quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Do fundo do coração

Enquanto aguardo meu colega José, o fotógrafo, retornar de um voo pela região de Juína, patrocinado pelo pessoal do Sindicato Rural, tento em vão afastar a sensação de angústia que me invade. Tudo está bem, mas subitamente eu me sinto inadequada e insegura.
Embora esteja acompanhada de dois colegas, eu me sinto sozinha. Acho que é a distância de casa. Fico pensando como vai ser se ocorrer de minhas duas filhas estudarem em outra cidade em 2010. Eu vou ter que me reinventar. Acho que elas são dependentes de mim, mas acho que eu sou dependente emocionalmente delas. É tão bom reencontrá-las no fim da tarde, frescas, risonhas e cheias de alegria e esperança. Eu me cobro por não ter conseguido que sejam mais organizadas e menos bagunceiras, mas sei o quanto elas são boas pessoas, têm bom coração. São pessoas do bem.
Fico angustiada por não saber sinalizar formas mais concretas de situá-las no mundo. Não basta ter boas intenções ou bom coração, é preciso fazer alguma coisa mais. Mas sei também que elas terão que seguir seus caminhos por si próprias e fazer essas descobertas sozinhas. Queria poder protegê-las mais e me sinto incapaz de fazê-lo.
Quero, entretanto, poder estar por perto para poder afagá-las sempre que for necessário e poder também receber os seus afagos.

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