tag:blogger.com,1999:blog-44795549720910290982024-02-20T22:19:50.818-04:00Cá entre nósDivagações, reflexões e aventuras de uma mente (in)quietaMarthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.comBlogger1238125tag:blogger.com,1999:blog-4479554972091029098.post-20244365392673241942022-04-02T16:38:00.075-04:002022-04-04T08:59:20.894-04:00Adoção responsável<p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ1tiZRMbgNtMMpcHUr-Iam-7dd_VAkMm9MRZsD4qID-KQjazCDKTSZjuiKigqW7n3kQfDt9xAoGZO8N_26u0SoTBHqdeHpEUhmYhTcJizo_LbOmtBb0kOmBxDd3Rdvw7MrgKRGxz6ezXXpPF2gwYmRna9H7yjKdAVF85VQi2JppEstA1ZykEac57BKA/s3264/20220320_171747.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2448" data-original-width="3264" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ1tiZRMbgNtMMpcHUr-Iam-7dd_VAkMm9MRZsD4qID-KQjazCDKTSZjuiKigqW7n3kQfDt9xAoGZO8N_26u0SoTBHqdeHpEUhmYhTcJizo_LbOmtBb0kOmBxDd3Rdvw7MrgKRGxz6ezXXpPF2gwYmRna9H7yjKdAVF85VQi2JppEstA1ZykEac57BKA/s320/20220320_171747.jpg" width="320" /></a></div><br /><p><span style="font-size: x-large;">Há pouco mais de um ano adotei Juca. Hoje ele já é bem conhecido entre meus amigos e familiares, e mesmo quem não o conhece presencialmente acompanha suas aventuras e desventuras. </span></p><p><span style="font-size: large;">Ter um animal em casa é uma experiência incrível e confesso que relutei muito em criar um pet em apartamento.</span></p><p><span style="font-size: large;">Quando eu era criança e morava no Rio de Janeiro com minha mãe e minhas irmãs num apartamento no Flamengo, sonhava muito em ter um cachorro. Perturbei tanto minha mãe que ela até concordou com a ideia, mas tive um momento de lucidez e desisti. Meu ideal de cachorro nunca foi um cãozinho pequeno, de apartamento. Eu sonhava com um cachorro maior, estabanado, como aqueles que a gente vê nos filmes.</span></p><p><span style="font-size: large;">Em março de 2021 ainda estávamos em pandemia quando decidi adotar um bichinho. Num domingo, após um ensaio maravilhoso do musical "O Poder da Floresta" com o Coro Experimental MT e membros da Igreja Mestre Irineu, voltei para casa inspirada e entrei em contato com Ângela Baldissera, responsável pelo Abrigo Melhor Amigo. Quando ela me perguntou se eu queria ir ao Abrigo para escolher, respondi: não, quero um malhadinho que vi numa foto postada no Instagram. Ela me disse que ele se chamava Toco e era o último de sua ninhada que tinha ficado para trás.</span></p><p><span style="font-size: large;">No dia seguinte, o filhote, que rebatizei como Juca, estava na minha casa e aí a gente foi se conhecendo, se curtindo e vivendo várias histórias já narradas aqui e/ou nas redes sociais.</span></p><p><span style="font-size: large;">Hoje, vendo as postagens de grupos relacionados a animais em Cuiabá (de repente, minha timeline só tem notícias sobre cachorros perdidos, achados, pedidos de ajuda para comprar ração, medicamentos, etc), tenho vontade de ficar com todos aqueles animaizinhos com cara de carentes. Eles são tão lindos! Ao mesmo tempo, eu me dou conta de como é difícil manter um animal, principalmente quando você mora sozinha.</span></p><p><span style="font-size: large;">A começar pela "obrigação" de passear com ele, de manhã e no final da tarde. É gostoso? Sim, mas não é todo dia que você está a fim, está disponível. Tem dia que você está com sono, que está chovendo, está ventando ou quente demais. E essa obrigação é diária, não tem feriado, nem final de semana. Ah, mas tem os hotéis onde você pode deixar o pet para descansar (você e ele). Sim, mas as diárias são caras (aproximadamente R$ 50).</span></p><p><span style="font-size: large;">E aí entramos num outro ponto delicado: cuidar de um pet custa caro. Não são só vacinas e os gastos básicos iniciais (cama, bebedouro, comedouro, peitoral, guia, etc). É preciso dar vermífugo, carrapaticida com uma periodicidade bem enxuta. E mesmo assim você corre o risco de que seu animal pegue uma doença transmitida por carrapatos, já que Cuiabá está infestada desses bichinhos cuja única utilidade parece ser atrapalhar a nossa vida.</span></p><p><span style="font-size: large;">E ainda tem um arsenal de supérfluos irresistíveis: brinquedos de pelúcia, bolinhas, bifinhos, sticks, patês, biscoitos, entre outros.</span></p><p><span style="font-size: large;">De repente, você se toca que gasta mais com seu bichinho de estimação do que com si própria. Eu me dei conta disso no dia que comprei uma pasta de dente pro Juca mais cara do que qualquer uma que já comprei para mim. </span></p><p><span style="font-size: large;">Mas aí já é tarde demais: você está irremediavelmente apaixonada por ele e a hipótese de perdê-lo enche seus olhos de lágrimas. </span></p><p><span style="font-size: large;">O objetivo desta postagem não é desestimular a adoção de bichinhos. Eles são maravilhosos, adoráveis e nos ensinam muito. O que quero é alertar às pessoas sobre o que significa o ato da adoção. Acredito que muita gente adota, depois devolve no primeiro obstáculo e não cumpre os requisitos básicos para manter o seu animalzinho feliz e saudável.</span></p><p><span style="font-size: large;">Nesses quase 13 meses de convivência com Juca, aprendi muito sobre meus limites, minhas imperfeições e também sobre minha capacidade de amar. Adotar tem a parte boa, de rir com as travessuras de seu cão e até fazer amizades, mas é sobretudo um ato de amor, de renúncia e um compromisso até maior do que o que você estabelece com outro ser humano. </span></p><p><span style="font-size: large;">O(a) amigo (a), o(a) namorado (a), o parente, pode até machucar seu coração (e vice-versa), mas sempre haverá a possibilidade de um diálogo, uma explicação para o fim do relacionamento, a separação, a falta de disponibilidade para uma conversa. No caso do bicho de estimação, o laço é para sempre e, por isso, a minha responsabilidade como tutora é imensa. E às vezes bem pesada. Mesmo assim quero ficar bem velhinha ao lado de Juca. </span></p><p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOQK9rbUndhf1MP65WOlRXwEye0FQ43cIWDX4dyIKwt9gsbjUUi9Ciflea2hvZ0BjReTAgLEqCRlSMnvQWXIWc4B6XzdQjOIjkws7xWpZHQlN8TbSlhaKK-HU93jgxqeEXPmK3KmCUjMYKla-syVEb2h1w61pW9LFvG05_3N35jIJPVkejVpm-0z8Tbw/s4624/20220321_164703.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="4624" data-original-width="3468" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOQK9rbUndhf1MP65WOlRXwEye0FQ43cIWDX4dyIKwt9gsbjUUi9Ciflea2hvZ0BjReTAgLEqCRlSMnvQWXIWc4B6XzdQjOIjkws7xWpZHQlN8TbSlhaKK-HU93jgxqeEXPmK3KmCUjMYKla-syVEb2h1w61pW9LFvG05_3N35jIJPVkejVpm-0z8Tbw/s320/20220321_164703.jpg" width="240" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Juca com dois colares elisabetanos por recomendação de seu médico veterinário</td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><span style="font-size: large;"><br /></span><p></p>Marthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4479554972091029098.post-41548127633708181732022-02-13T13:03:00.029-04:002022-02-13T13:31:36.506-04:00A arte de esquentar pamonha
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiFq802foZx2FJGWfHOYehv1SZK9BfuevEsz0W--kXn0WaZsedCUISgLh_1a1TwhuMT6q1GcKDm5vKqXEE2lr6QGg8ZO7WBSHe_4L95p3_osXlWKB1kbD_jXVNkjPIyVPc7v6h6if0gkQ1GAc9Q0rudpVMWf-VD7RIq1tA_q_2TLuenU1EP5Q3H9c5EIw=s924" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="616" data-original-width="924" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiFq802foZx2FJGWfHOYehv1SZK9BfuevEsz0W--kXn0WaZsedCUISgLh_1a1TwhuMT6q1GcKDm5vKqXEE2lr6QGg8ZO7WBSHe_4L95p3_osXlWKB1kbD_jXVNkjPIyVPc7v6h6if0gkQ1GAc9Q0rudpVMWf-VD7RIq1tA_q_2TLuenU1EP5Q3H9c5EIw=s320" width="320" /></a></div><span style="font-size: large;">
Dizem que a felicidade é feita de pequenos momentos. Nem sempre são situações gloriosas; às vezes são acontecimentos quase banais, que se revestem de graça e enchem nosso coração de alegria. </span><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-size: large;">Foi o que aconteceu há alguns dias quando fomos convidadas – eu e minhas duas sobrinhas, mãe e filha, que passavam alguns dias em Cuiabá – para almoçar na casa de Vera Capilé. É sempre muito gostoso ir à casa de Vera, que recebe os visitantes com muito carinho e comida boa em sua chácara na área urbana de Cuiabá. </span></div><div><span style="font-size: x-large;"><br /></span></div><div><span style="font-size: large;">Nesse dia não foi diferente e, após o almoço prolongado e regado à música e cantoria, chegou a hora de embora, pois já estava prestes a escurecer. Waldir Bertúlio, seu companheiro, disse que ia comprar pamonha na Feira do Paiaguás e resolvemos acompanhá-lo pois minha sobrinha Bel ficou entusiasmada com a possibilidade de comer pamonha e curau. </span></div><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-size: large;">Ao chegarmos à feira, logo nos dirigimos à barraca onde Waldir costuma comprar as iguarias à base de milho e, em seguida, para satisfazer a vontade de minha sobrinha-neta Sofia, fomos atrás de pastel. Que delícia! Nada como um bom pastel de feira, farto em recheio e gigante no tamanho. </span></div><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-size: large;">É claro que depois de comermos cada uma o seu pastel não sobraria espaço para a pamonha e, ali mesmo enquanto devorávamos o pastel, perguntamos ao Waldir como deveríamos esquentar as pamonhas no dia seguinte.
Diante de nossos ouvidos incrédulos, ele explicou que deveríamos colocá-las na água fervente. Eu questionei se seria em “banho-maria” e ele disse que não: era para colocar as pamonhas diretamente na água fervente. </span></div><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-size: large;">No dia seguinte, continuávamos receosas de que a pamonha fosse se desmanchar na água fervente, porém após algumas pesquisas resolvemos arriscar. Mas antes fiz uma última consulta ao Waldir.</span></div><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-size: large;">“Bom dia! Estamos esquentando as pamonhas agora. Resolvemos seguir sua orientação. Colocamos as pamonhas ainda envelopadas numa panela com água no fogo. É isso mesmo?” </span></div><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-size: large;">“Sim, confirmado por Vera. Eu venho desde criança de roças de milho ...”, respondeu Waldir, com uma pontinha de impaciência. </span></div><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-size: large;">Pois não é que deu super certo? As três pamonhas (de comer) ficaram deliciosas como se tivessem sido preparadas naquele minuto.
Agora se alguém me perguntar como esquentar pamonhas, já sei como ensinar. Não caia na tentação de colocar as pamonhas no micro-ondas pois ficarão ressecadas. Ouça a voz da experiência.</span></div><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-size: large;">Depois desse relato me deu vontade de comer outra pamonha daquela. E tem mais um detalhe: eu descobri que amo curau. Terei que regressar em breve à feirinha do Paiaguás para comprar todas essas guloseimas.</span></div>Marthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4479554972091029098.post-84750193274935212742022-01-03T11:19:00.055-04:002022-02-13T13:35:50.963-04:00Lançamento de "Adeus ao vírus"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiplB9OVneaKIHiCAi8I90TurFB_ll01nU4c4Ga1q1qY5TgSQW67VORENavInGzLuBu_heIVg6Ljb-lGhTJK1U3hO6lV2Pw4NHTXa0Ji_rZ5c0glfb2vfJMRakTI-2xDCF4abVzTFB3yR1zzcrFSuQNYkwwVXQjF1FmglUISt_HAWnY0BuPWepkAcNc5w=s1600" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1600" height="144" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiplB9OVneaKIHiCAi8I90TurFB_ll01nU4c4Ga1q1qY5TgSQW67VORENavInGzLuBu_heIVg6Ljb-lGhTJK1U3hO6lV2Pw4NHTXa0Ji_rZ5c0glfb2vfJMRakTI-2xDCF4abVzTFB3yR1zzcrFSuQNYkwwVXQjF1FmglUISt_HAWnY0BuPWepkAcNc5w=s320" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div><span style="font-size: x-large;">O lançamento do livro “Adeus ao vírus – Erradicação da febre aftosa: a participação de Mato Grosso na maior epopeia veterinária das Américas” (Entrelinhas Editora) reuniu várias gerações de médicos-veterinários, produtores rurais, jornalistas e outros profissionais ligados ao setor agropecuário, no auditório da Famato, na manhã de quinta-feira (16/12). </span></div><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-size: large;">Escrita pelos jornalistas Martha Baptista e Sérgio de Oliveira, sob os auspícios do Fundo Emergencial de Saúde Animal do Estado de Mato Grosso (Fesa-MT), a obra resgata em mais de 300 páginas a história de sucesso do combate à febre aftosa, num momento em que o estado está prestes a celebrar 26 anos sem qualquer registro da doença. </span></div><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-size: large;">No final de setembro de 2020, os autores começaram a ouvir os primeiros depoimentos de pessoas que trabalharam em prol da erradicação da enfermidade de maior impacto econômico na cadeia produtiva da carne. Mais de 70 entrevistas foram realizadas com fontes de Mato Grosso e outros estados, da capital federal, Bolívia e outros países. </span></div><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-size: large;">Diversos protagonistas dessa saga, descrita como a maior epopeia veterinárias das Américas, fizeram questão de estar presentes ao evento de lançamento. Entre eles, destaque para os veteranos da Campanha de Combate à Febre Aftosa de Mato Grosso (Cacofa), iniciativa do início dos anos 1970: Waldebrand Coelho, Juarez Molina, Jaime Bom Despacho, João Lozano Ewbank de Campos, Wilton da Silva Santos, Manoel de Aquino Filho e Adair José de Moraes. </span></div><div><span style="font-size: x-large;"><br /></span></div><div><span style="font-size: large;">Veio gente da Bolívia, como Aldo Vaca, presidente da Asociación de Ganaderos de San Matias (Agasam); de Brasília, como Aluísio Sathler, veterano do Coordenação de Combate à Febre Aftosa (CCFA) do Ministério da Agricultura; e de Santa Catarina, como o professor Clovis Improta, que deu os primeiros cursos de Educação Sanitária e Comunicação para a Saúde em Mato Grosso. </span></div><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-size: large;">Houve quem enviasse seu depoimento em vídeo, como Guilherme Marques, do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) e do Mapa; Pedro de Camargo, idealizador do Fundepec, o primeiro fundo privado de enfrentamento da febre aftosa no Brasil; Jogi Humberto Oshiai, ex-assessor da Missão do Brasil junto às Comunidades Europeias que muito contribuiu para superar as barreiras que impediam a exportação da carne bovina in natura; e Ivan Suzuki Serpa, ex-servidor do Indea, que representa a mudança de mentalidade na forma de enfrentamento à febre aftosa em Mato Grosso.
“É preciso conhecer o passado para entender o presente e planejar o futuro”, afirmou Serpa em seu depoimento, destacando seu orgulho em ser o personagem do livro. </span></div><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-size: large;">O resgate da história de combate à febre aftosa torna-se especialmente importante no momento em que Mato Grosso está caminhando para a retirada da vacinação contra a enfermidade em todo o seu território, na opinião de Antonio Carlos Carvalho de Sousa, presidente do Fesa-MT. </span></div><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-size: large;">“A realização deste resgate histórico foi uma sugestão do saudoso dr. Edson Ricardo de Andrade, ex-conselheiro do Fesa-MT, realizada com êxito pelos jornalistas Martha Baptista e Sérgio de Oliveira. É importante que as novas gerações conheçam e valorizem o trabalho árduo dos pioneiros que contribuíram para a erradicação da doença no país (o Brasil foi declarado livre de aftosa com vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) em 2018). Mato Grosso está há mais de 25 anos sem um registro de febre aftosa e estamos trabalhando pela retirada total da vacinação em novembro de 2022”, comentou o presidente. </span></div><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-size: large;">“A gente tem que render méritos aos que começaram, como os ex-presidentes da Famato, Zeca D’Ávila (que fundou e presidiu o Fundo Emergencial da Febre Aftosa do Estado de Mato Grosso/Fefa, precursor do Fesa) e Homero Alves Pereira e, principalmente aos produtores rurais, que vacinaram sistemática e rigorosamente todo o rebanho“, comentou o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Normando Corral, que destacou o envolvimento dos órgãos de controle como o Indea-MT nessa luta vitoriosa. </span></div><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-size: large;">O pecuarista Luiz Carlos Meister, ex-vice-presidente do Fefa-MT e representante da indústria frigorífica no fundo pioneiro, também enalteceu a parceria entre a iniciativa privada e o governo de Mato Grosso no combate à febre aftosa em Mato Grosso. </span></div><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-size: large;">O livro publicado pela Entrelinhas Editora, como parte da série Memória do Agronegócio, conta como o vírus da aftosa foi identificado no século XVI, na Itália, chegando às Américas no século XIX, e como foi sua erradicação em países como os Estados Unidos, onde não circula desde 1929. Resgata também a traumática experiência de quem lidou com a doença quando ainda não havia disponibilidade de vacinas no país, passando pela fundação de entidades como o Panaftosa, estruturação dos serviços veterinários estaduais, criação dos Fundos Emergenciais privados, produção das primeiras vacinas a serem utilizadas em campanhas e a impressionante evolução desses imunizantes – um dos fatores primordiais para a erradicação da doença em nosso país. </span></div><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-size: large;">A obra traz ainda um panorama da situação atual no continente sul-americano, onde apenas a Venezuela registra casos da doença, e abre espaço para a discussão do momento: se o Brasil está realmente preparado para retirar a vacinação.
O livro não será comercializado e sua distribuição será direcionada pelo Fesa-MT a Sindicatos Rurais, universidades, pesquisadores e órgãos do setor agropecuário. Os interessados em conhecer a obra deverão procurar o Fesa-MT: www.fesamt.com.br</span></div><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjz1gl7rBqLtTYxjNjhCBJpd8iq5oOFT-4VQpc54PpH_z4EsmlmE5PZAWXu2noSlfIZqlpm6qqtj3d68sn_S9ddJqvGosSkS-9ptX6fI_TAtrSssBrDpoVxm3ZIeaSuIekKDqGPJkwmfRzq6BVJBJBhiXICjOtosEf_Wq3m24jqZPYEJKoQEnx8SLwezg=s1280" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjz1gl7rBqLtTYxjNjhCBJpd8iq5oOFT-4VQpc54PpH_z4EsmlmE5PZAWXu2noSlfIZqlpm6qqtj3d68sn_S9ddJqvGosSkS-9ptX6fI_TAtrSssBrDpoVxm3ZIeaSuIekKDqGPJkwmfRzq6BVJBJBhiXICjOtosEf_Wq3m24jqZPYEJKoQEnx8SLwezg=s320" width="180" /></a></div><br /><span style="font-size: large;"><br /></span></div>Marthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4479554972091029098.post-40412656634702719522021-12-10T22:39:00.017-04:002021-12-12T12:12:44.614-04:00Lançamento de "O portão do inferno - Casos arquivados"<p><span style="font-size: large;"><br /></span></p><p><span style="font-size: large;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: large;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhBtpGw6_llqRgjoQhB0X0PFSES0FoYmIBCA7F-qI78fL6CgfUEgENs3ksHodLIArAXCkLVL1GbxHUt66i_7hS4X9jMW_bKuNvhDBERBMA9AFemkaLI0fDtlwmeeUH2wQG4Uzqm567Ynu1NqBBNoYhHKvi2og83xkhn9jlHAmHxS7Dkx-Cer7NGqXRCdA=s6000" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4000" data-original-width="6000" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhBtpGw6_llqRgjoQhB0X0PFSES0FoYmIBCA7F-qI78fL6CgfUEgENs3ksHodLIArAXCkLVL1GbxHUt66i_7hS4X9jMW_bKuNvhDBERBMA9AFemkaLI0fDtlwmeeUH2wQG4Uzqm567Ynu1NqBBNoYhHKvi2og83xkhn9jlHAmHxS7Dkx-Cer7NGqXRCdA=s320" width="320" /></a></span></div><span style="font-size: large;"><br />Foi uma noite muito especial, a começar pelo local: a Casa Barão de Melgaço, no Centro histórico de Cuiabá. Construída entre 1775 e 1777, e inaugurada em 1802, ela serviu de moradia a partir de 1843 para o Almirante Augusto João Manuel Leverger, que foi presidente da Província de Mato Grosso e passou à história como Barão de Melgaço.</span><p></p><p><span style="font-size: large;">Hoje o imóvel é sede do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso e da Academia Mato-grossense de Letras, e os bustos e retratos do morador famoso e outros intelectuais célebres de Mato Grosso dividiram espaço na noite de 9 de dezembro com personagens do livro "O portão do inferno - Casos Arquivados" (Entrelinhas Editora).</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgDrC9ULDqtl_dsUZVBe6Hwi3B3432U1k0NEZroliL9D64e8GnhsouHVJ8u7ZY0iexYbfKMlkbUduHJXbC6K-1-zabxdN2fYbPaDEsfWbs5R3sunuC_keUemviLgrS6Y8PYiBLj2IuU1iGBUSNMktdFZsR-4ieN61jHDQnol-tIeCaovEERG-iGjYaebA=s6000" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4000" data-original-width="6000" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgDrC9ULDqtl_dsUZVBe6Hwi3B3432U1k0NEZroliL9D64e8GnhsouHVJ8u7ZY0iexYbfKMlkbUduHJXbC6K-1-zabxdN2fYbPaDEsfWbs5R3sunuC_keUemviLgrS6Y8PYiBLj2IuU1iGBUSNMktdFZsR-4ieN61jHDQnol-tIeCaovEERG-iGjYaebA=s320" width="320" /></a></div><br /><span style="font-size: large;"><br /></span><p></p><p><span style="font-size: large;">Estavam lá a noiva Teodora, o casal de facínoras Lucinda e Jorge (a fina flor da sociedade), Orlando e Romeo, e Dolores, todos carregando no corpo e no olhar as marcas adquiridas em vida. E havia ainda uma pianista pálida martelando uma melodia inquietante nas teclas do instrumento que pertenceu à Dunga Rodrigues.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEivfzRk2XeJMcM3AcYrSyks2DkhqZY0wqIrqyFCE-d3vdl62Dn8lMUsLhyGOAw6xKVMKprS1Hjoeoy8g4vsYsNp3qMEsDW3Se5PQ-GLfjQ9NzKr58Gt41_gt-pXzowmNb6KUfIVYgajFqxsXXz5H04kw8jXQvvZ2ZTVKYeSfqoKFieyixURq3nBmGjXRQ=s6000" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4000" data-original-width="6000" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEivfzRk2XeJMcM3AcYrSyks2DkhqZY0wqIrqyFCE-d3vdl62Dn8lMUsLhyGOAw6xKVMKprS1Hjoeoy8g4vsYsNp3qMEsDW3Se5PQ-GLfjQ9NzKr58Gt41_gt-pXzowmNb6KUfIVYgajFqxsXXz5H04kw8jXQvvZ2ZTVKYeSfqoKFieyixURq3nBmGjXRQ=s320" width="320" /></a></div><span style="font-size: x-large;"><p><span style="font-size: x-large;"><br /></span></p>Tudo isso aconteceu em meio ao lançamento de "O portão do inferno - Casos arquivados", romance de estreia de J.R.N. Ferreira. O Salão Nobre da Casa Barão de Melgaço estava repleto de amigos do músico Jefferson Roberto Neves Ferreira.</span><p></p><p><span style="font-size: large;">Ao lado da editora Maria Teresa Carrión Carracedo e do designer Mike Vanni, ambos da Entrelinhas, e da jornalista Martha Baptista, esta que vos fala, Jefferson apresentou J.R.N. Ferreira, que se lança no mercado editorial com um livro arrebatador e aterrorizante.</span></p><p><span style="font-size: large;">Foi em janeiro de 2014 que ele começou a escrever a história que resultou em "O portão do inferno - Casos arquivados", aproveitando um ano em que estava de mal com a música. O incentivo do amigo Thiago Bazzi fez com que acreditasse no potencial da trama, que foi sendo desenvolvida com muitas pesquisas e perambulações de bicicleta pelo Centro de Cuiabá, em busca de informações, referências históricas, os tais "casos arquivados".</span></p><p><span style="font-size: large;">Em janeiro de 2015, o livro estava pronto e para escrevê-lo o autor se inspirou em alguns personagens que fazem parte das chamadas "lendas urbanas" da capital mato-grossense. Leitor voraz de Agatha Christie, Stephen King e Raphael Montes, e fã incondicional da série "American Horror Story", produzida por Ryan Murphy, ele desenvolveu uma trama envolvente e personagens absurdamente fortes. Alguns são detestáveis, outros despertam a compaixão do leitor.</span></p><p><span style="font-size: large;">Em 2019, Jefferson apresentou seus originais para mim, a amiga coralista (ele é fundador e regente do Coro Experimental MT) que gostava muito de ler (e escrever). Apesar de não ser meu gênero preferido de literatura, não consegui parar de ler. Desse contato com a obra, nasceu a ideia de apresentá-la à editora Maria Teresa, que, embora também tenha sentido um certo estranhamento, devorou as 300 páginas do livro num final de semana. </span></p><p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEip8peqLNrMhqcnD_ryc-kqdzf12sZM35v1vMJyoJDBlvSCIkSeJSqXmnTFw-pc5zbbDt06FRF6q2zcEVnnEahmY7uAdry1hDel5OMAiPl2dxYomJv_8AtJ_p02kSGqBc8H4VrULgsBRW8NsCpkWA9TzYk0ahTt-8GzqSFo21GHCaM53cFm56-FShEtPw=s6000" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="4000" data-original-width="6000" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEip8peqLNrMhqcnD_ryc-kqdzf12sZM35v1vMJyoJDBlvSCIkSeJSqXmnTFw-pc5zbbDt06FRF6q2zcEVnnEahmY7uAdry1hDel5OMAiPl2dxYomJv_8AtJ_p02kSGqBc8H4VrULgsBRW8NsCpkWA9TzYk0ahTt-8GzqSFo21GHCaM53cFm56-FShEtPw=s320" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O designer Mike Vanni, o autor Jefferson Neves, a editora Maria Teresa e a jornalista Martha Baptista <br /><br /></td></tr></tbody></table><span style="font-size: x-large;">"Não me lembro de nenhum autor mato-grossense que tenha tido o atrevimento de seguir na direção das séries policiais e noir da Netflix, contextualizando-as neste espaço-tempo", diz Maria Teresa. </span></p><p><span style="font-size: large;">O espaço é Cuiabá e a estrada que leva à Chapada dos Guimarães, com destaque para o local conhecido como Portão do Inferno. O tempo é a década de 1940 e a atualidade. </span></p><p><span style="font-size: large;">O autor brinca com as noções de tempo, vida e morte, realidade e ficção para fisgar seu leitor e torná-lo "testemunha, cúmplice e vítima de situações perturbadoras". </span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi0k6CVahciZPCY9TqGv9aQTRLEkPznjRqJhWyHOaRkAlZZSRD1LaM_9l6_ET12NJ2uIyreN-h6rxv1kZI-6aZ8Z_qDIJ-s7USiJLAj8ji904k6l7VIlplH_lLc3Sn1Vvkuk9RqSJrlS2Xq-hdIpdLxkFROxg-_O-yjIynftNQjse1tZCmRxwdDPRwCqg=s6000" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4000" data-original-width="6000" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi0k6CVahciZPCY9TqGv9aQTRLEkPznjRqJhWyHOaRkAlZZSRD1LaM_9l6_ET12NJ2uIyreN-h6rxv1kZI-6aZ8Z_qDIJ-s7USiJLAj8ji904k6l7VIlplH_lLc3Sn1Vvkuk9RqSJrlS2Xq-hdIpdLxkFROxg-_O-yjIynftNQjse1tZCmRxwdDPRwCqg=s320" width="320" /></a></div><br /><span style="font-size: large;"><br /></span><p></p><p><span style="font-size: large;">O livro está disponível na loja virtual da Entrelinhas (www.entrelinhaseditora.com.br). É uma oportunidade ímpar para conhecer um novo escritor, que diz estar cheio de ideias para novos projetos nesse campo. Eu, pelo menos, já estou louca para ler o próximo livro. </span></p><p><span style="font-size: large;">Os personagens que surpreenderam o público durante o lançamento foram interpretados por Manoela Cavalcanti, Wagton Douglas, Gabriel Amaral, Hector Kirizawa, Tayta Moraes, Yasmin Moreira e Hyanna Toledo A maquiagem ficou a cargo de Manoela e Ló, e a caracterização dos personagens contou com a colaboração de Luiz Pita. Fotos de Ricardo Carrión Carracedo. </span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgIYfJ_Vk0sIGTk6cTKDkt8LzX4cSwXJOoWREgh0xme_IlG9VzRZAFrbpZ1EtUhzt_DElPhgH96mEy-GOeZYbHfU_6uvIrPJ4Z5vEcV8CqfCm_CU3DvlV9ViwkAFc9p2r9l00VhlmrAYoKkqe8yNVD2XYxXHQDo7H9T1uiAnfiHkYEaDEyh9cNQIRdehg=s6000" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4000" data-original-width="6000" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgIYfJ_Vk0sIGTk6cTKDkt8LzX4cSwXJOoWREgh0xme_IlG9VzRZAFrbpZ1EtUhzt_DElPhgH96mEy-GOeZYbHfU_6uvIrPJ4Z5vEcV8CqfCm_CU3DvlV9ViwkAFc9p2r9l00VhlmrAYoKkqe8yNVD2XYxXHQDo7H9T1uiAnfiHkYEaDEyh9cNQIRdehg=s320" width="320" /></a></div><br /><span style="font-size: large;"><br /></span><p></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhzkEdvp_WaiUCsxK4v6uF0YiTUYfCg9nuaSykO0OZDAXA_VYbxNB5C1rUl_y3bHKD_gHP1dYotAV1pf5bfQa3R9X5ncxlVPq08nqMxdOXArclJRroq8q2WCZjqBVV-Fr2UTLi0nEHvx9udL8T0YZc4H_Cr22DRJo-zWmk2SieUPiymoBbYE2ktAHpDXw=s6000" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4000" data-original-width="6000" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhzkEdvp_WaiUCsxK4v6uF0YiTUYfCg9nuaSykO0OZDAXA_VYbxNB5C1rUl_y3bHKD_gHP1dYotAV1pf5bfQa3R9X5ncxlVPq08nqMxdOXArclJRroq8q2WCZjqBVV-Fr2UTLi0nEHvx9udL8T0YZc4H_Cr22DRJo-zWmk2SieUPiymoBbYE2ktAHpDXw=s320" width="320" /></a></div><br /><span style="font-size: large;"><br /></span><p></p><p><br /></p><p><span style="font-size: x-large;"><br /></span></p>Marthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4479554972091029098.post-4992005858807422082021-09-30T19:13:00.027-04:002021-09-30T19:21:56.183-04:00"Simples Assim " reúne Vera Capilé, Jefferson Neves e Martha Baptista no Garden Pub<h2 style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: left;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></span></h2><h2 style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: left;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSx5yUeuLQzOUPJ806rGRdzXnJT9Rjo4B-d5ufZcwFVLS11dh5T3XBZxQMdHC4SqBzGfWKFWn5PfpW04mQgFIHzVLwovbdD_mZ-dP12LYMju9iL_O_GZnsoRHNnck-MaDlsdN78jO15pB1/s2048/Divulga%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1533" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSx5yUeuLQzOUPJ806rGRdzXnJT9Rjo4B-d5ufZcwFVLS11dh5T3XBZxQMdHC4SqBzGfWKFWn5PfpW04mQgFIHzVLwovbdD_mZ-dP12LYMju9iL_O_GZnsoRHNnck-MaDlsdN78jO15pB1/s320/Divulga%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" width="240" /></a></div><br />Nesta sexta-feira (1º de outubro), Vera Capilé,
Jefferson Neves e Martha Baptista sobem ao palco do Garden Pub para fazer o que
lhes dá muito prazer, em meio a mil e uma atividades: cantar.</span></span></h2><h2 style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: left;"><span style="font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: inherit; font-size: large;">Vera é psicóloga, cantora, compositora, atriz e
escritora, entre outras facetas de sua personalidade destacada recentemente
pelo projeto Mestres da Cultura, realizado com recursos da Lei Aldir Blanc.
