quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Modismos de verão

Hoje vou continuar falando das tragédias que se abatem religiosamente sobre várias cidades brasileiras no verão.
O verão dos modismos, das musas, da alegria está se tornando cada vez mais o verão das tragédias anunciadas.
É muito triste ver as pessoas perdendo móveis e eletrodomésticos, o sono, o aconchego de um lar. É mais triste ainda ver as pessoas perdendo casas, sonhos de uma vida inteira, a vida.
Na hora do almoço pensei com preocupação numa irmã que tem uma casa bonita há décadas numa cidade do interior do Rio de Janeiro, na encosta de um morro. Há pouco ela me ligou para me cumprimentar pelo aniversário de minha filha e me tranquilizou, dizendo que lá tudo está bem, sem chuvas fortes e ameaças de desabamento.
Pensei em gente que conheço que tem casa em Teresópolis, na região serrana, e me lembrei dos inúmeros fins de semana, feriados e férias passados nessas cidades.
Ontem um especialista entrevistado pela Rede Globo disse que seria mais barato para o governo prevenir do que corrigir as tragédias provocadas pelas chuvas, porém a ação preventiva não dá muito ibope e sempre tem um custo social e político, pois exige remoções, etc.
Até quando vamos trocar os modismos, musas e a leveza do verão pelo noticiário sobre enxurradas, mortes, crateras se abrindo nas ruas, herois e vítimas anônimos?

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