segunda-feira, 7 de abril de 2008

Bom senso

No ano passado eu era viciada no site Nominimo, que tinha vários ex-colegas meus na lista de articulistas, gente com quem trabalhei na revista Veja ou no Jornal do Brasil, nos meus heróicos tempos de jornalismo no Rio de Janeiro: Flávio Pinheiro, Marcos Sá Correa, Mário Sérgio Conti, Xico Vargas, Fábio Rodrigues, etc. Mas descobri também alguns jornalistas dos quais me tornei fã, como Carla Rodrigues e Guilherme Fiuza, cujos artigos lia sempre. Fiúza é autor do livro "Meu nome não é Johnny", que serviu de base ao filme homônimo.
Pois bem, hoje recebi um email informando que ele é o mais novo blogueiro da revista Época, confirmando uma tendência forte entre os jornalistas contemporâneos: o de ter o seu próprio espaço atrelado a uma publicação de renome. Fiquei contente com a notícia e surpresa com o assunto escolhido por ele para tratar no blog de hoje: a morte de seu filho que caiu do 8º andar do prédio onde morava, uma história semelhante à da menina Isabella.
Fiuza conta que até prova em contrário ele e sua mulher permaneceram como suspeitos da morte acidental do filho e faz um apelo ao bom senso no caso dos pais de Isabella.
Realmente tudo conspira contra eles, mas a história do jornalismo está cheia de casos de pessoas acusadas injustamente por crimes e linchadas moralmente pela opinião pública, graças em parte a delegados despreparados e loucos para aparecer. O caso mais emblemático é o da Escola Base, que serve de exemplo para estudantes de jornalismo. Mas parece que as pessoas não aprendem.
Como fã da série de TV norte-americana "CSI", descobri que na maioria dos casos os culpados nem sempre são os mais óbvios e cabe à política técnica encontrar provas irrefutáveis para punir os verdadeiros responsáveis pelo crime.
No caso da Isabella, embora desconfie do pai e da madrasta, sempre penso na dor deles multiplicada diante da acusação de assassinato, caso eles não sejam culpados.
Por isso achei tão legal o relato de Guilherme Fiúza: ele traz um pouco de razão, a custa de sua própria dor, para esse caso que está sendo tão explorado pela mídia. Enquanto isso, dezenas de Isabellas morrem diariamente de dengue no Rio. Seriam esses casos menos tristes?

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