Natural de Dourados (MS), está muito feliz com a notícia de que receberá em
breve o título de Cidadã Mato-grossense, outorgado pela Assembleia Legislativa
de Mato Grosso.</span></span></span></h2><div><span style="font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></span></span></div><div><span style="font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjteJpiLM6mr2htbYmzHrRZeKWdpNdO29Pq84CP7DgKVZhEAI0GZHCV0cfls1rC8C-xm31pvjL90D_gRy85vwlegbsdYCZD0DrH6hy7n36ElgpGzPt6cpcSd5VgBRgO8Zf6yXMyPX2q9HFc/s1600/Vera+Capil%25C3%25A9+-+Foto+Fred+Gustavos.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1067" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjteJpiLM6mr2htbYmzHrRZeKWdpNdO29Pq84CP7DgKVZhEAI0GZHCV0cfls1rC8C-xm31pvjL90D_gRy85vwlegbsdYCZD0DrH6hy7n36ElgpGzPt6cpcSd5VgBRgO8Zf6yXMyPX2q9HFc/s320/Vera+Capil%25C3%25A9+-+Foto+Fred+Gustavos.jpeg" width="213" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Foto Fred Gustavos</div></span></span><span style="font-family: inherit; font-size: large;">O cuiabano Jefferson Neves é compositor, arranjador,
cantor, escritor, fundador de vários grupos vocais (como o Alma de Gato e Mesa
pra 6) e dirige o Coro Experimental MT desde 2017.</span></div><div><span style="font-family: inherit; font-size: x-large;"><br /></span></div><div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoyvNH7MI1siQzDQZbl0NAL68saB-vP5ZC-lzFKxJFpu5-zuM12niZaKPdyM3meArN2yrnEKldJ_33Idr_s3SQ2yaHmmIaOe5P4MGMCc5-Lug3ZxVOcKfDyIo59cOMzC_i-Tq-XRsKqs0p/s1299/Jefferson+Neves+-+Foto+Diz%25C3%25A3o+Gon%25C3%25A7alves.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1299" data-original-width="955" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoyvNH7MI1siQzDQZbl0NAL68saB-vP5ZC-lzFKxJFpu5-zuM12niZaKPdyM3meArN2yrnEKldJ_33Idr_s3SQ2yaHmmIaOe5P4MGMCc5-Lug3ZxVOcKfDyIo59cOMzC_i-Tq-XRsKqs0p/w235-h320/Jefferson+Neves+-+Foto+Diz%25C3%25A3o+Gon%25C3%25A7alves.jpeg" width="235" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto Dizão</td></tr></tbody></table><span style="font-family: inherit; font-size: x-large;"><div><span style="font-family: inherit; font-size: x-large;"><br /></span></div>Martha Baptista também vem da parte sul do antigo
estado de Mato Grosso (de Corumbá), morou muitos anos no Rio de Janeiro, outros
tantos em Cáceres, e trabalha em Cuiabá como jornalista e escritora.</span></div><div><span style="font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></span></span></div><div><span style="font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: inherit; margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyasmnOoe1PCIUCqSGP21vl2YL28wpTbu4lX5r5CEr-RNTbMjNP1heVzq6HDHjckRD8YABzbEXlYKDIvkyesUPqtylfP2yl5Wwp_74xOYno6HA0INxW800HmXEJh12i7bvTTwiE4XT9Bb8/s1600/Martha+Baptista+-+Foto+de+Diz%25C3%25A3o+Gon%25C3%25A7alves.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1177" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyasmnOoe1PCIUCqSGP21vl2YL28wpTbu4lX5r5CEr-RNTbMjNP1heVzq6HDHjckRD8YABzbEXlYKDIvkyesUPqtylfP2yl5Wwp_74xOYno6HA0INxW800HmXEJh12i7bvTTwiE4XT9Bb8/s320/Martha+Baptista+-+Foto+de+Diz%25C3%25A3o+Gon%25C3%25A7alves.jpeg" width="235" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto Dizão</td></tr></tbody></table><span style="font-size: x-large;"><span style="font-family: times;"><br /></span></span></span></span></div><div><span style="font-family: inherit; font-size: x-large;">Desde 2017 Vera, Jefferson e Martha têm um encontro semanal marcado no Coro Experimental MT. E foi lá, em meio a várias apresentações que descobriram outras afinidades transformadas em matéria-prima do show "Simples Assim", cuja estreia aconteceu em março de 2020, uma semana antes do início da pandemia deflagrada por uma nova espécie de coronavírus. </span></div><div><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit; line-height: 107%;"><span style="font-size: x-large;">.</span></span></span></div><div><span style="font-family: inherit; font-size: x-large;">“Nossa proposta inicial fo</span><span style="font-family: inherit; font-size: x-large;">i cantar o que nos
emocionava, evocava emoções passadas ou simplesmente nos renovava a energia
vital”, comenta Martha Baptista.</span></div><h2 style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: left;"><span style="font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: inherit; font-size: large;">Por conta da pandemia, não foi possível fazer novos
shows presenciais, apesar da boa receptividade do público, mas este ano, em
meio à retomada de algumas atividades culturais – cercada dos cuidados
necessários -, Jefferson entendeu que era o momento de reunir o trio para mais
uma edição de “Simples Assim”. O show, a ser apresentado nesta sexta-feira, é
totalmente diferente do primeiro e ganhou a participação de novos músicos,
porém a essência continua a mesma.</span></span></span></h2><h2 style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: left;"><span style="font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: inherit; font-size: large;">“Todos nós tivemos liberdade para propor canções, que
serão apresentadas em duetos ou trios, e outras que serão interpretadas como
solo. Com isso, o show ganha em diversidade, contando, inclusive, com um bloco
internacional”, conta Vera.</span></span></span></h2><h2 style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: left;"><span style="font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: inherit; font-size: large;">A direção musical ficou a cargo de Jefferson Neves,
que convidou os músicos Thiago Costa (bateria) e Samuel Ribeiro (baixo) para
darem aquele molho especial, e Eduardo Santos para acompanhar os cantores no
violão e na viola. Jefferson também atua como pianista em diversos momentos.</span></span></span></h2><h2 style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: left;"><span style="font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: inherit; font-size: large;">“Minha vida anda bem agitada, mas é um prazer enorme
poder cantar o que gosto, do nosso jeito”, diz Jefferson, que sempre surpreende
o público com sua ousadia na releitura de clássicos da MPB e da música
internacional.</span></span></span></h2><h2 style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: left;"><span style="font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: inherit; font-size: large;">E é dessa forma, simples assim, que Jefferson, Vera e
Martha vão se apresentar no agradável espaço do Garden Pub, interpretando canções
de autores como Ivan Lins, Milton Nascimento, Edu Lobo, Vander Lee, Eduardo
Gudin, Sérgio Bittencourt, e – como não poderia deixar de ser - <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de Chico Buarque – uma paixão tão grande dos
três cantores que até mereceu um bloco exclusivo.</span></span></span></h2><h2 style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: left;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><u><span style="line-height: 107%;">Serviço<br />
</span></u></span><span style="font-family: inherit; font-size: large;">O que: Show “Simples Assim”<br /></span><span style="font-family: inherit; font-size: large;">Onde: Garden Pub<br /></span><span style="font-family: inherit; font-size: large;">Quando: 1º de outubro, às 20h<br /></span><span style="font-family: inherit; font-size: large;">Informações: 65-98405.3085<br /></span><span style="font-size: large;"><span style="font-family: inherit;">Reservas</span><span style="font-family: inherit;">: 65-99351.4532 (Johny) </span></span></span></h2>
Marthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4479554972091029098.post-63326139494235529452021-09-03T09:56:00.007-04:002021-09-03T12:01:33.354-04:00Filhote desse lugar<p></p><p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioPbMy9xkUTr-CXxHli47OKTfcuC-HGo0AV22MuraSeJCyNgAZovUEzj2OI-PRSNWa8qdeXkCBmijnsZ78PDRR021AQ8gH8jN-FxR1uumoM20R-mKWZA3Pg35tlpJGq-Q0gkCCGyAjVJRQ/s1280/Vera+Capil%25C3%25A9.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="854" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioPbMy9xkUTr-CXxHli47OKTfcuC-HGo0AV22MuraSeJCyNgAZovUEzj2OI-PRSNWa8qdeXkCBmijnsZ78PDRR021AQ8gH8jN-FxR1uumoM20R-mKWZA3Pg35tlpJGq-Q0gkCCGyAjVJRQ/s320/Vera+Capil%25C3%25A9.jpeg" width="214" /></a></div><br /><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: x-large;">No início da noite desta primeira quarta-feira de
setembro, sob um calor enlouquecedor, corri para o Sesc Arsenal, no Centro de
Cuiabá, onde por aproximadamente 50 m, relaxei, ri e me emocionei com o
documentário “Filhote deste lugar”, dirigido por Juliana Capilé, que faz parte
do Projeto Mestres da Cultura – Uma homenagem à Vera Capilé. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: x-large;">Tenho o prazer de conviver com Vera mais assiduamente
desde 2017 quando nos tornamos colegas no Coro Experimental MT. Nesses últimos
quatro anos a gente se aproximou muito e conheci a Vera avó, mãe, irmã, esposa,
cozinheira, costureira, psicóloga, gerontóloga, que convive muito bem com a
Vera cantora, coralista, compositora, atriz e escritora.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Que mulher danada! <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: x-large;">Mesmo assim, eu me surpreendi com “Filhote deste lugar”,
que é também o título de uma das composições de Vera Capilé. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: x-large;">Como resumir 60 anos de carreira e 72 anos de vida em
cerca de 50 minutos? Pois Juliana Capilé e sua equipe conseguiram fazer isso
com maestria! É o tipo do documentário que dá vontade de ver e rever e rever
porque são tantos detalhes, é tanta informação, que se torna impossível registrar
tudo de uma vez. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: x-large;">Mas o mais importante é perceber a grandeza de Vera.
Ela é muito maior do que aparenta ser! A menina atrevida, travessa, que viveu
intensamente sua infância em Dourados (MS) e a juventude numa Cuiabá
provinciana e, ao mesmo tempo, cheia de vida, encontros, cultura, foi
acumulando diversas experiências ao longo das décadas. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: x-large;">Participou do saudoso Projeto Pixinguinha, com o qual
levou a cultura mato-grossense à Europa e a outros estados brasileiros; uniu-se
a vários parceiros artísticos e acabou aterrissando no Coro Experimental MT
para acrescentar uma vivência nova: a de ser coralista.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: x-large;">Disciplinada, generosa, abriu portas para novos
artistas e sempre foi muito amiga dos amigos, como o ator Liu Arruda (1957-1999)
– uma amizade que rendeu alguns dos momentos mais emocionantes do documentário.
<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: x-large;">Minha intenção aqui não é contar tudo. Não quero lhe
tirar, caro(a) leitor(a), o prazer de assistir a “Filhote deste lugar”. Mas aproveito
para destacar a qualidade técnica do documentário, com fotografia e som
impecáveis, sem falar, é claro, da trilha sonora. Uma legião de artistas e
amigos de Vera, de Mato Grosso e de outros estados (e até do exterior), desfila
no documentário em depoimentos que se entrelaçam e se complementam com um único
objetivo: contar um pouco da carreira de Vera Capilé e mostrar por que ela
merece como poucos o título de Mestre da Cultura.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: x-large;">O documentário “Filhote deste lugar” foi produzido com
recursos da Lei Aldir Blanc da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer
de Mato Grosso (Secel-MT), graças ao projeto apresentado e coordenado por
Tatiana Horevicht. Nessa quarta-feira foi distribuído ao público um livro como
parte da homenagem à Vera Capilé e ele traz como inovação um QR Code, que
permite o acesso ao álbum comemorativo “Vera Capilé – 60 anos de Carreira”. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: x-large;">Nessa mesma noite a homenageada autografou seu livro “De
Matto-Grosso a Mato Grosso – Das fronteiras paraguaias ao centro geodésico da América
do Sul: a trajetória de um caminhante” (Entrelinhas Editora – 2021), também
publicado com recursos da Lei Aldir Blanc. Nesse livro, ela conta a história de
seu pai Sinjão Capilé, que faleceu em 2015, aos 99 anos, e é até hoje sua grande
inspiração.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: x-large;">É ou não é uma mulher danada?<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: x-large;">PS. Fotos e arte do projeto são de autoria de Fred
Gustavos.<o:p></o:p></span></span></p><br /><p></p>Marthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4479554972091029098.post-19876839843107823652021-07-17T14:08:00.027-04:002021-07-17T14:35:53.650-04:00Lixo e falta de educação<p><span style="font-size: large;"><br /></span></p><p><span style="font-size: large;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQzUwe5WHV4o0xMCtzK-vKEBJxhIMD4FpC4hrpHW67O1r1sJz_MKc8ok38ng7nmKnRpA0yLOMlGP2ialZDb14Cy2IsRJsLl2Y3n3JDw0UZYtL2Kd5APT-oVk1EbUsfDNJ_3kZ3Cwp7c-bq/s234/Lixo+na+pra%25C3%25A7a+%25282%2529.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="184" data-original-width="234" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQzUwe5WHV4o0xMCtzK-vKEBJxhIMD4FpC4hrpHW67O1r1sJz_MKc8ok38ng7nmKnRpA0yLOMlGP2ialZDb14Cy2IsRJsLl2Y3n3JDw0UZYtL2Kd5APT-oVk1EbUsfDNJ_3kZ3Cwp7c-bq/s0/Lixo+na+pra%25C3%25A7a+%25282%2529.jpg" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><span style="font-size: large;">Ontem falei do lado bom de sair pelas ruas de Cuiabá com meu cachorro Juca, mas hoje quero falar de um aspecto bem feio da cidade: como a capital de Mato Grosso está suja!</span><p></p><p><span style="font-size: large;">Gostaria de ter várias imagens para comprovar o que digo, porém a agitação de Juca não me permite tirar as fotos que gostaria. Hoje, por sorte, consegui fazer um registro na Praça Oito de Abril, por volta de 7h da manhã! </span></p><p><span style="font-size: large;">Adquiri o hábito de sair com Juca de manhã e no final da tarde. A gente varia o itinerário, mas temos alguns pontos fixos, como algumas praças próximas ao meu prédio, situado no bairro Popular. </span></p><p><span style="font-size: large;">Em praticamente todas sempre encontro muito lixo acumulado: sacos plásticos, embalagens vazias (de quentinhas, sanduíches), sacolas de papel, caixas de papelão (ou isopor) e muitas garrafas de vidro (as populares long necks) e de plástico. </span></p><p><span style="font-size: large;">Também encontro muitos varredores de rua, que trabalham para a Prefeitura. </span></p><p><span style="font-size: large;">Em algumas praças, como a Praça Popular, onde estão situados vários bares, e na Oito de Abril (também conhecida como Praça do Choppão), há muitas lixeiras. Ninguém pode alegar falta de um local adequado para jogar seu lixo. Mas as pessoas parecem que fazem questão de deixar seus restos jogados como se fossem cães marcando território. Alguns chegam ao cúmulo de jogar o lixo no meio de um canteiro para dificultar o trabalho de quem recolhe a sujeira deles. É revoltante!</span></p><p><span style="font-size: large;">A gente tem ido muito a uma pracinha (Manoel Miráglia), que fica na esquina da Avenida das Flores com a Rua General Ramiro Noronha, no bairro Jardim Cuiabá, e lá não há lixeiras. Para piorar a situação, ela se transformou num ponto de apoio de entregadores por aplicativo, que também acumulam muito lixo.</span></p><p><span style="font-size: large;">Resumo da ópera: a Prefeitura podia instalar mais lixeiras em alguns locais, porém muitas pessoas parecem estar se lixando para esse tipo de recipiente. Ou seja, faltam educação e senso de civilidade. Sabe aquele habito de colocar qualquer pedaço de papel no bolso ou na bolsa? Pois é, eu sou assim e não vejo mérito algum nisso. Se tive algum mérito foi passar isso para minhas filhas, que também são incapazes de jogar uma lata (ou uma garrafa) na rua. </span></p><p><span style="font-size: large;">Eu nem falei da situação de ruas e calçadas (quando existem) ... A quantidade de lixo e mato mesmo em ruas centrais é impressionante!</span></p><p><span style="font-size: large;">Fica aqui o meu registro. Talvez não adiante de nada, mas peço a quem me ler que ponha a mão na consciência e pense: que tipo de cidade estamos construindo e deixando para nossos filhos/netos/bisnetos? Como podemos mudar essa situação?</span></p><p><span style="font-size: large;">Aproveito a postagem, lançada ao vento, para fazer um apelo à Prefeitura de Cuiabá: por favor, aproveite os espaços vazios em alguma das praças dos bairros Goiabeira, Popular ou Jardim Cuiabá, para criar um "parcão", uma área exclusiva para cães, a exemplo das que já existem no Jardim das Américas e na Morada de Ouro. Além das praças mencionadas acima, temos como opção a Praça Santos Dumont, que está super abandonada, e a Praça Clovis Cardoso. </span></p><p><span style="font-size: large;"><br /></span></p>Marthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4479554972091029098.post-45811454535810150162021-07-16T16:31:00.020-04:002021-07-16T21:37:59.508-04:00Apaixonados<p><span style="font-size: large;"> </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: large;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyj5gkjOzDQRudWJFmevm8TvnVzkXXh9v6d_rvEklwTHqDHngV38hbziO3qiy3QwcB1IZ7IAu8x-qtFta4nY7wJXadSG4w_ShcUXkMQgM9lXMcJPYMcyCQGauckqJ07scDeF3cCYqipLJO/s4128/20210626_173238.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4128" data-original-width="3096" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyj5gkjOzDQRudWJFmevm8TvnVzkXXh9v6d_rvEklwTHqDHngV38hbziO3qiy3QwcB1IZ7IAu8x-qtFta4nY7wJXadSG4w_ShcUXkMQgM9lXMcJPYMcyCQGauckqJ07scDeF3cCYqipLJO/s320/20210626_173238.jpg" /></a></div><br /><span style="text-align: left;"><br /></span></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="text-align: left;">Já passou da hora de escrever um novo post sobre Juca. Afinal são mais de quatro meses de intensa convivência. </span></span></div><p></p><p><span style="font-size: large;">Há quem diga que só publico fotos de Juca, que só falo de Juca. Não sei se devo me preocupar com isso. O fato é que sempre fui razoavelmente discreta em relação à minha vida social e pessoal. Minhas filhas estão longe; não vou ficar publicando postagens sobre o meu trabalho, portanto, nada mais natural que Juca seja o modelo da vez.</span></p><p><span style="font-size: large;">É interessante como os animais aproximam as pessoas. Numa mesma saída sou capaz de conversar com um trabalhador braçal da Prefeitura de Cuiabá que está tirando o mato de um canteiro na praça e com pessoas que estão passeando com seus cachorros. Dou bom dia para cães presos em casas, que latem desesperadamente quando Juca desfila na sua porta; para a faxineira que limpa a calçada em frente ao prédio e me vê passar diariamente, e para qualquer pessoa que olhe para nós, por empatia ou medo. Respondo delicadamente quando perguntam: "Ele morde?" Entendo que alguns evitam a aproximação por traumas de infância e há também quem faça cara feia porque não gosta mesmo de cachorro. Não sabe o que está perdendo.</span></p><p><span style="font-size: large;">Nesse meio tempo, estabelecemos - Juca e eu - uma rotina draconiana. Acordamos (ou melhor, ele me acorda) por volta de 6h30 e saímos para o passeio matinal o mais rápido que eu conseguir. Em geral, Juca me espera deitado na porta da casa alternando momentos de compreensão com a minha lerdeza com outros de impaciência. Nossos passeios, que começam com a parada para o longo xixi, têm itinerários variados e duram aproximadamente uma hora - o tempo necessário para outros xixis, cocô e a exploração do caminho sempre na esperança de encontrar algo para comer.</span></p><p><span style="font-size: large;">Não! Juca não passa fome em casa, mas percebo que é do seu instinto fuçar a grama, o mato, o lixo, em busca de "tesouros". Às vezes, consigo impedir que o "tesouro" seja devorado (já peguei ele com um ratinho e um passarinho morto na boca), mas em muitos casos, não dou conta. </span></p><p><span style="font-size: large;">De uma hora para outra, minha casa deixou de ser um campo minado de xixi. Faz um bom tempo que Juca não faz suas necessidades em casa. Somente na rua, nos passeios matinal e vespertino. </span></p><p><span style="font-size: large;">No fim da tarde, volta e meia, a gente dá um passeio maior: vai até o pet park do Shopping Estação ou de algum espaço público. É bem gostoso. Só não vou todos os dias porque é preciso pegar carro e nem sempre estou a fim de enfrentar o trânsito. </span></p><p><span style="font-size: large;">A propósito, na sexta-feira passada, no caminho para o Shopping Estação, Juca quase me matou de susto: no percurso até o Trevo do Santa Rosa, de trânsito invariavelmente lento, ele simplesmente pulou pela janela traseira. Puxei o freio de mão, abri a porta e me deparei com um cachorro pendurado pelo peitoral e a guia que estava presa no cinto de segurança do carro. Joguei-o pela janela de volta pro banco traseiro e fechei os vidros por medo de outra tentativa de fuga. Coitadinho! Acho que ele estava morrendo de vontade de fazer xixi e cocô, e estressado de ficar dentro do carro.</span></p><p><span style="font-size: large;">Já percebi que ele não gosta muito de andar de carro, por isso evito os passeios motorizados.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjOJFg8S4hx6uxh2fJ-wYFmTKqA6ZdirTUUMNbiDPkTbEeUMzt1xTrgRdNs_Try5hmwWYN9KLb98lO-RuZ25Tu3iTMFTjUOkvt1Akkn-ilfZZ6Pw1N3Klr4Z61w51zj8YcQ-omnBbNASC4/s3891/20210716_074538.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3891" data-original-width="3468" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjOJFg8S4hx6uxh2fJ-wYFmTKqA6ZdirTUUMNbiDPkTbEeUMzt1xTrgRdNs_Try5hmwWYN9KLb98lO-RuZ25Tu3iTMFTjUOkvt1Akkn-ilfZZ6Pw1N3Klr4Z61w51zj8YcQ-omnBbNASC4/s320/20210716_074538.jpg" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><span style="font-size: large;">No mais, Juca é um amigo querido, que me olha de uma forma absolutamente arrebatadora. Às vezes, ele é teimoso, chato, e sei que não sou a melhor "educadora" do mundo. Aliás, não faço o menor esforço para adestrá-lo. Mas fico encantada com a sua memória, inteligência e empatia.</span></span></div><p></p><p><span style="font-size: large;">Há alguns dias nos deparamos com um vizinho caído na calçada e Juca parecia estar participando da situação. Quando tentei "me livrar" dele, atendendo à sugestão de uma moça que tínhamos acabado de conhecer de levá-lo para o pet shop da rua junto com seu cachorrinho, ele se recusou a ir com ela. Tive que eu mesma levá-lo para poder retornar no intuito de ajudar o senhor acidentado.</span></p><p><span style="font-size: large;">Ontem, assim que saímos de casa, fomos recepcionados por dois cães (uma fêmea vira-lata e um macho pequeno, de raça), que não pareciam ser moradores de rua. Logo desconfiei que eles pertenciam a uma casa vizinha ao prédio e, após alguns minutos, consegui chamar a atenção da dona de casa, que contou que os dois tinham fugido e ela não tinha conseguido alcançá-los. Juca e eu fomos então atrás dos dois, que já estavam se afastando novamente, e conseguimos atrai-los de volta para a alegria de sua tutora, que até nos convidou para entrar em sua casa. </span></p><p><span style="font-size: large;">Juca é um cachorro ativo e muito inteligente. Imagino como seria sua vida num sítio ou numa fazenda, onde tivesse toda a liberdade de correr, caçar, comer o que quisesse... Mas, quis o destino, que ele viesse morar comigo num apartamento e por isso procuro oferecer o melhor que posso. Ontem, no final do passeio, descobrimos uma sorveteria no bairro Jardim Cuiabá que vende picolé para pets - o PETcolé. Ele adorou, chupou o picolé de melancia como se tivesse tomado picolé a vida inteira. Fofo!