Na manhã do último sábado tive que levar minha filha Diana ao campus da UFMT para fazer uma prova e decidi fazer uma caminhada enquanto a esperava. Acabei não resistindo e entrando no Jaridim Zoológico que tinha muitos visitantes no horário.
Acho que foi a segunda vez que visitei o Zoo da UFMT em sete anos que moro em Cuiabá. Embora - ou talvez por isso mesmo - tenha frequentado muito na minha infância o Zoo do Rio de Janeiro, não fico muito à vontade de ver os bichinhos enjaulados. No caso do Zoo de MT meu incômodo é ainda maior porque me acostumei a ver a maioria das espécies em seu habitat natural na época em que "virei pantaneira": jacarés, tuiuius, araras, tucanos, veados, capivaras, porcos do mato e cobras eram animais que eu via com certa regularidade nas minhas idas e vindas à fazenda Recreio, no Pantanal de Cáceres, no período de 1988 a 1999 (quando a propriedade foi vendida).
Mesmo assim a visita não programada ao Zoo me surpreendeu. Tirei os fones do ouvido para me deliciar com a algazarra das aves - muitas e de várias espécies. Consegui ver uma onça pintada, que permaneceu deitada, magnífica, a poucos centímetros da grade. Ela me olhou, eu olhei de volta e ela permaneceu estática em toda sua beleza. Fiquei imaginando como seria esse nosso encontro em outras circunstâncias ...
Mas a minha maior surpresa foi por conta de um lobo-guará, que acredito ter visto. Eu passava sozinha por uma jaula enorme quando ele passou correndo. Levei um susto e resolvi parar para observá-lo. Ele veio chegando devagarzinho e, quando estava a poucos metros de mim, fiz algum som que o assustou. Ele saiu correndo tão assustado, que tropeçou nas próprias patas e se esborrachou no chão, levantou-se correndo e voltou para seu refúgio. Eu estava decidida a esperar uma nova investida, mas aí algumas pessoas passaram perto e percebi que ele não viria mais. Decidi parar de brincar com o bicho e ir embora.
À noite contei a história para um casal de amigos e soube que o pessoal do mato diz que esse tipo de lobo tem a capacidade de se tornar invisível e só aparece para quem ele quer. Se for verdade, eu me senti privilegiada. Lamentei não ter uma câmara para registrar meu passeio.
Fora isso gostaria de registrar que é muito louco andar na UFMT. Parece que você está na terra de ninguém. Duas pessoas que passavam de carro vieram me perguntar onde ficava o Zoo, ou seja, não existe sinalização, nem pessoas aptas a dar informações.
Eu estava com sede e, enquanto esperava minha filha terminar a prova, fui atravessando corredores e mais corredores das faculdades de engenharia e matemática em busca de um bebedouro. Encontrei dois, mas estavam secos.
De qualquer maneira, é um passeio que recomendo a qualquer pessoa, moradora ou visitante. De preferência, leve uma garrafinha d'água ou dinheiro vivo para comprar na lanchonete. Eu estava sem um centavo na mão e o caixa eletrônico do BB, que consegui encontrar com muito custo, não funciona no fim de semana.
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