terça-feira, 16 de novembro de 2010

Éramos seis

Hoje eu me senti como um personagem de um conto que vai ao encontro de amigos que não vê há mais de 30 anos. A gente fica feliz quando ouve aquelas palavrinhas mágicas: "Você não mudou nada!"  E sorve essas palavras com prazer na ilusão de serem verdadeiras. Não são. Ou são? Talvez a gente conserve alguma coisa do passado. 
Éramos seis no encontro de ex-alunos da ECO-UFRJ. Dois que eram esperados não foram. Um porque pegou uma virose, outra porque estava resfriada e quebrou um dente. Em compensação, foi um que não era esperado.
Conversamos atabalhoadamente sobre família, filhos, trabalho e um pouquinho sobre o passado.  Eu  fui uma das pessoas que menos falou, acredito. Sempre fico meio tímida quando estou com mais de duas pessoas. De repente, parece que não tenho muito o que contar. Não fiquei rica, não tenho uma empresa (até tenho, mas não sei muito o que fazer com ela) e tampouco um emprego. Não sou assim engraçada. Sei que fui eu  que consegui de alguma forma reunir aquelas pessoas ali, então eu tenho um poder de agregar, de reunir as pessoas. Todas foram extremamente carinhosas comigo. Mas, por alguns momentos, eu me senti tão perdida, tão frágil. 
Realmente eu não mudei nada ... Apenas estou 30 anos mais velha, me apaixonei, me mudei para Mato Grosso, botei duas filhas no mundo, virei professora, me decepcionei com o homem que amei, trabalhei sete anos numa revista de agronegócio, perdi meu emprego e adoro cantar. Porém preciso arrumar um jeito de cntinuar ganhando dinheiro e adoraria encontrar um novo amor.

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