</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFbXuA6uVV5ED_kOm8z71wP8hq2lvAwfaDznFTMbaNeA0r5tFtri4z8yo1rgUyDfqMFY-j3UhcETdTQVwWAAD_EFrNLquVXIZ6oRpb2Bf9hg4YP8y_2fIJfZ1D68GgkOJvc9-E-lDDA6CQ/s4624/20210715_174308.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4624" data-original-width="3468" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFbXuA6uVV5ED_kOm8z71wP8hq2lvAwfaDznFTMbaNeA0r5tFtri4z8yo1rgUyDfqMFY-j3UhcETdTQVwWAAD_EFrNLquVXIZ6oRpb2Bf9hg4YP8y_2fIJfZ1D68GgkOJvc9-E-lDDA6CQ/s320/20210715_174308.jpg" /></a></div><span style="font-size: x-large;"><p><span style="font-size: x-large;"><br /></span></p>Este é um resumo de nossa vida nestes últimos meses. Minha intenção é fazer um registro a cada três/quatro meses para mostrar as diferentes etapas da vida do meu Juca. Esqueci de dizer que adoro o jeito de Juca dormir e também que acho que ele está me tornando uma pessoa melhor. </span><p></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-xST3WV_DoQh9j9HqVdY7v38KcuCW7ZKIxR7DKWNgFR7hYEUzGTGMPDeNVZbxDJ5qOjnZe69ZPVPhehyphenhyphenB-NKazi1_Tw7QNEp96tDGjNO978RvF0-9JUkmXvDth5IAayzOYJ51-XhsO6S8/s4128/20210521_143240.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3096" data-original-width="4128" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-xST3WV_DoQh9j9HqVdY7v38KcuCW7ZKIxR7DKWNgFR7hYEUzGTGMPDeNVZbxDJ5qOjnZe69ZPVPhehyphenhyphenB-NKazi1_Tw7QNEp96tDGjNO978RvF0-9JUkmXvDth5IAayzOYJ51-XhsO6S8/s320/20210521_143240.jpg" width="320" /></a></div><br /><span style="font-size: x-large;"><br /></span><p></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><span style="font-size: large;"><br /></span><p></p>Marthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4479554972091029098.post-7332632014793629252021-03-24T11:49:00.027-04:002021-04-04T16:31:57.843-04:00Cãofinados<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcFCu1Yzqv4Am-Th8elaS4DWdQB2bqYyFJ7aFtAsppbIx0srmohynbK7gpcVVehekyk6e4DqlrMk1Mzeg8R4i3MlgRrnIUW84ts84zv8ivNbsI7kI0P6a9pzBN8tcMEBgGoSpAbeDgGWMu/s1080/Juca+em+23+de+mar%25C3%25A7o+de+2021.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcFCu1Yzqv4Am-Th8elaS4DWdQB2bqYyFJ7aFtAsppbIx0srmohynbK7gpcVVehekyk6e4DqlrMk1Mzeg8R4i3MlgRrnIUW84ts84zv8ivNbsI7kI0P6a9pzBN8tcMEBgGoSpAbeDgGWMu/s320/Juca+em+23+de+mar%25C3%25A7o+de+2021.jpg" /></a></div><span style="font-size: x-large;"><p>Em tempos de pandemia, sob o pior governo que poderíamos ter, há que se buscar motivos de alegria, como pura forma de sobrevivência mental. Sendo assim, no último dia 14, após um ensaio do Coro Experimental inspirador, na chácara da Igreja Mestre Irineu, em Várzea Grande, o "poder da floresta" me levou a tomar uma decisão arriscada: adotar um cachorro. </p></span><p></p><p><span style="font-size: large;">Não pensei muito, não racionalizei, simplesmente mandei uma mensagem para Ângela Piran, idealizadora e uma das responsáveis pelo Abrigo Melhor Amigo, e a consultei sobre a minha vontade de ter um animal de estimação, mesmo morando em apartamento. É claro que ela só me deu boas razões para acreditar que poderia dar certo. Perguntou se eu já tinha uma ideia sobre qual animal adotar e mencionei um cãozinho que vi numa das postagens do Abrigo no Instagram. Seu nome era Tuco. Ela adorou minha sugestão e disse que ele era o último filhote de uma cria. Ou seja, seus irmãos haviam sido escolhidos e ele não. Por quê? Não sei, já que me pareceu lindo na foto. </span></p><p><span style="font-size: large;">Ângela ficou de trazê-lo no dia seguinte, logo após o almoço. Achei que teríamos uma longa conversa com informações, etc, mas a entrega foi rápida, na calçada, já que ela tinha outro cão no carro para levar do outro lado da cidade. </span></p><p><span style="font-size: large;">Voltei para casa com um filhote no colo e meio sem saber o que fazer. A primeira tarde foi de puro estranhamento e ele permaneceu como um anjo deitado na passagem entre a cozinha e a sala. Saí para comprar ração e voltei com cama, brinquedos, xampu, tapetinhos, etc. Ah, tomei a decisão de mudar seu nome e, sem motivo aparente, escolhi Juca, que lhe caiu como luva. </span></p><p><span style="font-size: large;">No dia seguinte, Juca já se sentia dono do apê, circulando por todos os cômodos. Escolheu o quarto vazio das minhas filhas (e de hóspedes) como banheiro, apesar dos tapetinhos espalhados pela área de serviço. </span></p><p><span style="font-size: large;">No final da tarde de quinta-feira, confesso que me bateu um desespero: eu não conseguia trabalhar (estou escrevendo um livro), já que precisava ficar de olho nele (sempre em busca de algum canto novo para morder), meu apartamento virou um campo minado de xixi e cocô, e Juca parecia adorar especialmente a brincadeira de me morder. </span></p><p><span style="font-size: large;">Por sorte, consegui falar com uma amiga "cachorreira" (Ana Helena), que me consolou e me deu algumas dicas fantásticas, além de ter me indicado o caminho dos vídeos de pessoas especializadas em ensinar aos incautos, como eu, a adestrar seus filhotes. </span></p><p><span style="font-size: large;">Aos poucos, fui me instruindo, me acalmando e hoje sei que não abriria mão de Juca. Minha casa continua um campo minado (é difícil ensinar o filhote a usar o tapetinho!), consegui voltar a trabalhar e aprendi que de vez em quando preciso deixar o texto no meio de um parágrafo para lhe dar atenção. Entre outras coisas, aprendi que não devo liberar todos os cômodos da casa para o filhote e fechei a porta do quarto de hóspedes e do "escritório". Com isso, ele ainda não decidiu qual é o melhor lugar para fazer suas necessidades: a sala ou a área de serviço. Acredito que estamos progredindo nesse quesito: hoje ele fez "parte" do xixi no tapetinho.</span></p><p><span style="font-size: large;">Suas brincadeiras preferidas são "cabo de guerra", que fazemos com uma antiga faixa de uma roupa de malha que usava quando vim para Mato Grosso (no final dos anos 80), bola, "disco voador" (uma adaptação feita com uma tampa de plástico) e, naturalmente, me morder. Mas aprendi que não posso deixar que se acostume a me morder em hipótese alguma e devo sempre substituir meus braços e canelas por algum brinquedo. Nem sempre funciona e, quando isso ocorre, o jeito é ficar braba e dizer em alto e bom som: "Não", "Shi....." ou algo no gênero. Acaba funcionando, embora minhas mãos, braços e pernas já tenham algumas marcas de seus dentinhos afiados.</span></p><p><span style="font-size: large;">No sábado, tive que sair para o ensaio do Coro na chácara e quase morri de preocupação. Deixei-o "preso" na área e na cozinha, devidamente alimentado, mas com água, sua caminha e brinquedos. Deu certo. Encontrei-o tão quieto que achei que tinha sido abduzido.</span></p><p><span style="font-size: large;"> No domingo, aconteceu a mesma coisa e ontem fui a uma consulta médica sem dor na consciência. Juca tem seus momentos de surto e eu o entendo porque deve ser meio chato ficar preso num apartamento. Estou louca para passear com ele, porém a dra Denize, a veterinária, disse que isso só poderá acontecer após o dia 5 de abril quando ele terá tomado a quarta dose da vacina.</span></p><p><span style="font-size: large;">Em suma, estamos confinados, ele e eu, embora eu dê minhas escapulidas para ir ao mercado, ao médico e aos ensaios do Coro Experimental. Estamos nos conhecendo e desenvolvendo uma amizade, que espero ser longa, duradoura e prazerosa para nós dois. Se você me perguntar hoje se estou arrependida, direi: não! Preciso dizer que Juca é acumulador (é bem possessivo em relação a seus "brinquedos") e já está destruindo o seu segundo "ossinho" fake. </span></p>Marthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-4479554972091029098.post-28519959808230305382021-02-13T14:17:00.010-04:002021-02-13T14:35:48.296-04:00Canto e danço que dara<p><span style="font-size: large;"><br /></span></p><p><span style="font-size: large;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: large;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglUT5qdB-9Sl228RJRlsI6z9xZEQ5zHs-K6V12_O1-eFcF10TjAwfe5GaD_xu5PK77ti1HFFtR9UEJviuJ8sJ4dUfy1lA7rxaD7PQBWGaJlPkGTVNdCV2vIoAXVOE5CK-y4vDfQLUX9hr9/s701/Jefferson+Neves+%25282%2529.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="701" data-original-width="416" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglUT5qdB-9Sl228RJRlsI6z9xZEQ5zHs-K6V12_O1-eFcF10TjAwfe5GaD_xu5PK77ti1HFFtR9UEJviuJ8sJ4dUfy1lA7rxaD7PQBWGaJlPkGTVNdCV2vIoAXVOE5CK-y4vDfQLUX9hr9/s320/Jefferson+Neves+%25282%2529.jpeg" /></a></span></div><span style="font-size: large;"><br />Resenha é um gênero de texto caracterizado por transmitir a opinião de uma pessoa sobre um determinado conteúdo, que pode ser um livro, um filme, uma peça teatral ou um show. Em outras palavras, resenha não é resumo, ou mera descrição, ela tem um caráter opinativo. Mas também tem o desejo de compartilhar e é isso que me move ao resenhar a apresentação do músico Jefferson Neves, no espaço Garden Pub, na noite da última quinta-feira (11/02).</span><p></p><p><span style="font-size: large;">Há um ano, comentei aqui neste blog outra apresentação de Jefferson, que aconteceu no bar Fuzuê. É importante mencionar esse primeiro show porque ele serve como referência e eu me toquei disso no momento que conversava com amigos após o show desta quinta-feira.</span></p><p><span style="font-size: large;">É difícil falar sobre Jefferson porque ele é meu amigo, meu professor de canto e maestro/regente/arranjador do Coro Experimental MT do qual faço parte.</span></p><p><span style="font-size: large;">Pois é, Jefferson é tudo isso, mas tem um ano que ele vem se aventurando/revelando como intérprete e botando a cara - e o corpo - no palco para se apresentar como solista. O artista, que já se apresentou como solista junto com a Orquestra do Estado de Mato Grosso e do Coral UFMT, sempre usou a sua voz de barítono e a técnica para executar peças eruditas. Também passou um bom tempo se apresentando ao lado dos companheiros dos grupos Alma de Gato e Mesa pra Seis, sempre bem acompanhado e fazendo a parte mais percussiva na maioria das vezes. </span></p><p><span style="font-size: large;">Agora ele faz o que bem quer. </span></p><p><span style="font-size: large;">Escolhe seu repertório - e que repertório! -, os músicos com quem quer se apresentar e manda ver: "Canta e danço que dara" - diz Jefferson numa das primeiras canções do show: "Odara", de Caetano Veloso.</span></p><p><span style="font-size: large;">Senta-se ao piano para apresentar "Arrastão" de Edu Lobo e confunde a plateia por alguns segundos quando se levanta aos acordes de uma canção de Milton Nascimento ("Vera Cruz") dedilhada na guitarra por Sidnei Duarte. </span></p><p><span style="font-size: large;">Sempre em boa companhia (além de Sidnei, os músicos Thiago Costa na bateria e Samuel Ribeiro no baixo), entrega uma interpretação belíssima de "Inútil paisagem" (de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira).</span></p><p><span style="font-size: large;">Mistura standards de jazz, como "Flying to the moon" e "Cheek to cheek" com pop, trazendo uma versão maravilhosa de "Born this way", de Lady Gaga (uma de suas paixões), e ousa com uma versão reggae do clássico "Summertime" (canção de George Gershwin, da ópera "Porgy and Bess"). </span></p><p><span style="font-size: large;">Canta samba ("Canto das três raças", de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), abusa de seus dotes musicais na canção "Vou deitar e rolar", de Baden Powell e Paulo César Pinheiro, um clássico do repertório de Elis Regina. </span></p><p><span style="font-size: large;">Quando a gente acha que já viu tudo, ele nos desconcerta com "Zero", a bela canção de Liniker.</span></p><p><span style="font-size: large;">Falta dizer alguma coisa? Eu estava ali como plateia, então não tomei notas e sequer fiz um esforço de registrar tudo na memória. Apenas curti e gostaria de ouvir tudo de novo. </span></p><p><span style="font-size: large;">Fico super orgulhosa do meu amigo versátil que está descobrindo sua voz e o prazer de cantar o que gosta. Simples assim? Nem tanto. Tudo isso é fruto de muito estudo, muito trabalho, muito talento e de uma trajetória singular. Em 2019, Jefferson acompanhou como cantor o grupo Flor Ribeirinha em sua excursão europeia e, com certeza, teve que sair de sua zona de conforto para participar de mais de uma apresentação por noite.</span></p><p><span style="font-size: large;">Em 2020, além do já citado show do início do ano, fez algumas lives solo no Ixpia o Festival e em seu Instagram.</span></p><p><span style="font-size: large;">Com isso, foi ganhando confiança (como se precisasse) e agora ninguém segura esse moço. Sorte nossa que continuaremos desfrutando de apresentações tão singulares. Que venham mais shows!</span></p><p><span style="font-size: large;">Antes que eu me esqueça, o espaço no Garden Pub é delicioso, super arejado e agradável em tempos em que ainda é obrigatório evitar aglomerações. </span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBsbQ1Rqz40G_8i-wJNriRMh3-U76tsu2OsdYh-Dt4hKRmM0DLJmvfnwzFrvDPutJpCZrXGLNJGMouGj6zAA94ycMmDui8wFZGbQ64KN65zH3Jkl5uLQNd_DlTG6VXAoc-OscIlW9rNEIi/s820/Jefferson+Neves+2+%25282%2529.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="820" data-original-width="407" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBsbQ1Rqz40G_8i-wJNriRMh3-U76tsu2OsdYh-Dt4hKRmM0DLJmvfnwzFrvDPutJpCZrXGLNJGMouGj6zAA94ycMmDui8wFZGbQ64KN65zH3Jkl5uLQNd_DlTG6VXAoc-OscIlW9rNEIi/s320/Jefferson+Neves+2+%25282%2529.jpeg" /></a></div><br /><span style="font-size: large;">Uma pequena amostra do repertório de Jefferson Neves em vídeos bem amadores feitos para enviar aos amigos que não puderam acompanhar ao vivo e a cores. <br /></span><p></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxE85_prvDy11MCtetjQfAZuyEp9dX4loJIpZQtVbjcPVg22YRnE9abNumd5H4imz3FVblnUoXzq3qN4Z4E5w' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dyQ7objldNnwzHjZAPxqLqlgQZr8t996FrzwIP_dESgz5N9Hd7dE0h1M0KBP6q0966WRw1Ks3s1Bn4pUpfUUw' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dzeXOkFN_6EdsMfHATUl0PbureLgBqsXIRfna-RZJpnTY114yjhtDec14umWbKAP8TLm_53jROiMzLQJo9dpQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dzvOJoG61vP9DXmmxxHuOW-TSDx83hTrrmAyrApJ3Fb1gghHe_LRGvga-5fdN6347tgf4-az7YxZXeF7qaBLQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><br /><span style="font-size: large;"><br /></span><p></p><p><span style="font-size: large;"><br /></span></p>Marthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-4479554972091029098.post-29323919980565322402021-02-12T18:42:00.056-04:002021-02-12T21:14:59.333-04:00Manoel<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSE8yaKK-Z8NjUHuDuOftl_OejG5mx-MtzWyOyF0s2obSqQPd7iFGzttsrJCZNwqZpZfpEpQbsTMMliN20K-GquE1KMAWrMzt7_7VtBcC-VLJVY8D1g7kc6AaGhTFdxJerRuqj7_ePJ6rZ/s1280/IMG-20200222-WA0017.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="853" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSE8yaKK-Z8NjUHuDuOftl_OejG5mx-MtzWyOyF0s2obSqQPd7iFGzttsrJCZNwqZpZfpEpQbsTMMliN20K-GquE1KMAWrMzt7_7VtBcC-VLJVY8D1g7kc6AaGhTFdxJerRuqj7_ePJ6rZ/s320/IMG-20200222-WA0017.jpg" /></a></div><br /><p></p><p><span style="font-size: large;">Escrever é uma forma de sentir. Por isso gostaria de compartilhar algumas lembranças do meu cunhado Manoel, que nos deixou nesta quarta-feira (10/02).</span></p><p><span style="font-size: large;">Manoel era do signo de Gêmeos como eu, e fazia aniversário três dias depois de mim, no dia 16 de junho.</span></p><p><span style="font-size: large;">Era uma pessoa do bem. Nunca o vi bravo ou com raiva de alguém. Se ele tinha motivos, guardava para si.</span></p><p><span style="font-size: large;">Eu o conheci quando era menina e, aos sete anos, fui dama de seu casamento com minha irmã Jandira, em 27 de julho de 1963. </span></p><p><span style="font-size: large;">Como perdi meu pai em dezembro de 1961, meus cunhados (seis) foram um pouco meu pai, cada um do seu jeito e numa proporção. </span></p><p><span style="font-size: large;">Manoel foi um dos que esteve mais perto de ocupar essa posição, mas é curioso: apesar da nossa diferença de idade, ele era mais um amigo, um parceiro em algumas situações. E o nosso mais forte laço foi por muito anos o futebol. Acredito que Manoel foi a pessoa com quem mais fui ao Maracanã. </span></p><p><span style="font-size: large;">Não sei por que minha irmã nunca ia conosco - acho que ela ficava nervosa ou não gostava muito da ideia de ir ao estádio. Com o tempo as lembranças vão ficando mais embaralhadas, mas eu me recordo especialmente de três situações.</span></p><p><span style="font-size: large;">Uma delas envolve um jogo internacional, acredito que entre as seleções do Brasil e Paraguai. O que me marcou nessa partida é que não me recordo de já ter visto o Maracanã tão lotado como naquela noite e me lembro de Manoel repetindo no percurso de ida que a gente não ia conseguir assistir ao jogo. Mas, apesar de todo o sufoco, a gente conseguiu e foi muito emocionante. Acho que o Brasil ganhou. Se não ganhou, ficou a lembrança de uma vitória.</span></p><p><span style="font-size: large;">Outra situação marcante foi uma partida disputada em dia de temporal. Quem mora ou conhece o Rio de Janeiro sabe o quanto o bairro do Maracanã fica inundado. Pois é. Foi o que aconteceu nesse dia. Mas apesar da inundação conseguimos chegar ao carro, que estava cheio d'água. </span></p><p><span style="font-size: large;">A situação mais dramática, entretanto, foi vivida numa volta do Maracanã em que Manoel atropelou uma pessoa numa rua do Centro. Por sorte, a vítima teve ferimentos leves, mas me lembro do susto, da calma que Manoel manteve durante o episódio e, se não me falha a memória, acho que transportamos a vítima (uma mulher) até o Hospital Souza Aguiar.</span></p><p><span style="font-size: large;">Eu me lembrei de algumas situações, porém não contei que Manoel - e eu, por influência dele - era botafoguense e juntos vivemos uma época (anos 60/início dos anos 70) em que o Botafogo era o máximo, o Glorioso. A gente não ficava junto da torcida organizada, mas era tão lindo assistir a um jogo no Maracanã, ver o povo na Geral (um espaço onde o povão ficava de pé e se espremia bem perto do gramado), os cantos da torcida, o gramado ficando iluminado no entardecer! Era um programa maravilhoso! Às vezes íamos nas cadeiras numeradas, mas acho que era mais comum a gente se sentar nas arquibancadas. Nunca passei medo (a não ser naquele dia do temporal), nunca vi uma briga perto de mim, nunca me senti ameaçada. </span></p><p><span style="font-size: large;">Com o passar dos anos, deixei de frequentar o Maracanã com Manoel. Acho que foi uma coisa natural, fui ficando mais moça e tendo outros interesses. O Botafogo já não me fascinava tanto e não me lembro exatamente em que ano Manoel foi convidado a participar da diretoria do Fluminense - que, na minha cabeça, era o arqui-inimigo do Botafogo por causa de uma final em que o Bota perdeu o campeonato no último minuto da partida por conta de um gol do tricolor Lula - e, pasmem, ele passou a torcer pelo Fluminense.</span></p><p><span style="font-size: large;">Manoel e Jandira tiveram apenas uma filha, Luciana, sobrinha querida, que hoje tem dois filhos (Sávio e Leandro), ambos rubro-negros fanáticos por influência do pai deles (Marco).</span></p><p><span style="font-size: large;">Mas, como eu disse no início, Manoel era de paz e sempre soube conviver bem com todos. Acredito que, no fundo, ele conseguia torcer pelos três times - Botafogo, Fluminense e Flamengo -, só não sei para quem torcia no caso de confrontos diretos entre eles.</span></p><p><span style="font-size: large;">Adorava ler, tinha uma biblioteca maravilhosa e gostava muito de música. Tinha uma voz bonita e era muito afinado. No último domingo da minha recente temporada no Rio tive o prazer de vê-lo cantando. Ele gostava especialmente de cantores antigos como Nélson Gonçalves, Orlando Silva, e grupos como Demônios da Garoa.</span></p><p><span style="font-size: large;">Goiano da pequena Ipameri, Manoel foi primeiro para São Paulo, onde terminou o equivalente ao ensino médio. depois veio para o Rio de Janeiro para trabalhar com um parente. Moço de poucos recursos, teve vários empregos e fez faculdade de Direito - a única que conseguiu conciliar com o trabalho. Mas seu sonho, segundo a filha, era cursar Eletrônica. Acabou conseguindo um emprego na Light, onde se aposentou após ter obtido cargos de destaque. </span></p><p><span style="font-size: large;">Foi um companheiro incrivelmente amoroso para a minha irmã Jandira, que surpreendentemente partiu antes dele, aos 75 anos, vítima de um infarto. De uma família longeva, Manoel nos deixou aos 90 anos, também de forma natural.</span></p><p><span style="font-size: large;">A gente sabia que ele não ia durar para sempre, mas a sua partida nos deixa com uma sensação estranha ... Acho que o nome disso é saudade... A sensação de que podíamos ter conversado mais, rido mais, contado mais piadas ou trocado mais experiências (eu me lembro de um dia em que ele me disse que todos éramos comunistas na juventude e que o meu esquerdismo também iria passar) ... A sensação de que vivemos uma vida boa, apesar de alguns percalços.</span></p><p><span style="font-size: large;"> E para finalizar, eu me lembro da emoção de Manoel quando nasceu sua única filha após algumas tentativas anteriores não bem sucedidas. Era um bebê lindo, perfeitinho, bem miúdo ... Ele perguntou à enfermeira: "Mas ela vai crescer, né?" </span></p><p><span style="font-size: large;">Ela cresceu e cuidou de seu pai da melhor maneira possível. </span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeXCE5Yi3_GrZtouRowx3e9fPBrkplBNbhft9MjiPDY32LyXGVS965qXWAv-2wuNcmZ9teCH4FncYwc1HCmGR1V92V7-h58xTVnRHFYsBw5WU8xXNp97wrk8K7U43PU_yC3EOZxNr2RxMY/s1280/IMG-20210103-WA0014.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeXCE5Yi3_GrZtouRowx3e9fPBrkplBNbhft9MjiPDY32LyXGVS965qXWAv-2wuNcmZ9teCH4FncYwc1HCmGR1V92V7-h58xTVnRHFYsBw5WU8xXNp97wrk8K7U43PU_yC3EOZxNr2RxMY/s320/IMG-20210103-WA0014.jpg" /></a></div><br /><span style="font-size: large;"><br /></span><p></p><p><span style="font-size: large;"><br /></span></p>Marthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4479554972091029098.post-65109403151953110812021-01-25T22:36:00.051-04:002021-02-12T18:55:24.121-04:00O meu lugar<p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFv-0UFGg3hqlIqOl1I_UwsU6HIVUXr55lUFhn3BZzIpHSYkCE6bet8TZoCCHRtZq7kbR_OQobVyDs1JXFG0ResqX1gpUpZmM3NelryCG2fEBKHnqML5hSfSpXVow571TqbJuBhNr0heVW/s2048/20201230_184039.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFv-0UFGg3hqlIqOl1I_UwsU6HIVUXr55lUFhn3BZzIpHSYkCE6bet8TZoCCHRtZq7kbR_OQobVyDs1JXFG0ResqX1gpUpZmM3NelryCG2fEBKHnqML5hSfSpXVow571TqbJuBhNr0heVW/s320/20201230_184039.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto de Luciana Silveira</td></tr></tbody></table><p><span style="font-family: inherit; font-size: large;">Há dias quero deixar registradas algumas lembranças da minha recente temporada no Rio de Janeiro. Foi um período estranho. Não eram férias propriamente (trabalhei assiduamente e mantive minhas atividades on-line até a véspera do Natal) e ainda havia a sombra (e que sombra!) da pandemia.