Ando meio atônita com a vida. Eu me lembro subitamente de uma redação que fiz quando estava na segunda série ginasial num ano extremamente positivo do ponto de vista da criação. O estímulo dado à turma por nossa professora de Português do Colégio Santa Úrsula, dona Elisabeth, foi tão grande que, ao final do período, resolvi por contra própria reunir todas as minhas redações num caderno que conservo até hoje com muito carinho.
Um dos temas propostos foi "o momento presente". Até hoje sou fascinada por ele. De vez em quando, na hora de deitar, penso quanta coisa pode estar acontecendo naquele momento de conforto e descanso para mim. Pessoas devem estar indo para cama com fome, medo e dor (muitas sequer têm uma cama para deitar); quantas não podem estar sendo espancadas, violentadas, aterrorizadas.
Não é um pensamento confortável e, diante da minha incapacidade de fazer qualquer coisa para evitar isso, tento afastar tudo isso da minha cabeça e simplesmente relaxar e dormir, pensando com carinho nas minhas filhas que dormem tranquilamente perto de mim. Será que todo mundo tem esse tipo de pensamento de vez em quando ou sou eu que sou maluca?
Neste "momento presente" mais uma guerra do tráfico está sendo travada no meu querido Rio de Janeiro. Mesmo assim pessoas estão nascendo, se casando, se divertindo, fazendo planos, tocando em frente. A gente não pode deixar de sonhar, amar, pensar em construir alguma coisa, mas é sempre meio assustador pensar que tudo pode ruir como um castelo de cartas diante de um acidente, uma bala perdida, uma doença inesperada.
Por isso é tão importante viver o momento presente e o futuro, diz a sabedoria popular, a Deus pertence. "A Deus ... Ora, adeus!" - contesta o poeta Manuel Bandeira, no poema "Passado, presente e futuro", citado no meu livro "Cantor de amor e saudade":
Só o passado verdadeiramente nos pertence
O presente ... O presente não existe:
Le moment où je parle est déjà loin de moi!
O futuro diz o povo que a Deus pertence.
A Deus ... Ora, adeus!
PS. Leio nos jornais que a PM do RJ enterrou com honras militares dois policiais que morreram na queda do helicóptero alvejado por traficantes. O enterro contou com uma chuva de pétalas de rosas. Enquanto isso, os PMs ainda vivos, que tiveram suas folgas canceladas em virtude dos conflitos nos morros cariocas, são obrigados a deitar no chão para descansar entre um e outro combate.
Um dos temas propostos foi "o momento presente". Até hoje sou fascinada por ele. De vez em quando, na hora de deitar, penso quanta coisa pode estar acontecendo naquele momento de conforto e descanso para mim. Pessoas devem estar indo para cama com fome, medo e dor (muitas sequer têm uma cama para deitar); quantas não podem estar sendo espancadas, violentadas, aterrorizadas.
Não é um pensamento confortável e, diante da minha incapacidade de fazer qualquer coisa para evitar isso, tento afastar tudo isso da minha cabeça e simplesmente relaxar e dormir, pensando com carinho nas minhas filhas que dormem tranquilamente perto de mim. Será que todo mundo tem esse tipo de pensamento de vez em quando ou sou eu que sou maluca?
Neste "momento presente" mais uma guerra do tráfico está sendo travada no meu querido Rio de Janeiro. Mesmo assim pessoas estão nascendo, se casando, se divertindo, fazendo planos, tocando em frente. A gente não pode deixar de sonhar, amar, pensar em construir alguma coisa, mas é sempre meio assustador pensar que tudo pode ruir como um castelo de cartas diante de um acidente, uma bala perdida, uma doença inesperada.
Por isso é tão importante viver o momento presente e o futuro, diz a sabedoria popular, a Deus pertence. "A Deus ... Ora, adeus!" - contesta o poeta Manuel Bandeira, no poema "Passado, presente e futuro", citado no meu livro "Cantor de amor e saudade":
Só o passado verdadeiramente nos pertence
O presente ... O presente não existe:
Le moment où je parle est déjà loin de moi!
O futuro diz o povo que a Deus pertence.
A Deus ... Ora, adeus!
PS. Leio nos jornais que a PM do RJ enterrou com honras militares dois policiais que morreram na queda do helicóptero alvejado por traficantes. O enterro contou com uma chuva de pétalas de rosas. Enquanto isso, os PMs ainda vivos, que tiveram suas folgas canceladas em virtude dos conflitos nos morros cariocas, são obrigados a deitar no chão para descansar entre um e outro combate.
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