sexta-feira, 4 de abril de 2008

Caminhos (tortuosos) da criação

Hoje aconteceu uma coisa estranha. Um amigo meu, o jornalista Luís Eduardo Bona, de Porto Alegre, me pediu para escrever uma "crônica rural" para o seu site Página Rural. Ele fez contato comigo via msn depois de entrar neste blog. Como aceitei seu convite, fiquei pensando sobre o que iria abordar nessa crônica rural, mas de repente, pela manhã, me veio a imagem de meu irmão Zezinho e acabei escrevendo sobre ele.
Esse fato me perturbou um pouco. Achei estranha a forma como a lembrança do meu irmão se insinuou na minha mente. Fiquei realmente triste pelo fato de não ter mais a sua presença e por ter desfrutado tão pouco de sua convivência. Temos algumas coisas em comum, porém ele tinha o espírito bem mais livre e talvez mais anárquico que o meu. Isso não significa que sua vida foi fácil. Pelo contrário, enfrentou muitas amarras e teve que decepcionar pessoas, frustrar expectativas para seguir o caminho que escolheu. Era uma pessoa carismática e muito, muito simpática.
Nem sei por que estou tão fascinada pela história desse irmão. De repente, me deu uma saudade imensa de homens que passaram pela minha vida e fizeram às vezes o papel de pai (meus cunhados), embora eu sempre tivesse que compartilha-los com seus verdadeiros filhos. Eu era a irmã, a cunhada. Não tenho visto muito homens com essa fibra ultimamente. Parece que, aos poucos, as mulheres estão tendo que assumir cada vez mais o papel de pai e mãe e isso acaba sendo bem pesado.

Um comentário:

Jael disse...

Martha, Marthinha dos tempos da ECO. Uma moça curiosa, culta, íntegra, totalmente do bem. É uma delícia ler o que você escreve. Indeed. Acho que já naquela época você já gostava de cantar, ou será que estou viajando?
Adorei ver meu texto no seu blog. Enquanto você ouve João Bosco, eu me alegro por esse reencontro. Bjs