segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Drag queen

Em Cuiabá, encontro ex-alunos nos lugares e situações mais surpreendentes. No sábado, fui a um chá de panela da nora da minha amiga animado por uma drag queen. Após seu show de apresentação, uma dança meio louca em que mexia a cabeça e as longas madeixas negras loucamente, ela chamou algumas das convidadas para uma brincadeira. Todo mundo procurou se esquivar, mas acabei sendo uma das chamadas de cara. Quando nos encontramos mais de perto, ela disse: "Eu conheço você!" E logo emendou: "Você foi minha professora".
Realmente, dei aulas por um semestre no curso de Jornalismo de uma universidade particular de Cuiabá e soube que um dos meus alunos era drag queen. Acabou o semestre reprovado não por ser drag queen, é claro, mas por nunca ir às aulas, não ter feito um trabalho sequer e ter ido mal nas provas. Ele mesmo me contou que era drag queen no final do semestre quando foi justificar suas ausências em busca da minha compreensão e complacência.
Uma vez feito o reconhecimento, cheguei a ficar com receio de que ele resolvesse se vingar da reprovação, mas meu ex-aluno foi super gentil, contou que está no 6º semestre (fui sua professora no 4º há dois anos) e que é muito requisitado como drag queen.
Não sei se ele tem alguma intenção mais séria com o jornalismo, mas acredito que já encontrou seu caminho como showman (ou seria showwoman?). De qualquer maneira, o diploma de jornalismo não vai lhe ter muita serventia, já que a obrigatoriedade do diploma caiu por terra por decisão do STF.

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