quarta-feira, 23 de abril de 2008

Amizade

Para variar estou cheia de idéias para escrever, mas não disponho de "tempo" (mais interno do que externo) para fazê-lo. Procuro organizar na minha mente os assuntos que surgiram ao longo do dia e decidir qual devo focar aqui e agora. Pronto, decidi. Há dois dias conversei longamente no telefone com um amigo, uma pessoa maravilhosa de quem me orgulho muito de ser amiga.
Entre outras coisas, ele me contou que está escrevendo "crônicas" num caderno por sugestão de seu terapeuta. Contou ainda que resistiu um tempo à idéia até decidir colocá-la em prática e me leu umas três ou quatro crônicas de sua autoria, uma delas - que me emocionou muito - sobre a amizade. "Amigo", disse-me ele, "não é quem liga no dia do aniversário ou no Natal, mas aquele que te liga depois de anos e você consegue conversar com ele como se estivessem ficado juntos até tarde no dia anterior".
É isso. Tenho alguns amigos assim. Sou capaz de ficar anos sem vê-los, mas quando a gente se encontra a velha intimidade volta, como se as emoções e tudo que a gente viveu junto tivesse criado uma base sólida. Mesmo que as paredes estejam meio derrubadas ou descoloridas pelo tempo, há uma base comum nessa casa onde convivemos por algum tempo. É isso que ocorre também com algumas pessoas da nossa família. Temos lembranças em comum, às vezes até traumas em comum, que ficam ali adormecidos à espera de que alguém resolva sair da mesmice e decida falar sobre o que realmente interessa.

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