terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Força estranha

Estou me sentindo como uma personagem de um filme que nunca vi embora sempre tenha sido fascinada por seu enredo. Chama-se  "O anjo exterminador" do cineasta espanhol Luís Buñuel e pelo que sei a história se passa numa casa da qual os convidados não conseguem ir embora devido a uma força inexplicável.
Pois eu vim passar o Natal em Cáceres com planos de retornar na segunda-feira de manhã e ainda estou por aqui. Como já contei tive um problema no carro no domingo à noite, fui em busca de socorro ontem e o mecânico - um velho conhecido - me disse com bastante tranquilidade que a peça chegaria hoje de Cuiabá. Parecia um conserto simples.
Hoje de manhã ele me ligou dizendo que o dono da autopeças não tinha encontrado a peça e sugeriu que eu ligasse para o meu mecânico em Cuiabá pedindo para ele tentar achar a peça. Diante de tanta incerteza, eu preferi acionar meu seguro (BB) e tentar rebocar o carro para Cuiabá, pois achei que teria menos custos e ainda por cima me livraria da preocupação de ir dirigindo um carro sem tranquilidade.
A noite mal dormida por causa de muita chuva, trovões e relâmpagos foi o empurrão definitivo. Feito isso, relaxei - em termos. Como tenho dois compromissos agendados para hoje com amigos (mesmo que a peça chegasse hoje como esperado inicialmente, eu já estava decidida a viajar amanhã de manhã) e não tenho carona mesmo para hoje, devo viajar amanhã para Cuiabá - de ônibus ou de carona caso surja alguma.
O reboque vai deixar meu carro na oficina em Cuiabá e não sei quando o terei de novo.
Eu devia não ter vindo de carro, eu devia ter acionado o reboque logo, eu devia, eu devia ... Não adianta reclamar e ficar imaginando o que podia ou não podia ter feito para evitar esse transtorno. O jeito é tentar relaxar e tentar entender que "força estranha" não me deixa ir embora de Cáceres - uma cidade que bem poderia ser cenário de um filme surrealista como o de Buñuel.

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