quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Meninos, eu vi!


O show de Monarco no Chorinho foi simplesmente lindo! Não tirei foto com ele (realmente não tenho alma de tiete), mas tirei fotos dele e dos músicos.
Ele é muito simpático e estava vestido à maneira tradicional da Velha Guarda da Portela: camisa de mangas compridas azul clara, calça, sapatos e chapéu brancos. 
O Chorinho estava lotado e o público reverenciou o mestre, não se furtando a acompanhá-lo em coro na maior parte dos sambas. O gostoso (ah! como gostaria de poder assistir novamente ...) foi que ele ia intermediando os sambas com historinhas sobre parceiros e companheiros de estrada, como a conversa com Cartola sobre um dos maiores sucessos do compositor da Mangueira.
"Você devia estar com a maior dor de cotovelo quando fez essa música", disse Monarco. Cartola respondeu que tinha feito para uma filha adotiva que tinha decidido sair de casa. E aí surge um novo cenário para a belíssima "O mundo é um moinho".
Monarco desfilou clássicos de Silas de Oliveira, considerado por muitos o maior compositor de samba-enredo da história. Relembrou o jovem Paulinho da Viola, cantou sambas que fez para sua mulher, lamentou a injustiça feita com Geraldo Pereira (autor de "Sem compromisso" e "Falsa baiana") que não mereceu nem o nome de uma viela em alguma comunidade carioca, e ainda cantou um mega sucesso da escola União da Ilha.
Acompanhado de dois músicos que também vieram do Rio (Paulão 7 cordas, seu produtor musical, e Alessandro no cavaquinho) e dois músicos cuiabanos na percussão (entre eles, o elegantíssimo Madalena no pandeiro), Monarco mostrou por que o samba de qualidade "agoniza, mas não morre". Ele tem o poder de evocar sentimentos, de resgatar nossa humanidade, de unir pessoas.
A noite ainda teve apresentação do estupendo violonista Joelson Conceição (cria do Chorinho, como ele mesmo reconheceu) e do grupo Orquestra de Buteco.
A casa botou roupa de festa para receber seus convidados ilustres e, no final, Marinho (violão 7 cordas) e Fátima, donos e administradores do bar, eram só sorrisos. Aliás, nunca tinha visto Marinho tão feliz.
Pena que foi uma noite só e que mais gente de Cuiabá não tenha tido a oportunidade de ouvir e conhecer Monarco da Portela. O homem tem 77 anos, mas tem uma expressão jovial e feliz. Tomara que volte outras vezes.

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