Ontem à noite assisti finalmente à primeira parte do filme "Che", dirigido por Steve Soderbergh. Que me perdoem os cuiabanos mais bairristas, mas uma das coisas que sinto falta em Cuiabá é de poder assistir ao tipo de filme que gosto e poder comentá-lo com amigos. Como esse tipo de filme passa rapidinho nos Cinemais da vida ou simplesmente não passa(até hoje tenho dúvidas de que o filme "Diários de motocicleta" foi exibido por estas plagas), acabo assistindo à maioria deles em DVD e aí ou os meus amigos já assistiram ou não assistiram. Ou seja, não tenho com que comentar.
A figura de Che, lendária, é um ícone do idealismo de uma geração que se lançou a movimentos revolucionários nos anos 60. Será que se ele tivesse vivido mais e passado dos 40 anos- Che morreu aos 39 anos, em 1967 - teria se tornado igual a muitos outros de sua geração - cínicos, caras-de-pau, acomodados ou pessimistas?
Eu não alimentava muitas expectativas em relação a "Che", por isso não cheguei a ficar decepcionada, mas encontrei algumas falhas. Achei o filme um pouco confuso (com suas idas e vindas no tempo) e percebi algumas lacunas na narrativa. Por exemplo, Che aparece sendo medicado, mas a gente não fica sabendo em que circunstância foi ferido. Não fica claro também como ele chegou ao jantar em que é apresentado por Raul Castro a seu irmão, Fidel, como "o argentino" e ganha tão rápido a confiança do líder cubano.
Nunca fui fanática por Che, ou seja, do tipo que anda com camiseta estampada com o seu rosto, porém acho admiráveis a coragem e a generosidade - e a loucura - de um homem que larga seu país, sua casa, família, profissão para se dedicar à causa da revolução. Ele era duro com seus subordinados e não creio que poderia ser diferente naquele contexto, mas se o filme é fiel aos fatos o que mais me comoveu foi a ênfase dada por Ernesto "Che" Guevara à alfabetização. Ele sempre pergunta aos candidatos a guerriheiro se sabia ler e escrever, e, segundo o filme, cobrava lições de combatentes exaustos. A cena final é um anticlímax - minha filha de 17 anos ficou super decepcionada -, mas é emblemática, pois mostra a preocupação do comandante com o comportamento ético da tropa.A figura de Che, lendária, é um ícone do idealismo de uma geração que se lançou a movimentos revolucionários nos anos 60. Será que se ele tivesse vivido mais e passado dos 40 anos- Che morreu aos 39 anos, em 1967 - teria se tornado igual a muitos outros de sua geração - cínicos, caras-de-pau, acomodados ou pessimistas?
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