terça-feira, 22 de abril de 2008

Acidente na Chapada dos Guimarães

Ontem ocorreu um acidente lamentável na cachoeira Véu de Noiva, no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães. Um grupo de 19 pessoas da Assembléia de Deus foi atingido pelo deslizamento de parte do paredão do Véu de Noiva, certamente o ponto turístico mais visitado da Chapada. Uma pessoa, com traumatismo craniano, continua internada em estado grave até o momento.
O que comentar sobre um acidente, que o dicionário Aurélio define como "acontecimento casual, fortuito, imprevisto"? O secretário de Estado de Turismo anunciou que vai pedir ao Ibama, responsável pela administração do parque, o fechamento de pontos turísticos como o Véu da Noiva. Disse que vai estudar medidas de segurança e considera a possibilidade de fiscalizar o tráfego de caminhões na rodovia que liga Cuiabá a Chapada. Tudo faz sentido se realmente for para valer e não apenas bravatas de um político preocupado em aparecer e mostrar serviço.
Adoro levar minhas visitas ao Complexo Turístico do Véu de Noiva, que engloba 10 cachoeiras (se não me falha a memória). O passeio a pé é maravilhoso, mas sempre me pergunto o que pode acontecer se ocorrer algum acidente (tombo, afogamento), já que não há qualquer tipo de segurança. O ideal seria que o Complexo tivesse um sistema semelhante ao de Bonito (MS), onde só são autorizados passeios com guia e dentro de um projeto de manejo onde se visa evitar danos ao meio ambiente. Infelizmente esse sistema impede que pessoas de menor poder aquisitivo tenham acesso a pontos turísticos, criando um turismo bem elitizado como ocorre em Bonito.
De qualquer maneira, o tipo de turismo que acontece hoje em Chapada também não é legal: sem segurança, proteção ao meio ambiente. Enfim, seria o momento das pessoas que vivem do turismo na região (empresários, guias, autoridades) se manifestarem com a preocupação não apenas de defender seu bolso de uma forma imediatista e sim com a conservação de um dos poucos produtos turísticos mais ou menos estruturados de Mato Grosso, estado que tem a pretensão de viver do turismo, mas investe muito pouco na estruturação dos serviços e produtos oferecidos aos visitantes.
Aproveito para lamentar também a maneira como o governo de Mato Grosso trata a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural. O turismo parece não ter a menor importância para a atual administração que utiliza a Sedtur apenas como uma carta (de menor valor, diga-se de passagem) no jogo político de distribuição de cargos e convivência entre partidos.

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