sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Somos todos bipolares?

De uns anos para cá, vez em quando ouço dizer: "Fulano é bipolar".
Pois bem, cheguei à conclusão que também sou bipolar, embora não tenha um diagnóstico de um profissional.
Será que não somos todos bipolares?
Não quero aqui discutir profundamente o que caracteriza a bipolaridade e até onde ela pode levar alguém, apenas fiquei pensando: há momentos em que me sinto tão animada, tão capaz de vencer qualquer obstáculo em minha trajetória de vida. Fico quase eufórica, sem que isso para isso tenha que beber ou tomar qualquer tipo de droga, ilícita ou não. Olho para trás e me orgulho da minha história, acertos e equívocos que fizeram de mim o que sou.
Em outros, sem mais nem menos, eu me sinto tão desesperançosa, olho em minha volta e só vejo corrupção, falta de ética, de compromisso, de verdade. Olho para trás e fico com vergonha de algumas atitudes (humanas) que tive, e penso que o mundo não seria melhor nem pior sem a minha presença.
Esses pensamentos contraditórios não fazem com que eu tome atitudes extremadas contra mim, nem contra outras pessoas, mas é claro que me colocam em risco de me envolver em conflitos, acidentes ou mesmo de ficar doente.
Por isso, mesmo sem diagnóstico ou ajuda profissional, vou procurando me equilibrar e me manter equilibrada. Às vezes, como nestes últimos dias, eu me sinto estranhamente feliz e, por incrível que pareça, eu me sinto culpada. Como a gente é complicada, né?

Um comentário:

Zanza disse...

Pois é. Já no meu caso, eu tenho diagnóstico médico. E o pior é quando a família não compreende. No início recusava-me a aceitar que isto era uma doença, e ainda é difícil para mim acreditar nisso. A pior coisa é quando somos enganados e levam-nos a internações sem o nosso conhecimento. Preferimos que sejam sinceros conosco e falem a verdade, com uma conversa franca, perguntando como estamos nos sentindo, o que precisamos fazer para melhorar, etc. mas muitas pessoas não tem paciência com um bipolar e as internações muitas vezes são desnecessárias bastando apenas um diálogo e compreensão. Sabendo conversar o bipolar ouve. Não precisa ser radical. Tantos anos passando por várias internações cheguei ao ponto que eu mesma sabia identificar quando a crise estava perto de acontecer e eu mesma procurava ajuda médica. Ainda tenho as minhas dúvidas se realmente é somente uma doença ou se também não existe uma força espiritual por trás disso. O mal existe e é preciso ter muita fé para afastá-lo. Rosa Lordão