terça-feira, 11 de maio de 2010

Olho vivo

Uma das coisas que mais me choca neste país é a falta de saneamento básico - e o uso político das condições precárias de vida de muitos brasileiros por candidatos em campanha, que prometem mundos e fundos, mas geralmente fazem nada ou muito pouco depois de eleitos.
Prova disso é o release que recebi do Instituto Trata Brasil, com os resultados de um estudo sobre as condições de saneamento básico. Em 81 cidades brasileiras observadas (com população acima de 300 mil habitantes), apenas 36% do esgoto gerado recebem algum tipo de tratamento. Isso significa que de 9,3 bilhões de litros de esgotos gerados pela população dessas cidades, 5,9 bilhões l não recebem tratamento!
O instituto faz um ranking das melhores e piores cidades em termos de saneamento básico (investimentos e redução de perdas de água, coleta e tratamento de esgotos) e o resultado é muito interessante. Entre as 10 melhores, cinco são de São Paulo (Jundiaí, Franca, Santos, Ribeirão Preto e Sorocaba), há apenas duas capitais (Brasília e Belo Horizonte), uma cidade fluminense (Niterói), mais uma de Minas Gerais (Uberlândia) e uma do Paraná (Maringá).
Na lanterninha da lista, quatro cidades da Baixada Fluminense (Duque de Caxias, São João de Meriti, Nova Iguaçu e Belford Roxo), três capitais (Belém, Rio Branco e Porto Velho), Canoas no Rio Grande do Sul, Jaboatão dos Guararapes em Pernambuco e Ananindeua no Pará.
Cuiabá piorou sua posição no ranking (está na 55ª posição), já que declarou tratar 29% dos esgotos em 2007 e apenas 14% em 2008.
Apesar dos resultados assustadores, o estudo conclui que houve avanços no setor de saneamento de 2003, "mas ainda em ritmo lento" e muito aquém das necessidades para que o país alcance a desejada universalização dos serviços. O estudo traz muito mais informações que podem ser acessadas no site www.tratabrasil.org.br

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