivo!
A notícia ruim, ou melhor, as notícias ruins, têm a ver com a violência. Hoje, enquanto aguardava minha filha mais velha fazer coleta de sangue para exames, fiquei vendo as imagens de um telejornal (acho que da Band). Mal dava para ouvir o som, mas de qualquer maneira fiquei assustada com o tanto de notícias envolvendo violência, na maioria das vezes, com policiais no meio. Falaram do motoboy que morreu em consequência de espancamento na frente da mãe (segundo a notícia, ele estava sendo perseguido pela polícia por causa da motocicleta recém comprada e sem documento); do menino atingido por uma bala em frente de casa (de acordo com testemunhas, não houve troca de tiros entre policiais e bandidos, já que estes estariam algemados no momento do disparo); do jovem acusado do roubo da motocicleta de um amigo de um policial que já foi espancado mais de uma vez, embora tenha sido absolvido pela justiça; e finalmente do caso absurdo de um morador do Andaraí, no Rio de Janeiro, morto por um policial do Bope que confundiu sua furadeira com uma metralhadora. 
Eu sempre penso no sofrimento de todas essas pessoas envolvidas em episódios como esses (a vítima, se sobreviver, parentes, amigos) que, em geral, ainda são ameaçados para que não mantenham suas acusações.  Não se pode crucificar o integrante do Bope por seu engano, mas como conviver numa sociedade em que o nível de paranoia (e impunidade) chega a esse nível? Os outros casos são meros exemplos de abuso de poder e consequência da política de impunidade e violência que impera no país, que defende o espancamento e execução de todo bandido ou suspeito, e cuja máxima é "bandido bom é bandido morto".
Voltando ao início do post, resta saber: "quem é bandido?" Os que estão nas ruas (de qualquer lado da linha) ou os que estão em seus escritórios e gabinetes dando as ordens, manipulando e muitas vezes posando de mocinho?


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