terça-feira, 27 de maio de 2008

Civilizados?

Há muitos anos, quando ainda era adolescente, ouvi uma pessoa muito próxima da minha família dizer com orgulho que tinha dado um tapa na cara de um moça num incidente de trânsito. Esse relato encheu-me de horror e indignação diante da covardia desse homem. De vez em quando eu me lembro do epísódio e ele me ajuda a me controlar quando tenho vontade de xingar algum motorista atrevido, daqueles que não respeitam sinal, nem pedestre.
Talvez isso tenha evitado que eu fosse vítima num episódio ocorrido há uns dois anos em Cuiabá, quando um motorista de um carro de luxo prateado deu um soco na porta traseira direita do meu velho Paglio porque eu "encostei" na traseira do seu possante e não parei. Na verdade, não fiz isso de propósito, eu nem tinha percebido o que tinha acontecido. Mas percebi a raiva dele e fiquei me sentindo super mal por não ter parado o carro mais adiante para tomar satisfação, embora soubesse por dentro que minha atitude "covarde" tinha sido a mais prudente.
Pois bem, estou contando tudo isso por causa dos últimos epísódios envolvendo acidentes de trânsito. Um rapaz cuiabano de 18 anos morreu em São Paulo, com um tiro na nuca, por causa de um acidente banal e o agressor foi alguém provavelmente do mesmo quilate do meu agressor. Um homem de pouco mais de 40 anos está em coma num hospital do Rio porque ousou reclamar de um imbecil que furou o sinal e o atropelou. Detalhe: o cara tinha sido diagnosticado como esquizofrénico e, segundo autoridades, não poderia estar dirigindo.
Paz no trânsito? Educação no trânsito? Isso tudo é balela diante de tantos loucos espalhados por aí.

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