</span></p><p></p><p><span style="font-family: inherit; font-size: large;">Aliás, este foi um tema recorrente ao longo de mais de dois meses passados na casa de minha irmã no bairro de Ipanema. Não havia consenso na própria família e cheguei à conclusão que em matéria de Covid-19 cada um tem uma opinião, usando os argumentos e os fatos (ou fake news) a seu favor. Não tentei convencer ninguém da "minha verdade" e sobrevivi a esses embates.</span></p><p><span style="font-family: inherit; font-size: large;">Tudo melhorou quando recorri a uma lição já apreendida em viagens passadas. Caminhe, respire fundo e vá em frente. Tudo fica melhor. Nem sempre dava para seguir isso à risca porque houve dias seguidos de chuva e aí era impossível sair caminhando debaixo d'água, correndo o risco de pegar uma gripe que poderia ser confundida com Covid. Porém a volta do sol (ou, pelo menos, de um dia nublado) era saudada com muita alegria. </span></p><p><span style="font-family: inherit; font-size: large;">Nessas idas e vindas, a melhor parte foi redescobrir alguns lugares do Rio. Por conta dos riscos da pandemia, não valia a pena ir muito longe, ficar pegando transporte público ou carros via aplicativo. Mesmo assim fiz um passeio delicioso no velho Aterro do Flamengo, um lugar que mora no meu coração, já que passei a maior parte da minha infância e juventude no bairro do Flamengo. Realizei um sonho ao passear de bicicleta com uma de minhas sobrinhas no Aterro. Confesso que fiquei com um pouco de medo pois não pedalava desde 2013, mas foi muito gostoso. Deu aquele gostinho de infância, que é até difícil de descrever. Na volta, fiz questão de fazer uma foto diante da minha primeira escola. </span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgS6ydlEbvYzDx8uKdLJnEtZrzurIT3a0Y44RzJvHS2pw7w7AdZOaQ3M7kBHWJzLtQ9oLb3QMangrns85_JgKWetPc1esh_BVxBMve863JAKgr3rJM_7zO-NfiqtPDsvAruKd-9iLfMVQkh/s1280/De+biclicleta+no+Aterro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgS6ydlEbvYzDx8uKdLJnEtZrzurIT3a0Y44RzJvHS2pw7w7AdZOaQ3M7kBHWJzLtQ9oLb3QMangrns85_JgKWetPc1esh_BVxBMve863JAKgr3rJM_7zO-NfiqtPDsvAruKd-9iLfMVQkh/s320/De+biclicleta+no+Aterro.jpg" /></a></div><p></p><p><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxTwW1TBFSV21kry5Hj1P7_OFup1o7XiQze423Yayv9t0Fi6Rue19nCW1TN4eiBeu8vYlyf7gihKuaQS6BzcNzzYz8ANObiYGccRScGOLTnyIdAsGQRuQ8mY7R8NfZ4tqslXfRrdGM6Mf8/s2048/20201114_132408.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxTwW1TBFSV21kry5Hj1P7_OFup1o7XiQze423Yayv9t0Fi6Rue19nCW1TN4eiBeu8vYlyf7gihKuaQS6BzcNzzYz8ANObiYGccRScGOLTnyIdAsGQRuQ8mY7R8NfZ4tqslXfRrdGM6Mf8/s320/20201114_132408.jpg" /></span></a></div><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><p><span>Outro lugar redescoberto foi a Lagoa Rodrigo de Freitas, situada a duas quadras de onde estava hospedada. Que lugar estupendo, cheio de nuances! Aos finais de semana, há muita gente e é um pouco estressante passear se esquivando de ciclistas e transeuntes em geral, mas nos dias comuns a Lagoa fica mais tranquila. Encarei a volta completa (sozinha) três vezes - um percurso de aproximadamente 7,5 km. Confesso que da primeira vez foi duro, porém o fato de não ter levado dinheiro acabou me propiciando um encontro delicioso com Luciano, o "doutor em coco", que me vendeu fiado sem nunca ter me visto mais gorda. É claro que voltei para pagar a dívida e virei freguesa. </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUnyyn0CWqAkYKBi9_8EsMqNW28_H8Di8A6yYlmh6HXqDYj1imPBYYcSrI9JWqKL_svSyeebXPRQZsFsfq9FBikqxB5a1_NsEX4cVAMYC893-2tc1xDGWgiPNUDEYGi__xeQyxn9jO5-uS/s2048/20201221_081818.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUnyyn0CWqAkYKBi9_8EsMqNW28_H8Di8A6yYlmh6HXqDYj1imPBYYcSrI9JWqKL_svSyeebXPRQZsFsfq9FBikqxB5a1_NsEX4cVAMYC893-2tc1xDGWgiPNUDEYGi__xeQyxn9jO5-uS/s320/20201221_081818.jpg" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAduQY8frUPoUzWKII34pvnCN2uSIHetjAnmxTNrLRIYy02KFsDwJ6Q0a68AigyeyArSS4TSxar4nJFPbPQP7ujlc8BQgafwc96a00dh_4QQ0IgSKY3hG_C68_jinY3Ew3TD59PkPrfopm/s2048/20201221_095952.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAduQY8frUPoUzWKII34pvnCN2uSIHetjAnmxTNrLRIYy02KFsDwJ6Q0a68AigyeyArSS4TSxar4nJFPbPQP7ujlc8BQgafwc96a00dh_4QQ0IgSKY3hG_C68_jinY3Ew3TD59PkPrfopm/s320/20201221_095952.jpg" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh50iIVROXojyRiRYmexI44-tNw7m02QyCRtYlW3c8CtH3CxeD-yQOAK3Ydf-RhCpLykWmZbTRtyDSwVld3e-39QtUGTtLTCAXqSxt37pDVnlbZ2yH2YTq2FV1V-V1UvxQdmmFwYzKzJlGI/s1302/Luciano+do+Coro.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1302" data-original-width="640" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh50iIVROXojyRiRYmexI44-tNw7m02QyCRtYlW3c8CtH3CxeD-yQOAK3Ydf-RhCpLykWmZbTRtyDSwVld3e-39QtUGTtLTCAXqSxt37pDVnlbZ2yH2YTq2FV1V-V1UvxQdmmFwYzKzJlGI/s320/Luciano+do+Coro.jpg" /></a></div><p><span>Também tive o prazer de retornar ao Jardim Botânico, um lugar único que nunca me canso de visitar. Caminhar por suas alamedas é uma experiência que recomendo a todos os amigos (e aos inimigos também). E pensar que morei tão perto perto de lá e, durante um tempo, até corria no Jardim Botânico!</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2K_ooM3eVKYp_uXG5K76M_sUVxO77euBNfehgqfSobXPtFkWRVERjjKPYZh-cx1MtUKZ-5Eto5okr-WtTUpqOWL8tzUqE8zHq2dq5eP19KGaN1EYj7_nW8lVUYKQmLV0zcTWA-G9W5YD1/s2048/20201115_173206.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2K_ooM3eVKYp_uXG5K76M_sUVxO77euBNfehgqfSobXPtFkWRVERjjKPYZh-cx1MtUKZ-5Eto5okr-WtTUpqOWL8tzUqE8zHq2dq5eP19KGaN1EYj7_nW8lVUYKQmLV0zcTWA-G9W5YD1/s320/20201115_173206.jpg" /></a></div><p><span>Mas a cereja do bolo nesta minha temporada pandêmica foi a Praia do Arpoador. Nunca fui frequentadora do Arpoador e nas últimas vezes que fui ao Rio sempre ia até o final da praia pelo calçadão para apreciar a bela vista do Morro Dois Irmãos, com a Pedra da Gávea ao fundo. Desta vez comecei a caminhar pela areia indo até a altura do Posto 9, quando me encontrava com duas sobrinhas, e íamos até o final do Arpoador para mergulhar bem no cantinho, um lugar mágico onde quase sempre a água parece limpa e o mar menos forte do que no restante de Ipanema. Em alguns dias, a temperatura estava gelada e dava até para ver peixinhos... </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgj3R_IpBpHqMhQcovI99VIU-RvLw8SWfdQNJ17K26r2EiT_JqEOEQVOWmNYRiO-ouQi9QMKnV8GBwtt4pI3mdekH5Kuu2SOwRzyBrAIjEYT0__npsP2EnIZKNINBQ6VxNqdKxlMW38Z-pu/s2048/20201204_100225.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgj3R_IpBpHqMhQcovI99VIU-RvLw8SWfdQNJ17K26r2EiT_JqEOEQVOWmNYRiO-ouQi9QMKnV8GBwtt4pI3mdekH5Kuu2SOwRzyBrAIjEYT0__npsP2EnIZKNINBQ6VxNqdKxlMW38Z-pu/s320/20201204_100225.jpg" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoWgRuXDnrJj0OY1xC6MrCT_4R4nOwT2Ipr6ARpYUST9z7yHA8VEQya8dmlBIbJu04QKhB1BCdzh4anjTuaTtRZJp59NZEjzYz2-_FXU89_Mr1hCLLIB-lCctOUt8yPE73YaZxU3ByEemA/s2048/20201127_104749.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="2048" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoWgRuXDnrJj0OY1xC6MrCT_4R4nOwT2Ipr6ARpYUST9z7yHA8VEQya8dmlBIbJu04QKhB1BCdzh4anjTuaTtRZJp59NZEjzYz2-_FXU89_Mr1hCLLIB-lCctOUt8yPE73YaZxU3ByEemA/s320/20201127_104749.jpg" /></a></div></span><p></p><p><span style="font-family: inherit; font-size: large;">Como íamos relativamente cedo, não havia aglomeração, a não ser de cachorros em alguns trechos. Eu amava e ficava imaginando ter a companhia de Lola (a cadelinha da minha filha Marina, que hoje mora em Goiás). Por coincidência, compartilhei algumas idas à praia com uma amiga querida recém-chegada de Paris e, como ela estava hospedada no final de Copacabana, o Arpoador acabou sendo nosso ponto de encontro. </span></p><p><span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: large;">Houve um dia em que, ao invés de caminhar pela praia desde o Posto 10, fui andando pelas ruas internas de Ipanema até o Posto 9. Foi tão bonito ver o movimento dos porteiros varrendo as calçadas. Parecia um balé sincronizado<span>! </span></span><span style="font-size: large;">No caminho pude admirar as orquídeas que florescem na maioria das árvores.</span></span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2GmB6eBJgWmTZh263GtILprCtu7WiW3kvMDyeKlq0QH-uXE_MbE5R83kOHuUDLwTH2-m1pFeTgM4ySd6b8WE1gk9JyfZJbYj5dGLfAgmzM-oG8Up-yFjyygS_MkmFXLQ4PqtaRLAXSIdh/s2048/20201129_141721.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2GmB6eBJgWmTZh263GtILprCtu7WiW3kvMDyeKlq0QH-uXE_MbE5R83kOHuUDLwTH2-m1pFeTgM4ySd6b8WE1gk9JyfZJbYj5dGLfAgmzM-oG8Up-yFjyygS_MkmFXLQ4PqtaRLAXSIdh/s320/20201129_141721.jpg" /></span></a></div><span><p><span style="font-family: inherit; font-size: large;">O Rio tem fama de perigoso, é perigoso, e está muito degradado, mas quantas belezas esta cidade ainda nos oferece! As ruas dos bairros têm vida. Teve um dia que fui e voltei de Ipanema a Copacabana a pé para ir a um dentista. Foi cansativo, mas compensador. Quando você caminha pelas ruas do Rio você vê movimento, vê pessoas dos mais variados tipos. E tem mais um detalhe, apesar da pandemia, as pessoas são simpáticas em geral: ainda é possível, se houver disposição, começar uma conversa do nada com alguém que você conheceu na praia, pedindo para olhar suas coisas durante um mergulho, ou até enquanto esperar o sinal abrir para atravessar a rua. </span></p></span><p></p><p><span style="font-family: inherit; font-size: large;"> Sinto muita falta disso em Cuiabá. </span></p><p><span style="font-family: inherit; font-size: large;">Nos meus primeiros dias de volta a Cuiabá, confesso que estranhei a ausência de pessoas nas ruas, em parte motivada pelo calor intenso e, em parte por um hábito cultural. </span></p><p><span style="font-family: inherit; font-size: large;">Meu objetivo não é comparar as cidades ou me queixar do lugar onde estou (até quando? quem sabe?) e sim reviver momentos gostosos, e poder compartilhá-los com quem eventualmente ler esta crônica. </span></p><p><span style="font-family: inherit; font-size: large;">Por isso agradeço imensamente à minha irmã Jane que me acolheu e a todos que compartilharem estes momentos tão agradáveis comigo. </span></p><p><span style="font-family: inherit; font-size: large;">Até breve, Rio de Janeiro!</span></p>Marthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-4479554972091029098.post-1397537838135048142021-01-15T12:22:00.036-04:002021-01-15T17:30:21.325-04:00À minha irmã Junilza<p><span style="font-size: large;">Hoje minha irmã Junilza nos deixou. Mais do que irmã, ela foi minha mãe na minha primeira infância.</span></p><p><span style="font-size: large;">Quando nasci, Junilza tinha 22 anos (fez 23 alguns meses depois). Eu me lembro mais dela e de minha outra irmã Jandira (que tinha 17) cuidando de mim do que minha própria mãe, que era muito dedicada a meu pai, na época com 62 anos e com problemas de saúde (ele faleceu aos 67)</span><span style="font-size: x-large;">. </span></p><p><span style="font-size: large;">São lembranças gostosas. Eu me lembro de Junilza fazendo "aviãozinho" para a irmã enjoada comer. Eu me recordo dela tocando piano quando já morávamos no apartamento da Rua Almirante Tamandaré, no Rio de Janeiro. Ela tocava "Num Mercado Persa" (de Albert Ketelbey) e eu era transportada para o Oriente, dançando como uma louca. </span></p><p><span style="font-size: large;">Eu me lembro de quando viajou para a Europa numa excursão da Polvani e me encheu de presentes na volta. Eu me recordo de dois bichinhos de feltro que fez para mim: um deles era um veadinho, que eu chamava de Bambi. Lindo!</span></p><p><span style="font-size: large;">Embora fosse mais velha que Jandira, Junilza se casou um ano depois, exatamente no dia 11 de abril de 1964. "Perdi" duas irmãs/mães em pouco mais de um ano e, aos poucos, minha outra irmã, Jane, foi assumindo este papel.</span></p><p><span style="font-size: large;">Junilza se mudou para o subúrbio do Meier e tenho boas lembranças dos finais de semana que passei lá num prédio pequeno, numa rua calma. Aos poucos, vieram os filhos - Augusto, Júlio e Simone -, e eu fui crescendo e cedendo o lugar de "filha". Eu me tornei a "tia", a comadre, já que batizei Augusto ainda menina, a convite de meu cunhado César. </span></p><p><span style="font-size: large;">Junilza e família se mudaram para o Flamengo, ficando mais perto de nós por um tempo e, alguns anos depois, se transferiram definitivamente para Brasília. Nossos encontros, entretanto, continuavam relativamente assíduos. </span></p><p><span style="font-size: large;">Anos depois, em 1997, quando viajei para os EUA a convite do Rotary Club de Cáceres, numa viagem de intercâmbio, ela, já viúva, atendeu meu pedido e ficou 15 dias cuidando de minhas filhas Diana e Marina (Anna Maria, minha irmã de Corumbá, tomou essa responsabilidade nos outros 15 dias). </span></p><p><span style="font-size: large;">Desde então, nossa relação voltou a ficar muito próxima e nos tornamos irmãs de fato. Foram várias idas a Brasília e vi minha irmã florescer novamente. Ela era muito alegre, mãe dedicada e avó amorosa de Felipe e Leila. Como costurava bem!!! Entrou no grupo de costura da igreja e se dedicava com afinco às tarefas que lhe eram dadas. Participava de uma turma de alongamento e lá também cultivou belas amizades.</span></p><p><span style="font-size: large;">Nos últimos anos, não estava bem de saúde e quase nos deixou algumas vezes. Era magrinha, parecia frágil, mas como lutava pela vida. A gente conversava toda semana (em geral, nas noites de domingo) pelo telefone - longos papos em que falávamos sobre assuntos diversos, principalmente filmes, programas de TV, música e lembranças. </span></p><p><span style="font-size: large;">Em 2018, passei o Natal com ela e, em julho de 2019, estivemos juntas pela última vez. Em 2020 - esse ano esquisito - não pudemos nos encontrar, mas parece que estivemos tão próximas! Ela assistiu à minha live no "Ixpia, o Festival" em setembro, e também acompanhou o meu "Papo de Quarentena" com Sofia Karam, nossa sobrinha-neta, em dezembro. </span></p><p><span style="font-size: large;">Não sei dizer exatamente qual foi o último dia que nos falamos. Provavelmente foi logo depois do Natal. Sentia que ela estava cada vez mais cansada e queria poupá-la. Nas últimas três vezes que liguei sequer consegui falar com ela e sabia que não haveria milagre: minha irmã estava se apagando, concluindo seu ciclo entre nós.</span></p><p><span style="font-size: large;">A fé de algumas sobrinhas e amigas me consola. Sei que Junilza lutou o bom combate, foi íntegra e viveu intensamente seu amor por nossos pais, irmãos, seu marido, filhos e netos, amigos. </span></p><p><span style="font-size: large;">Escrevi este texto para me permitir sentir a dor de sua partida e também para compartilhar algumas lembranças com meus sobrinhos.</span></p><p><span style="font-size: large;"> Escrevo ao som de Chopin - um de seus compositores preferidos. Junilza me ensinou a tocar piano. Hoje não toco mais. Infelizmente, vendi meu piano - o instrumento onde aprendi a tocar - quando este não conseguiu entrar no meu atual prédio. Ele me acompanhou até Cáceres nas diversas casas onde morei. </span></p><p><span style="font-size: large;">Quem sabe um dia terei a oportunidade de tocar novamente "Tristesse" numa versão facilitada ou a "Sonata ao luar", de Bethoven, uma das minhas favoritas. Uma coisa é certa: sempre vou me lembrar de Junilza quando ouvir alguém tocando piano. Descanse em paz, minha irmã. Você ocupará para sempre um lugar muito especial no meu coração. </span></p><p><span style="font-size: large;">PS. O nome Junilza vem da junção entre os nomes de nossos pais: Júlio e Nilzalina. Conheci há algum tempo uma caixa num supermercado de Cuiabá que se chamava Junilza. Foi a segunda Junilza que conheci.</span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdwlQD9h_4vzm5Rvt5ACdaTNDWh1ZDUVDK29y97_ycPh24MfLSpgbJBdavDZE2gpcr3mMzQA5nPT0KnmGCPcGfgS_szD6vS_jb-TVPxzrDaNLZF3qV_895Ma0k8oBUVbkeYLl7j3Z_L2Jz/s1280/Junilza.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdwlQD9h_4vzm5Rvt5ACdaTNDWh1ZDUVDK29y97_ycPh24MfLSpgbJBdavDZE2gpcr3mMzQA5nPT0KnmGCPcGfgS_szD6vS_jb-TVPxzrDaNLZF3qV_895Ma0k8oBUVbkeYLl7j3Z_L2Jz/s320/Junilza.jpeg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Junilza em uma das fotos tiradas por seu filho Augusto César</td></tr></tbody></table>Marthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.com27tag:blogger.com,1999:blog-4479554972091029098.post-77497762244850227192020-10-04T19:26:00.055-04:002020-10-05T13:50:42.951-04:00Ixpia O Festival<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXoPm09DpXnlsOv5rIl4mudbEe4aTsuBfCqX1wituwP1JDiK1DVr-SoB61i6-ij2K2-0o_cxeWSRklECYHdNThgk4zg-drIGrtMIxO8WVuq6pDp-NRa1FX8-HRjIm9gw2gmp-e_ZYtp1XV/s140/Logo+Ixpia.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="140" data-original-width="140" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXoPm09DpXnlsOv5rIl4mudbEe4aTsuBfCqX1wituwP1JDiK1DVr-SoB61i6-ij2K2-0o_cxeWSRklECYHdNThgk4zg-drIGrtMIxO8WVuq6pDp-NRa1FX8-HRjIm9gw2gmp-e_ZYtp1XV/s0/Logo+Ixpia.jpg" /></a></div><br /><p>Há dias venho pensando em escrever sobre Ixpia O Festival, mas faltava tempo, inspiração, sei lá. Hoje o festival acabou depois de quase um mês de lives diárias (com exceção do dia 17/09, que não atraiu os artistas convidados).</p><p>Fiquei extremamente envolvida com Ixpia e gostaria de ter contribuído mais para sua divulgação. Ixpia é um festival <i>sui generis</i>. Idealizado pelos músicos Rauni Vilasboas e André Coruja, o festival teve sua primeira edição no final de abril/início de maio passado, no auge da quarentena, provocada pela pandemia do novo coronavírus. Essa primeira edição, mais reduzida em tempo e número de artistas, movimentou os músicos de Mato Grosso e deu um alento às nossas tardes/noites de isolamento social. </p><p>Antes de seguir adiante, é importante ressaltar que o Ixpia reúne músicos estabelecidos em Mato Grosso ou que tenham produzido em algum momento neste estado. Ou seja, o cara pode estar morando em Portugal, nos EUA ou no Canadá, mas tem um vínculo forte com Mato Grosso. Isso dá ao festival uma diversidade incrível aliada ao fato de abrigar artistas de múltiplas correntes.</p><p>A segunda edição do Ixpia veio mais robusta: cerca de 200 artistas em lives que começaram no dia 7 de setembro e supostamente terminariam neste domingo (4 de outubro). E com mais um detalhe: ele abriu a programação para outros tipos de artes (visuais, teatro, poesia, etc) e também trouxe entrevistas de executivos e outras pessoas ligadas ao cenário artístico. </p><p>Se por um lado isso permitiu que mais pessoas participassem do Ixpia, por outro, na minha opinião, exigiu do público um <i>tour de force</i> para acompanhar todas as apresentações. Ressalta-se também o fato de que, embora a pandemia ainda esteja vigente, muitas pessoas tiveram que retomar suas atividades profissionais de forma presencial ou online, o que reduziu a disponibilidade geral para estar presente nas lives.</p><p>A ideia do festival é fazer com que os artistas atraiam público para suas lives e motivem seus seguidores a assistir a outras apresentações. Ou seja, é um trabalho coletivo em que uns e outros se apoiam e é curioso como a gente passa a se sentir próxima de pessoas que não conhecia antes. Nós ampliamos o nosso universo cultural e nos damos conta de quantas pessoas talentosas atuam em Mato Grosso ou fora daqui, mantendo o vínculo com o estado onde nasceram ou moraram por algum tempo.</p><p>Isso é muito significativo já que vivemos num estado que continua sendo visto de uma forma distorcida pela galera de outras regiões brasileiras. Quando vim morar em Mato Grosso no final dos anos 80, retornando à minha terra natal, meus colegas do Jornal do Brasil no Rio de Janeiro chegavam a procurar no mapa a cidade onde fui morar (Cáceres) e tinha um amigo que fazia graça dizendo que eu ia surfar com jacarés. </p><p>Mesmo que hoje as pessoas não imaginem mais ver onças ou índios no meio das ruas da capital de Mato Grosso, persiste um certo descaso - e preconceito - em relação à arte produzida no interior do Brasil. Muita gente acha que aqui só tem sertanejo, porém o Ixpia mostrou que há muitos músicos compondo e trabalhando com outros ritmos e tendências (rock, rap, blues, jazz, MPB, música internacional, música instrumental, erudita, entre tantos outros).</p><p>Embora o festival tenha aberto espaço para intérpretes, o que prevaleceu foi a música autoral, que é sempre um desafio para quem ouve pela primeira vez. </p><p>Além disso, o mais incrível é o fato de todos terem trabalhado de forma voluntária. Não se ganha dinheiro no Ixpia. Porém, duas pessoas em especial trabalharam muito para que tudo acontecesse a contento: Rauni Vilasboas (de Cáceres) e André Coruja (de Belém). É difícil mensurar o trabalho deles, nas etapas pré-festival (convites aos artistas e apresentadores, organização do material de divulgação, estruturação da grade de horários, etc), durante (fazendo com que as lives acontecessem no devido tempo, em meio a problemas inevitáveis de conexão) e pós (na contabilização do público e outros babados). </p><p>A arte do Ixpia é um caso à parte: o trabalho de Silvano Junior e da Nara Silva Lobo foi primoroso. A logo criada por Jhon Douglas é maravilhosa. </p><p>Particularmente, sou muito grata a este festival. Quando André Coruja me convidou para ser uma das apresentadoras, fiquei muito feliz por poder fazer parte de um evento que congrega uma moçada jovem, criativa e cheia de energia. Mas, quando ele me convidou para me apresentar como cantora, tremi nas bases, juro. Num primeiro momento, achei a ideia louca, sem chance de realização. Pedi um tempo para pensar e, após um breve papo com Jefferson Neves, meu "maestro soberano", amigo e parceiro no show "Simples assim" realizado pouco antes do início da pandemia, decidi encarar mais esse desafio. Foi incrível porque tudo isso - o festival, o convite para participar - aconteceu num momento de tristeza após a decisão de minha filha caçula de trocar de emprego, mudando-se de Mato Grosso para Goiás. Embora eu tivesse apoiado sua decisão, fiquei extremamente triste de perder a possibilidade de encontrá-la com uma certa regularidade como aconteceu nos últimos anos.</p><p>Acabei misturando uma história pessoal com o que deveria ser uma resenha sobre o Ixpia O Festival. Mas o Ixpia tem isso: a capacidade de despertar o melhor da gente, novos afetos, novos talentos, novas reflexões e possibilidades.</p><p>Que venha a terceira edição do Ixpia O Festival!!! </p><p>PS. Depois de ter feito um texto falando sobre o encerramento da segunda edição do Ixpia, fui surpreendida com a notícia de que nesta segunda-feira (5 de outubro) haverá uma programação extra do festival. O Ixpia é mesmo cheio de surpresas!</p><p><br /></p>Marthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-4479554972091029098.post-55660297943189687902020-09-06T14:12:00.023-04:002020-09-08T19:28:22.539-04:00Bolívar - Resenha Parte 2<p><br /></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhx7zFTGmWXaM-pyDeTLiR7YHOP9WtEhcEw9fNRjuaGoxm0HUi_tryGrPtaB2A5-lPyok8czZ-wwVHK9lDjes4-YVIMVmTBykqCPRzRje8yvM0G7LdoOhJ3XL1RzW8I_9XQHF7T8z7ag29Z/s275/Bolivar.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="183" data-original-width="275" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhx7zFTGmWXaM-pyDeTLiR7YHOP9WtEhcEw9fNRjuaGoxm0HUi_tryGrPtaB2A5-lPyok8czZ-wwVHK9lDjes4-YVIMVmTBykqCPRzRje8yvM0G7LdoOhJ3XL1RzW8I_9XQHF7T8z7ag29Z/s0/Bolivar.jpg" /></a></div><br />Relendo hoje a resenha escrita sobre "Bolívar", série produzida por TV Caracol e Netflix, percebi que deixei de abordar vários pontos importantes. Por isso resolvi escrever uma segunda postagem sobre a série.