quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Duas histórias

Dou uma rápida lida nas notícias do dia e uma delas me chama atenção: é a história de um rapaz de quase 16 anos de Cuiabá, preso após um assalto a um casal no bairro Bosque da Saúde. Ele começou a roubar aos 9 anos, já teve várias passagens pela polícia e diz ser viciado em crack. Achei a história tão triste.
É claro que me coloco no lugar do casal que estava tranquilamente entregando convites, segundo o repórter Dhiego Maia do Diário de Cuiabá, e deve ter ficado muito assustado quando foi assaltado por esse garoto.
É complicado ... Penso muito nesses garotos perdidos (que me assustam também na rua) e no círculo vicioso que se forma.
Drogas, violência policial ( a polícia bate e de que isso adianta?), Pomeri (o lugar onde ele vai de novo cumprir medida socioeducativa e que chama de "creche do crime"), autoridades que volta e meia visitam esses lugares e se dizem horrorizadas (acho que, no fundo, elas só querem justificar seus salários e aplacar a consciência),  a sociedade que continua fabricando novos Pixotes e se sensibilizando quando a história deles é levada ao cinema (vale lembrar que o verdadeiro Pixote, o rapaz que viveu o personagem na vida real e no cinema, morreu em confronto com a polícia). Aonde tudo isso nos leva?
Ontem, conversei mais um pouco com um guardador de carros, cujo nome nem sei, mas que é muito gente boa. Ele me contou que largou o "emprego" numa famosa loja de móveis. Trabalhava como um condenado carregando e descarregando caminhões de mercadoria e o patrão era "ruim" de pagar.
"Sou negro, mas não sou escravo", disse o rapaz, que já me provou ser fonte de ótimas histórias.
Duas histórias diferentes, dois destinos diferentes? Só o tempo dirá.

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