segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O Santo Ofício de hoje

Neste fim de semana assisti a dois filmes muito interessantes em DVD. Um deles foi "O leitor", que deu o Oscar de melhor atriz a Kate Winslet. É um filme surpreendente e muito delicado, daqueles que a gente não esquece fácil. O outro, menos falado, foi "Sombras de Goya". Peguei correndo na locadora (que já estava praticamente fechada) sem ter ouvido nada sobre o filme, apenas porque sou meio fascinada por pintores como Goya.
Na realidade, o pintor espanhol é quase um espectador na história, cujo protagonista é o padre Lorenzo, interpretado por Javier Bardem. O filme é dirigido por Milos Forman - o mesmo de "Amadeus", "Hair" e "Estranho no ninho", três grandes filmes - mas não fez sucesso em termos de crítica ou bilheteria.
Gostei bastante de "Sombras de Goya", fora o estranhamento que causa uma história passada na Espanha em que os personagens falam inglês. (Aliás, também estranhei que em "O Leitor", cuja história se passa na Alemanha, a língua falada seja inglês e não alemão).
Não quero aqui fazer uma crítica do filme e sim falar dos temas principais de "Sombras de Goya": o obscurantismo, o fanatismo religioso e as atrocidades que se cometem em nome de Deus, a hipocrisia das pessoas que usam o poder (religioso ou político) para cometer violências.
Enquanto assistia ao filme, pensei em quantas situações semelhantes ainda ocorrem pelo mundo no século XXI. Pensei na prisão da base naval de Guantánamo e nos prisioneiros que estão mofando lá sem ter ao menos direito a um julgamento. Assim como era no tempo do Santo Ofício na Espanha de Goya. E a vida continua ...

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