<p></p><p>O primeiro ponto que queria destacar é sobre o oficial O'Leary, que chegou como parte do reforço do exército britânico à luta pela independência de Simón Bolívar. Aqui cabe um parênteses: os britânicos estavam longe de ser bonzinhos e tinham suas próprias colônias em outros continentes. Acontece que perderam o "bonde da história" na América do Sul e não queriam ficar de fora dos negócios. Nada mais conveniente do que apoiar os nativos em suas lutas contra os espanhóis, inimigos históricos dos britânicos. O lema do Império Britânico sempre foi "Dividir para governar".</p><p>Daniel Florence O'Leary era um militar irlandês e acaba se tornando um grande amigo de Bolívar. Em seu primeiro encontro com O Libertador, ele acaba protagonizando uma das melhores cenas da série. Além de se tornar uma pessoa de extrema confiança de Bolívar, O'Leary, interpretado pelo ator Ed Hughes, faz a função de repórter, pois toma nota de todos os acontecimentos marcantes da jornada de libertação do domínio espanhol. </p><p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6ilcZZI1BtHVVspBAKhPIb9V-FC5ip_nEsJX5Ph_HkWXYHNDtcgyHApMWErmV0t8cD-y_NeRS6993J2qzn2l0W7bMg5bbgNH277gzdY0dcxNXNkKPhDX15CbQLUjEu0mQx66_QlFQw5w7/s274/O%2527Leary.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="184" data-original-width="274" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6ilcZZI1BtHVVspBAKhPIb9V-FC5ip_nEsJX5Ph_HkWXYHNDtcgyHApMWErmV0t8cD-y_NeRS6993J2qzn2l0W7bMg5bbgNH277gzdY0dcxNXNkKPhDX15CbQLUjEu0mQx66_QlFQw5w7/s0/O%2527Leary.jpg" /></a></div><br /><p>Li na wikipedia que, em seu leito de morte, Bolívar teria pedido a O'Leary que queimasse o arquivo remanescente de suas cartas, discursos e escritos, mas o oficial britânico não fez o que ele solicitou. Ainda bem. </p><p>Fora isso, O'Leary foi sempre muito fiel a Bolívar. Na série, o personagem é extremamente simpático e leal. Embora sempre muito presente, acaba não tendo uma história própria, ainda que seja o narrador de boa parte dos acontecimentos.</p><p>Outro ponto que gostaria de destacar é em relação a um dos personagens mais detestáveis da série: Vicente Azuero, aliado do general Francisco de Paula Santander. Santander retornou do exílio após a morte de Bolívar e foi eleito presidente de Nova Granada em 1832. Segundo a wikipedia, durante sua administração foi apoiado por Azuero. Isso deu um nó na minha cabeça: Azuero foi um dos conspiradores contra Bolívar e supostamente foi fuzilado como os demais, com exceção de Santander que ganhou o perdão do então presidente (Bolívar). Preciso assistir novamente a esse episódio, mas, pelo que me lembro, vimos alguns conspiradores sendo fuzilados, mas nada foi dito ou mostrado sobre Azuero. Há cenas de sua prisão, mas não de sua execução. O que houve?</p><p>Essa postagem já está super extensa e ainda não abordei todos os pontos que pretendia. Para finalizar e não me estender muito mais, gostaria só de falar um pouco sobre Manuela Sáenz, companheira fiel de Bolívar. É uma personagem encantadora e mereceu na série uma história paralela. Filha bastarda de um representante da elite equatoriana, Manuelita, interpretada pela atriz equatoriana Shany Nadan na idade adulta, ganha nosso coração com sua teimosia, coragem, inteligência e rebeldia. Criada num convento por imposição do pai, Manuelita sonha com a luta pela libertação e sonha encontrar seu herói Simón Bolívar. Extremamente impulsiva, apaixonada, protetora em relação ao amado, ela precisa brigar muito para realizar seu sonho de lutar junto com o Exército Patriota.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB4S0m1iIIQI-MNA-gZJUAFI558Nf6rq5Xrmpr4NgoKEOnnIO6ALO_lyh31dS8ThDiE-zA7-g_9EeocwJ2To6_Y76rgwRSwmRlpgjrQfQkZKoqHzzeFt3-QxLhRBQ05rxP6SfzlgPLO5Yp/s275/Manuela+e+Sim%25C3%25B3n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="183" data-original-width="275" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB4S0m1iIIQI-MNA-gZJUAFI558Nf6rq5Xrmpr4NgoKEOnnIO6ALO_lyh31dS8ThDiE-zA7-g_9EeocwJ2To6_Y76rgwRSwmRlpgjrQfQkZKoqHzzeFt3-QxLhRBQ05rxP6SfzlgPLO5Yp/s0/Manuela+e+Sim%25C3%25B3n.jpg" /></a></div><br /><p>Aliás, a série é pródiga em personagens femininos fantásticos, mulheres fortes, algumas submissas às leis de seu tempo, outras inconformadas com o preconceito e a ditadura masculina. Embora a maioria delas fique na retaguarda nas batalhas cumprindo a dura missão de alimentar os guerreiros e curar suas feridas, as mulheres seguem a marcha ao lado dos soldados e, nesse sentido, a série é muito feliz em retratar algumas delas, cujas histórias podem ser fictícias, mas ilustram o que era ser mulher na passagem do século 18 para o século 19. Uma delas, cujo nome esqueci, chega a se disfarçar como homem para poder enfrentar o inimigo no campo de batalha.</p><p>No mais, quero enfatizar a importância da palavra na série, como descobriu o jovem Bolívar, grande orador, capaz de entusiasmar seus companheiros de luta nos momentos mais difíceis. </p><p>Naquela época, já podemos sentir o poder das fake news. A comunicação era precária, demorava meses, mas os boatos estavam lá para criar a cizânia, enfraquecer a luta e manchar reputações.</p><p>Nesse sentido, o mundo mudou, pero no mucho. </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2C7Kjw2bqpxPlliN8hvKJmsAxruNgQ0pUxqWhN8YpCC8iP5KzvWF3_FHkq8uqrcpuHVg6kczMEeP2pagbkA4UpYWTO6PVu47gUe3OY03uf6ZH_MMtzbajzFciECxWTSX3PgmWJqbp8vg4/s252/Bol%25C3%25ADvar+2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="252" data-original-width="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2C7Kjw2bqpxPlliN8hvKJmsAxruNgQ0pUxqWhN8YpCC8iP5KzvWF3_FHkq8uqrcpuHVg6kczMEeP2pagbkA4UpYWTO6PVu47gUe3OY03uf6ZH_MMtzbajzFciECxWTSX3PgmWJqbp8vg4/s0/Bol%25C3%25ADvar+2.jpg" /></a></div><br /><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p>Marthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4479554972091029098.post-3869803215791170932020-09-05T22:12:00.074-04:002020-09-08T19:25:34.187-04:00Bolívar: como não se apaixonar (pela série e por El Libertador)? <p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgz-2YPYYTSBVnVbcjpYU3QdsRBWYZ25PMVVnBae9n_OpqBHjUTqx6mtAKhvlSPBLE-4EoMkRZIXch4gCLjuYqGFaIjfwVkCPPR7LhVF66A0AKgq3ZCEZIzzGmYeICTpCSZ1ttNBwBg22zG/s294/Bol%25C3%25ADvar.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="172" data-original-width="294" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgz-2YPYYTSBVnVbcjpYU3QdsRBWYZ25PMVVnBae9n_OpqBHjUTqx6mtAKhvlSPBLE-4EoMkRZIXch4gCLjuYqGFaIjfwVkCPPR7LhVF66A0AKgq3ZCEZIzzGmYeICTpCSZ1ttNBwBg22zG/s0/Bol%25C3%25ADvar.jpg" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><span><p><span style="font-family: inherit;">Desde que comecei a assistir à série "Bolívar" sabia que um dia escreveria sobre ela, embora não seja uma tarefa fácil. É claro que me apaixonei pela série, caso contrário não teria chegado até o fim. São 60 episódios de aproximadamente uma hora! Houve dias em que assisti a três episódios, mas em geral assistia a dois por noite.</span></p></span><p><span style="font-family: inherit;">Confesso que ter chegado ao fim me dá um misto de alívio e tristeza. Sinto falta dos personagens da série, dos principais e de alguns secundários que me conquistaram.</span></p><p><span style="font-family: inherit;"><span>A série é fantástica e conta a história d</span><span>e Simón Bolívar, o Libertador </span><span>- da infância na fazenda da família, na Venezuela, à morte em 17 de dezembro de 1830. A produção é da TV venezuelana Caracol e da Netflix. </span></span></p><p><span style="font-family: inherit;">Fiquei chocada com a minha ignorância sobre a história desse personagem que é ímpar na história das Américas. Não há no Brasil um herói da envergadura de Simón Bolívar. </span></p><p><span style="font-family: inherit;">Enquanto assistia ao desenrolar dos acontecimentos, sempre pesquisava sobre os personagens da vida real para saber mais sobre eles. Os pontos principais estão todos na série e é extremamente triste assistir à decadência física de Bolívar, que não por acaso é acompanhada de sua derrocada no plano político. </span></p><p><span style="font-family: inherit;">Não tenho capacidade para julgá-lo, mas vejo que em alguns momentos ele (ou o personagem) foi muito arrogante e isso contribuiu para que o grupo que iniciou o processo de libertação dos espanhóis se desintegrasse. </span></p><p><span style="font-family: inherit;">Mas acredito que não foi o comportamento de Bolívar que levou a isso e sim a complexidade da situação. Havia muito interesses em jogo e é fácil para a gente julgar quando assiste a tudo de uma tela de televisão, dois séculos depois.</span></p><p><span style="font-family: inherit;">Naquele momento, na virada do século 18 para o 19, tudo era muito incerto e o jogo era realmente bruto. As cabeças continuavam rolando e é impressionante a força (ou o desespero) que levou milhares de pessoas comuns a se unirem ao Exército Patriota. O sonho não tardou a se render à dura realidade da pobreza, da fome e da desigualdade. Enquanto uns se vestiam e comiam bem (inclusive, o próprio Bolívar), outros mendigavam pelas ruas e eram até presos por roubarem, embora fossem heróis da causa da liberdade.</span></p><p><span style="font-family: inherit;">Essa é para mim a questão central da série: até que ponto a liberdade trouxe bem-estar, uma vida melhor para as classes mais desfavorecidas? Os negros, os escravos continuaram sendo servis aos brancos; as mulheres continuaram sendo tratadas como móveis e utensílios, mesmo quando mostravam sua bravura em campo.</span></p><p><span style="font-family: inherit;">Mas, independentemente do que se conquistou, era preciso seguir em frente naquele momento. E Bolívar liderou os sul-americanos na luta pela libertação da Espanha, que roubava suas riquezas e escravizava os nativos, assim como Portugal fez com o Brasil.</span></p><p><span style="font-family: inherit;">Aliás, é irresistível comparar o processo de Independência do Brasil com os dos muitos países de colonização espanhola. Não que aqui não tenha havido lutas e muito derramamento de sangue, mas foi diferente. Bem ou mal, tivemos um Imperador que oficializou o processo de independência de Portugal, embora continuasse com ideias conservadoras e monarquistas.</span></p><p><span style="font-family: inherit;">Mas quero falar um pouco mais sobre a série "Bolívar". Em vários momentos, ela parece um novelão. É como se estivéssemos assistindo a um capítulo de "Escrava Isaura" ou de outra novela de época. Eu me lembro de uma cena em especial que me irritou muito: o doloroso parto da escrava Matea. Enquanto ela se contorcia de dor e desespero, uma figurante secava mecanicamente o suor de seu rosto e de parte do corpo com um pedacinho de pano. </span></p><p><span style="font-family: inherit;">Muitos personagens ficam pelo meio do caminho e eu fiquei me perguntando o que foi feito deles. Pablo Clemente, o marido doido de Maria Antônia (a irmã mais velha de Bolívar), é um exemplo, mas há muitos outros. Eles simplesmente desaparecem da história sem deixar vestígios. A própria Matea, que tinha tanta relevância na primeira parte, desaparece num passe de mágica.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVVcry3FxTLzr70sMFOWosp61J4hfZjxgP7fWK9vuEb8vxpUmK4QvtKlPzxAqaCA6UiyPhatlBiGGcdk5h6_SuMIF_KoKqqEwTw_Gnzx_Sdnf90iFOscJOlrKTznMDImzTEnQzy_tbIZR2/s275/Boliva+e+Manuelita.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: inherit;"><img border="0" data-original-height="184" data-original-width="275" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVVcry3FxTLzr70sMFOWosp61J4hfZjxgP7fWK9vuEb8vxpUmK4QvtKlPzxAqaCA6UiyPhatlBiGGcdk5h6_SuMIF_KoKqqEwTw_Gnzx_Sdnf90iFOscJOlrKTznMDImzTEnQzy_tbIZR2/s0/Boliva+e+Manuelita.jpg" /></span></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: inherit; text-align: left;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: inherit; text-align: left;">Na verdade, parece que a série é dividida em três partes: a infância e a juventude de Simón; o início da guerra pela independência e a história de Manuelita Sáenz; e a derrocada do projeto de Bolívar de unir todos os países libertos e sua morte. Como parei umas três semanas de assistir à série por motivos pessoais, tenho a impressão de que toda essa primeira parte aconteceu há muito tempo e faz parte de outro seriado. </span></div><p><span style="font-family: inherit;">A parte mais emocionante foi sem dúvida a segunda com cenas de batalhas incríveis e situações em que o telespectador se pergunta como os "mocinhos" vão conseguir vencer os "bandidos" (no caso, os espanhóis e toda sorte de pessoas que se une contra Bolívar e seus seguidores). </span></p><p><span style="font-family: inherit;">A terceira parte tem momentos interessantes, porém é muito sofrida, porque a gente sabe (porque buscou as fontes) que o final será extremamente triste.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqFGrkgiKm38Zbdc_0OB7CajcV0-gKF6cN8dmh4eNjjaWdoh9yciPelXz7XiYtG4mpCWwlpzBjeTYARYdrvgnUXRiNaFFnIl11lnC1Bn-mG9iJAPK2JrexE7oNnvPBH-yLsfA9Q9Di3tvs/s300/Bol%25C3%25ADvar+cartaz.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: inherit;"><img border="0" data-original-height="168" data-original-width="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqFGrkgiKm38Zbdc_0OB7CajcV0-gKF6cN8dmh4eNjjaWdoh9yciPelXz7XiYtG4mpCWwlpzBjeTYARYdrvgnUXRiNaFFnIl11lnC1Bn-mG9iJAPK2JrexE7oNnvPBH-yLsfA9Q9Di3tvs/s0/Bol%25C3%25ADvar+cartaz.jpg" /></span></a></div><span style="font-family: inherit;"><br /><span><br /></span></span><p></p><p><span style="font-family: inherit;">Gostei muito dos atores principais. O jovem Bolívar ( o ator venezuelano José Ramón Barreto) era muito sedutor apesar de ser um rapazinho pequeno. Li que o verdadeiro Bolívar tinha 1,65m. O ator que interpreta Bolívar na maturidade (Luis Gerónimo Abreu) é maravilhoso e tem um tom de voz marcante. É muito interessante acompanhar a sua decadência física, provocada pela doença: ele emagrece, fica com olheiras, sofre terrivelmente com a falta de ar, mas continua lindo.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjpsVtJsYahmE3OdWlYuWJYriRg4zPoos6qzHQYPimkNd-9vOoXIqKROhlHqA5Kb8Wa7bpqsPwstmB-fSRRrStObzveGopUm6y8y4YkqqUrULxWrHzo7tbGtkOvu-h3ui6PKx6B-Z-ZNov/s266/Luis+Geronimo+Abreu.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: inherit;"><img border="0" data-original-height="189" data-original-width="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjpsVtJsYahmE3OdWlYuWJYriRg4zPoos6qzHQYPimkNd-9vOoXIqKROhlHqA5Kb8Wa7bpqsPwstmB-fSRRrStObzveGopUm6y8y4YkqqUrULxWrHzo7tbGtkOvu-h3ui6PKx6B-Z-ZNov/s0/Luis+Geronimo+Abreu.jpg" /></span></a></div><span style="font-family: inherit;"><br /><span><br /></span></span><p></p><p><span style="font-family: inherit;">Dos atores coadjuvantes, que têm direito a histórias paralelas, segui com muito interesse os casos do pintor Aponte, que mostra a importância dos retratistas da época ocupando o papel que seria desempenhado pela fotografia no século XX. Encantei-me com a história de Marcela, a ex-prostituta que luta para se tornar aceita numa sociedade machista e preconceituosa, e também a história de Júlio Herrera. Aliás, não sei por que ele não ganhou uma chance na administração do amigo Santander. Ele era intrigante, vaidoso, mas não ficou claro para mim o motivo da recusa de Santander em lhe dar o cargo que tanto almejava.</span></p><p><span style="font-family: inherit;">Morri de pena do Córdova, que sempre era menosprezado por Bolívar e também acho que outros personagens como Sucre, O'Leary, José e Dionísio poderiam ter sido mais aproveitados. Paez também era um personagem muito interessante, que ficou meio esquecido, assim como o seu ex-braço direito que seguiu com Bolívar na célebre travessia pela Cordilheira dos Andes. </span></p><p><span style="font-family: inherit;">No mais, é isso. Eu me lembrei do personagem Sereno, um bobo das ruas de Santa Fé de Bogotá, que nada tinha de bobo como a série mostrou. </span></p><p><span style="font-family: inherit;">Vale a pena assistir a "Bolívar"? Sim! Eu amei e jamais vou esquecer a série. Aprendi muito e fiquei morrendo de vontade de conhecer mais sobre os países da América do Sul. É curioso como a gente sempre teve aquela vontade de visitar Europa, EUA, e não tem o mesmo interesse pelos países próximos. É claro que muita gente quer visitar Bariloche e alguns lugares turísticos do Chile, Peru, mas a América do Sul é muito rica e tem muito mais a nos oferecer. Pena que alguns países como a Venezuela vivam uma situação de instabilidade e insegurança não muito diferente da que vivemos hoje no Brasil.</span></p><p><span style="font-family: inherit;">Dois séculos se passaram desde a Independência, mas os problemas enfrentados por Bolívar e outros libertadores continuam assombrando a América do Sul. </span></p><p><span style="font-family: inherit;"><br /></span></p><p><span style="font-size: large;"><br /></span></p>Marthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4479554972091029098.post-58314742107348794492020-07-28T17:23:00.003-04:002020-10-05T11:45:55.262-04:00Minha amiga esteve aqui<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-EWBBbhVMPHaqvJ2MTSNYpyWNpvEh7_c4ZrlMk0TjLEJKfYP_n1gi5irxOBVa_DQYkojJS-dlZJejOtZ2-dfb7i1RGBCkbEH49-nChp9C-k_i-BjUwOO7ZB70895TiP6A-UcfsJUIKUW1/s1600/Cristina+Chacel+e+eu+no+Pantanal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1040" data-original-width="1600" height="208" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-EWBBbhVMPHaqvJ2MTSNYpyWNpvEh7_c4ZrlMk0TjLEJKfYP_n1gi5irxOBVa_DQYkojJS-dlZJejOtZ2-dfb7i1RGBCkbEH49-nChp9C-k_i-BjUwOO7ZB70895TiP6A-UcfsJUIKUW1/s320/Cristina+Chacel+e+eu+no+Pantanal.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cristina e eu no Pantanal mato-grossense, em 1989, em foto linda de Custódio Coimbra</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Ah, Cristina, vai ser tão difícil ir ao Rio agora e saber que não poderei mais vê-la! C</span><span style="font-size: large;">ada vez que retorno ao Rio de Janeiro, faço questão de rever alguns amigos que amealhei na primeira metade da minha vida. Como costumo ir no período do final de ano, nem sempre consigo ver todos já que é uma época meio conturbada para todo mundo. </span><br />
<span style="font-size: large;">Desde o dia 28 de julho, minha lista ficou menor. </span><br />
<span style="font-size: large;">Não poderemos mais "tricotar" à beira da piscina do Gurilândia. Não podemos mais trocar confidências diante da bela e comovente vista do Morro do Santa Marta. </span><br />
<span style="font-size: large;">Ah, Cristina, quantas aventuras vivemos antes de eu voltar para este Mato Grosso!</span><br />
<span style="font-size: large;">Acabei de me lembrar de uma revista de Domingo (que tenho guardada, pasme!) em que fomos flagradas pelas lentes de Ari Gomes na calçada de um bar do Baixo Gávea, em 1984.</span><br />
<span style="font-size: large;">Quantos apartamentos seus visitei! Como você - ao contrário de mim - não tinha preguiça de mudar de casa!</span><br />
<span style="font-size: large;">Mas o momento mais especial que vivemos juntas talvez tenha sido a sua vinda a Mato Grosso, em meados de 1989. Tenho fotos belíssimas feitas por Custódio no Iate Clube de Cáceres, na Fazenda Recreio (no Pantanal) e em Chapada dos Guimarães. Você diz que engravidou de sua filha Bárbara nessa viagem e eu fico feliz que tenha sido assim. </span><br />
<span style="font-size: large;">Depois desse encontro, a gente ficou meio afastada durante um tempo. Minhas viagens ao Rio se tornaram mais espaçadas e concentradas nos encontros com a família. </span><br />
<span style="font-size: large;">Só, a partir dos anos 2000, após a minha separação, voltamos a nos ver mais. A boa amizade tem dessas coisas, de repente, por conta de marido, trabalho, distância, filhos, a gente se afasta, mas quando reencontra parece que nunca se afastou.</span><br />
<span style="font-size: large;">A velha intimidade volta e a gente percebe que o carinho, aquela ligação especial, sempre estiveram ali. </span><br />
<span style="font-size: large;">Na nossa última conversa por telefone, por ocasião de seu aniversário, você me contou uma história bonita envolvendo sua mãe Mag, minha astróloga preferida. Disse que ela estava praticamente partindo, por conta de um câncer (como você), e era festa de aniversário de um de seus netinhos. Sua mãe disse para você ir, que era importante festejar. Você foi, por mais que quisesse ficar ali com ela, e voltou a tempo de se despedir.</span><br />
<span style="font-size: large;">Nesse dia, você estava tão serena, esperançosa ... Por isso foi tão chocante saber que tudo tinha mudado e que você tinha decidido partir.</span><br />
<span style="font-size: large;">Você era especial, Cristina! Às vezes, até me assustava um pouco com sua maneira feroz de reagir às injustiças, ao mundo desigual e violento onde vivemos. Um segundo depois, se derretia em ternura. </span><br />
<span style="font-size: large;">Como disse nosso amigo Romildo Guerrante, sua risada é inesquecível. Quisera eu saber rir assim e ser lembrada um dia por conta de minha gargalhada.</span><br />
<span style="font-size: large;">Suas lições de amor e generosidade sempre reverberarão nos corações de seus filhos (Bárbara, Júlia, Joana e Quim) e de seus netinhos, cujos nomes não aprendi. E, sobretudo, no coração de Custódio, o companheiro de tantas andanças, lutas e aventuras.</span><br />
<span style="font-size: large;">Parodiando o título de seu livro tão maravilhoso: "Sua amiga esteve aqui". Sim, minha amiga esteve aqui e sempre estará entre nós. </span><br />
<span style="font-size: large;">Agradeço muito a sua amizade, o seu carinho, a sua torcida. Jamais te esquecerei. </span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikccbN_UD2Vrap_cSPdWp7k-4rGh5NQadikSmC6OZZvi-kfnE0siMBdKKv01kaq6Cc2fOVBiP97IKp0LFMu2YyQ8NsFGSzunBCWt0C2fnqWBizlipo0d2EPJRggJ3doGPJLCrKR6mDfwtK/s1600/Martha%252C+Cristina+e+Ruthinha+em+janeiro+de+2015.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="960" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikccbN_UD2Vrap_cSPdWp7k-4rGh5NQadikSmC6OZZvi-kfnE0siMBdKKv01kaq6Cc2fOVBiP97IKp0LFMu2YyQ8NsFGSzunBCWt0C2fnqWBizlipo0d2EPJRggJ3doGPJLCrKR6mDfwtK/s320/Martha%252C+Cristina+e+Ruthinha+em+janeiro+de+2015.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Dezembro de 2014</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyUJex6bPYBQtcUCdMWOOk4t5n7_EHgegMNeA60QqLyz-degfIHbT59EwDEeAjVxf-i2wzQGt6AuRDRNIlxY1A2aLaJaZIvROZVjWwM0nxKZREKPWpU4laW8_0jlSt9P6X2EG1tiS9wqXV/s1600/Cristina+Chacel+e+Christine+Ajuz.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="959" data-original-width="1280" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyUJex6bPYBQtcUCdMWOOk4t5n7_EHgegMNeA60QqLyz-degfIHbT59EwDEeAjVxf-i2wzQGt6AuRDRNIlxY1A2aLaJaZIvROZVjWwM0nxKZREKPWpU4laW8_0jlSt9P6X2EG1tiS9wqXV/s320/Cristina+Chacel+e+Christine+Ajuz.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Janeiro de 2019</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
</div>
Marthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4479554972091029098.post-33957008183586339922020-06-29T17:20:00.000-04:002020-06-29T20:28:11.553-04:00Autoanálise<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvy7lTDvt-vo5HEnEeKXxAkcxkI5y2mydDYrvHJVcoOSlevmgnu-PYtTN04SLTyR7O6RBROVe0c5ArM1jxjw7BZY5YtmBJTGHBAiWYvlQBDpl1qzx-HbpcYxFA9_xJSbC2-fpfBfha_DpF/s1600/P%25C3%25B3s+ensaio.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="518" data-original-width="922" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvy7lTDvt-vo5HEnEeKXxAkcxkI5y2mydDYrvHJVcoOSlevmgnu-PYtTN04SLTyR7O6RBROVe0c5ArM1jxjw7BZY5YtmBJTGHBAiWYvlQBDpl1qzx-HbpcYxFA9_xJSbC2-fpfBfha_DpF/s320/P%25C3%25B3s+ensaio.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ensaio virtual do Coro Experimental MT<br />
<br /></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Em meio a tantas notícias de morte - algumas diretamente ligadas à covid-19, outras indiretamente -, como falar de vida? </span><br />
<span style="font-size: large;">Na sexta-feira, compartilhei com amigos o belo texto escrito pela jornalista Denise Assis, em que ela diz: </span><br />
<span style="font-size: large;">"Neste momento, o mais revolucionário é não morrer. </span><span style="font-size: large;">Busquemos dentro de nós, no mais fundo do nosso âmago, a felicidade que estão nos negando. A alegria que tentam nos tirar". </span><br />
<span style="font-size: large;">Bateu fundo mesmo sem eu compreender muito, naquele momento, as razões que a tinham levado a escrevê-lo.</span><br />
<span style="font-size: large;">Na sexta-feira, à noite, eu estava cansada, depois de ter trabalhado arduamente em um frila, mas aceitei o convite de amigos para assistirmos juntos a um filme online. Uma experiência nova, que nos provocou muitas risadas. Mais divertido do que o filme em si foi a experiência de tentar sincronizar a exibição na Netflix e lidar com os comentários que rolavam via Zoom. Sempre tinha alguém que ficava atrasado após as paradas necessárias para reativar o link do aplicativo, ir ao banheiro, pegar mais bebida ... </span><br />
<span style="font-size: large;">No sábado, continuei trabalhando, mas à noite teve live dos 78 anos de Gilberto Gil. Foi lindo! Dancei, lamentei não ter alguém para dançar comigo, mas resolvi desfrutar da minha companhia, da minha liberdade. </span><br />
<span style="font-size: large;">Quando a live acabou, repetimos a experiência do "cinema em casa". Desta vez, a escolha recaiu sobre um episódio da série "Black Mirror". Muito bom! Mas, novamente, houve atrasos, várias interrupções, o que provocava um certo alívio em meio à tensão típica dos episódios da série que aborda a questão das novas tecnologias sob um prisma sempre assustador.</span><br />
<span style="font-size: large;">Domingo também foi dia de trabalho, porém, à noite teve live de Milton Nascimento. Gil é maravilhoso, mas Milton é quase uma divindade. Com as mãos trêmulas e sua linda voz, Milton me emocionou com o repertório escolhido, que me levou a uma viagem no túnel do tempo. Fiquei tão feliz de ainda ter alguns de seus elepês mais emblemáticos, verdadeiros tesouros que não paro de ouvir desde ontem. </span><br />
<span style="font-size: large;">Antes disso, ouvi um programa só de samba que rola na Rádio Cultura FM de Cuiabá aos sábados e domingos, às 11h: "Estação do Samba". Não consigo ficar sentada. A programação é ótima!</span><br />
<span style="font-size: large;">Ontem, especialmente, senti uma saudade imensa do bar Choros & Serestas, mais conhecido como Chorinho, que frequentei durante muitos anos em Cuiabá. </span><br />
<span style="font-size: large;">O Chorinho foi meu "porto seguro" por mais de uma década. Comecei a frequentá-lo - </span><span style="font-size: large;">pelas mãos da amiga Manoela Lemos - </span><span style="font-size: large;"> pouco antes de me mudar de Cáceres para Cuiabá, .</span><br />
<span style="font-size: large;">Aos poucos, o bar simples do bairro Jardim Tropical se tornou meu principal espaço de lazer, encontros e novos amigos. Mas sempre tive muito claro que a principal riqueza do Chorinho era a música, capitaneada pelo músico Marinho Sete Cordas, seu proprietário.</span><br />
<span style="font-size: large;">A corumbaense criada no Rio de Janeiro, que sempre adorou carnaval e escolas de samba, foi conhecer o verdadeiro samba em Cuiabá, quem diria!</span><br />
<span style="font-size: large;">Com o tempo, passei a cantar na roda de samba que acontecia aos sábados. Comecei com Chico Buarque, mas aprendi novos sambas, trouxe Zé Keti (uma paixão antiga) para a roda e virei "cantora" do Chorinho. </span><br />
<span style="font-size: large;">Frequentei o bar nas noites de sexta-feira, onde um público mais velho rodopiava pelo salão, mas eu gostava mesmo era do momento das apresentações de Marcelo Beleza Pura, quando me acabava de sambar junto com as amigas Maria Helena e Virgínia... </span><br />
<span style="font-size: large;">Depois a roda de samba passou a acontecer também às quartas-feiras e eu corria dos ensaios do Madrigal do Taubaté (realizados no antigo seminário anexo à Igreja do Bom Despacho) para curtir o Chorinho. Sempre ia com a promessa de não jantar, mas a comida era boa, farta e barata. A gente jantava, bebia cerveja e no dia seguinte trabalhava. Bons tempos!</span><br />
<span style="font-size: large;">Depois o Chorinho teve que se mudar, mas aí já é outra história. </span><br />
<span style="font-size: large;">Eu sabia desde o início que ia me perder nessas lembranças, mas o que quero dizer mesmo é que a música me mobiliza, me inspira, me faz seguir em frente. Quando viajo para o exterior, estou sempre atrás da música e ela me proporciona os momentos mais inesquecíveis da viagem, seja por meio de um músico de rua, de alguém se apresentando num palco ou numa igreja, ou até de alguém que toca violão para a gente cantar junto em casa. </span><br />
<span style="font-size: large;">Nesses últimos dias pensei muito sobre propósito.</span><br />
<span style="font-size: large;">A gente vê tanta gente morrendo - muitos por razões que nada têm a ver com a pandemia, como os meninos Miguel, João Pedro e Guilherme - e eu me pergunto por que ainda estou por aqui. O que quero fazer da minha vida? Como dar sentido a ela?</span><br />
<span style="font-size: large;">Eu me dei conta de que durante muito tempo tive vários propósitos na vida e, nos últimos anos, o principal deles foi criar minhas filhas. Com a separação do pai delas, eu me senti absolutamente responsável por criá-las, no sentido de lhes dar educação, alimentação e condições de caminhar na vida com seus próprios pés. Acho que consegui.</span><br />
<span style="font-size: large;">Mais recentemente, depois que minhas filhas seguiram seus caminhos, o Coro Experimental MT passou ser o principal propósito da minha vida. Ali eu ganhei visibilidade, amigos e me reencontrei com a música, numa dimensão maior. Eu estava vivendo o meu lado de artista, que sempre viveu escondido, quase envergonhado. </span><br />
<span style="font-size: large;">Com a pandemia, o Coro está sobrevivendo no mundo virtual e a esperança de voltarmos ao palco para realizarmos nossos espetáculos maravilhosos é sempre um alento. Temos tantos planos!</span><br />
<span style="font-size: large;">No dia 25 de março, comecei a fazer entrevistas ao vivo - quase de brincadeira e por sugestão do amigo Jefferson Neves (regente do Coro Experimental MT). No início, as conversas aconteceram via Instagram, depois migrei para o Facebook. Esta semana farei o 18º Papo de Quarentena, como comecei a chamar estas entrevistas de aproximadamente uma hora (às vezes, a gente extrapola o horário) com artistas, educadores e pessoas ligadas à cultura de Mato Grosso. A proposta inicial era saber como eles estavam lidando com a obrigatoriedade do isolamento social.</span><br />
<span style="font-size: large;">As conversas são prazerosas, divertidas e, não raro, emocionantes, e sempre me fazem refletir muito sobre essa questão do propósito. A arte tem esse poder. O prazer de entrevistar as pessoas que quero no meu "programa" é tão libertador e viciante.</span><br />
<span style="font-size: large;">Então é isso. Se você leu esta postagem até o final, talvez me ajude a compreender melhor tudo que está acontecendo. Ou não. Fico feliz por você ter me "ouvido". </span><br />
<span style="font-size: large;">Está sendo difícil lidar com este momento para todo mundo - o medo de adoecer, o medo de morrer de uma maneira tão terrível, o festival de besteiras e desmandos que assola nosso país. Tudo isso deixa a gente com os nervos à flor da pele, oscilando entre a vontade de viver e a de largar mão de tudo, já que o Brasil não tem jeito mesmo. </span><br />
<span style="font-size: large;">Em meio a tantas notícias de morte - algumas diretamente ligadas à covid-19, outras indiretamente -, como falar de vida? </span><br />
<span style="font-size: large;">Esta foi a pergunta inicial deste texto. </span><br />
<span style="font-size: large;">Hoje, um senhor que conheço há muitos anos deixou o hospital no Rio de Janeiro depois de lutar contra a covid-19 por 58 dias. Nesse meio tempo ele perdeu a esposa para a doença. </span><br />
<span style="font-size: large;">Acho que, no momento, a resposta é esta: com raras exceções, o desejo de viver é sempre mais forte em nós. </span><br />
<span style="font-size: large;">E sigo em frente, com o coração apertado às vezes, ainda em busca do meu propósito nesta vida. </span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMJrkHMkjSAwEOgkbscG1b6miOmgnMbKTZgqNGZje2QvkQAo3xkQ-OVQy1s4vGewy_ByeOW9t8AlJRB49jnH_FelRMlgm6p7nsU-YPhZQSnSBdVHvUAWO5hvDw_wsfaW85ojR67PhAJAUL/s1600/Sandro+Lucose.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMJrkHMkjSAwEOgkbscG1b6miOmgnMbKTZgqNGZje2QvkQAo3xkQ-OVQy1s4vGewy_ByeOW9t8AlJRB49jnH_FelRMlgm6p7nsU-YPhZQSnSBdVHvUAWO5hvDw_wsfaW85ojR67PhAJAUL/s320/Sandro+Lucose.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Arte do último Papo de Quarentena, elaborada por Jefferson Neves</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
Marthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4479554972091029098.post-30978925737637264152020-06-12T23:54:00.000-04:002020-06-14T15:49:25.170-04:00When I'm sixty-four<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEja4mb-c0Kc_D0hSErCKp9b7Ge7XflPc0_k_qTF8UcT5WOC3bL06xfCsMAQbBGTDNnW664SQ7OirisP63wrJ-tou-05bkxLVXqTPyM97dczrNsUavZG2Q6tP0x_Gd0FGcO522gCfC22C-r-/s1600/beatles-sgt-peppers-lonely-heart-club-band.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1429" data-original-width="1429" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEja4mb-c0Kc_D0hSErCKp9b7Ge7XflPc0_k_qTF8UcT5WOC3bL06xfCsMAQbBGTDNnW664SQ7OirisP63wrJ-tou-05bkxLVXqTPyM97dczrNsUavZG2Q6tP0x_Gd0FGcO522gCfC22C-r-/s320/beatles-sgt-peppers-lonely-heart-club-band.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">É inevitável. Toda vez que penso no meu aniversário, essa música me vem à cabeça: "When I'm sixty-four" - composição de Paul McCartney, gravada no lendário LP "Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band". Acabo de descobrir que foi gravada em dezembro de 1966, ou seja, quando eu tinha pouco mais de 10 anos, e escrita por Paul quando ele tinha 16. Não sei por que passei anos achando que tinha sid escrita por George Harrison, meu Beatles preferido na adolescência.</span><br />
<span style="font-size: large;">O que imaginei quando a ouvi pela primeira vez? Difícil saber, mas, com certeza, parecia uma idade longínqua, quase inatingível. Provavelmente eu me imaginei velhinha, de cabelos brancos, sentada numa cadeira de balanço e envelhecendo ao lado do meu amado.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">"Will you still need me</span><br />
<span style="font-size: large;"> Will you still feed me</span><br />
<span style="font-size: large;"> When I'm sixty-four?"</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">E não é que cheguei aos 64 anos? Não estou de cabelos brancos graças ao uso constante de Soft Color e aos gens herdados de meus pais; tampouco, me sinto velhinha. Muito pelo contrário. E acho que isso às vezes é um problema. </span><br />
<span style="font-size: large;">Eu podia estar sossegada fazendo sapatinhos de tricô para meus netinhos ou trilhos de mesa de crochê. Podia ainda estar cozinhando pratos gostosos para receber parentes e amigos aos finais de semana.</span><br />
<span style="font-size: large;">Mas mesmo que soubesse fazer tudo isso de que me serviria neste momento de pandemia e isolamento social?</span><br />
<span style="font-size: large;">Recebi há pouco o meu segundo telefonema de aniversário (o primeiro foi feito por minha sobrinha Laura na noite de quinta-feira). Era minha filha Diana, que mora na Austrália. Disse a ela que ainda não era meu aniversário e ela retrucou que lá já era dia 13 de junho. Tive a alegria de conhecer seu namorado, que me convidou para ir visitá-los.</span><br />
<span style="font-size: large;">Ah, vontade não me falta ... </span><br />
<span style="font-size: large;">Mas voltando aos 64 ... Qual é a sensação de chegar a essa idade? Tenho poucas certezas e definitivamente acho que não faço o gênero daquelas pessoas que sempre falam de tudo com ar sabichão. Pelo menos, nunca foi essa minha intenção.</span><br />
<span style="font-size: large;">Procuro ser uma pessoa melhor, mais generosa, menos preconceituosa, mais amorosa, mas confesso que, às vezes, não consigo. Tenho aversão total e irrestrita ao atual governo e não me conformo de ver uma pessoa tão despreparada (e má) no comando do meu país. Tento me convencer de que pouco posso fazer para evitar isso. É algo que está acima das minhas forças ou do meu controle. Confesso que nem tenho prazer em dizer para um bolsonarista arrependido (sim, eles existem): "Eu avisei". De que vai adiantar? Por conta do seu voto (ou de sua omissão), estamos vivendo esse inferno.</span><br />
<span style="font-size: large;">Mas, voltando aos 64 anos, não sou uma pessoa realizada, embora tenha muito orgulho de algumas das minhas realizações. Por exemplo, minhas filhas, lindas, livres, encantadoras, amorosas.</span><br />
<span style="font-size: large;">Eu me orgulho da minha profissão, do meu trabalho, mas sempre tenho a sensação de que poderia (e ainda posso) fazer mais. </span><br />
<span style="font-size: large;">Tenho orgulho das árvores que plantei (ou melhor, mandei plantar) diante de nossa casa em Cáceres (e que estão enormes) e dos livros que escrevi. Nem todos foram do coração, mas de alguma forma tocaram meu coração ou me levaram a rever (pre) conceitos ou certezas inabaláveis. Gosto mesmo é de contar histórias.</span><br />
<span style="font-size: large;">Nos últimos anos, inventei de ser cantora - a realização de um sonho de infância. </span><br />
<span style="font-size: large;">Sinto pressa porque o tempo está contra mim. Ao mesmo tempo, sei que já vivi bem mais do que boa parte da população brasileira. Penso nos meninos Miguel e João Pedro, que perderam tão cedo e de forma tão brutal o direito a envelhecerem ao lado de seus amigos e familiares. Por que?</span><br />
<span style="font-size: large;">Neste momento me vêm à memória tantas coisas maravilhosas que vivi: The Beatles, os festivais de música popular brasileira, a ascensão de artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Milton Nascimento, entre tantos outros que embalaram minha infância e juventude; o movimento de resistência à ditadura militar, a anistia, a volta do exílio de pessoas que nos enchiam de orgulho e esperança (como Brizola, Betinho), o comício das Diretas já na Candelária, a chegada de novas tecnologias, como o computador, o telefone celular e a internet. </span><br />
<span style="font-size: large;">Tudo isso era motivo de esperança de dias melhores, de um Brasil melhor, mais justo e menos desigual. Como isso aconteceria? </span><br />
<span style="font-size: large;">Talvez eu não tenha feito o suficiente, talvez tudo não passasse de uma utopia.</span><br />
<span style="font-size: large;">Vim para Mato Grosso, casei, tive filhos, me descasei e tive que partir novamente. Sempre recomeçando. </span><br />
<span style="font-size: large;">Não sei aonde esperava estar aos 64 anos. Mas, com certeza, não me imaginava sozinha, morando num apartamento em Cuiabá, longe dos amigos da infância e de boa parte da minha família. Ainda bem que amanhã receberei minha filha Marina, seu companheiro e Lola, a cadelinha que todos amamos. Pretendo fazer um bolo de chocolate (receita de minha irmã Jane) e estarei pronta para receber todos os votos de felicidade. Com o coração aberto e com saúde. Acho que é o meu maior desejo no momento. </span><br />
<span style="font-size: large;">Quero viver para cantar (viva o Coro Experimental MT!), viajar, caminhar, nadar, fazer yôga, conhecer meus netos (sem pressão, Diana e Marina) e aprender de uma vez por todas que o amor não é algo que gasta se usar demais. Dizem que existe uma fonte transbordante e inesgotável de amor. Tomara!</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7Mazu1dXGFSuyBX7JFmikJOvvjEdeOlnBMgOjKLiBhv-6DIBYz8i0u-br0kZy_ubFhDLF5OcUJgWPzY319XyNHBZVyizw1YNPMCEWuCjMRNrYMKFAU4rsfSGpTYfG7EYnI8mV7ccTh7mD/s1600/Martha+Baptista+p%2526b+2.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="853" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7Mazu1dXGFSuyBX7JFmikJOvvjEdeOlnBMgOjKLiBhv-6DIBYz8i0u-br0kZy_ubFhDLF5OcUJgWPzY319XyNHBZVyizw1YNPMCEWuCjMRNrYMKFAU4rsfSGpTYfG7EYnI8mV7ccTh7mD/s320/Martha+Baptista+p%2526b+2.jpeg" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto de Fred Gustavos, do show "Simples Assim", de 6 de março de 2020</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
Marthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4479554972091029098.post-69430860931904170882020-05-09T23:12:00.001-04:002020-05-11T10:55:45.376-04:00Maternidade<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-size: large;">Às vésperas deste Dia das Mães tão atípico por causa da necessidade de isolamento social, decidi voltar ao passado e dedicar alguns minutos à minha mãe. </span><br />
<span style="font-size: large;">O primeiro passo foi buscar uma foto nossa, uma de nossas primeiras lembranças que me foi entregue recentemente por minha Junilza. </span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNrrHrPknCYhwbo6G-mhQm7KaYn0gPgH5F8n_WqJn9JcALGrjTJkj-TYNRB5VFPaJBbxV3rvvgKx0s0yjO_bYu2NiQNlql2b4Luvb1aaqNCohTWgBIDKXTXh4LXCdlAOUfQeGoTKi1dH4h/s1600/20200509_135841+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1081" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNrrHrPknCYhwbo6G-mhQm7KaYn0gPgH5F8n_WqJn9JcALGrjTJkj-TYNRB5VFPaJBbxV3rvvgKx0s0yjO_bYu2NiQNlql2b4Luvb1aaqNCohTWgBIDKXTXh4LXCdlAOUfQeGoTKi1dH4h/s320/20200509_135841+%25282%2529.jpg" width="216" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mamãe e eu na varanda da Fazenda Santa Blanca </td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Há alguns anos comecei a escrever um livro sobre um empresário, cuja grande tristeza era nunca ter uma foto da mãe, que morreu quando ele era muito pequeno. </span><br />
<span style="font-size: large;">Pois eu tive a sorte de conviver com minha mãe até completar 30 anos. Eu já tinha a minha própria casa, ao lado de meu primeiro marido, quando ela faleceu. </span><br />
<span style="font-size: large;">A minha relação com a minha mãe era diferente da forma como minhas amigas se relacionavam com suas mães: quando nasci, ela tinha 44 anos! Hoje uma mulher de 44 anos é considerada jovem, bebe, se diverte, usa roupas coloridas e curtas. Minha mãe era uma senhora quando nasci e era avó de vários netos, já que sou filha temporã. </span><br />
<span style="font-size: large;">Guardo poucas lembranças dela de quando eu era pequena. Em uma delas, eu a vejo rodeada por minhas irmãs que a penteavam. Nessa época ela sempre usava os lindos cabelos negros presos num coque e naquele dia me pareceu uma rainha.</span><br />
<span style="font-size: large;">Mas minha mãe não se portava como uma rainha. Ela trabalhava muito em casa. Era uma excelente dona de casa, que cozinhava maravilhosamente e era muito exigente com tudo que dizia respeito à casa e à família. </span><br />
<span style="font-size: large;">Quando eu tinha dois anos, a gente se mudou de Corumbá para o Rio de Janeiro, com meu pai e minhas três irmãs solteiras: Junilza, Jandira e Jane. Meu pai, Júlio Baptista, morreu três anos depois e isso foi um divisor de águas em nossas vidas.</span><br />
<span style="font-size: large;">Minha mãe usou luto fechado durante muito tempo e passou a usar os cabelos curtos, roupas e sapatos de velha. Ela parecia não ter um pingo de vaidade. </span><br />
<span style="font-size: large;">Por outro lado, após a morte do meu pai, que era 18 anos mais velho que ela, minha mãe passou a se ocupar mais de mim. </span><br />
<span style="font-size: large;">Jandira e Junilza logo se casaram e ficamos somente Jane, mamãe, eu e Maria da Glória, a menina que morava conosco e ajudava nos trabalhos domésticos. </span><br />
<span style="font-size: large;">Nas férias, meus irmãos que ainda moravam em Mato Grosso costumavam vir ao Rio com os filhos. Era uma confusão danada. Em mais de uma ocasião, aconteceu de duas famílias - com uma penca de filhos - se hospedarem ao mesmo tempo no nosso apartamento da Rua Barão do Flamengo e eu me recordo de ter sentimentos contraditórios a respeito daquela doce invasão. Por um lado, eu me divertia com a bagunça dos sobrinhos e malas jogadas pelos quartos; por outro, me sentia ameaçada ao ver nossa tranquilidade invadida. Não sabia se era criança como eles ou a tia que deveria dar o exemplo, e tinha alguns privilégios como poder assistir à TV até mais tarde.</span><br />
<span style="font-size: large;">Minha mãe ficava doida, mas aparentemente dava conta de tudo. E parecia gostar daquelas visitas que quebravam a nossa rotina. </span><br />
<span style="font-size: large;">Nilzalina aprendeu a ser mãe muito jovem, aos 17 anos, e parecia incansável em sua missão de nutrir e acolher filhos, netos e sobrinhos. Ela não se queixava de ter mais comida para fazer, mais pratos para lavar ... Era avessa às modernidades da vida doméstica.</span><br />
<span style="font-size: large;">Por incrível que pareça, muito jovem eu decidi que queria uma vida completamente diferente. Queria estudar, ser jornalista, aprender línguas estrangeiras, sair de casa, viajar pelo mundo. Filhos? Marido? Não eram prioridades. </span><br />
<span style="font-size: large;">Minha mãe acompanhou meio atordoada a minha adolescência e juventude, cheia de conflitos e perguntas, que nunca outras filhas tinham feito. Hoje tenho certeza de que ela se orgulhava muito de mim, mas não era da sua natureza demonstrar isso, o que sempre me dava a sensação de que nenhuma conquista era digna de aplausos (até hoje guardo esse sentimento).</span><br />
<span style="font-size: large;">Minha mãe me acompanhava ao conservatório, onde comecei a aprender violão clássico, e depois aprovou minha mudança para a Pró-Arte, assistia aos concertos, e só ficou muito aborrecida quando resolvi - aos 16 anos - que queria participar do Festival de Música de Ouro Preto. Consultou meu tio Luiz, que morava em Belo Horizonte, e ele foi taxativo em dizer que moças de boa família não frequentavam o festival, que acontecia anualmente em julho. Um ano depois, com o apoio de minha irmã Jane, lá estava eu em Ouro Preto, vivendo aventuras magníficas, musicais e comportamentais, dividindo uma casa de república com um bando de malucos que estavam ali por amor à música.</span><br />
