É impressionante como Vinícius de Morais sabia transpor para a poesia sentimentos tão cotidianos!
Outro dia recebi no boletim do Colégio Santo Inácio (somos ambos ex-alunos do CSI) uma poema lindo do poetinha a respeito da maternidade. Anteontem ouvi a personagem de Fernanda Montenegro dizer na novela "Passione", de Sílvio de Abreu:
"Filhos ... Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?..."
O trecho é de um poema com nome sugestivo (Poema enjoadinho) e não me sai da cabeça. Ter filhos, como disse há alguns dias para uma das minhas filhas, estressa! Traz muitas preocupações - e alegrias também! Mas "se não os temos, como sabê-lo?"
É curioso que eu não pensava em ter filhos naquela idade em que as meninas conversam sobre quantos vão querer e que nomes terão. Mesmo assim tinha meus nomes preferidos. Hoje não consigo me imaginar sem minhas filhas!
Quando veio a maturidade e o amor arrebatador por aquele que se tornaria pai das minhas meninas, não pensei duas vezes. Estava meio cansada da vida de jornalista, dos "pescoções" e das incertezas da profissão numa cidade maravilhosa, porém crivada de problemas (enchentes, engarrafamentos, insegurança, etc).
Tive o meu momento "mãe integral", que foi gostoso, mas pouco a pouco fui retornando para a "vida normal": trabalho fora de casa, mudança para uma capital, engarrafamentos, insegurança, enchentes, seca ... E agora com duas preocupações extras: minhas filhas - e sem pai por perto (ele mora a mil quilômetros de distância).
Mais para a frente, provavelmente, virão os netos: mais alegrias e preocupações. É a vida! Se não quisermos sofrer, temos que optar por não viver. O difícil é conseguir manter o equilíbrio: não sofrer demasiado e saber multiplicar as pequenas alegrias. Às vezes consigo; às vezes, não.
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