segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Um filme singular

Uma coisa leva a outra. Há alguns dias foram divulgados os nomes dos indicados ao Oscar 2011 e me chamou atenção o nome do ator britânico Colin Firth, indicado pelo filme "O discurso do rei", que, aliás, parece interessantíssimo.
Firth é daqueles atores soberbos que transformam qualquer papel numa preciosidade, porém não é uma estrela do tipo que arrasta multidões ao cinema. Pesquisei sobre sua filmografia e descobri algumas pérolas, entre eles, o filme "A single man", de 2009, que no Brasil ganhou um título ridículo, "Direito de amar", que parece nome de novela mexicana.
Esse filme me tinha sido recomendado por Mônica, uma amiga de Cuiabá com quem compartilho filmes e livros, e ontem - graças ao incrível milagre do autoconserto do meu DVD - resolvi vê-lo.
Para minha surpresa, o filme marca a estreia na direção do estilista texano Tom Ford, que escreveu também o roteiro. O filme é lindo, daqueles que impressionam pela história, pelas imagens, pelos atores e deixam a vontade de ver de novo.
A história, baseada no romance homônimo de Christopher Isherwood, fala de amor, da falta de sentido na vida após a perda do companheiro.
É interessante ver os comentários de dois personagens mais jovens que cruzam o caminho do professor interpretado por Firth. Para eles, George Falconer não deveria ter problemas: tem um emprego estável, uma casa maravilhosa num lugar privilegiado de Los Angeles. Mas eles - principalmente o aluno - percebem a imensa tristeza de George, provocada pela morte trágica do companheiro de muitos anos e que ele tenta disfarçar na América dos anos 60.
O final é surpreendente.
Vale a pena conferir a estreia de Ford no cinema, a atuação de Firth e de Julianne Moore, sua amiga e vizinha - e uma história de amor singular, de um homem singular.
A propósito, o adjetivo "single" em inglês tem vários sentidos: solitário, isolado, singular, único, solteiro, simples, sincero, genuíno.
Qualquer um deles se aplica ao filme.  

Um comentário:

Dete disse...

Martha,
Também gostei muito desse filme que você comentou. Outro muito interessante, com a mesma temática de homossexualismo, é As Crianças Estão bem, que acabou de passar aqui e talvez já esteja para estrear no Brasil. O filme mostra um casal de lésbicas (Annette Bening e Julianne Moore) enfrentando o problema dos filhos adolescentes que querem conhecer o pai que foi o doador do esperma. Muito bem feito, engraçado e sério ao mesmo tempo.