segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Festas de fim de ano

Acabei de receber um belo cartão de Natal de uma sobrinha com quem tenho pouco contato. É engraçado isso: minha família é muito grande, juntando irmãos, sobrinhos, sobrinhos netos e os bisnetos que estão chegando, além dos agregados (maridos e mulheres, que entram e saem da família; alguns ficam e se integram realmente a ela).
Tem também os primos por parte de pai, com os quais quase não mantenho contato, e por parte de mãe, com os quais mantenho algum contato porque a maioria mora em Cáceres. É gente que não acaba mais. Na minha última ida ao Rio de Janeiro, revi um bocado de gente, mas ainda faltou um monte que mora na cidade ou no estado.
Gosto muito dessa minha família, protetora, compreensiva e muito solidária. Seria fantástico que no Natal todos pudéssemos nos reencontrar, mas isso não acontece há anos. Acho que nunca aconteceu. Mesmo quando minha mãe era viva, era praticamente impossível reunir todo mundo. Alguns dos meus irmãos moravam em Corumbá e tinham cinco, seis filhos.
Depois que mamãe morreu (em outubro de 1986) cada um assumiu seu pequeno clã e os grandes encontros ficaram bem mais raros. Alguns "pequenos grandes encontros" acontecem em ocasiões festivas, como casamentos, mas sempre falta uma "perna". Tem gente que mora longe demais (no exterior), tem gente que está trabalhando, tem gente que está dura mais para viajar e tem gente que tem outras prioridades mesmo.
Este ano, por exemplo, não vou poder me reunir com essa família inicial, por vários motivos que não vem ao caso. Ainda não sei exatamente onde será o meu Natal. Provavelmente será em Cáceres com meu cunhado e sua mulher, que são tios (das minhas filhas) e amigos maravilhosos. Eu disse às minhas filhas: "O importante é nós três estarmos juntas, com saúde e em harmonia".
Quanto à virada do Ano, isso ainda é uma incógnita. Neste preciso momento estou mais preocupada em resolver o problema da minha máquina de lavar (cuja tampa quebrou) e dar sequência ao meu trabalho como frila. Com certeza, será um final de ano diferente.

PS. Enquanto escrevia este post (várias vezes interrompido por minha diarista), tive um insight revelador: entendi por que o Natal é uma festa tão delicada para mim. Meu pai morreu quando eu tinha cinco anos, no dia 5 de dezembro. Claro que não me lembro muito desse Natal, mas deve ter sido muito triste.
Até eu ficar mais adulta, eu me lembro de achar o Natal uma festa triste. Eu sempre pensava nas crianças pobres que não tinham o que eu tinha (casa, comida, presentes) e chorava muito.
Mais tarde, desencanei e entrei numa que o Natal era apenas uma festa comercial, feita para estimular o comércio e uma oportunidade para estarmos com as pessoas que amávamos. Comecei a curtir a data como uma festa qualquer.
Mais tarde ainda voltei a sentir o Natal como uma ocasião de repensarmos nossos valores, nos (re)aproximarmos das pessoas que amamos mas das quais estamos afastados, etc, e fui aos poucos me desligando cada vez mais dessa coisa comercial. Detesto ir às lojas na época natalina e, se dependesse de mim. o Natal seria um fiasco para os comerciantes.
Acredito que ainda vou descobrir um outro significado para o Natal.

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