terça-feira, 1 de setembro de 2009

O tempo

Hoje eu nem ia escrever porque estou "sem tempo". O tempo ... A gente que faz nosso tempo. Como dizia o grande compositor Geraldo Vandré:"Quem sabe faz a hora/ Não espera acontecer".
Mas é tão fácil a gente se perder nas artimanhas do tempo, não é mesmo?
Ontem li um artigo interessantíssimo do atual presidente do Ipea, Marcio Pochmann, dizendo - de uma forma sofisticada como convém a um economista - que estamos trabalhando tanto ou mais que na época da Revolução Industrial. Ou seja, é tudo balela aquele papo dos anos 70/80 de que a tecnologia ia nos dar mais tempo para o lazer, a reflexão, a vida em família.
Vejo por mim: passo semanas sem ter um dia dedicado ao ócio, e nem por isso estou ganhando mais dinheiro. Estou apenas pagando mal e mal minhas contas. Tem alguma coisa errada aí, não?
Nem vou entrar nessa seara porque, a propósito, preciso retornar ao trabalho propriamente dito.
Hoje, no almoço, fiquei me lembrando com saudades de alguns domingos passados em Cáceres, quando as meninas ainda eram pequenas. Costumávamos ir para a chácara de uma família amiga, à beira do rio Paraguai, onde nadávamos, tomávamos sol, almoçávamos e ainda jogávamos animadas partidas de vôlei. Voltávamos pra casa cansados e felizes. Às vezes passeávamos de barco com outro casal de amigos e tomávamos banho nas praias que se formam ao longo do Paraguai e seus afluentes perto de Cáceres. Mas também tinha os domingos de tédio, sem nada pra fazer (isso é uma outra história).
Quero terminar esse post com uma frase muito legal, embora simples, que recebi num email enviado por um amigo já citado neste blog: "Homens (eu acrescentaria: mulheres) são como os vinhos: a idade estraga os ruins, mas aprimora os bons". O tempo, ah o tempo, tem me ensinado a ser mais tolerante e compreensiva, mas é preciso tomar cuidado para que ele não me roube a esperança.

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