quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Dia dos Pais

Não pensem que vou entoar loas ao Dia dos Pais. Com todo o respeito aos pais, principalmente aos que exercem com dignidade esse papel, quero aproveitar este espaço para reclamar do excesso de exploração dessas datas pelo comércio.
Você liga a TV é só comercial a respeito do Dia dos Pais, sempre apelando para o sentimentalismo e para uma relação idílica entre pais e filhos. Com o Dia das Mães e dos Namorados não é diferente.
Não ganhei presente do Dia das Mães este ano e juro que não fiquei triste porque passei a data como queria, com minhas filhas. Se elas ainda não trabalham para ter seu próprio dinheiro e se a mãe estava sem dinheiro, como iriam comprar um presente?
Mas isso não importa. Difícil - e aí que chego no ponto - é lidar com essa pressão comercial quando você não tem pai. Sofri muito quando era pequena com essa ausência. Era presentinho, apresentação na escola, situações variadas que demonstravam a insensibilidade de professores e nas quais eu me ressentia de não ter um pai vivo. Mal sabia que muitas pessoas têm e não têm. Não sei o que é pior.
Hoje não sofro mais com isso, mas sofro por minhas filhas que estão distantes do pai (por razões alheias à nossa vontade), pelo namoradinho da minha filha que perdeu o pai de uma forma trágica este ano e por todas as crianças que, como eu, vivem a angústia de não ter a quem dar seus presentes, abraços e beijos.
Se eu pudesse dizer alguma coisa a qualquer uma delas, diria: ame seu pai, procure "estar" com ele nesse dia e em todos os outros, mesmo que ele esteja ausente ou distante. Se não for possível, encontre um pai substituto (sei que não é fácil; eu bem que tentei e até achei que tinha por um período). Se precisar chore um pouquinho, mas não deixe que esse sentimento derrube você.

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