domingo, 2 de agosto de 2009

A gosto do freguês

Acho que estou viciada no blog. Aliás, estou descobrindo aos 53 anos o prazer de escrever. É engraçado como sempre tive uma relação meio esquisofrênica com a escrita. Sempre admirei e fui estimulada em casa a admirar os grandes escritores, porém, ao mesmo tempo, criei uma crença dentro de mim (não sei o motivo) de que o fato de escrever - primeiro na escola, nas aulas de redação; mais tarde, nos jornais e revistas por onde passei - era uma coisa meio banal, desprezível diante de outras escolhas profissionais, como ser médico, engenheiro ou qualquer outro profissional que lidasse com números ou as tais ciências exatas.
Escrever é pra qualquer um. Não precisa estudar pra escrever bem. Claro que hoje sei que não é bem assim, mas a minha razão sabe, enquanto meu emocional continua acreditando nas velhas crenças.
Curiosamente, hoje li num livro do artista nordestino José Francisco Borges (Memórias e contos de J.Borges) que seu sonho sempre foi aprender a ler e escrever ("O que eu mais almejava na vida era aprender ler e escrever ..." - diz na página 39). Ele passou apenas 10 meses estudando e aprendeu o básico. Virou "poeta, escritor de literatura de cordel e, pela necessidade de ilustrar a mesma virei xilógrafo-gravador popular", admirado por ícones da cultura brasileira como Ariano Suassuna.
De repente, descubro que escrever pode ser extremamente prazeroso, além de garantir o meu sustento. Por meio da escrita posso expressar meus sentimentos, compartilhar angústias, descobertas e temores. Posso criar uma ponte entre o meu eu mais verdadeiro e o mundo. Pra quê?
Não importa! Pra dizer que estou viva, para deixar minha pegada na Terra.
Pra variar, não era nada disso que eu pretendia escrever. Meu objetivo hoje era apenas fazer uma agenda cultural para semana. Acho que vou ter que escrever outro post.

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