Vocês não fazem idéia (alguns talvez façam) do calor de Cuiabá! Chega a ser monótono. Você encontra com as pessoas e o papo sempre rola mais ou menos assim: "Quente, né?". "Pô, quente pra burro. E como está seco!" Enfim acho que papos sobre o tempo deviam ser abolidos.
Uma vez li uma crônica muito engraçada do Luís Fernando Veríssimo em que ele descrevia um papo sobre o tempo no elevador e o verdadeiro papo que estava por trás daquela conversa - sobre sexo.
Ah, como é bom ser escritor! Ou melhor, como deve ser bom! Poder deixar a imaginação fluir, pensar no inusitado, criar uma situação totalmente nova e inesperada. Hoje, quando subi o elevador, me lembrei subitamente de Charles Dickens. Que força criativa, que disposição para escrever tantos romances numa época em que não tinha computador, nem luz elétrica!
Eu me lembro também de um filme que vi sobre o Marquês de Sade em que ele usava seu próprio sangue e fezes (argh...) para escrever nas paredes de sua prisão.
O pensamento do Dickens veio logo depois de um outro pensamento. Se eu não trabalhasse mais como jornalista, o que gostaria de fazer? Talvez trabalhar numa ONG daquelas que lidam com crianças, artes ou qualquer tipo de trabalho social. Eu poderia dar aulas ou até atuar com alguma coisa relativa à redação.
É claro que adoraria trabalhar só com música, mas essa opção não vale. É fantasiosa demais! Imagine se eu cantasse em vários corais, trabalhasse só com músicos e ainda ganhasse para isso!
Gosto de lidar com gente. Não tenho vontade de ter um ofício solitário que me obrigue a ficar sozinha em casa o dia inteiro. Mas até que a idéia de poder trabalhar meio período em casa não seria tão ruim ... Não em Cuiabá!
Uma coisa é certa: é hora de mudar!
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