Que Flora que nada! Enquanto esperava por uma visita (demorada, mas desejada) na noite de domingo, fiquei assistindo a um filme na TV (no canal que só passa filmes brasileiros), cujo nome não descobri na hora. Ele me atraiu e me intrigou pela estética dos anos 60/70, pelos atores (o belo Geraldo Del Rey, de quem tinha me esquecido completamente) e pela história.
A protagonista, uma moça de nome Virgínia, deixava no chinelo a personagem Flora (a fascinante vilã de A Favorita), em termos de cinismo, maquiavelismo e absoluta falta de moral ou pudor. Ela vivia com um tio rico, não estudava, não trabalhava e aprontava todas. Transava com todo mundo, se drogava e ainda manipulou o advogado do tio para matá-lo de modo que ficassem com a grana do velho. E tudo isso com a carinha mais santa do mundo.
Não tive tempo de acabar de ver o filme e hoje, movida pela curiosidade, consegui descobrir que ele se chama "Anjos e domônios", foi lançado em 1970 e dirigido pelo cineasta argentino Carlos Hugo Christensen. A demoninha da história foi interpretada pela atriz Eva Christian (?) e o advogado bobão por Geraldo Del Rey, ator baiano que protagonizou alguns dos maiores sucessos do cinema nacional (como "O pagador de promessas" e "Deus e o diabo na terra do sol") e morreu em 1993.
Adorei relembrar tudo isso e me deu a maior vontade de rever esses filmes brasileiros antigos. A única coisa ruim é que o som é uma droga.
A propósito, no sábado à tarde, no canal MGM revi "A festa de Babette", outro filme maravilhoso, que fez muito sucesso entre os aficcionados do cinema europeu quando eu ainda morava no Rio nos idos dos anos 80. Tudo acontece numa aldeia na Dinamarca, onde a misteriosa Babette vai buscar refúgio. Ela acaba oferecendo às duas irmãs que a acolheram e outros idosos um verdadeiro "jantar francês", onde a arte da culinária acaba despertando o melhor em cada um dos convivas daquele banquete de dar água na boca. Vale a pena conferir. Um clássico!
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