O título tem a ver com três episódios diferentes e aparentemente desconectados. Em comum têm o sofrimento, a dor e a miséria, seja ela física ou menos tangível.
Acabei de ler num site de Cáceres, que ando frequentando mais para acompanhar a conturbada política local, uma notícia sobre a morte de duas crianças, de um e dois anos, num poço no fundo da casa com cerca de um metro de profundidade. Segundo a notícia, as crianças, que têm outros três irmãos, ficavam a maior parte do tempo sozinhas, já que os pais seriam usuários de drogas (de acordo com vizinhos). O Conselho Tutelar está investigando o caso e pensa em tirar os outros filhos do casal, mas a história já vinha sendo acompanhada há tempos. Por que não se fez alguma coisa antes? Será que as crianças que estão vivas terão realmente um acompanhamento melhor agora? Quantas outras crianças nessa situação existem por aí e cujas vidas trágicas só vêm a público quando uma tragédia maior acontece?
Finalmente, o que fazemos para evitar essas "pequenas" tragédias?
O segundo episódio, bem mais público, diz respeito às crianças que sobrevivem (em que condições?) e morrem lentamente em meio à guerra em Gaza, sem nos esquecermos de outras tantas que já morreram. Fico atônita com a cara-de-pau das autoridades israelenses que justificam todos esses atos em nome de uma guerra maluca que não tenho pretensão de entender ou explicar.
O terceiro e último episódio parece pequeno diante dos demais, mas me chamou atenção. Ontem, à tarde, na fila da farmácia da Unimed, conheci um cara que ia comprar remédio controlado e puxou conversa comigo. Ele estava extremamente ansioso (mal conseguia esperar o andamento da fila) e contou que tinha emagrecido 18 kg em 15 dias. A razão? Ele disse que brigou com a mulher e ela foi embora. Fiquei com vontade de conversar com ele, saber mais, mas ao mesmo tempo fiquei receosa porque achei que ele tinha cara de louco. Fiquei pensando em sua vida, nessa mulher, nos eventuais filhos e fiquei triste por mais uma família que provavelmente desmorou.
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