<span style="font-size: large;">Na volta de Ouro Preto, trouxe um amigo mineiro a tiracolo que pretendia hospedar em casa. Minha mãe não aprovou a ideia e o amigo, cujo nome não me lembro mais, sacou na hora o climão e se propôs a ficar na casa de outro amigo do Rio que tínhamos conhecido em Ouro Preto.</span><br />
<span style="font-size: large;">Outros acontecimentos foram marcando nossa relação, que ficou mais próxima, quando Jane também se casou e foi morar longe de nós ... em Ipanema. Era uma viagem ir do Flamengo até Ipanema nos anos 70! </span><br />
<span style="font-size: large;">Na primeira metade da década de 80, quando eu já era uma jornalista com uma bela carreira pela frente, decidi ir morar com meu então namorado. O que poderia ser um choque para minha mãe - a decisão de morar com outro homem sem se casar - acabou sendo uma agradável surpresa para mim, diante da reação dela. Sua grande preocupação foi preparar um enxoval mínimo antes de nossa mudança. Tive a nítida impressão naquele momento que ela só pensava na minha felicidade e não se importava com a opinião alheia.</span><br />
<span style="font-size: large;">Fui morar num apartamento gracinha no bairro do Jardim Botânico e me lembro de não parar de chorar nos primeiros meses. Fiz terapia e descobri que era culpa. Eu me sentia extremamente culpada por ter deixado minha mãe, que passou a morar com uma cuidadora (contra sua vontade). Ao mesmo tempo, não achava justo só poder iniciar minha vida adulta e independente depois que minha mãe falecesse.</span><br />
<span style="font-size: large;">Nesses anos em que ficamos separadas fisicamente eu procurava visitá-la bastante. Trabalhava na sucursal da revista Veja em Botafogo e me esforçava ao máximo para almoçar com ela em meio à correria da redação. </span><br />
<span style="font-size: large;">Graças ao meu terapeuta na época, Vitor, consegui me desvencilhar do sentimento de culpa e curtir muito o tempo que passava com minha mãe. Pela primeira vez, senti de verdade o quanto ela se orgulhava da minha profissão e do meu sucesso. Mamãe acompanhou com preocupação meu envolvimento no caso Amílcar Lobo (um militar que fez declarações bombásticas sobre o assassinato do deputado Rubens Paiva nos porões da ditadura) e chegou a me dizer um dia que tinha vontade de ter sido jornalista. </span><br />
<span style="font-size: large;">Aquilo me deixou feliz, mas hoje me parte o coração pensar que ela não teve as mesmas oportunidades que eu, embora acredite que tenha sido feliz do seu jeito.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUZqpNYTn7zlvyYaz-91LLSrjrdyEilyTq12_gGGkJTw_bb7ll5j1KwwLmgniDWpxW6OV4xZuLIKAWs5_qJ7WZjLst6FNSybQg16sFUahxevt_yHjtihDkiLzZijskKOW6_c6AsG6qhkOG/s1600/11+de+abril+de+1985.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1571" data-original-width="1600" height="314" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUZqpNYTn7zlvyYaz-91LLSrjrdyEilyTq12_gGGkJTw_bb7ll5j1KwwLmgniDWpxW6OV4xZuLIKAWs5_qJ7WZjLst6FNSybQg16sFUahxevt_yHjtihDkiLzZijskKOW6_c6AsG6qhkOG/s320/11+de+abril+de+1985.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mamãe e os filhos comemorando seu 73º aniversário, no dia 11 de abril de 1985</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Dois anos após a morte de minha mãe, vim para Mato Grosso curtir férias do Jornal do Brasil e acabei me apaixonando (eu já estava separada) por um primo de segundo grau que reencontrei em Cáceres. Eu me casei, vim morar em Mato Grosso, tive duas filhas e continuo por aqui. </span><br />
<span style="font-size: large;">Que ironia do destino eu me casar e morar exatamente na cidade que minha mãe deixou aos 16 anos para viver com meu pai em Corumbá, minha cidade natal!</span><br />
<span style="font-size: large;">Às vezes eu me pergunto se teria feito isso se ela estivesse viva na época em que mudei de vida. Será que aprovaria minha decisão de abandonar tudo por um amor?</span><br />
<span style="font-size: large;">Não sei. Só sei que, ao meu jeito, também pude exercer a maternidade graças a essa decisão. Sou muito grata por ter podido me dedicar plenamente às meninas em seus primeiros anos de vida. Só voltei a trabalhar quando Diana tinha três anos e Marina, um. Mas trabalhava meio período e perto de casa. </span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSHyRUfwSD54R-o8gLt8nnaDjC-nS9apc3XnMfEZHFEh1441UrLlEzZIbmEAtzst4HmZLbaUShuPkZgCIvFHYbne2P9ZSDY6PCREb7NKYv6YBoFX44lExSsOFNaIqGCLVgayup-QXcr8AL/s1600/Mar%25C3%25A7o+de+1996.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1427" data-original-width="1600" height="285" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSHyRUfwSD54R-o8gLt8nnaDjC-nS9apc3XnMfEZHFEh1441UrLlEzZIbmEAtzst4HmZLbaUShuPkZgCIvFHYbne2P9ZSDY6PCREb7NKYv6YBoFX44lExSsOFNaIqGCLVgayup-QXcr8AL/s320/Mar%25C3%25A7o+de+1996.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Conseguia cuidar da casa e almoçar com elas diariamente. Aos poucos, a carga de trabalho foi se tornando mais intensa e, quando elas já eram adolescentes, nos mudamos (somente as três) para Cuiabá.</span><br />
<span style="font-size: large;">Acredito, entretanto, que a semente do amor, que nos une até hoje, já tinha sido plantada. E, com certeza, minha mãe teve uma participação muito grande nisso. Ela</span><span style="font-size: large;"> era a própria expressão da maternidade e seu amor foi decisivo para que eu também soubesse ser mãe. Pena que não aprendi a cozinhar com ela, que sabia fazer comidas tão simples e gostosas! </span><br />
<span style="font-size: large;">A propósito, o desejo de escrever este texto surgiu no horário de almoço quando eu saboreava a feijoada que comprei no restaurante da rua. Estava muito gostosa e me remeteu às feijoadas que mamãe preparava na minha adolescência. Eu era enjoada, então ela fazia uma feijoada especial para mim, com carne seca e salsicha, sem os pertences do porco. A feijoada de hoje estava boa, mas a da minha mãe ... hum... era muito melhor! </span><br />
<span style="font-size: large;">Espero que minhas filhas tenham outras boas lembranças de mim para guardar, que não dependam dos meus parcos dotes culinários.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
Marthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-4479554972091029098.post-39496585842607278462020-04-26T15:56:00.000-04:002020-04-26T17:48:07.445-04:00O mundo se despedaça<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeS0MMWGGR80ooBa-Uew86_Zyegz6zu2lKvaaF7NtRIGJ_BLAozIFFLjWIAWlsae6ZP9sT_ZZDTiy-PQCyc-LZQuB1iOlQTDgY3SFPTh7KkiOeEMrQeX_laggCsgX-yfEWbP-HIsH4kUUR/s1600/O+mundo+se+despeda%25C3%25A7a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="238" data-original-width="155" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeS0MMWGGR80ooBa-Uew86_Zyegz6zu2lKvaaF7NtRIGJ_BLAozIFFLjWIAWlsae6ZP9sT_ZZDTiy-PQCyc-LZQuB1iOlQTDgY3SFPTh7KkiOeEMrQeX_laggCsgX-yfEWbP-HIsH4kUUR/s1600/O+mundo+se+despeda%25C3%25A7a.jpg" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Concluí hoje a leitura de "O mundo se despedaça" (Companhia das Letras, 2019), do escritor nigeriano Chinua Achebe. Tornou-se imperioso falar sobre isso. </span><br />
<span style="font-size: large;">O livro é extremamente triste e, embora discorra sobre um mundo bem diferente do nosso, é tristemente atual.</span><br />
<span style="font-size: large;">Este livro chegou às minhas mãos em março, no início do período de isolamento social causado pela chegada do novo coronavírus. O porteiro me avisou que tinham deixado uma encomenda para mim e fiquei até desconfiada já que não estava aguardando. Abri a caixinha com medo e encontrei o belo livro, cuja capa abre este post. O livro veio acompanhado de uma carta gentil e comovente da amiga Amanda Fontenelli, que conheci no final de 2018 num voo de Cuiabá para Brasília (mas isso é outra história).</span><br />
<span style="font-size: large;">Como estava envolvida com a obra de Tereza Albues, que já comentei em outro post, adiei a leitura de Chinua Achebe. No meio do caminho, havia outro livro me esperando: "O Vilarejo" de Raphael Montes, que me foi emprestado pelo amigo Jefferson Neves (outra hora também falarei sobre esse livro).</span><br />
<span style="font-size: large;">"O mundo se despedaça" não é uma leitura fácil. A tradução de Vera Queiroz da Costa e Silva preservou vários termos do original e a versão brasileira vem acompanhada de um glossário organizado por Alberto da Costa e Silva, que também assina a Introdução.</span><br />
<span style="font-size: large;">Procurei fugir do glossário enquanto pude até um momento em que capitulei pois a compreensão de um termo usado no dialeto dos personagens era imprescindível para a continuidade da leitura.</span><br />
<span style="font-size: large;">"O mundo se despedaça" (do inglês "Things fall apart") conta a história de Okonkwo, guerreiro valente em plena ascensão no intrincado mundo dos ibos, no sudeste da Nigéria. Os fatos narrados acontecem em meio à chegada dos brancos, que provoca a ruptura do mundo como era conhecido por Okonkwo, seus contemporâneos e ancestrais.</span><br />
<span style="font-size: large;">O relato é bruto em várias passagens, sangrento e não há como não se condoer da sina de Ekwefi, e das outras mulheres de Okonkwo, e de seus filhos, muitas vezes espancados brutalmente pelo patriarca. Ao longo das 231 páginas do livro, o dia a dia da aldeia vai sendo apresentado com suas festas, celebrações e rituais. Mas o fio condutor da história é o desejo de Okonkwo de alcançar o topo da pirâmide social de seu clã, sobrepujando a história de seu pai, que considera um derrotado, um fraco.</span><br />
<span style="font-size: large;">Mas tudo isso - esse mundo solidificado em cima de tradições e de muito medo das forças ocultas, em que as mães são obrigadas a abandonar na "floresta maldita" os filhos gêmeos - é colocado em xeque com a chegada dos brancos. É claro que a chave de entrada é a religião. Os missionários brancos, alguns até bem-intencionados, questionam os deuses dos nativos e condenam seus costumes. Com isso, acabam atraindo a simpatia de pessoas que se sentiam marginalizadas ou simplesmente deslocadas naquele mundo. </span><br />
<span style="font-size: large;">É esse "mundo" que se despedaça sob o olhar de Okonkwo, herói da tragédia descrita por Chinua Achebe. </span><br />
<span style="font-size: large;">O romance de Achebe me remeteu em vários momentos a "Sapiens", que li no início deste ano. Escrito pelo historiador Yuval Noah Harari, o livro é um best-seller e já estava na 48ª edição brasileira (L&PM Editores) quando o comprei no aeroporto de Guarulhos, em novembro passado.</span><br />
<span style="font-size: large;">"Sapiens" é um livro extraordinário, de uma riqueza absurda, e explica a organização inicial do <i>homo sapiens</i> em comunidades. Inicialmente, tudo gira em torno da família, que vai se ampliando em clãs, cuja base de sustentação são crenças e tradições, que se unem para forjar uma identidade necessária à sobrevivência. Com a "evolução" da humanidade, esses clãs se transformam em cidades e os laços familiares vão se esgarçando, substituídos pelo estado, pela lei e por outras formas de controle e poder.</span><br />
<span style="font-size: large;">Mas isso também é outra história. </span><br />
<span style="font-size: large;">Retornando ao nosso mundo, vejo com preocupação e sem grande esperança o desenrolar dos acontecimentos, sejam eles políticos ou sanitários. De uma certa forma, tudo caminha junto e tenho uma certa pena das pessoas que acham que política é simplesmente o jogo partidário. A política está presente em tudo, em cada decisão tomada por nós, pobres seres humanos que ainda não superamos totalmente o medo das forças do além e que resistimos fortemente a usar a razão para compreender certos fatos da vida.</span><br />
<span style="font-size: large;">Antes de terminar este texto, que corre o risco de ficar parecido com o discurso desconexo de certo presidente, gostaria de acrescentar mais um dado a esta reflexão. Estou quase terminando de assistir a uma série muito legal: "Annie with an E" (Netflix). Resisti um pouco a assisti-la, mas depois que comecei me apaixonei pela órfã Annie, sua nova família e amigos. Acho que a série tem pequenos furos, mas não há como resistir à alegria, à coragem e à capacidade de Annie de se meter em encrencas - e resolver muitos problemas seus e das pessoas que a cercam. </span><br />
<span style="font-size: large;">Num episódio assistido ontem (ainda não terminei de assistir à série), uma adolescente indígena é atraída para uma escola com a falsa promessa de que vai aprender conteúdos que vão ajudá-la a viver melhor no novo mundo dos brancos. A história toda se passa no Canadá, no finalzinho do século XIX, e os brancos que se estabeleceram na ilha onde grande parte da série acontece são extremamente preconceituosos. A doce menina indígena foi enviada para uma espécie de prisão onde é maltratada por padres e freiras, e obrigada a assimilar nome e costumes cristãos, em detrimento de sua própria cultura. Fiquei com um ódio ... </span><br />
<span style="font-size: large;">Mais um mundo que se despedaçou com a chegada dos europeus ao continente norte-americano, assim como aconteceu com os povos indígenas das Américas Central e Sul com a chegada de portugueses, espanhóis, franceses e holandeses. </span><br />
<span style="font-size: large;">Muitos chamam isso de progresso, mas é triste que esse progresso traga sempre tanta morte e sofrimento aos povos nativos, assim como aconteceu no mundo dos ibos retratado tão bem por Chinua Achebe.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQiBLG05ddH98pJcd4dEEohCUaLjLSTgXaAQH7Z1I3OEwEc9842fgmdQ4FRLxjZqSGACaGg5IUBDlBzkCoGH610CjQkscej3pUAKVzr9lsxATRAF-gUlO2w_y6vmuVLbCHEc_xqOAxIkN8/s1600/Annie.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="172" data-original-width="328" height="167" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQiBLG05ddH98pJcd4dEEohCUaLjLSTgXaAQH7Z1I3OEwEc9842fgmdQ4FRLxjZqSGACaGg5IUBDlBzkCoGH610CjQkscej3pUAKVzr9lsxATRAF-gUlO2w_y6vmuVLbCHEc_xqOAxIkN8/s320/Annie.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
Marthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4479554972091029098.post-78205208396857767972020-04-14T18:00:00.001-04:002020-04-14T18:09:25.911-04:00Acabou Chorare<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHZAV_dKyDVReNKOqqR09ln486Oy8GPknQnOP5eFgox3w38BgYsG8bjdK7cJlfjCs8tPHWu9MktXS7gCAlC4bUEfSnd7vc7dl-Vt1BMdZQFQtfZaSte4l4ASG7Ey8i1xpOYkNdcToYM8b7/s1600/Acabou+Chorare.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="480" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHZAV_dKyDVReNKOqqR09ln486Oy8GPknQnOP5eFgox3w38BgYsG8bjdK7cJlfjCs8tPHWu9MktXS7gCAlC4bUEfSnd7vc7dl-Vt1BMdZQFQtfZaSte4l4ASG7Ey8i1xpOYkNdcToYM8b7/s320/Acabou+Chorare.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Em que ano aconteceu essa cena? 1973? 1974? Caminho pela calçada da Praia do Flamengo, no Rio de Janeiro, junto com amigos: Augusto (vulgo Bocão), Saboya, Albuca, Marcelo... </span><br />
<span style="font-size: large;">Formávamos um grupo inseparável, que se conheceu no primeiro ano que estudei no Colégio Santo Inácio.</span><br />
<span style="font-size: large;">Eu vinha do Colégio Santa Úrsula, só de meninas, e fui da segunda leva de garotas do tradicional CSI, em 1972. </span><br />
<span style="font-size: large;">Estávamos em plena ditadura militar. Éramos jovens demais para ter participado do auge do movimento estudantil (1968). Naquele momento, estávamos mais para a geração desbunde. </span><br />
<span style="font-size: large;">A maioria dos meus amigos curtia rock, mas eu era apaixonada por MPB: Chico Buarque, Milton Nascimento. Eu era uma autêntica cria dos festivais aos quais assisti pequena, por influência de minha irmã Jane, 13 anos mais velha.</span><br />
<span style="font-size: large;">Encontrei naqueles amigos - Bocão, Saboya, Albuca e Marcelo - um grupo eclético que não gostava só de rock, mas curtia MPB e música clássica. Às segundas-feiras, frequentávamos o auditório do Ibam, em Botafogo, onde sempre rolavam concertos da melhor qualidade, de graça. Íamos juntos à Sala Cecília Meirelles e a vários outros locais de concertos e/ou shows.</span><br />
<span style="font-size: large;">Naquela noite, retornávamos de um show dos Novos Baianos, no Teatro João Caetano (se não me engano), no Centro. Não me lembro se viemos a pé do teatro ou se apenas descemos do ônibus e caminhávamos em direção à minha casa e à do Augusto (ambos morávamos na Praia do Flamengo, enquanto os outros moravam em bairros mais distantes da Zona Sul). </span><br />
<span style="font-size: large;">Mas o que ficou na minha lembrança foi sensação de encantamento após o show dos Novos Baianos, que era exatamente isso: uma fusão da boa música brasileira (frevo, samba, etc) com uma pitada de rock, da música eletrificada. </span><br />
<span style="font-size: large;">Para quem é muito jovem, cabe uma explicação: no final dos anos 60, os baianos Caetano e Gil chocaram a plateia mais tradicionalista com a introdução de instrumentos eletrificados na música acústica tradicional. Com o tempo, isso passou a ser normal, mas naquele momento ainda havia muita gente que torcia o nariz para grupos como Mutantes e Novos Baianos.</span><br />
<span style="font-size: large;">Por conviver com meus colegas cabeludos do Santo Inácio, que amavam grupos como Yes, Genesis, Emerson, Lake and Palmer, e Jethro Tull, talvez eu fosse um pouco mais receptiva aos novos sons.</span><br />
<span style="font-size: large;">Mas se os Novos Baianos tinham um lado frenético, também traziam a suavidade, muita poesia em canções como "Acabou chorare"; reinventaram "Brasil Pandeiro", composição de Assis Valente de 1940; e acabaram se tornando "arroz de festa" em nossas rodas de violão com "Preta pretinha". </span><br />
<span style="font-size: large;">Os Novos Baianos nos encantavam com seu visual hippie, longos cabelos e aquela magreza de gente que come pouco, fuma muito, e vive tudo junto e misturado.</span><br />
<span style="font-size: large;">Os Novos Baianos seguiram juntos até o final dos anos 70, mesmo após a saída de Moraes Moreira, considerado seu principal compositor junto com Luís Galvão.</span><br />
<span style="font-size: large;">As principais estrelas do grupo - Baby Consuelo e seu então marido Pepeu Gomes, além de Moraes Moreira - seguiram suas carreiras na mídia, assim como o baixista Dadi criou com o irmão Mu o grupo A Cor do Som, que fez sucesso nos anos 80. Mas, para mim, o encanto já tinha passado. </span><br />
<span style="font-size: large;">Nesta segunda-feira, acordamos sob o impacto da notícia da morte de Moraes Moreira, vítima de um infarto aos 72 anos. Morreu sozinho em seu apartamento no bairro carioca da Gávea - o primeiro dos Novos Baianos a nos deixar.</span><br />
<span style="font-size: large;">Não vinha acompanhando muito sua carreira, embora sempre tenha simpatizado com ele. Em 2018, junto com meus colegas do Coro Experimental MT, cantamos o hit "Pombo Correio" no espetáculo "Canção Postal". Foi só alegria.</span><br />
<span style="font-size: large;">Moraes Moreira nos alegrou muito com suas composições e eu, pelo menos, fiquei sem saber o motivo de seu afastamento dos Novos Baianos. </span><br />
<span style="font-size: large;">O que fica é a imagem de um cara bem-humorado, de voz marcante e aparência sempre jovial. Talvez eu precise conhecer melhor a sua obra musical.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Acabou chorare, ficou tudo lindo</span><br />
<span style="font-size: large;">De manhã cedinho, tudo cá cá cá, na fé fé fé ...</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Bons tempos! Havia o medo, sabíamos que coisas terríveis aconteciam nos porões do país, nos pátios de quarteis não tão distantes da Praia do Flamengo, mas nós tínhamos a esperança de que tudo aquilo ali iria passar e a ilusão de que poderíamos mudar o mundo.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_eDm3QCbqWsL9fLgsP-zpp-km2na-E6qMX0hkeX7nLzbJuVQ9Ptv8V1ZOwZkpw7lMP-80Nd74cE8txt68ZtZf4Xvm1eGYlQ_1UEqy1U9wiBpJY0rYp9IQMKgVsWHkxvwGmH4TakEdlN0b/s1600/Comunidade+Novos+Baianos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="433" data-original-width="800" height="173" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_eDm3QCbqWsL9fLgsP-zpp-km2na-E6qMX0hkeX7nLzbJuVQ9Ptv8V1ZOwZkpw7lMP-80Nd74cE8txt68ZtZf4Xvm1eGYlQ_1UEqy1U9wiBpJY0rYp9IQMKgVsWHkxvwGmH4TakEdlN0b/s320/Comunidade+Novos+Baianos.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
Marthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4479554972091029098.post-19433027465347768092020-04-08T10:18:00.001-04:002020-04-08T10:22:45.198-04:00Minha companheira de quarentena<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Neste período de isolamento social forçado pela ameaça
do novo coronavírus, ela tem sido uma companheira constante. Até a noite do último
domingo (05/04), eu me dividi entre assistir a mais um episódio de uma série da Netflix
ou ir para cama mais cedo com a finalidade de ler algumas páginas de seus
livros. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Ela é Tereza Albues, escritora mato-grossense nascida
em Várzea Grande, em 24 de agosto de 1936, e falecida em Nova York em 5 de
outubro de 2005. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi99DHyuuvbcjIOu_vvdal8flMgm1KaZVZnRO9qmTkLCL7_IiFqIhqXTBg45dRKJKnT5h4CsjsMv7fNA8H-nGk7TqGtD2gXsr16QecCoJH-g1IIY0EkhWgtLUUU0eHtVInfjFi6jcRGzGKM/s1600/Tereza+Albues+no+Salao+do+Livro+de+Paris.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1488" data-original-width="1600" height="297" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi99DHyuuvbcjIOu_vvdal8flMgm1KaZVZnRO9qmTkLCL7_IiFqIhqXTBg45dRKJKnT5h4CsjsMv7fNA8H-nGk7TqGtD2gXsr16QecCoJH-g1IIY0EkhWgtLUUU0eHtVInfjFi6jcRGzGKM/s320/Tereza+Albues+no+Salao+do+Livro+de+Paris.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Tereza Albues no Salão de Livro de Paris - Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt;">Como Tereza chegou à minha vida? Em dezembro passado,
estive na sede da Entrelinhas Editora e fui “intimada” por Maria Teresa Carrión
Carracedo a levar para casa uma caixa com quatro livros da autora. Eles haviam
sido lançados em uma edição comemorativa dos 25 anos da Entrelinhas, intitulada
“Conexão Tereza Albues” e, ao ter em mãos a caixa divinamente ilustrada com
obras de artistas da terra, não resisti. Comprei fiado e trouxe a caixa para
casa.</span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt;"> </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">A leitura propriamente dita só começou em meados de
janeiro quando terminei de ler outro livro incrível (sou fiel aos livros que
leio). Não marquei a data em que iniciei a leitura da obra de Tereza com “Pedra
Canga”. Mas ocorreu com este livro um fato raro: acabei de lê-lo e,
imediatamente, recomecei a leitura. Coisa de doido? Não foi a primeira vez que
isso me aconteceu, mas é bastante incomum. Aliás, acabei de me lembrar que a
última vez que isso me aconteceu foi quando li “Todos os nomes” de José
Saramago.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">A verdade é que me apaixonei tanto pela prosa da
autora que quis voltar ao início, reler cada página para poder sorver melhor os
acontecimentos, os personagens inusitados com seus nomes ainda mais inusitados.
