sábado, 3 de maio de 2008

Ser popular

Sempre sonhei ser uma pessoa popular. Sempre quis ter uma turma, mas sempre fui tímida demais. Nos primeiros anos de escola tive amigas, muitas amigas, mas não chegava a ter uma turma propriamente. Nos tempos do Colegial no Colégio Santo Inácio, tive grupos de amigos com que saía, viajava, ia a shows, festas, porém não me sentia especialmente popular. Eu achava que popular era aquela garota irreverente, super transada, que atraía as atenções dos garotos. Eu até atraía, mas só vim a saber disso depois, muito depois.
Na faculdade também tínhamos uma turma boa, mas ainda assim eu não me sentia popular. Sabe aquele tipo de pessoa que se destaca no grupo, na festa, que atrai todas as atenções, organiza as saídas da turma? Eu me senti próxima disso no breve período de tempo em que freqüentei um grupo de análise transacional no Rio e depois um grupo de biodança. A gente saía, ia a festas maravilhosas, dançava muito e namorava.
Depois disso veio a fase cacerense, de mulher casada e, aos poucos, fui me autocensurando e aprendendo que não devia me destacar. Como uma criança com um pai severo que é capaz de fazê-la calar com um simples olhar. Já vão fazer oito anos que me separei e estou "livre" para ser o que quiser, para buscar e encontrar a minha turma, mas aí parece que perdi a espontaneidade, perdi o passo; tem horas que parece que envelheci. Mesmo quando estou em família, às vezes me acho tão desinteressante. Acho que nunca conseguirei ser popular. Acho que isso tem a ver com a minha dificuldade de compartilhar.

2 comentários:

Jane disse...

Os meus comentários sobre os seus textos têm sido pelo telefone, mas hj senti vontade de dizer aqui q eu, cujo único(?) vício era o guaraná em pó, agora estou viciada tb no seu blog. Estou certa de q há outros viciados nessa deliciosa leitura quase diária. Isso não significa ser popular? Eu sempre soube q seja qual for o canal q use, vc sempre acontece e aparece. Saudades!!!

Nani disse...

Martha, não concordo com o final do seu artigo: "dificuldade em compartilhar". Afinal, é jornalista. Quer maior exemplo que as vivências que descreve, seja na revista, no seu livro e até mesmo neste blog? Em matérias, você coloca o leitor na cena em que viveu. Com certeza, compartilha as sensações que teve com quem lê. Tive que opinar... Parabéns pelo blog.. Já estou pensando em ter o meu... bjos

Dejane