domingo, 4 de janeiro de 2009

Família


Sempre digo que tenho muito a agradecer, só não sei a quem. Agradeço por ter saúde (afinal, ficar mais de quatro horas dançando sem parar é um sinal inequívoco de saúde, ou não?), por ter teto, comida e, principalmente, uma família maravilhosa, meio louca como toda família, porém unida e super protetora.

Acabei de passar a virada de ano com parte dessa família em Campo Grande (MS). Aquela coisa gostosa de almoçar junto, comer, beber ... É bem verdade que em alguns momentos me sinto meio deslocada porque decididamente não sou uma pessoa de grupo, de falar muito e acabo me sentindo meio sem graça, como se não tivesse muito a dizer, embora sinta que tenha. São traumas do passado que vêm à tona, da época em que eu me sentia a mais feinha, a mais tímida, a cdf, e que não tinha nem a beleza, nem o charme, nem era tão divertida quanto minhas sobrinhas da minha idade.

Hoje, nos encontramos na faixa dos 50 e somos ainda mulheres bonitas e interessantes, cada uma no seu estilo.

Na verdade, o que eu gostaria de perguntar a cada uma delas - às sobrinhas e irmãs, e também aos homens dessa família com evidente supremacia feminina - é se estão felizes, realizadas, o que está faltando, se têm projetos, medo da morte, se acreditam realmente que existe vida pós morte. São respostas que não tenho, mas adoraria trocar ideias/informações/sentimentos sobre tudo isso, sobre aquela velha história de "pra aonde vamos?"

Será que é loucura minha ou todos sentem a mesma angústia? Vejo minha irmã mais velha, de 86 anos. Ela é maravilhosa, tão serena, lúcida. Gostaria demais de conversar sobre isso com ela, mas tenho medo de parecer indelicada. Afinal, em momentos de festa, não devemos falar de morte, nem das angústias da vida. A palavra de ordem é celebrar!

Adoraria poder mandar uma mensagem para cada uma das pessoas com quem convivi esta semana falando do meu imenso carinho por ela. Gostaria de tê-las abraçado mais um pouquinho (minha família não é muito de toque) e talvez pudesse ter expressado um pouco mais do amor que guardo dentro de mim, junto com meus sentimentos e temores.

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