“Pedra Canga” tem todos os elementos do realismo mágico que tanto apreciei na
minha juventude. Lembra aquela atmosfera de Gabriel Garcia Marquez, só para
citar o mais célebre dos escritores dessa escola literária. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Tudo parece fantástico, irreal, e, ao mesmo tempo,
muito próximo da gente. Como se fosse possível. Em meio a tempestades
tenebrosas, personagens sobrenaturais se misturam a outros tão carne e osso (bêbados,
beatas, donas de prostíbulos, parteiras, etc) para contar uma história
ambientada no bairro (fictício?) de Pedra Canga. Tudo nos é narrado através de
uma menina/escritora, alter ego da autora Tereza.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>É pelos olhos, ouvidos e sensações da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">nhanhã</i> que sabemos o que se passou na
Chácara do Mangueiral e seus proprietários, os Vergare - uma família de
déspotas odiada e invejada pelos vizinhos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Concluído no verão de 1985 em Nova York, última cidade
em que a andarilha Tereza morou, “Pedra Canga” traz na capa uma obra da
jornalista e artista plástica Vitória Basaia, de 2019.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Depois desse início promissor, passei à leitura de “A
travessia dos sempre vivos”, cuja capa é ilustrada com uma obra de Humberto Espíndola
(de 2016). O título me pareceu promissor e o mergulho foi tão ou mais intenso
do que no livro anterior. Datado do outono de 1991, este livro vai mais fundo
em sua abordagem do sobrenatural. São poucos os contatos na narrativa com o
real. Mortos e vivos se esbarram o tempo todo, o que, de uma certa forma,
justifica o título da obra. A saga da moça/narradora em busca da história de
seu bisavô João Padre é comovente e altamente sedutora. A narrativa mistura as
aventuras da própria narradora (seus encontros com os “sempre vivos”) com o
resgate da trajetória de João Padre, que abandonou a batina no interior de Mato
Grosso para se casar com Teodora, “negra, alta, linda, olhos enormes,
inquisidores”.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>João Padre enlouquece de
amor por Teodora e também de culpa por largar a batina, a vocação imposta pelo
pai. Homem bonito, inteligente, culto, alterna momentos de lucidez e imensa
ternura, com outros de total demência, que traz muito sofrimento a ele e sua
família. Os personagens, que cercam essa trama atendem por nomes como Judite
Louca, são tão familiares a nós que nascemos e já vivemos no interior de Mato
Grosso!<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Ao encerrar a leitura dessa segunda obra, comecei a
ler o terceiro livro da caixa. “O berro do cordeiro em Nova York” – que diacho
de título é esse? O livro foi concluído no verão de 1992 na chamada <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Big Apple</i> e a capa traz um desenho
digital da artista plástica Regina Pena (de 2016). Só essa capa já mereceria um
artigo à parte. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Comecei a ler esta obra no período de isolamento
social e ainda não terminei, mas passei da metade com folga. Fiquei
absolutamente fascinada. Mal conheço a autora, mas é nítida a pegada
autobiográfica do livro, que mistura fatos e acontecimentos tão incríveis que beiram
o realismo mágico. Mas a menina/escritora, que vê no estudo a única
possibilidade de fugir de uma vida de humilhação e opressão, está lá. Assim
como seu berro. De dor, de raiva. O berro que sai fácil, quando provocado pela
dor causada pelos vermes na barriga da criança malnutrida; o berro que não sai
num momento de muita tristeza e revolta. Berro de cordeiro imolado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Que força tem Tereza ao trazer para seus leitores
fragmentos de sua própria história, da saga de seus antepassados, de seus
familiares, vizinhos, dos algozes de seu pai, misturados a uma trajetória de
ascensão e sucesso profissional surpreendentes e incontestáveis! A menina saiu
do sítio do Cordeiro e foi parar em Nova York, onde constituiu família e
faleceu em decorrência de câncer, às vésperas de completar 70 anos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Finalmente, na semana passada, iniciei a leitura de
“Chapada da Palma Roxa”, lindamente ilustrado com obra de Márcio Aurélio. Foi a
segunda obra publicada de Tereza* e a última na minha sequência de leitura.
“Chapada da Palma Roxa”, não por acaso, guarda muitas semelhanças com “Pedra
Canga”, alternando relatos da vida dos moradores de uma localidade fictícia
(Porto Garça), “situada em região montanhosa” e “banhada pelo rio Quiraré”, com
passagens de puro realismo mágico com direito a borboletas que falam e diálogos
com um bebê morto em busca de respostas para o seu assassinato. Aliás, este
assassinato (que, segundo soube, foi um fato real ocorrido em 1948) é o ponto
de partida do romance, que, mais uma vez, tem como narradora a
personagem/escritora, alter ego de Tereza Albues. Impossível não se envolver
com os dramas de Miranda, a moça aprisionada por um pai violento e possessivo
(Loredano Papandroudis), e outros personagens que brotam da narrativa criativa da
autora. A propósito, recomecei a leitura na noite de terça-feira (06/04) com outro olhar, agora que já conheço o final da história.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Aliás, diga-se de passagem, que vida extraordinária
teve Tereza! Todos nós, amantes da literatura, mato-grossenses ou não,
deveríamos conhecê-la e louvá-la, mas a tirar por mim acho que não é essa a
realidade. A editora Maria Teresa, apaixonada pela obra de sua quase xará, deu
um passo ousado ao publicar de uma só tacada quatro de suas obras mais
conhecidas. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Que bom! Mesmo em tempos de pandemia – ou até mais do
que nunca – é tempo de ler, entregar-se ao prazer da leitura que provoca nossa
capacidade imaginativa, nos emociona e nos faz ficar indignados diante desse
Mato Grosso tão cruel, tão desigual, tão povoado de coronéis que conduzem as
vidas de outros seres humanos como se fossem bonecos de pano, meras marionetes.
Não Tereza! Ela se rebela contra um destino previsível e constrói sua própria
vida, heroína tardia de sua saga familiar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Peguei o hábito de sempre olhar sua foto na orelha do
livro para ver se encontro os traços da menina franzina, “feia”, que nasceu com
vocação para ouvir e contar histórias. Vejo uma morena bonita, de sorriso largo
e vasta cabeleira castanha. Queria ter conhecido Tereza em vida, mas agora ela
se faz presente por meio de sua literatura. Jamais esquecerei Tereza Albues e
convido quem não a conhece a fazê-lo o quanto antes. Você não vai se
arrepender. <o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBz-e7WmOIe8-tyWPODgF5mP6EzNCJf2wrgjBkoeti8_1dOVfvtoq5-LBKcvjDAmXbKgZEyPef2Xch2B0eW3Z5tlSpv3JdVpubmvgihm80vOKzkmCJTAHve03z1NBYeUh6Cy8tRFjxdReH/s1600/Box+Conexao_Tereza+Albues.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1379" data-original-width="1600" height="275" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBz-e7WmOIe8-tyWPODgF5mP6EzNCJf2wrgjBkoeti8_1dOVfvtoq5-LBKcvjDAmXbKgZEyPef2Xch2B0eW3Z5tlSpv3JdVpubmvgihm80vOKzkmCJTAHve03z1NBYeUh6Cy8tRFjxdReH/s320/Box+Conexao_Tereza+Albues.png" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">*“Pedra Canga” foi publicado em 1987 (Rio de Janeiro,
Philobiblion, Coleção Prosa Brasileira nº 19); o romance “Chapada da Palma
Roxa” foi publicado pela primeira vez em 1990 (Rio de Janeiro, Atheneu Cultura,
Série Ficção Brasileira); “A travessia dos sempre vivos” foi publicado em 1993
pela Editora da UFMT; e “O berro do cordeiro em Nova York” teve sua primeira
publicação em 1995 pela Editora Civilização Brasileira, do Rio de Janeiro.
Tereza teve mais dois livros publicados e tem outros cinco (romances e contos)
inéditos.<o:p></o:p></span></div>
<br /></div>
Marthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4479554972091029098.post-14117456589563871662020-03-27T23:00:00.000-04:002020-03-28T10:24:46.896-04:00Se eu morrer amanhã<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-size: large;">Durante alguns anos da minha vida, este blog foi meu melhor amigo. Um confidente mesmo, como um diário adolescente em que você expressa suas angústias, alegrias e decepções. </span><br />
<span style="font-size: large;">Gradativamente ele foi perdendo essa importância. Por que? Talvez eu estivesse conseguindo ser mais feliz ou me expressando de outras formas.</span><br />
<span style="font-size: large;">É curioso que chego a dizer num post de meados de 2008 que o meu maior sonho de consumo era ter um notebook para ter a liberdade de escrever quando quisesse, onde quisesse. </span><br />
<span style="font-size: large;">Que eu me lembre, comprei meu primeiro notebook há uns cinco, seis anos, e esse período coincide com o momento em que passo a escrever menos. </span><br />
<span style="font-size: large;">Os números estão lá para quem quiser ver: em 2008, ano de estreia do blog, foram 218 postagens; em 2010, atingi o meu auge com 255 e, depois disso, a quantidade foi caindo gradativamente até despencar em 2013 com 36 postagens. Em 2019, foram somente 14.</span><br />
<span style="font-size: large;">Mas, independentemente dos números, é muito legal ver minha vida cultural, familiar e social descrita naquelas postagens. Como o blog era aberto, sempre fui muito cuidadosa com a minha vida amorosa e hoje, enquanto procurava um post a pedido de meu sobrinho Diogo, me surpreendi ao encontrar um texto falando sobre uma decepção amorosa. Como não havia nomes, demorei um pouco para me lembrar quem era o personagem masculino dessa história.</span><br />
<span style="font-size: large;">Embora muitos blogs continuem em evidência, acredito que o meu ficou um pouco defasado. Eu teria que ter um foco mais específico, publicar mais fotos. Sei lá. O fato é que eu me cansei dele e meus leitores (alguns bem assíduos) também se afastaram.</span><br />
<span style="font-size: large;">Hoje, quando recorro a ele, acabo reproduzindo o texto no Facebook para ter um pouco mais de ibope. Alguns posts conseguem ter bastante relevância, principalmente quando tratam de assuntos como o Coro Experimental MT (do qual faço parte) ou alguma atração cultural de Cuiabá.</span><br />
<span style="font-size: large;">Mas, enfim, o pensamento é horrível, mas provavelmente ninguém vai ler mesmo, então posso compartilhá-lo. Se eu morrer amanhã ou num futuro próximo, meus amigos ou qualquer pessoa que quisesse me conhecer teria um material farto e rico no meu blog. </span><br />
<span style="font-size: large;">Em tempos de pandemia pelo novo coronavírus o pensamento não é de todo absurdo, porém a possibilidade da morte não me assusta, nem parece tangível.</span><br />
<span style="font-size: large;">Por ora, tenho respeitado meu isolamento social. Há oito dias não saio de casa. </span><br />
<span style="font-size: large;">Acho que ainda escreverei outros posts por aqui. </span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">PS. Estou rindo de mim mesma. Fui reler há pouco o texto escrito à noite e vi que cometi um erro imenso: escrevi "há oito anos não saio de casa". Menos Martha, menos.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
Marthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4479554972091029098.post-29711802772700121582020-03-10T18:17:00.004-04:002020-03-17T19:00:10.447-04:00Melhor impossível<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQkvqi4aW3ZNYRP2pJsXKBzTXWf-uVgABsX8Yu7-mz__7zwQ5jjtWZCbzvb6w_ZwbvHEYQbnMb9i2sDQY-WPumttx1CH8AG8Ef2x0tW3IVMr7T4FwQD7gT-Wii0dKTWpi_iXku1-U1O3Bp/s1600/Martha%252C+Vera+e+Jefferson+.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="1280" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQkvqi4aW3ZNYRP2pJsXKBzTXWf-uVgABsX8Yu7-mz__7zwQ5jjtWZCbzvb6w_ZwbvHEYQbnMb9i2sDQY-WPumttx1CH8AG8Ef2x0tW3IVMr7T4FwQD7gT-Wii0dKTWpi_iXku1-U1O3Bp/s320/Martha%252C+Vera+e+Jefferson+.jpeg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="font-size: large;">Como fazer a resenha de seu próprio show? Preferia que outra pessoa fizesse, mas como ninguém vai fazer vou encarar o desafio.</span><br />
<span style="font-size: large;">Ainda estou inebriada com o que aconteceu na noite de sexta-feira passada e, mais do que texto, acredito que as imagens feitas pelo fotógrafo e amigo Fred Gustavos expressam a nossa felicidade e cumplicidade no palco.</span><br />
<span style="font-size: large;">Para quem ainda não sabe, tive a ousadia de convidar Vera Capilé e Jefferson Neves para fazer um show comigo. </span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxOPFO15K4-y6EpeODbtO4r90gpfj6SB9TLaQoif0LiUzlMELA4380U1ZJwsbBIANvtyOgAuzYc9iuEljp_cnIjI-x7NfbrdFfAj-Mh4MdIFe1i7Nm7oVeEJ_EiHg7GzF4lzByYVQzVITa/s1600/Vera+Capil%25C3%25A9+3.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="1280" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxOPFO15K4-y6EpeODbtO4r90gpfj6SB9TLaQoif0LiUzlMELA4380U1ZJwsbBIANvtyOgAuzYc9iuEljp_cnIjI-x7NfbrdFfAj-Mh4MdIFe1i7Nm7oVeEJ_EiHg7GzF4lzByYVQzVITa/s320/Vera+Capil%25C3%25A9+3.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vera Capilé em seu momento solo</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Vera é cantora de personalidade forte e talento reconhecido, que já participou do Projeto Pixinguinha e cantou no exterior - uma verdadeira celebridade cuiabana, embora tenha nascido em Dourados (MS). </span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikoQcEVuJYqffiy6WiCbwTPdu9P0YDmERVPCM6FASwL5pfncQsXbO1d89qmTL0fnjc1bCamHRpQAlhr6ODVyAVm5zxtXUscNtwj1Elsn5dlxh-2HgL9NGD2Or3ZfJ0zaYhisAoO6Q47X37/s1600/Jefferson+Neves+ao+teclado.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="1280" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikoQcEVuJYqffiy6WiCbwTPdu9P0YDmERVPCM6FASwL5pfncQsXbO1d89qmTL0fnjc1bCamHRpQAlhr6ODVyAVm5zxtXUscNtwj1Elsn5dlxh-2HgL9NGD2Or3ZfJ0zaYhisAoO6Q47X37/s320/Jefferson+Neves+ao+teclado.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Jefferson Neves ao piano</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">O cuiabano Jefferson é r</span><span style="font-size: large;">egente do Coro Experimental MT, arranjador, compositor, um dos </span><span style="font-size: large;">fundadores do grupo Alma de Gato e também já se apresentou fora do Brasil, como integrante desse grupo vocal e cantor do grupo folclórico Flor Ribeirinha.</span><br />
<span style="font-size: large;">Foi justamente o Coro Experimental MT que nos aproximou tanto e nos levou a uma outra dimensão de amizade. Nesses últimos três anos (desde 2017), a gente vem descobrindo afinidades de todos os tipos, principalmente no campo da música.</span><br />
<span style="font-size: large;">Uma vez aceita a proposta de um show intimista, que levasse ao público canções que são pouco apresentadas e que mexem com emoções, aproveitamos o início do ano meio preguiçoso (e ainda não tão atribulado) para botar a mão na massa.</span><br />
<span style="font-size: large;">Descolamos um lugar (o Metade Cheio), marcamos a data (6 de março, aniversário de Jefferson), convidamos dois músicos queridos para nos acompanhar (o violonista Eduardo Santos e a percussionista Juliane Grisólia) e, aos poucos, definimos repertório e roteiro do show. </span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjB0646rJ26bEl6VSHB49A5Vz5GNCTdd1n_YTdT3MSSokE71NTyf8CBr5ajg6MNmm4fq84Aj77jAIb1kjJxdlO8OcbhRbdVkkC3wjnQN4jTS5UNT1Y29karOdishHgVVST-bXIbSogsLT15/s1600/N%25C3%25B3s+e+os+m%25C3%25BAsicos+Juliane+Gris%25C3%25B3lia+e+Eduardo+Santos.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="853" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjB0646rJ26bEl6VSHB49A5Vz5GNCTdd1n_YTdT3MSSokE71NTyf8CBr5ajg6MNmm4fq84Aj77jAIb1kjJxdlO8OcbhRbdVkkC3wjnQN4jTS5UNT1Y29karOdishHgVVST-bXIbSogsLT15/s320/N%25C3%25B3s+e+os+m%25C3%25BAsicos+Juliane+Gris%25C3%25B3lia+e+Eduardo+Santos.jpeg" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O time completo: Jefferson, Martha, Vera, Ju Grisólia e Eduardo Santos, pela lente de Fred Gustavos</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">O processo todo foi tão gostoso! Havia momentos em que eu não acreditava no que estava acontecendo e achava que algo daria errado. Mas não é que deu tudo certo!</span><br />
<span style="font-size: large;">O quintal do Metade Cheio (adoro esse nome) ficou lotado; não choveu e pudemos desfrutar de uma noite quente e enluarada, saudada devidamente na primeira canção apresentada pelo trio: "Viola enluarada", dos irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle, que deu a pista do que viria pela frente.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiskZSSfUgf082L2Yhou98h0Xn0Wg42EeHuw_7avODRoAtLGiLJx_36MZCC_wGKk59669QbUWtrW28DefzrGjNsBqD80vZ-vDFl7T68Xv12BDTFEoOrjE44PFEC6xNwaXfu_Nq3_KlzAzeR/s1600/N%25C3%25B3s+e+p%25C3%25BAblico.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="1280" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiskZSSfUgf082L2Yhou98h0Xn0Wg42EeHuw_7avODRoAtLGiLJx_36MZCC_wGKk59669QbUWtrW28DefzrGjNsBqD80vZ-vDFl7T68Xv12BDTFEoOrjE44PFEC6xNwaXfu_Nq3_KlzAzeR/s320/N%25C3%25B3s+e+p%25C3%25BAblico.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Viola em noite enluarada no quintal do Metade Cheio, em Cuiabá</td></tr>
</tbody></table>
<span style="text-align: center;"><span style="font-size: large;">Não vou aqui descrever cada número para não cansar meus leitores. Porém posso garantir que o deleite estava evidente nos rostos de todos os presentes. Foi muito gostoso contar com a cumplicidade do público, formado em sua maioria por pessoas muito queridas. </span></span><br />
<div>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkXfeN2VUS6GC95tlfJP0s8C6zAABGlq2dZRg2yp9CAI-fZ1d6VGSELP1tUb6ngfw6-aQkPCO5PCuAihZ3bKZe2ymp7GFx65xbmyVczyXNQbNQepo04w8x2sRTml6abT_UjeJSEulM5ZK-/s1600/Martha+Baptista+vertical+cor.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="853" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkXfeN2VUS6GC95tlfJP0s8C6zAABGlq2dZRg2yp9CAI-fZ1d6VGSELP1tUb6ngfw6-aQkPCO5PCuAihZ3bKZe2ymp7GFx65xbmyVczyXNQbNQepo04w8x2sRTml6abT_UjeJSEulM5ZK-/s320/Martha+Baptista+vertical+cor.jpeg" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br /></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;">Alguns amigos com os quais eu contava não foram, mas aprendi a valorizar aqueles que foram e, para mim, o prazer de ver o querido Marinho Sete Cordas me aplaudindo de pé - ao lado do cardiologista Arthur Borges - após a apresentação da música "O Circo", composição de Sydney Miller, é inesquecível e indescritível.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTZI6HB32OnA9EEPodcg2sTVRYBtBhAYgEOICNMF0cNZnEIL1RKd0ruDEqAHMoIjIl0IUyEMvYYA85MgxFHzauS3NdP5SNWpiDK4RnOEYUdkgXVD6ZS6D7LK-TAApwtwmCIbpl-MtbUShJ/s1600/Marinho+e+Arthur.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="1280" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTZI6HB32OnA9EEPodcg2sTVRYBtBhAYgEOICNMF0cNZnEIL1RKd0ruDEqAHMoIjIl0IUyEMvYYA85MgxFHzauS3NdP5SNWpiDK4RnOEYUdkgXVD6ZS6D7LK-TAApwtwmCIbpl-MtbUShJ/s320/Marinho+e+Arthur.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O músico Marinho Sete Cordas e o cardiologista Arthur Borges </td></tr>
</tbody></table>
<span style="text-align: center;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div>
<span style="text-align: center;"><span style="font-size: large;">No mais, só posso agradecer a todos que nos prestigiaram e, principalmente, aos parceiros maravilhosos: os músicos Eduardo Santos (Madá) e Ju Grisólia, Jefferson e Vera. Compartilhar "o palco" com vocês foi gostoso demais e tudo parece que foi um sonho. Ainda bem que Fred Gustavos nos fotografou, senão eu pensaria que tudo não passou de um delírio musical. </span></span><br />
<div>
<span style="font-size: large;"><br />De tudo isso tiro as seguintes conclusões: as minhas melhores ideias são as mais ousadas e, de vez em quando, é muito bom ousar e sair da zona de conforto... Simples assim. Ah, o</span><span style="font-size: large;"> título foi uma sugestão de Vera Capilé e serviu como uma luva. </span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span><span style="font-size: large;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_L9BM8wbjysMnhzOrkXD8EMnrCGapuf4gJtxMYEDhmOPd0GzIbHvj0VLceYesqveVYVNfLNPdPkN2ZGVfq8Pe-zYNOKUtX0LWeoW9h5OsxxLVDcJ_XfJA5mCJC45Ka6wudM4EPzUc4tFq/s1600/Emiliano.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="1280" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_L9BM8wbjysMnhzOrkXD8EMnrCGapuf4gJtxMYEDhmOPd0GzIbHvj0VLceYesqveVYVNfLNPdPkN2ZGVfq8Pe-zYNOKUtX0LWeoW9h5OsxxLVDcJ_XfJA5mCJC45Ka6wudM4EPzUc4tFq/s320/Emiliano.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Participação especial de Emiliano Lucose Rosa de Almeida e Silva, de 1 ano e 11 meses,<br />
filho do ator Sandro Lucose e da professora Carla Cristina Rosa de Almeida, em parceria com a "tia" Ju</td></tr>
</tbody></table>
</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRCVbPWEdpmyqz_-ofDaVlc2moJ6GEVWsSYGRY2WfqDwOwecVGLwnO7ZJ_e7uUfCt1Q8YmqlShyLfx2fkwqTV3tC2BlgyGcuecFQqCILw4ht36BvXq9bUpr4FdRM6bCM1Jz9mNVAhHZuO9/s1600/Aplausos+do+p%25C3%25BAblico.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="1280" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRCVbPWEdpmyqz_-ofDaVlc2moJ6GEVWsSYGRY2WfqDwOwecVGLwnO7ZJ_e7uUfCt1Q8YmqlShyLfx2fkwqTV3tC2BlgyGcuecFQqCILw4ht36BvXq9bUpr4FdRM6bCM1Jz9mNVAhHZuO9/s320/Aplausos+do+p%25C3%25BAblico.jpeg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
</div>
</div>
</div>
Marthahttp://www.blogger.com/profile/12102932180681060960noreply@blogger.com6