quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Contradições

Hoje minha cabeça está a mil, poderia escrever uns 10 posts, mas vou me contentar com um.
Eu me aborreci muito com um problema com o meu celular. É uma história comprida e chata, por isso não vou perder tempo com ela. Mas só quero aproveitar este espaço para registrar minha imensa irritação com o representante da empresa (daqui de Cuiabá) que me convenceu a migrar do meu plano empresarial da Brasil Telecom para Oi. Essa novela ainda não acabou, mas hoje devo ter passado mais de meia hora falando com técnicos da Oi e da Brasil Telecom na vã tentativa de conseguir meu celular funcionando de novo na véspera dos feriados de fim de ano.
Pensar que eu vivia tão bem sem celular há menos de 20 anos. Não sei até que ponto essa tecnologia - internet, celular, etc - serve para nos unir às pessoas ou para nos separar.
Calma, gente! Não quero voltar ao passado e nem pretendo viver sem computador, nem celular, mas eu me pergunto o quanto isso realmente me aproxima das pessoas?  
Há algum tempo eu estava eufórica porque a internet me ajudou a reencontrar velhos amigos da faculdade. Foi uma delícia, mas isso não me impede de me sentir menos sozinha neste final de ano.
Eu me recordo que uma vez fiquei chocada de saber que uma amiga, muito jovem, bonita e querida, tinha passado a virada do ano batendo papo com outras pessoas solitárias no msn.
Concordo que você pode estar no meio da multidão na Avenida Atlântica em Copacabana e se sentir extremamente sozinha, ou numa festa ... Mas minha ideia de um bom Réveillon está longe de estar em casa batendo papo pelo computador, a não ser que você esteja conversando com alguém muito especial que esteja circunstancialmente longe.
Na verdade, adoro romper o ano numa festa, dançando, cercada de gente bacana e música boa, ou então num lugar bem tranquilo, tipo uma fazenda ou uma casa de praia, com poucos e bons amigos, ou alguém muito especial.
O réveillon mais estranho que já passei até hoje foi com um ex-marido: a gente estava indo para uma casa de campo de amigos em algum lugar da serra fluminense, mas nosso carro quebrou e acabamos passando a noite dentro do veículo no meio do nada. Lembrando agora é engraçado, mas na época não foi nada legal, já que eu estava apavorada e sem poder usar um banheiro. No dia seguinte, tivemos sorte e um membro de um grupo de malucos que passava pelo local acabou resolvendo o problema do carro.
Já passei viradas de ano no Pantanal - a primeira  tinha tudo para ser ótima, só que fiquei tão nervosa que acabei bebendo demais e apaguei antes de meia-noite.
Enfim, faz tempo que deixei de acreditar que um bom Réveillon era sinal de um ano próspero. 
Mas, retornando ao tema inicial - a comunicação - não posso deixar de mencionar um post recente de minha amiga Dete http://piassa-braziliansoul.blogspot.com/ em que ela comenta sobre a falta que sente de receber cartões de Natal e cartas em papel de verdade. Compartilho em parte de sua frustração, mas tenho que confessar: morro de preguiça de comprar bloco de carta, cartão, envelope, escrever à mão e depois ter que ir ao Correio enviar a correspondência.
Por outro lado, guardo com carinho cartas e cartões que recebi há décadas como a única carta que recebi de meu pai (falecido em 1961). Durante muitos anos ela era a prova inequívoca de que eu tinha tido um pai que parecia me amar.
Hoje, realmente estou um poço de contradições.


3 comentários:

Dete disse...

Que lindo isso sobre o seu pai. Tambem tenho umas cartas mto especiais, como umas cumprimentando pelo nascimento da minha 1a filha. Bjs.

Jane disse...

Esse seu post aumentou a saudade que estou sentindo das três. Já me acostumei tanto com vcs nesta época que está sendo mto doído não tê-las ao meu lado. Lembro-me de todos os momentos maravilhosos que passamos no final do ano passado e no início deste. Vamos tentar curtir ao máximo este ano! A saudade doi, mas mostra que o sentimento que nos une nos faz felizes. Este Natal e festas de final de ano serão tb maravilhosos e vcs estarão cercadas de pessoas queridas. Bjs.

Martha disse...

Imagine como está sendo para mim...
Mas é isso: saber-se querida mesmo a distância é um consolo. Fico feliz de sermos merecedoras de tanto carinho e amor. Particularmente, não sei se sou digna de todo esse sentimento.
Feliz Natal para todos!